Os adeptos da luxúria dizem que Deus se apieda deste pecado, mas não é isso o que diz São Tomás de Villanova. Ele diz que nas Sagradas Escrituras nós não lemos sobre qualquer pecado tão severamente castigado como o pecado da impureza. Luxuriae facinus prae aliis punitum legimus - Sermão 4. Encontramos nas Escrituras que em punição a este pecado, um dilúvio de fogo desceu do céu sobre quatro cidades e, em um instante, consumiu não só os habitantes, mas até as pedras. 'O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo' (Gn 19, 24-25). São Pedro Damião relata que um homem e uma mulher que haviam pecado contra a pureza foram encontrados queimados e negros como carvão.
Salviano escreve que era, em castigo ao pecado de impureza, que Deus enviou à Terra o dilúvio universal, que foi causado por contínua chuva durante quarenta dias e quarenta noites. Neste dilúvio, as águas subiram quinze côvados acima dos topos das montanhas mais altas, e apenas oito pessoas, contando com Noé, foram salvas na arca. O resto dos habitantes da Terra, que eram mais numerosos do que os que existem hoje, foram punidos com a morte em castigo ao vício da impureza.
Notem as palavras do Senhor ao falar deste castigo que Ele infligiu por causa deste pecado. 'Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne' (Gn 6,3). 'Ou seja', diz Nicolau de Lira, 'profundamente envolvidos em pecados carnais'. O Senhor acrescentou: 'Porque eu me arrependo de tê-los criado' (Gn 6,7). A indignação de Deus não é como a nossa, que encobre a mente e nos leva a excessos. Sua ira é um julgamento perfeitamente justo e tranquilo, pelo qual Deus castiga e repara as desordens do pecado. Mas para nos fazer compreender a intensidade de Seu ódio ao pecado da impureza, Ele Se representa como arrependido por ter criado o homem, que o ofendeu tão gravemente por este vício.
Nós, nos dias de hoje, vemos mais penas temporais graves infligidas contra esse pecado, do que contra qualquer outro. Vá aos hospitais, e ouça os gritos de tantos rapazes que, em punição a suas impurezas, são obrigados a submeter-se aos mais severos tratamentos e às mais dolorosas operações, e que, se escapam da morte, ficam, de acordo com a ameaça divina, fracos e sujeitos à dor mais excruciante para o resto de suas vidas. 'Dado que te esqueceste de Mim e Me voltaste as costas, agora carrega também a tua devassidão e as tuas prostituições.' (Ez 23,35).
Notem as palavras do Senhor ao falar deste castigo que Ele infligiu por causa deste pecado. 'Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne' (Gn 6,3). 'Ou seja', diz Nicolau de Lira, 'profundamente envolvidos em pecados carnais'. O Senhor acrescentou: 'Porque eu me arrependo de tê-los criado' (Gn 6,7). A indignação de Deus não é como a nossa, que encobre a mente e nos leva a excessos. Sua ira é um julgamento perfeitamente justo e tranquilo, pelo qual Deus castiga e repara as desordens do pecado. Mas para nos fazer compreender a intensidade de Seu ódio ao pecado da impureza, Ele Se representa como arrependido por ter criado o homem, que o ofendeu tão gravemente por este vício.
Nós, nos dias de hoje, vemos mais penas temporais graves infligidas contra esse pecado, do que contra qualquer outro. Vá aos hospitais, e ouça os gritos de tantos rapazes que, em punição a suas impurezas, são obrigados a submeter-se aos mais severos tratamentos e às mais dolorosas operações, e que, se escapam da morte, ficam, de acordo com a ameaça divina, fracos e sujeitos à dor mais excruciante para o resto de suas vidas. 'Dado que te esqueceste de Mim e Me voltaste as costas, agora carrega também a tua devassidão e as tuas prostituições.' (Ez 23,35).
São Remígio escreve que, excetuadas as crianças, o número de adultos que são salvos é pequeno, por causa dos pecados da carne. Exceptis parvulis ex adultis propter vitiam carnis pauci salvantur. Em conformidade com esta doutrina, foi revelado a uma santa alma que, como o orgulho encheu o inferno de demônios, da mesma forma a impureza o enche de homens. Santo Isidoro atribui este motivo: ele diz que não há nenhum vício que tanto escraviza os homens ao diabo como a impureza. Magis per luxuriam, humanum genus subditur diabolo, quam per aliquod aliud. Por isso, Santo Agostinho diz que, com relação a este pecado, o combate é comum, e a vitória rara. Assim, por causa deste pecado, o inferno está cheio de almas.
