domingo, 7 de maio de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em Vós nós esperamos!(Sl 32)

Primeira Leitura (At 6,1-7) - Segunda Leitura (1Pd 2,4-9)  -  Evangelho (Jo 14,1-12)
 
 07/05/2023 - Quinto Domingo da Páscoa 

24. 'EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA'


Jesus inicia o Evangelho deste Quinto Domingo da Páscoa manifestando o poder de sua Divindade e da autêntica fé cristã: 'Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tendes fé em mim também' (Jo 14, 1). Sim, a medida do nosso amor é a confiança em Deus e nos desígnios da Providência Divina. Que nada além desta disposição interior, de colocar tudo nas mãos de Deus, seja o nosso conforto e consolação. Deus governa todas as coisas e sabe, muito além de nós mesmos, como nos levar a uma mais perfeita santificação. Ele nos cumula de bênçãos e graças, nos chama a cada nova situação, nos clama pela nossa confiança quando aparentemente nos abandona.

Em seguida, confia aos discípulos que eles são herdeiros do Reino dos Céus, a pátria eterna dos bem aventurados, os que colherão com fartura os frutos das sementes de amor e confiança plantadas no Coração do Pai: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós' (Jo 14, 2-3). Nos mistérios insondáveis de Deus, as moradas são muitas e desiguais, sem que os eleitos padeçam dessa desigualdade pois todos serão igualmente possuidores da Visão Beatífica e serão cumulados plenamente da glória que lhes bastam.

É o próprio Jesus que nos vai abrir as portas do Céu, com a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Ao romper as portas celestes, antes seladas pelos pecados dos homens, Jesus torna-se o rei de um reino que não é deste mundo e que tem as dimensões da eternidade. Um reino de muitas moradas, preparadas por Jesus para cada um de nós, filhos da esperança transformados em herdeiros das bem aventuranças celestes. E, assim, por meio de Jesus, chegaremos ao Pai, a morada eterna: 'Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim' (Jo 14,11).

Jesus vai ratificar esta premissa essencial da fé cristã com clareza divina: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim' (Jo 14, 6). Não há outro caminho possível, não há opções de rumo, nem atalhos, nem passagens ocultas. Por isso Jesus é tão explícito ao unir, no anúncio pleno de sua divindade, os termos Caminho, Verdade e Vida. Só existe um Caminho de Verdade para a Vida Plena dos herdeiros dos Céus: seguir Jesus com confiança extremada e jubilosos na fé que abraçamos, e que nada nem ninguém nos perturbe o coração nesta caminhada de salvação para as eternas moradas de Deus.

sábado, 6 de maio de 2023

TESOURO DE EXEMPLOS (220/222)

  

220. A RECOMPENSA DO MUNDO

A rainha Isabel da Inglaterra, de triste memória, tinha entre os nobres de sua corte um extraordinário bailarino, chamado Tomás Pando. Quando bailava, todos gritavam com delírio: 'Outra vez! Bis, bis!' E ele continuava bailando. Mas um dia estava tão cansado que suas pernas não lhe permitiam nenhum esforço a mais. 

Mas a fanática rainha gritou: 'Outra vez! Outra vez!'. E Tomás, para fazer-lhe a vontade, bailou, nas últimas voltas, porém, teve vertigem e caiu ao solo. Puseram-se todos a rir, e a rainha gritou: 'Levanta-te boi!' O pobre bailarino ouviu o insulto, mordeu os lábios e levantou-se. No dia seguinte desapareceu da corte. Fugiu para os montes e nunca mais foi visto bailar.

Assim são as recompensas do mundo. Aos aplausos, louvores e sorrisos sucedem quase sempre o abandono, o desprezo e o insulto amargo: 'Levanta-te, boi!'

221. A ORAÇÃO NAS TENTAÇÕES

Em Roma foi metida no cárcere Daria, a santa esposa de Crisanto, por ser cristã e haver convertido inúmeras mulheres da idolatria à verdadeira religião. Empregaram contra ela os mais dolorosos tormentos; puseram em prática todas as astúcias infernais para arrebatar-lhe a virtude, mas tudo em vão.

Levaram-na, finalmente, a um lugar infame; mas Daria, levantando as mãos e os olhos aos céus, pôs-se a orar. Nem bem começara a rezar e eis que aparece, ao lado dela, um majestoso leão disposto a despedaçar a quem quer que se atrevesse a molestá-la (Leonis tutela contumedia divinitus defenditur). Nossa alma está rodeada de terríveis inimigos, como estava a de Santa Daria. Qual será a nossa defesa? A oração. Sem ela não há salvação.

