segunda-feira, 12 de março de 2018

A PROFECIA DAS CINCO BESTAS

Uma das mais estranhas visões de Hildergard Von Bingen, descritas na Visão 11 do Scivias, dizem respeito a cinco bestas que, numa simbologia complexa, traduzem diversas épocas e reinados concatenados da história humana. Cada período teria a sua marca determinada e, na conformação de bestas, representavam épocas de grandes perigos e ferocidade extrema contra a Santa Igreja.


A primeira besta era representada por um cão de fogo. O fogo do racionalismo queimando as colunas da Igreja e calcinando os alicerces da fé, propagando as chamas do comunismo e dos ideais marxistas. Tempos de enormes dificuldades e perseguições para a Igreja Católica; tempos de implosão dos valores cristãos da partilha e da caridade em favor da proliferação de toda sorte de injustiças sociais e da submissão dos homens a ideologias nefastas.

A segunda besta é simbolizada por um leão amarelo, cor marcante do relativismo e do desprezo absoluto às coisas de Deus. É um leão que ruge os fundamentos de uma nova revolução materialista e antropocêntrica, que ignora e desdenha as ordenações celestes, que conspurca os desígnios divinos e fomenta a frouxidão e o relativismo moral nas suas criaturas. Eis os tempos da revolta humana contra Deus e de fomento voraz e doloso à proliferação da impiedade e da injustiça, visando objetivamente a ruína completa da civilização cristã.

A terceira besta é o cavalo de cor empalidecida. Tempos da palidez das virtudes, das palavras, das convicções, da fé e da moral. Não há força e nem vigor nas iniciativas, nas promessas, nos compromissos, nos propósitos, nos projetos de vida. Os homens são homens tíbios, mornos, inermes, negligentes. A palavra dada é dúbia, a ação tem os limites do improviso, a convicção se esvai como fumaça à primeira provação. É o reino do tédio, da preguiça, da submissão passiva ao imobilismo e às comodidades do sistema vigente, sem resistências, sem percalços e sem riscos.

O quarto animal é representado por um porco negro, símbolo do reinado absoluto dos pecados da carne, da impureza e do hedonismo. Uma era de escuridão em que os homens estariam mergulhados na busca desenfreada do prazer, da homossexualidade e da ideologia de gênero, na depravação do corpo humano como templo de Deus e então tornado mero instrumento de luxúria e fornicação. Tempos em que se buscam sedimentar na lama podre dos vícios e das impurezas da carne os conceitos de família, do matrimônio, da fidelidade e da autêntica vida cristã.

O quinto animal era um lobo cinzento. Nem preto e nem branco, cinzento. Tempos em que as coisas não são mais preto no branco. Um tempo cinzento, disforme, enganoso, distorcido. As coisas não são mais o que deveriam ser, não há mais clareza dos conceitos, não se tem mais certeza do bem e do mal. O que era bom pode ser mau e o mau histórico pode ter valores morais atualizados. Os tempos do lobo cinzento são aqueles em que tudo parece virado do avesso, indefinido, incerto, relativo ao extremo. Tempos em que os homens seriam enganados e manipulados pela astúcia de outros homens que não se revelariam como realmente são, mas por meio de perfis falsificados e mascarados, induzindo conflitos, lutas de etnias e de classes, caos econômico. Tempos do fim, que levariam ao fim de uma era e ao nascimento e ao reinado do Anticristo.