quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

ORAÇÃO PARA O ÚLTIMO DIA DO ANO

Obrigado, Senhor, pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.

Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver 
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.

Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.

Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.

Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria, 
que nos ensina no cotidiano de nossas vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção, 
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo, 
neste último dia do ano.

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.

E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo que vive em mim.
Amém.

(Arcos de Pilares)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (XX/Final)

 PARTE XX (At 2 - Ap 21)

[A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2, 3-4)]

[A pregação de Pedro aos homens da Judeia e de Jerusalém (At 2, 14)]

[Pedro e a cura do homem coxo à porta do Templo (At 3, 6-7)]

[A morte de Ananias (At 5,5)]

[O martírio de Santo Estêvão (At 7, 58-60)]

[A aparição de Jesus a Saulo na estrada de Damasco (At 9, 3-6)]

[A pregação de Pedro na casa de Cornélio (At 10, 24-)]

[A aparição do Anjo e a libertação de Pedro da prisão (At 12, 7)]

[A pregação de Paulo na sinagoga de Tessalônica (At 17, 2-3)]

[A pregação de Paulo em Éfeso e a queima dos livros heréticos (At 19, 19)]

[Paulo é protegido pelos soldados do furor de uma grande multidão (At 21, 35)]

[Naufrágio do barco de Paulo e todos se salvam (At 27, 41-44)]

[João na Ilha de Patmos (Ap 1,9)]

[A visão do cavalo esverdeado cavalgado pela Morte (Ap 6,8)]

[A visão da Mulher revestida do sol (Ap 12,1)]

[A queda da Babilônia (Ap 18,2)]

[O Juízo Final (Ap 20,12)]

[A visão da Cidade Santa, a nova Jerusalém (Ap 21,2)]

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

TESOURO DE EXEMPLOS (40/42)

 

40. O MEDO DO COROINHA

São Pedro de Alcântara, nascido em 1499, entrou na Ordem dos Franciscanos com a idade de 16 anos. Foi um dos santos mais penitentes e favorecidos de Deus em seu tempo. Santa Teresa de Ávila, que o conhecia de perto, conta-nos que São Pedro passara 40 anos sem dormir mais de hora e meia por dia. O santo não se deitava, mas ficava assentado com a cabeça encostada a uma viga de madeira da parede. Essa foi a penitência que mais sacrifícios lhe custou.

Além disso, usava terríveis cilícios e passava três dias, às vezes até oito dias, sem outro alimento que a Sagrada Comunhão. Em vista de tudo isso, não é de estranhar que se tenha elevado à mais alta contemplação e Jesus o tenha favorecido com inefáveis carícias, mormente na missa e na sagrada comunhão.

Conta-se que, em um certo convento, o coroinha, que ajudava a missa do santo, era um menino inocente e bonzinho. Um dia, ao regressar da igreja, o menino procurou a sua mãe e lhe disse:

➖ Mamãe, eu não quero mais ajudar à missa do Padre Pedro.

➖ Mas por que, meu filho, não hás de ajudar o Padre Pedro, que é um padre tão santo?

➖ Mamãe, ao ajudar-lhe a missa, várias vezes tenho visto um menino lindo, muito lindo, nas mãos dele; e, na hora da comunhão, ele come aquele menino. Mamãe, tenho medo que ele me coma também.

A mãe, que conhecia a santidade do Padre Pedro, compreendeu logo o mistério e disse ao filho:

➖ Não temas, meu filho; é o Menino Jesus que está na Hóstia... Que feliz és tu, que o vês com teus olhos inocentes!

Daí em diante o menino não teve mais medo e ajudava à missa do santo com muito gosto e devoção.

41. ESTE MENINO SERÁ PADRE

O que vamos narrar é um episódio da vida de São João Bosco. Um certo dia, foi procurá-lo a Condessa D. Z. para suplicar-lhe que abençoasse os seus quatro filhinhos. Dom Bosco, sempre amável e amigo das crianças, com muito afeto deu uma poderosa bênção aos pequeninos.