22. SÃO E SALVO NO MEIO DOS LEÕES

O rei Dario proibira severamente toda e qualquer oração. Ora, numa casa com a janela aberta, viu-se um homem orando de joelhos e com o rosto voltado para Jerusalém, a cidade santa. Quem orava era Daniel, o grande ministro do rei.

Espiaram-no muito os inimigos e viram que três vezes ao dia (de manhã, ao meio-dia e à noite), naquela humilde atitude, ele fazia a sua recolhida oração. Foi denunciado e condenado a morrer despedaçado pelos leões. Meteram-no na cova dessas feras e fecharam a abertura da mesma com uma grande pedra marcada com o selo real.

Ao amanhecer Dario, que não pregara os olhos, correu à cova e encontrou Daniel ileso e sorridente. O homem que ora em nome de Jesus será sempre vitorioso. Nem o mundo, nem o leão mais feroz (o demônio) poderão causar-lhe algum dano.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

sexta-feira, 5 de maio de 2023

OS GRANDES SINAIS PRECURSORES DO JUÍZO FINAL (II)

 

Statim autem, post tribulatimem dierum illorum, sol obscurabitur, et luna non dabit lumen suum

'Logo após esses dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas' (Mt 24, 29)

Segunda Parte

O que você pensaria se, como poderia facilmente ser o caso, o Anticristo nascesse agora para que pudéssemos viver em seu tempo? Pois ninguém sabe quando chegará esse tempo, pois Deus reservou o conhecimento dele somente para si. Em todo caso, imaginemos que o homem cruel já está realmente no mundo, e que ouvimos e vimos tudo o que foi dito sobre ele; o que deveríamos fazer? Devemos ousar renunciar a Cristo e ficar do lado desse monstro? Deveríamos nos deixar marcar com aquele sinal odioso: 'Nego a Cristo'? O quê - diriam cada um de vocês - negar a Cristo? E ficar ao lado dos demônios? Deus me livre de pensar em tal coisa! 

Eu preferiria morrer mil mortes a ser infiel ao meu Salvador e Deus ou abjurar sua fé na qual somente a salvação pode ser encontrada! Eu riria dos pretensos milagres, e desprezaria os prazeres oferecidos pela carne, as honras e as riquezas; resistiria heroicamente à tortura, por mais terrível que fosse, com a assistência divina; tudo isso eu faria prontamente para não perder minha única alma imortal e as alegrias eternas do céu. Ó quão verdadeiramente bela e cristã seria tal resolução! E tal deve ser a determinação de cada um de nós mesmos em circunstâncias tão terríveis.

Mas, infelizmente, como somos pobres mortais em todas as nossas resoluções e promessas! Deus de bondade, levai-me para fora deste mundo antes que esses tempos terríveis aconteçam! O que realmente seria de nós? É fácil dizer que pisaríamos nas riquezas, honras e prazeres oferecidos agora, enquanto vivemos em paz e sossego e temos todas as oportunidades de considerar devidamente o assunto, embora a menor tentação é muitas vezes suficiente para nos fazer transgredir da maneira mais vergonhosa e renunciar à amizade de Deus, que é tão digno de nosso amor. Como então podemos ousar dizer que seremos fortes o suficiente para resistir aos ataques de tal monstro? Mesmo agora, embora estejamos um pouco humilhados, o sopro do louvor humano e a esperança de honra ou uma posição elevada são capazes de cegar tanto os olhos de nossa mente que, contrariando a lei de Cristo, nos tornamos cheios de orgulho imundo e o mostramos em nosso vestuário e comportamento externo. Como poderíamos então ser fiéis à humildade de Nosso Salvador, se fôssemos exaltados por todo o mundo? 

Mesmo agora, embora aprendamos com a experiência diária a natureza transitória das coisas terrenas, e quão cedo e facilmente podemos perdê-las, às vezes somos tão assaltados pela paixão da avareza que vendemos nossas almas e nossa salvação por uma moeda miserável; tentamos lucrar com as calamidades públicas e, quando a nossa consciência ou o pensamento de perder nossas almas nos incomoda, despachamos tais pensamentos dizendo a nós mesmos: não importa como o dinheiro é ganho, contanto que eu consiga ganhá-lo! Como então poderíamos esperar poder pisar as riquezas se elas nos fossem oferecidas em abundância? Mesmo agora, quando temos tantas ocasiões de lamentar e deplorar nossa fraqueza, com a lei cristã pintando para nós a abominação e a deformidade do amor impuro e do prazer carnal, nós nos deixamos enfeitiçar e ser enganados por um olhar, um sorriso, uma palavra ou uma carícia, que nos esquecemos de nosso Deus, cedemos à nossa luxúria e sacrificamos imprudentemente nossa modéstia, pureza, honra e fidelidade. O que iríamos fazer se tais prazeres nos fossem apresentados como lícitos e louváveis? Ó que Deus conceda que um tempo tão terrível nunca aconteça para nós! 

