quinta-feira, 13 de agosto de 2015

ORÁCULO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO (II)

São Jerônimo: 

‘Durante a cele­bração de uma missa por uma alma sofredora, esta alma pode ser preservada de todo ou em parte da pena do fogo. Em cada missa que se celebra, diver­sas almas são livres do purgatório. Refleti ainda nis­to: a vossa caridade por estas almas será de muita vantagem para vós. Ó missa bendita, és útil há um tempo para os vivos e os mortos! No tempo e na eter­nidade!’ 

São Leonardo de Porto Maurício:

Permite que vos dirija uma súplica, e quero vos pedir de joelhos: tomai a firme resolução de ouvir ou de fazer cele­brar todas as missas que vossas ocupações e vossos recursos vos permitirem, não só pelos defuntos mas também por vossas almas. Dois motivos devem vos decidir: o primeiro motivo, alcançar uma boa mor­te. Ó, como será doce e tranquila a morte de quem empregou sua vida em ouvir o maior número de mis­sas que puder! O segundo motivo é alcançar para vós mesmos o imenso favor de roubar o céu até sem pas­sar pelo purgatório, ou abreviar muito o tempo de permanência naquelas chamas expiadoras'.

Beato João d’Ávila:

Ao chegar aos seus últimos instantes da vida, perguntaram-lhe o que mais deseja­ria depois da morte: — missas! missas! missas!

Santa Mônica:

Santa Monica estava às portas da eternidade. No leito de morte, disse ao filho querido, Agostinho, que lhe custara tantas lágrimas e que a havia en­chido de tantas consolações nos últimos dias: 'Meu filho, logo não tereis mãe. Quando eu não estiver mais neste mundo, rezai pela minha al­ma, não vos esqueçais daquela que tanto vos amou. No Sacrifício do Cordeiro sem mancha, recomendai minha alma a Deus'.

O Santo Doutor jamais se esqueceu da recomen­dação materna. Chorou muito quando morreu San­ta Mônica, mas suas lágrimas foram sempre acom­panhadas de muitas preces fervorosas e sufrágios. 'Deus de misericórdia', dizia ele, 'perdoai à minha mãe e não entreis em juízo com ela. Lembrai-vos de que antes de deixar este vale de lágrimas, não pediu para os seus restos mortais funerais pomposos, mas somente que vossos ministros se lembrassem dela no Altar do Divino Sacrifício'.

Bem aventurado Henrique Suzo:

Henrique fez um con­trato com um dos amigos muito íntimos: 'O que mor­resse primeiro, teria um certo número de missas que o outro sobrevivente se obrigaria a mandar celebrar o mais depressa possível'. O amigo do bem aventurado partiu primeiro para outra vida. Algum tempo depois, apareceu a Henrique Suzo, gemendo de dor e a se queixar: 'Ai! Já te esquecestes da promessa!'

'Não, meu amigo', respondeu Henrique, 'eu não cesso de rezar pela tua alma desde que morreste' — 'Ó, mas isto não me basta, não, não basta!' geme o defunto; 'falta-me, para apagar as chamas que me abrasam, falta-me o Sangue de Jesus Cristo! O Sangue de Jesus Cristo!' O bem aventurado compreendeu logo que falta­vam as missas.

No dia seguinte ao da aparição, foi logo à igreja pedir muitas missas pelo amigo defunto. Obteve diversas missas nesta intenção. O amigo lhe apareceu já glori­ficado, e agradeceu-lhe feliz: 'Meu querido amigo, mil vezes agradecido! Graças ao Sangue de Jesus Cristo Salvador, estou livre das chamas expiadoras. Subo ao céu e lá nunca te esquecerei!'

(Excertos da obra 'Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!' de Monsenhor Ascânio Brandão, 1948)