A Senhora Condessa, que também se ajoelhara, levantou-se certa de que a bênção daquele sacerdote, que ela considerava um santo, atrairia sobre toda a família graças copiosas de Deus. Depois, apertando a si os filhos e sabendo, como era notório, que Dom Bosco via o futuro, perguntou-lhe:

➖ Dom Bosco, o que será dos meus filhos?

Dom Bosco, gracejando, referiu-se a cada um, a começar pelo mais velho, profetizando o bem a todos. Quando chegou ao último, pôs-lhe a mão sobre a cabeça, contemplando-o com particular interesse.

➖ Qual será a sorte desse, Dom Bosco?

➖ Da sorte deste último não sei, senhora condessa, se ficarás muito contente...

➖ Diga, pois, o que lhe parece.

➖ Bem! deste menino digo que será um ótimo padre!

A estas palavras, a cena transformou-se de repente; a nobre dama empalideceu, apertou a si o menino como para livrá-lo de uma desgraça, e fora de si exclamou:

➖ Meu filho, um padre? Antes peço a Deus que lhe tire a vida!

Dom Bosco, que tinha pelo sacerdócio a mais alta estima, sentiu dolorosamente aquelas palavras e, erguendo-se pesaroso, despediu a condessa. Poucos meses depois, de fato, o filho mais novo da condessa lhe foi arrebatado por uma doença fulminante.

42. O AMOR DE UM VELHINHO

Um dia São Afonso Rodríguez, irmão leigo jesuíta, muito bom e muito santo, estava rezando diante de uma imagem de Maria. Já era velhinho e passava longas horas aos pés de sua boa Mãe do Céu. Às vezes, punha-se a chorar como uma criança; às vezes, sorria como um anjo. Tinha algum sofrimento? Lá ia logo comunicá-lo a Nossa Senhora. Sentia alguma alegria? Depressa, ia contá-la à Mãe do Céu. Tentavam-no os demônios? Corria aos pés da Imaculada e pedia-lhe que não o desamparasse nem na vida e nem na morte.

Num certo dia, estava ele a dizer a Nossa Senhora que a amava muito, muitíssimo, com toda a sua alma e com todo o seu coração. E parecia ao santo velhinho que a Virgem Santíssima lhe sorria amavelmente. Ouviu, enfim, ou pareceu-lhe ouvir do fundo de sua alma uma voz que dizia:

➖ Afonso, quanto me amas?

E o bom velhinho respondeu:

➖ Olha, minha boa Mãe do Céu: amo-te tanto, tanto, que é impossível que me possas amar tanto como eu te amo.

A Senhora, ouvindo isso, levantou a mão amorosa, deu-lhe uma leve bofetada e lhe disse: 

➖ Cala-te, Afonso, cala-te!... o que estás a dizer? Eu te amo imensamente mais do que tu serias capaz de me amar.

Eis por que devemos amar a Maria: ama-nos tanto que jamais poderemos compreender toda a grandeza do seu amor.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

28 DE DEZEMBRO - SANTOS INOCENTES


Santos Inocentes de Deus,
almas cristalinas,
pousai vossos ternos anelos
nas sombras das colinas;
não inquieteis com vosso pranto
as feras sibilinas,
fitai o esgar dos carrascos
com doces retinas;
que a vida que foge breve,
em adagas repentinas,
renasça em eternos louvores
nas glórias divinas.
(Arcos de Pilares)

Santos Inocentes de Deus, rogai por nós!