É fácil dizer que devemos rir da hipocrisia, da falsa doutrina e dos falsos milagres. Mesmo agora, enquanto temos à mão inúmeras oportunidades de fazer o bem, acolhidos e zelosos no serviço a Deus por tantas devoções públicas, tendo em nosso poder frequentar os sacramentos quase diariamente para purificar nossas almas do pecado e nos alimentarmos com o corpo e o sangue de Jesus Cristo; tendo nossa ignorância iluminada por tantos sermões que nos encorajam ao bem, nos alertam contra o mal, nos exortam a evitar as ocasiões de pecado, os maus costumes e os prazeres do mundo; com tudo isso ainda permanecemos tão mornos e frios no serviço divino, tão obstinados nos hábitos que uma vez adquirimos que, às vezes, até atribuímos pouco crédito à palavra de Deus ou não acreditamos mais nela do que aquilo que convém às nossas fantasias. 

O que o mundo corrupto prega, o que aprendemos com os escândalos dos outros, o que os ociosos nos dizem; tudo isso deve ser sempre admitido como verdadeiro, válido e lícito; a tudo isso devem ceder as doutrinas e o ensinamento infalível do santo Evangelho, juntamente com os ensinamentos dos Padres e Doutores da Igreja. Se vemos alguém que aparenta ter uma conduta piedosa, agindo em conformidade com os costumes do mundo, dizemos logo: então não há mal nenhum nisso, já que tal pessoa o faz! Se aqui e ali ouvimos um confessor que tende a ser liberal em certos assuntos que nos incomoda impor restrições, aderimos às suas ideias como se ele fosse tão infalível quanto o próprio Evangelho, enquanto confrontamos e ridicularizamos todos os que têm nisso opinião contrária. Então, repito, se é assim que agimos em plena luz do dia, o que faremos quando o uso dos sacramentos for abolido, as devoções públicas impedidas, os sermões e instruções proibidos e, em meio à corrupção e à perversão gerais, uma nova lei for promulgada para louvar e incentivar a nossa sensualidade e orgulho, confirmada por milagres e apoiada por uma falsa aparência de piedade e pela aprovação de todo o mundo? Oh, não, repito, que Deus não permita que tenhamos de viver em tempos tão difíceis, pois sabemos que seríamos demasiado frouxos para tanta provação.

É fácil falar em resistir aos tormentos e enfrentar o martírio! Ah como se pudessem entregar os corpos às lâminas, espadas, maças de chumbo ou ganchos de ferro, para serem rasgados e esfolados, os que agora são tão frágeis e vulneráveis que são incapazes de suportar a picada de uma agulha, os que acham um dia de jejum intolerável e são absolutamente incapazes de ficar de pé ou ajoelhados por uma hora na igreja ou de se levantar de manhã cedo por causa do frio! Como deixariam ser queimados e assados vivos os que, deitados em camas um pouco mais incômodas, não conseguem dormir de impaciência? Como poderiam rir de tormentos para os quais todas as cruzes são terríveis, os que suspiram e gemem ao menor julgamento e deixam dar vazão aos sentimentos por meio de juramentos e maldições diante o mais insignificante aborrecimento, expressando sua insatisfação também com a renúncia à prática da oração e devoção e à frequência aos sacramentos? 

Oh não! Deus de bondade! Não queremos um anticristo para provar nossa virtude, nossa fé, esperança e caridade, submetendo-nos à tortura! Já temos tribulações diárias suficientes: mais do que desejamos, para provar nossa virtude! Oxalá pudéssemos suportá-los com paciência e resignação por amor a Vós e para ganhar o Céu! A cada hora do dia temos abundante oportunidade de mortificar nossos olhos, ouvidos, língua, sensualidade e más inclinações; mas fazê-lo muitas vezes é para nós um amargo martírio que, sem nenhum tirano para nos obrigar, nos faz esquecer a obediência que devemos à vossa Santa Lei. Um leve desgosto, uma palavra de contradição, um olhar irritado às vezes é suficiente para perturbar nossa chamada virtude e transformá-la em impaciência, ódio e raiva. O que seria então de nós em meio a uma tão grande perseguição, que muitos, mesmo os mais santos e inocentes, não suportarão?

