Nos dias atuais, a civilização cristã é impiedosamente atingida pelo domínio do mal. É um redemoinho espantoso e generalizado de ações diabólicas, convergindo para a supressão dos valores e da moral cristã. Não há uma única fronteira em que as forças malignas não se irrompem avassaladoras, atingindo brutalmente os fundamentos da religião católica, da igreja, da família, do casamento, da castidade. Não são poupados os velhos, os jovens e nem mesmo as crianças: o vórtice medonho ameaça engolir na sua voragem alucinante os pilares da civilização cristã.
A ação diabólica é claramente definida em três grandes frentes: na promiscuidade moral e na pornografia, na banalização de toda e qualquer violência, no espírito satânico da divisão. Estas três vias de iniquidade espumam o mesmo vômito do demônio, são elas as rédeas que submetem grande parte da atual humanidade sob o domínio do mal. O diabo é intrinsecamente maquiavélico e nunca mostra a sua cara medonha, mas o rastro da sua baba asquerosa é mais previsível que a loucura dos homens servis a ele.
A nudez é a roupa do diabo. Onde a nudez está exposta, a máscara diabólica se escancara. No corpo seminu que vende joias, carros, perfumes e cerveja ou na prostituição disfarçada de capas de revistas, existe algo além do corpo exposto de uma mulher. A exposição do corpo e cenas de nudez explícita inundam os filmes, as novelas, as revistas, as propagandas, as manifestações artísticas de maneira geral. A nudez é exaltada como norma de marketing, a nudez é endossada como coisa natural e corrente, a nudez é vendida a preço de banana. Mas a nudez é intrinsecamente diabólica.
Mas a nudez é apenas a porta de entrada para todo um cenário de perversões diversas que tem como destino a pornografia explícita. Os relacionamentos sexuais passam a exigir, então, poções virulentas de criatividade e dimensões de contorcionismos animalescos, que degradam a natureza humana a limites insondáveis. A escravidão ao prazer não distingue limites ou freios; o hedonismo impera como conduta geral; o vício que corrói a carne insatisfeita extravasa pelos poros da insaciedade, do adultério, da promiscuidade, da pedofilia e se alimenta cotidianamente, em qualquer esquina ou na internet à mão, de uma indústria pornográfica gigantesca e universal. E os valores do casamento, da família, da castidade, da inocência das crianças, são tragados neste redemoinho de perversões expostas. Não há dúvida de que esta é, sim, uma forma de amor, a do amor satânico que se locupleta pela nudez, pelo prazer a qualquer preço, pela idolatria da perversidade da pornografia.
A violência é o sopro do diabo. Em nossos dias, a violência campeia de tal sorte que não nos sensibilizam mais as tragédias diárias. Viraram 'notícias do cotidiano'. De vez em quando, quando a violência irrompe a um novo patamar, dá-se uma repercussão mais incisiva para, pouco a pouco, declinar subserviente ao rol de tantas outras tragédias anunciadas. A violência das ruas e das praças começam no ventre materno, no aborto monstruoso de gerações inteiras. Continua no seio das famílias, na violência doméstica, espraia-se pelas ruas, dispersa-se pelas mazelas de uma sociedade anestesiada de Deus, até se entorpecer como moeda corrente nas redes de tráfico, nas gangues e no submundo do crime. O sopro diabólico vende a eutanásia como prática conciliadora e a cultura da morte como 'princípio de escolha'; semeia o ódio e estimula as rivalidades étnicas; fomenta as guerras e induz os genocídios.
A divisão é a marca do diabo. É na divisão, no espírito da quebra da ordem, no solapamento dos valores, na desarticulação dos princípios morais, que a ação diabólica mais se nutre e mais se locupleta. Famílias divididas, casamentos destruídos, ambientes corrompidos, Igreja cismática, civilização cristã em frangalhos, tudo isso é a obra de satanás levada ao cume de sua possessão doentia. Divisões raciais, religiosas, étnicas, políticas, econômicas... divisões de países, blocos, regiões, estados... fomento de guetos, grupos, cismas, facções... eis o modelo primário de toda e qualquer ação do demônio. Nada se partilha, tudo se desmorona; nada se compraz na conjunção dos esforços, tudo se dilui na revolta das partes; nada se robustece pela união de todos, tudo se resume no naufrágio da vontade. Pois o mal necessariamente se alimenta da maldade.
Eis aí a síntese da ação diabólica que permeia a humanidade atual, no estertor de condenar ao desaparecimento a Igreja Católica e a civilização cristã. A roupa, o sopro e a marca do diabo: a nudez, a violência e a divisão. O primeiro passo para vencer o inimigo é conhecer as armas que ele possui. E, então, combatê-las tenazmente e superá-las por completo, amparados na fé cristã e nas verdades insuperáveis dos Evangelhos, em nome de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, e para honra e glória de Deus.
(texto livre, de autoria do autor do blog, baseado em sermão do Arcebispo Fulton Sheen)