IMAGEM DA SEMANA

'Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado e não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas'

(do Credo niceno-constantinopolitano)

domingo, 27 de dezembro de 2020

EVANGELHO DE DOMINGO

  

'Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!' (Sl 127)

 27/12/2020 - Festa da Sagrada Família

5. SAGRADA FAMÍLIA


Neste último domingo do ano, o Evangelho evoca o culto à Sagrada Família, síntese da vida cristã autêntica e primeira igreja na terra. Na humilde casa de Nazaré, três pessoas: pai, mãe e filho, viviam em natureza sobrenatural exatamente inversa à ordem natural: São José, patriarca e pai de família devotado, com direitos naturais legítimos sobre a esposa e o filho, era o menor em perfeição; Nossa Senhora, esposa e mãe, era Mãe de Deus e de todos os homens; Jesus, a criança indefesa e submissa aos pais, é o Deus feito homem para a salvação do mundo. Portentoso mistério que revela a singular santidade da família humana, moldada sobre clara hierarquia divina, moldada por Deus para ser escola de santificação, amor, renúncia e salvação. 

Neste modelo de submissão perfeita ao amor de Deus e em obediência estrita à Lei de Moisés, 'quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho' (Lc 2, 22), José e Maria se dirigem ao Templo de Jerusalém para a consagração do seu primogênito e oferenda do sacrifício penitencial. E será ali, apenas 40 dias após o nascimento de Jesus, que Nossa Senhora vai experimentar, pela profecia do velho Simeão, a primeira grande ferida de sua alma imaculada nesta terra, que a tornaria Nossa Senhora de todas as dores: 'Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma' (Lc 2, 35).

O velho Simeão, sacerdote piedoso e justo, dirigiu-se ao Templo por um impulso sobrenatural e, para se cumprir plenamente a grande promessa que recebera de que não morreria sem ter contemplado o Messias, agora O tinha entre os braços: 'Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meu olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel' (Lc 2, 29 - 31). Eis que se conclui naquele momento o tempo dos profetas, nas palavras do velho Simeão e da profetisa Ana: Deus se fez homem e a redenção e a salvação da humanidade estava entre nós!  Nesta sagrada família, Jesus 'crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele' (Lc 2 , 40).

Eis o legado da Sagrada Família às famílias cristãs: a oração cotidiana santifica os pais e os filhos numa obra incomensurável do amor de Deus e a fortalece contra todos as tribulações. Sim, que os maridos amem profundamente suas esposas, que as esposas sejam solícitas a seus maridos, que os pais não intimidem os seus filhos, que os filhos sejam obedientes em tudo a seus pais. Mas que rezem juntos, que louvem a Deus juntos, que se santifiquem juntos, como família de Deus. Em Nazaré, Deus tornou a família modelo e instrumento de santificação; que em nossas casas e em nossas famílias, a Sagrada Família seja o modelo e instrumento para a nossa vida e para nossa santificação de todos os dias!

sábado, 26 de dezembro de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (XVIII)


QUARENTA HORAS

É uma devoção que consiste em passar 40 horas em oração diante do Santíssimo Sacramento exposto, desde o domingo da Quinquagésima [primeiro domingo que precede a Quaresma] até a terça-feira seguinte. Esta devoção, ordenada pela Igreja, tem por finalidades: (i) aplacar a justiça divina, gravemente ofendida pelas desordens nos dias chamados de carnaval; (ii) desviar das loucuras e dos grosseiros e impuros divertimentos desses dias, aqueles que poderiam ser arrastados na corrente dos maus costumes; (iii) afervorar os fieis no amor a Jesus, recordando as 40 horas que decorreram desde a sua condenação à morte até à sua ressurreição. Nas igrejas onde é feita a solenidade das Quarenta Horas, e durante a mesma, todos os altares são privilegiados. 

RACIONALISTA

É aquele que rejeita toda a sujeição da razão humana a Deus e que proclama que a mesma razão é a fonte única de toda a verdade especulativa e prática; exclui, assim, toda a revelação; nega a ordem sobrenatural e despreza a autoridade da Igreja.