Finalmente, é fácil dizer que deveríamos preferir morrer mil mortes a negar a Cristo e tomar o partido do seu mortal inimigo! A maioria dos homens, entretanto, já se encontra do lado do Anticristo contra Jesus, nosso Salvador. Ouça o que São João diz em sua primeira epístola: 'todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e que já está agora no mundo'¹⁸. 'Não pessoalmente' - como diz Cornelius à Lapide - 'mas em espírito; isto é, em seus precursores'¹⁹. Se vocês examinarem o assunto, meus queridos irmãos, vocês encontrarão não um, mas muitos anticristos. Não são anticristos aqueles pais que permitem a seus filhos toda licenciosidade, os levam à vaidade e ao orgulho imundo do mundo, à ociosidade e os afastam do zeloso amor de Deus e da verdadeira devoção? Não é um anticristo aquele que, contrário à lei de Deus, nutre vingança contra o próximo e frequenta os perigos e ocasiões de pecado? Não é um anticristo quem tenta desviar uma donzela do caminho da virtude com presentes e dinheiro? Não é o Anticristo aquela mulher que, por despudor no vestir e nas maneiras dissolutas, leva os outros ao pecado? Não é um anticristo aquele que causa escândalo com conversas pecaminosas e maus exemplos? Todos estes - diz Santo Agostinho - são anticristos e servos do diabo: todo aquele, não importa quem seja, padre ou leigo, que vive contra a justiça e as exigências de seu estado é um anticristo e um ministro de Satanás²⁰. 

O que vale mais: não negar a Cristo com os lábios ou não condenar uma fé tíbia que o nega pelas suas obras e que te conduz à perdição pelos seus pecados mortais? De que servirá a vossa fé, senão para uma vossa maior condenação? Que mais fazeis quando vos deixais seduzir pelos anticristos entre os quais viveis, mas renunciais a Cristo no mundo? Qual é o falso juramento que fizestes, senão renunciar a Deus por causa de um ganho temporal insignificante? Quando vos entregais a pensamentos e desejos impuros, que outra coisa fazeis senão gravar no vosso coração as palavras: 'Nego a Cristo'? Quando pecais por atos impuros, não trazeis esse mesmo sinal na vossa mão? Numa palavra, cada pecado mortal que cometeis em pensamento, palavra ou ação, nada mais é do que uma declaração de que, embora não abjureis a vossa fé em Cristo, recusais o amor e a obediência que lhe são devidos e recusais isso em nome de alguma riqueza, honra ou prazer que o espírito do Anticristo infernal vos oferece. E, desgraçadamente, quantos pecados mortais não são cometidos diariamente no mundo!

Cristãos! Que grande responsabilidade tende vós! Ah, pobres almas infelizes que viverão nos tempos do Anticristo, como sereis dignos de pena! Mas se vós, quase forçados como sereis a abandonar Deus por graves perseguições, tentações, tormentos, mentiras e pretensos milagres, fordes, no entanto, condenados por uma sentença muito justa a tormentos eternos, que desculpa teremos nós? Que inferno nos espera, aqueles que tão facilmente podemos desfrutar da liberdade de filhos de Deus e que, no entanto, nos deixamos desviar, afastamos de Deus e aceitamos ser atraídos para o rol do demônio para viver como anticristos, ou seja, inimigos declarados de Jesus Cristo?

Almas inocentes que desde então têm permanecido fieis ao vosso Senhor, fujam, fujam com toda a diligência possível daqueles que tentariam, de qualquer forma, levar-vos a fazer qualquer coisa contrária à lei de Deus! Sede firmes em todas as tentações e ocasiões de pecado! Pensai e dizei com coragem contra o Anticristo e os seus seguidores: 'Fora! Eu amo Jesus!' Este sinal estará no meu coração, nos meus olhos e nas minhas mãos. 'Eu amo Jesus Cristo!' Só a Ele servirei fielmente; a sua amizade não venderei por quaisquer bens, honras ou prazeres mundanos. Amo Jesus Cristo e amá-lo-ei enquanto tiver vida. Renuncio para sempre a tudo o que se opõe a Ele. E Vós, Deus Todo-Poderoso, concedei-nos a vossa graça poderosa para que possamos antecipar os tempos terríveis do Anticristo por meio de um verdadeiro arrependimento de todos os nossos pecados e fuga de todos os males que sustentarão o seu reino de orgulho e perversidade! Concedei-nos que vos sirvamos com mais zelo, com mais paciência nas adversidades, com um amor mais fervoroso por Vós, nosso Deus e Salvador, nas nossas atividades públicas, nas nossas ações exteriores, no nosso comportamento, para que nada nos possa ligar ao Anticristo e aos seus seguidores, mas que tudo isso nos ajude a perseverar na vossa fé e no vosso amor até à morte. Amém.

