segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O NÚMERO DOS QUE SE SALVAM (III)

Deus abomina o pecado e a única coisa que Deus realmente não pode fazer é amar uma alma em pecado. Homem algum é capaz de sequer imaginar o quão tenebroso é a Deus o nosso menor pecado venial. Um pecado mortal é o suicídio da alma, a tormenta das tormentas. O que seria, então, uma vida em pecado? Mas, ainda assim, se os homens abandonam a Deus por quaisquer prazeres mesquinhos, Deus não abandona uma alma nunca e a persegue em Sua misericórdia por todos os atalhos do mal, pelas sendas da impiedade, até os confins do próprio abismo; envolvendo-a numa torrente de graças, concede-lhe não uma ou duas ou três, mas centenas de oportunidades para trazê-la de volta, no caminho da salvação eterna. 

E quantas outras devoções não são capazes de nos fazer passar correndo pela porta estreita? A devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que inclui a promessa definitiva: 'A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna'. Ainda não é suficiente? Deus nos deu Maria e, por Maria, a Devoção dos Cinco Primeiros Sábados: ‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’ E temos a Santa Missa, e temos o Rosário, e temos o sacramento da confissão e temos as indulgências...

Mas os homens não têm tempo para buscar as graças de Deus, tão envolvidos estão nos seus planos pessoais. E, na grande maioria das vezes, a obstinação e o amor ao pecado prevalecem e nunca se tem a volta. E no momento decisivo de prestar contas ao Pai, o que poderão dizer às perguntas: 'o que você fez das minhas missas, do meu Rosário, das minhas devoções, dos meus sacramentos, das minhas graças, da minha misericórdia? ' No Juízo Particular, estas perguntas não são feitas a Deus, mas é a própria alma que se interroga como juiz de si mesma. E responde. E decide. E toma a porta do caminho que se escolheu. Da grande maioria ou da grande minoria, para todo o sempre, seja gloriosamente entre as 'estrelas do céu', seja de forma tenebrosa entre as 'areias do mar'.