REDENÇÃO DO GÊNERO HUMANO

Por causa do pecado original sob o qual todos os homens são concebidos, ninguém poderia conseguir a salvação eterna por méritos próprios. O Filho de Deus fez-se Homem, padeceu e morreu por amor aos homens, oferecendo ao seu eterno Pai a sua Vida, Paixão e Morte, como sacrifício para remir os homens do pecado e fazê-los entrar no Céu. Deste modo foi feita a redenção do gênero humano.

REGULARES

São os religiosos que fizeram votos em alguma Ordem Religiosa. São obrigados à clausura papal e estão isentos da jurisdição episcopal, exceto nos casos expressos no Direito.

REINO DE DEUS

Na terra, é a Igreja Católica, com a sua vida social, sob o regime espiritual da hierarquia, de que é Chefe visível universal o Romano Pontífice. A Igreja, reino de Deus exterior, está encarregada de manter e propagar o reino de Deus interior, ou reinado de Deus nas almas neste mundo. Na eternidade, o Reino de Deus é o Céu, onde entram os homens que na terra fizeram parte da Igreja Católica. Ao Reino de Deus na terra podem pertencer todos os homens, sem distinção de raça, de nacionalidade, de condição, mas não devem procurar nele bens materiais; encontrarão, porém, a paz, a justiça e a alegria de uma vida virtuosa. Assim escreveu o Apóstolo São Paulo: 'O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito Santo' (Rm 14,17).

RELÍQUIAS DOS SANTOS

São restos dos corpos dos santos ou objetos de que fizeram uso. São classificadas em duas categorias: insignes ou grandes, que são o corpo, a cabeça, o braço, a perna, ou a parte do corpo em que o santo sofreu o martírio, o antebraço, a mão, a língua e o coração. A segunda categoria é formada pelas relíquias pequenas. O Santo Lenho, ainda que seja uma pequenina parte, é sempre considerada como relíquia insigne, por ser uma parte da cruz em que Jesus Cristo morreu. A Igreja aprova e recomenda o culto das relíquias, e mais um culto relativo à pessoa ou ao santo a que as relíquias pertencem. A qualquer relíquia de santo é devido o culto de veneração com uma inclinação de cabeça e é incensada com dois duetos. O Santo Lenho tem o culto de veneração de joelhos e é incensado com três duetos. As relíquias insignes não podem conservar-se em casas ou oratórios particulares, sem expressa licença do bispo do lugar. As relíquias não insignes podem conservar-se em casas particulares, sendo tratadas com honra. Não podem as relíquias ser expostas ao culto público, sem estarem autenticadas em documentos por algum cardeal ou pelo bispo do lugar, ou por algum Eclesiástico com faculdades especiais. As relíquias, quando são expostas, devem estar encerradas numa cápsula. A relíquia do santo Lenho nunca deve estar exposta à veneração pública na mesma cápsula com relíquias de santos. As relíquias dos beatos, sem indulto especial, não devem ser levadas nas procissões, nem expostas na igreja, a não ser naquela onde se celebra Ofício e Missa por concessão da Sé Apostólica. As santas relíquias não são objeto de comércio e não se podem vender.

REMISSÃO DOS PECADOS

A remissão dos pecados foi confiada à Igreja por Jesus Cristo, quando disse aos seus Apóstolos: 'Àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados» (Jo 20,23). A remissão dos pecados é fruto da Paixão e Morte de Jesus Cristo, como se lê no Santo Evangelho: 'Importava que Cristo padecesse e que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados em todas as Nações' (Lc 24, 46-47). Pela remissão dos pecados somos justificados, isto é, recebemos a graça de Deus e ficamos na sua amizade, capazes de viver virtuosamente e de gozar a bem aventurança celeste. A remissão dos pecados faz-se por meio dos sacramentos, particularmente pelo Batismo e pela Penitência ou Confissão Sacramental.