18. Omnis spiritus qui solvit Jesum, ex Deo non est; et hic est antichristus, de quo audistis quoniam venit, et nunc jam in mundo est (1Jo 4,3).
19. Non in persona, sed in spiritu, scilicet in suis praecursoribus.
20. Quicunqne contra justitiam vivit, etc., Antichristus est, minister Satanae (S. Agostinho c. 9. Tract de Antichristo).

(Excertos da obra 'Sermons on the Four Last Things' - Sermon 26, do Rev. Francis Hunolt /1694 -1746/, tradução do autor do blog)

quinta-feira, 4 de maio de 2023

BREVIÁRIO DIGITAL - LEGENDA ÁUREA (VI)

São Basílio estava prestes a morrer, prostrado pela doença que o consumia. Mandou chamar então um judeu chamado José, médico consumado de quem o homem de Deus gostava muito e pretendia converter. José tomou o pulso de Basílio, viu que ele estava à beira da morte e pediu aos serviçais: 'Preparem tudo que for necessário para seu sepultamento, porque ele está prestes a expirar'. Ao ouvir aquilo, Basílio disse-lhe: 'Você não sabe o que fala'. José replicou: ''Acredite, meu senhor, quando o sol morrer hoje, você morrerá também'. Basílio replicou: 'O que você dirá, se eu não morrer hoje?' José respondeu: 'Isso não é possível, senhor'. Basílio insistiu: 'E se eu ainda estiver vivo amanhã na sexta hora, o que você diria?' José respondeu: 'Se você sobreviver até essa hora, eu mesmo morrerei'. Então Basílio lhe disse: 'Pois bem, morra para o pecado a fim de viver para Cristo', ao que José respondeu: 'Entendo o que quer dizer; caso você viva até essa hora, farei aquilo a que me exorta'. 

Então o bem aventurado Basílio, que segundo as leis naturais devia morrer logo, obteve do Senhor um adiamento da morte e viveu até a nona hora do dia seguinte. Vendo aquilo, José ficou estupefato e converteu-se a Cristo. Basílio, com a força da alma superando a fraqueza do corpo, levantou-se da cama, foi à igreja e batizou José. Depois disso, retornou ao seu leito e imediatamente rendeu a alma a Deus. Ele viveu por volta do ano 370 do Senhor. 

(Excertos da obra 'Legenda Áurea - Vidas de Santos, de Jacopo de Varazze)

Legenda Áurea constitui meramente um livro de devoção católica, acessível às pessoas comuns de todas as épocas, sem nenhum propósito de abordagem biográfica da vida dos santos sob o escopo da veracidade ou da confiabilidade histórica. Trata-se, portanto, de uma coletânea de fatos ficcionais e inverídicos (lendários) que, uma vez associados às virtudes heroicas específicas dos diferentes santos da Igreja, tinha por objetivo incrementar a devoção católica do leitor pelos santos para a sua própria santificação pessoal. Alguns deles serão publicados no blog. A excelência dos objetivos e resultados alcançados pela obra pode ser aferida pelo enorme sucesso das muitas e diversas versões e traduções realizadas desde a sua publicação original no século XIII.  

terça-feira, 2 de maio de 2023

OS GRANDES SINAIS PRECURSORES DO JUÍZO FINAL (I)


Statim autem, post tribulatimem dierum illorum, sol obscurabitur, et luna non dabit lumen suum

'Logo após esses dias de tribulação, o sol escurecerá, a lua não terá claridade, cairão do céu as estrelas e as potências dos céus serão abaladas' (Mt 24, 29)

Introdução

Terríveis são os sinais precursores do dia do Juízo Final, o último dia do mundo. Haverá muitos destes sinais e alguns surgirão muito tempo antes, enquanto outros somente serão manifestos nos tempos imediatos da catástrofe final. Do primeiro tipo, estão aqueles que já conhecemos e experimentamos, como a destruição da nação judaica: um povo agora sem fé, reinado ou comunidade; a conversão dos pagãos à verdadeira religião, que já foi pregada e propagada em todas as partes do globo; a perseguição da Igreja por tantos hereges que atuaram como precursores do Anticristo; além destes, vimos guerras, fomes, pestilências, terremotos, o aumento da maldade e do pecado, homens esfriando no amor de Deus, a falta de reverência a Deus nas igrejas e nos sacerdotes e superiores espirituais e ainda a queda do império romano, como faz menção o apóstolo São Paulo, de acordo com Tertuliano, São Jerônimo e São Cirilo. 