Tudo o que eu disse sobre este assunto, não foi para que as pessoas afligidas pelo vício da impureza fiquem desesperadas, mas para que possam ser curadas. Vamos, então, estudar os remédios. Existem dois grandes remédios, a oração e a fuga das ocasiões perigosas. A oração, diz São Gregório de Nissa, é a salvaguarda da castidade. Oratio pudicitiae praesidium et tutamen est. E antes dele, Salomão, falando de si mesmo, disse a mesma coisa. 'Sabendo que jamais teria conquistado a continência, se Deus não ma tivesse concedido ... voltei-me então para o Senhor e supliquei-lhe' (Sab 8,21).
Assim, a nós é impossível vencer este vício sem a ajuda de Deus. Por isso, tão logo a tentação contra a castidade se apresente, a solução é se voltar de imediato à ajuda de Deus e repetir várias vezes os santíssimos nomes de Jesus e Maria, que têm uma força especial para banir os maus pensamentos desse tipo. Eu disse imediatamente, sem ouvir ou começar a discutir com a tentação. Quando um mau pensamento ocorre na mente, é necessário removê-lo imediatamente, como se fosse uma centelha que voa saindo do fogo, e imediatamente invocar a ajuda de Jesus e Maria.
Assim, a nós é impossível vencer este vício sem a ajuda de Deus. Por isso, tão logo a tentação contra a castidade se apresente, a solução é se voltar de imediato à ajuda de Deus e repetir várias vezes os santíssimos nomes de Jesus e Maria, que têm uma força especial para banir os maus pensamentos desse tipo. Eu disse imediatamente, sem ouvir ou começar a discutir com a tentação. Quando um mau pensamento ocorre na mente, é necessário removê-lo imediatamente, como se fosse uma centelha que voa saindo do fogo, e imediatamente invocar a ajuda de Jesus e Maria.
Quanto à fuga das ocasiões perigosas, São Filipe Néri costumava dizer, que os covardes - ou seja, aqueles que correm das ocasiões – recebem a vitória. Portanto, você deve, em primeiro lugar, ser cauteloso com os olhos e deve abster-se de olhar para as moças. Caso contrário, diz Santo Tomás, você dificilmente poderá evitar este pecado. Por isso, Jó disse: 'Eu havia feito um pacto com meus olhos: não desejaria olhar nunca para uma virgem' (Jo 31, 1). Ele tinha medo de olhar para uma virgem porque, a partir de olhares, é fácil passar aos desejos e dos desejos aos atos.
São Francisco de Sales costumava dizer que olhar para uma mulher não faz tanto mal quanto olhar para ela uma segunda vez. Se o diabo não teve a vitória de primeira, ele a terá na segunda vez. E, se é necessário abster-se de olhar para as mulheres, é muito mais necessário evitar a conversa com elas. 'Não te sentes no meio das mulheres' (Ecl 42, 12). Devemos estar convencidos de que, para evitar ocasiões deste pecado, nenhuma precaução é suficiente. Por isso, é necessário estarmos sempre atentos e correr das ocasiões. 'O sábio é precavido e afasta-se do mal; o insensato segue em frente sem pensar' (Prov 14, 16). Um homem sábio é tímido e corre para longe, um insensato é confiante e cai.
(Excertos da obra 'Sobre o Vício da Impureza', de Santo Afonso Maria de Ligório)
São Francisco de Sales costumava dizer que olhar para uma mulher não faz tanto mal quanto olhar para ela uma segunda vez. Se o diabo não teve a vitória de primeira, ele a terá na segunda vez. E, se é necessário abster-se de olhar para as mulheres, é muito mais necessário evitar a conversa com elas. 'Não te sentes no meio das mulheres' (Ecl 42, 12). Devemos estar convencidos de que, para evitar ocasiões deste pecado, nenhuma precaução é suficiente. Por isso, é necessário estarmos sempre atentos e correr das ocasiões. 'O sábio é precavido e afasta-se do mal; o insensato segue em frente sem pensar' (Prov 14, 16). Um homem sábio é tímido e corre para longe, um insensato é confiante e cai.
(Excertos da obra 'Sobre o Vício da Impureza', de Santo Afonso Maria de Ligório)