RESPEITO HUMANO

É um sentimento produzido pelo temor de desagradar ao mundo, quando há um dever religioso a cumprir. É uma fraqueza na Fé, é uma covardia na ação. A Religião de Jesus Cristo não exige de nós coisa alguma de que tenhamos de nos envergonhar. Pelo contrário, todos os atos da Religião têm por fim levar-nos à prática da virtude, elevar-nos para Deus. Ter respeito humano é ter vergonha de servir a Deus, é preferir a estima dos homens à graça de Deus. Que nos importa o que digam de nós, se Deus aprova as nossas ações? E que dirá Deus e que fará Deus se nos envergonharmos de servi-Lo? A resposta é dada por Jesus Cristo, dizendo: 'Se alguém se envergonhar de Mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na sua majestade e na de seu Pai e na dos Anjos' (LC 9, 26).

RESSURREIÇÃO DA CARNE

É a união da alma separada ao seu corpo, no fim do mundo, para uma nova vida, que será eterna. É uma verdade ensinada por Jesus, dizendo: 'Todos os que se acham nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que obraram bem neste mundo sairão para a ressurreição da vida, mas os que obraram mal sairão ressuscitados para a condenação' (Jo 5, 28-29). E o Apóstolo São Paulo escreveu: 'Todos ressuscitaremos num abrir e fechar de olhos; porquanto, é necessário que este corpo mortal se revista da imortalidade' (I Cor 15, 51-53). A ressurreição não é natural, é miraculosa. Deus criou o homem, infundindo no pó da terra uma alma imortal e espiritual, que lhe deu a vida. Deus tira a vida ao homem separando a alma do seu corpo. Deus dá novamente vida ao homem, unindo novamente a alma ao pó que foi o seu corpo, pois a Deus nada é impossível.

RETIRO ESPIRITUAL

É a suspensão, por alguns dias, da vida habitual, para os consagrar a um trabalho interior mais intenso e preparar o futuro, estudando em melhores condições a vontade de Deus sobre nós e renovando o fervor da alma para uma vida mais cristã, mais sobrenatural. O isolamento durante o retiro deve ser o mais completo possível, para que todo o tempo seja aplicado à meditação, aos exames de consciência, à oração, às resoluções e à organização da vida para o futuro.

REVELAÇÃO

É a manifestação de alguma verdade feita por Deus iluminando sobrenaturalmente a nossa inteligência. Deus revelou as verdades da Religião aos judeus, por meio dos Profetas; as verdades da Religião Cristã foram reveladas por Jesus Cristo, Deus Filho feito homem. A nossa Fé fundamenta-se nas revelações feitas por Jesus Cristo e escritas nos Santo Evangelhos, nas Epístolas dos Escritores Sagrados e na Tradição conservada na Igreja Católica. O Apóstolo São Paulo escreveu: 'Deus, tendo falado muitas vezes e de muitos modos, em outros tempos aos nossos pais pelos Profetas; nestes dias nos falou pelo seu Filho' (Hb 1, 1-2).

ROMANO PONTÍFICE

É o sucessor do Apóstolo São Pedro, o Vigário de Jesus Cristo na terra. Tem, não só o primado de honra, mas também o supremo e o pleno poder de jurisdição sobre toda a Igreja, tanto nas coisas que dizem respeito à Fé e aos costumes, como nas coisas que se referem à disciplina e regime da Igreja, espalhada por todo o mundo. Este poder é independente de toda a autoridade humana. Todos os fieis devem obedecer ao papa como ao próprio Jesus Cristo. É infalível quando ensina, como Chefe da Igreja, doutrina revelada sobre a Fé e a Moral.

RUBRICAS

São indicações nos livros litúrgicos para dirigirem os clérigos na recitação das orações e cerimônias litúrgicas. Devem ser cuidadosamente observadas na administração dos sacramentos e, principalmente, na celebração da Missa. Reprovado qualquer costume em contrário, o sacerdote celebrante não deve acrescentar, por seu próprio arbítrio, outras cerimônias ou preces às que estão designadas nas rubricas dos seus livros rituais.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)