Todos esses são sinais da aproximação do fim do mundo e do terrível dia do julgamento. São João escreve em sua primeira epístola: 'Filhinhos, esta é a última hora'¹. Eles são, como nos falam Santo Ambrósio e São Crisóstomo, a doença da terra que precederá a sua morte: 'porque estamos nos momentos de morte do mundo e certas doenças do mundo devem vir antes². Uma doença do mundo é a fome, uma doença do mundo é uma praga, uma doença do mundo é guerra e perseguição; por essas coisas, Deus nos lembra que está se aproximando o fim, para que não nos apeguemos muito a nada desse mundo. Outros sinais da vinda do último dia, além da queda do império romano, são o advento do Anticristo e os terríveis presságios no sol, na lua e nas estrelas, e a angústia de todas as nações da terra, sobre as quais lemos no Evangelho de hoje. Esta última classe de sinais tratarei como tema, meus queridos irmãos, hoje e durante o Advento e tentarei, com a ajuda de Deus, deduzir deles alguma doutrina moral para o nosso proveito. Começo hoje com a vinda e a tirania do Anticristo. 

Plano do Discurso

Quem será o Anticristo e o que ele virá a fazer no mundo? Isso explicarei nesta primeira parte. Quais devem ser os nossos pensamentos sobre isso? Esta será a lição de moral da segunda parte. Dá-nos a tua luz e graça, futuro Juiz dos vivos e dos mortos, Cristo Jesus; isto vos pedimos pelos méritos da Vossa Mãe Maria e pelas orações de nossos santos anjos da guarda.

Primeira Parte

Quem é então o Anticristo? De que natureza ele deve ser? Na Escritura, o Espírito Santo nunca lhe dá um nome próprio porque, como diz Santo Irineu, Ele não quis mencionar o nome de um homem tão mau; portanto, Ele o chama apenas de Anticristo, ou seja, aquele que se opõe a Cristo em tudo. O profeta Daniel o chama de 'animal medonho, pavoroso e de uma força excepcional'³. São Paulo o chama de homem do pecado, todo vício e maldade: 'homem do pecado, filho da perdição'⁴. Em todo caso, ele será um homem da mesma natureza que nós, criado por Deus para o mesmo fim e com graças e os meios suficientes para salvar sua alma, se ele o quisesse. De acordo com a opinião de Santo Agostinho e São João Damasceno, esse homem perverso deve ser fruto de relações sexuais adúlteras e, como diz São Jerônimo e São Gregório, nascerá da tribo judaica de Dan na Babilônia e será criado secretamente por feiticeiros e bruxas. É fácil imaginar o tipo de treinamento que ele provavelmente receberá desse tipo de mestres.

Quando tornar-se um homem, esconderá sua maldade e astúcia sob uma máscara de hipocrisia e aparente santidade; será muito zeloso pela lei de Moisés e fingirá desprezar todas as coisas terrenas, ser inimigo da idolatria e devoto das Sagradas Escrituras. Embora vá chafurdar em todos os tipos de impureza, externamente condenará o adultério e o condenará como o maior dos crimes e será muito caridoso para com os pobres; em uma palavra, ele terá uma tal aparência de virtude que muitas nações desejarão tê-lo como seu rei. Acima de tudo, diz Santo Antônio, ele tentará persuadir o povo de que tudo o que os profetas disseram sobre o Messias deverão se cumprir em sua pessoa. Assim, ele atrairá para si os judeus em grande número, e eles logo o olharão e o adorarão como o tão esperado Messias, quando perceberem que ele se opõe a Cristo e à lei cristã, em defesa da lei judaica e suas cerimônias, bem como poderão lucrar muito com ele no poder.

