Há lágrimas imperfeitas, que se fundamentam no temor servil. Em primeiro lugar, as lágrimas de condenação, próprias dos pecadores; em seguida, as lágrimas de medo, encontradas naqueles que deixam o pecado mortal por medo de castigo e choram; em terceiro lugar, as lágrimas de autoconsolação, derramadas pelas almas livres do pecado mortal que começam a servir-Me. Estas últimas também são imperfeitas, pois imperfeito ainda é o amor de onde procedem.
Lágrimas perfeitas são as que procedem do homem que atingiu a perfeição do amor pelo próximo e que me ama desinteressadamente. Unidas a estas últimas estão as lágrimas de prazer, espirituais, versadas em grande suavidade, como direi mais longamente depois. Há, enfim, as lágrimas de fogo, espirituais, concedidas àqueles que desejam chorar e não conseguem. Todas essas lágrimas podem ocorrer numa única pessoa em sua caminhada do temor servil ao amor imperfeito e, depois, do amor perfeito à união.
Deves saber que toda lágrima nasce do coração. Nenhum membro corporal é tão sensível aos impulsos do coração como os olhos; se o coração sofre, logo eles o revelam. Também quando o sofrimento do coração é causado pelos pecados, os olhos derramam lágrimas, que são de morte. São lágrimas de quem vive longe de Mim, no amor dissoluto. Como o coração Me ofende, sua dor produz morte, gera lágrimas mortais. A gravidade da culpa será maior ou menor, conforme a desordem no amor. Assim, os pecadores choram lágrimas mortais.
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As primeiras são próprias das pessoas que vivem em pecado mortal. As lágrimas brotam do coração; como aqui a fonte está corrompida, o pranto é pecaminoso e mau, bem como todas as demais atividades.
As segundas lágrimas pertencem àqueles que começam a ter consciência dos próprios males e temem os castigos consequentes. Constitui o comum início de conversão, misericordiosamente concedido por Mim aos homens fracos e desorientados que vão se afogando pelo rio do pecado e desprezando a mensagem do Meu Filho. Infelizmente são numerosíssimos os pecadores que conscientes, sem nenhum temor, continuam no pecado. Alguns repentinamente sentem grande descontentamento de si mesmos e passam a considerarem-se dignos de castigos; outros, arrependem-se por terem Me ofendido e com bonomia se põem a servir-Me.
As segundas lágrimas pertencem àqueles que começam a ter consciência dos próprios males e temem os castigos consequentes. Constitui o comum início de conversão, misericordiosamente concedido por Mim aos homens fracos e desorientados que vão se afogando pelo rio do pecado e desprezando a mensagem do Meu Filho. Infelizmente são numerosíssimos os pecadores que conscientes, sem nenhum temor, continuam no pecado. Alguns repentinamente sentem grande descontentamento de si mesmos e passam a considerarem-se dignos de castigos; outros, arrependem-se por terem Me ofendido e com bonomia se põem a servir-Me.
De todos eles, certamente têm maior possibilidade de atingir a perfeição aqueles que se convertem com grande ardor; mas esforçando-se todos o conseguirão. Os primeiros terão de preocupar-se em não ficar no temor servil; os segundos, em não cair na tibieza. Trata-se de um acordar geral à santidade.
As terceiras lágrimas estão nas pessoas que superaram o temor servil e atingiram o amor e a esperança. Percebem que lhes perdoei, sentem favores e consolações. Para concordar com o coração, choram. Como são imperfeitas, conforme expliquei, trata-se de um pranto ao mesmo tempo sensível e espiritual.
As quartas lágrimas acontecem com a prática das virtudes. Crescendo o desejo da alma, a pessoa se une e se conforma à Minha vontade; quer o que Eu quero, ama profundamente o próximo. É um pranto de amor por Mim e de dor pelos pecados e prejuízos sofridos pelo próximo.
As quintas lágrimas, próprias da última perfeição, completam as anteriores. Em união com a verdade eterna, estes progridem muito no desejo santo. Por esse motivo, o demônio os teme e não consegue prejudicar-lhes a alma, seja com ofensas, pois são pacientes na caridade, seja com atrativos espirituais e materiais, por eles humildemente desprezados.
As quartas lágrimas acontecem com a prática das virtudes. Crescendo o desejo da alma, a pessoa se une e se conforma à Minha vontade; quer o que Eu quero, ama profundamente o próximo. É um pranto de amor por Mim e de dor pelos pecados e prejuízos sofridos pelo próximo.
As quintas lágrimas, próprias da última perfeição, completam as anteriores. Em união com a verdade eterna, estes progridem muito no desejo santo. Por esse motivo, o demônio os teme e não consegue prejudicar-lhes a alma, seja com ofensas, pois são pacientes na caridade, seja com atrativos espirituais e materiais, por eles humildemente desprezados.
(Excertos da obra 'O Diálogo', de Santa Catarina de Sena)