Uma vez elevado a uma posição destacada no mundo e tendo assegurado um grande número de seguidores, então esta serpente perversa começará a cuspir o seu veneno e a espalhar a sua autoridade sobre o mundo por meio de astúcia, promessas e força das armas. Além de turcos, pagãos e judeus, ele atrairá para o seu lado, sob a sua autoridade, um número incontável de cristãos, atraídos pelas promessas de riquezas, honras, dignidades e prazeres sensuais que colocará à disposição de todos os seus seguidores, como diz o profeta Daniel: 'ele lhes conferirá autoridade sobre numerosos vassalos e lhes distribuirá terras em recompensa'⁵. E, além dos imensos recursos dos países conquistados, terá a ajuda do diabo que, por permissão divina, descobrirá para ele minas de ouro e prata, e tesouros escondidos no mar: 'E ele terá poder sobre os tesouros de ouro e de prata e todas as coisas preciosas'⁶. Que isca atraente será para atrair os filhos vaidosos, ambiciosos e gananciosos do mundo, já tão dispostos a se agarrar a essas coisas! Como eles poderão resistir a esta sedutora e poderosa tentação?

Mas quando o Anticristo encontrar almas virtuosas que não se deixarão desviar do amor de Deus por promessas, lisonjas, carícias, dinheiro, honras ou prazeres, então usará contra elas outra arma terrível, na forma de torturas que o tirano mais cruel nunca sequer pensou: 'haverá então uma grande tribulação' -  diz Nosso Senhor no Evangelho - 'como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá'⁷. De modo que mesmo muitos servos justos e piedosos de Deus cederão sob a pressão das torturas e negarão o seu Deus. 'E foi-lhe dado' - diz São João no Apocalipse, falando da terrível besta, com a qual ele quis dizer o Anticristo - 'fazer guerra aos santos e vencê-los. E foi-lhe dado poder sobre toda tribo, povo, língua e nação'⁸. Isso para que ele vença até os santos, alguns segundo o corpo pelo martírio, torturando-os e matando-os; e outros, o que é muito mais deplorável, de acordo com a alma, forçando-os com tormentos cruéis a negar Jesus Cristo e sua fé. Não haverá escolha simples entre suportar torturas intoleráveis ​​e abandonar a verdadeira religião ou morrer de fome e penúria em cavernas e desertos.

Tudo o que poderia encorajar um cristão piedoso e consolá-lo em tal tribulação será então removido; pois esta besta cruel em seu orgulho ousado se estabelecerá como o verdadeiro Deus e reivindicará ser adorado e ter igrejas construídas em sua honra. 'E o rei fará conforme a sua vontade' - diz o Profeta Daniel - 'ele será exaltado e se engrandecerá acima de qualquer deus'⁹. Todos os templos consagrados a Nosso Senhor serão demolidos e profanados, as imagens sagradas serão destruídas e os livros sagrados queimados; todos os pregadores e sacerdotes serão eliminados e o uso dos santos sacramentos e a celebração da missa serão totalmente abolidos: 'Tropas sob sua ordem virão profanar o santuário, a fortaleza; farão cessar o holocausto perpétuo e instalarão a abominação da desolação'¹⁰.

Essas são as palavras do Profeta Daniel. Assim, por cerca de quatro anos, durante a duração do reinado do Anticristo, a celebração pública do santo sacrifício não será tolerada em nenhum lugar do mundo; nem a visão de um único crucifixo haverá para que alguém possa se consolar em suas tristezas. Ele dará aos seus seguidores um sinal, que deverão usar na testa ou na mão direita e qualquer homem sem este sinal não poderá comprar ou vender coisa alguma ou fazer qualquer negócio; este sinal será dado pelas palavras blasfemas: Nego Jesum – 'Nego Jesus'. Ó verdadeiramente merecedores de compaixão serão os cristãos que viverão nesses tempos difíceis! O que será deles? E quão claramente verão as palavras de Nosso Senhor realizadas: 'Muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos'¹¹. 

E este será o caso especialmente quando o Anticristo recorrer ao terceiro e mais poderoso meio que ele deve utilizar para confirmar a sua falsa doutrina; pois, como São João testifica dele, ele deve, por meio de bruxaria e feitiçaria, realizar incontáveis ​​milagres e coisas portentosas: 'Realizou grandes prodígios, de modo que até fez descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens e seduziu os habitantes da terra com os prodígios que lhe era dado fazer'¹². E não apenas ele, mas também seus servos e seguidores terão o poder de operar esses falsos milagres. Nosso Senhor já nos avisou sobre isso, conforme lemos no Evangelho: 'Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios'¹³. Quantas almas serão perdidas quando este grande e terrível monarca, tão poderoso aos olhos do mundo, na presença dos cristãos - como diz Santo Hipólito - purificar os leprosos, curar os paralíticos, libertar os possuídos pelo demônio e até mesmo aparentemente ressuscitar os mortos para a vida, com todos estes curados o adorando como o verdadeiro Deus! 

Como será quando ele ordenar que o sol fique parado nos céus e isso acontecer sob o seu comando? Quando ele invocar grandes tempestades do mar e as acalmar em seguida? Quando - como diz Lactantius - ele fizer crianças de tenra idade, animais e até mesmo imagens sem vida gritarem que tudo o que Jesus Cristo ensinou é falso, que Ele não é o Filho de Deus, mas um traidor que está condenado para sempre? Quando ele invocar fogo do céu para consumir aqueles que o confrontam, como o profeta Elias fez nos tempos antigos; quando queimar sacrifícios em sua honra ou dar a seus discípulos línguas de fogo, para que possam falar todas as línguas, tal como os apóstolos quando receberam o Espírito Santo na forma de línguas de fogo? Como será quando - de acordo com o testemunho de Alberto, o Grande - ele aparentar morrer para voltar à vida após três dias e depois ser levado pelos demônios para o céu? Como será quando legiões desses demônios disfarçados de anjos de luz o assistirem e servirem, de forma visível, e cantarem hinos de louvor em sua honra, como se ele fosse o verdadeiro Deus e o prometido Salvador do mundo? 

'Alas!' [expressão latina de pesar, algo como 'Ai de mim!'] - exclama São Gregório - imaginando como devem ser aqueles tempos terríveis, 'quão severa provação será para a mente humana!'¹⁴. E de fato será tão grande que, se possível, os eleitos seriam enganados por ele, como nos diz Nosso Senhor: 'A ponto de enganar (se possível) até os eleitos'¹⁵. Assim o Anticristo vai atrair para o seu lado quase todo o mundo: os ímpios e os ávidos por riquezas, honras e prazeres; os piedosos e tementes a Deus pelos tormentos intoleráveis ​​que lhes serão infligidos; os simples e incautos pelos maravilhosos sinais e prodígios que realizará. 'Se aqueles dias não fossem abreviados, criatura alguma escaparia'¹⁶. 

Seu reinado durará três anos e meio, após os quais este homem cruel se elevará no ar, no Monte das Oliveiras em direção ao céu e então, como dizem alguns, Nosso Senhor o atingirá com um raio ou, como outros sustentam, ordenará que seja arremessado à terra e o seu corpo e a sua alma atirados então para o abismo do inferno: 'Então, o tal ímpio se manifestará. Mas o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o ani­quilará com o resplendor da sua vinda'¹⁷. Aí está, meus queridos irmãos, uma breve descrição do Anticristo como anúncio e precursor do último dia terrível do julgamento, de acordo com os profetas, apóstolos das Sagradas Escrituras e com os santos Padres e a Tradição da Igreja. O que você acha disso? Que lição devemos tirar de tudo isso para o bem de nossas almas? Isso é o que veremos na Segunda Parte.

1. Filioli, novissima hora est (1Jo 2, 18).
2. Quia in saeculi sumus, praecedunt quaedam aegritudines mundi (S. Ambr. L. 10, cf  Lc 17).
3. Bestia terribilis, atque mirabilis, et fortis nimis (Dn 7,7)
4. Homo peccati, filius perditionis. (2Ts 2,3).
5. Multiplicabit gloriam, et dabit eis potestatem in multis, et terram dividet gratuito (Dn 11,39).
6. Et dominabitur thesaurorom auri et argenti, et in omnibus pretiosis (Dn 11, 43).
7. Erit enim tunc tribulatio magna, qualis non fuit ab Initio mundi, usque modo, neque fiet (Mt 24, 21).
8. Et est datum illi bellum facere cum sanctis, et vincere eos; et data est illi potestas in omnem tribum, et populum, et linguam, et gentem (Ap 13,7).
9. Et faciet juxta voluntatem suam rex; et elevabitur et magnificabitur adversus omnem deum (Dn 11, 36).
10. Et brachia ex eo stabunt, et polluent sanctuarium fortitudinis; et auferent juge sacrificium, et dabunt abominationem in desolationem (Dn 11, 31)
11. Multi sunt vocati, pauci vero electi (Mt 20, 16).
12. Et fecit signa magna, ut etiam ignem faceret de caelo descendere in terram in conspectu hominum. Et seduxit habitantes in terra, propter signa, quae data sunt illi facere (Ap 13, 13-14).
13. Surgent enim pseudo Christi, et pseudoprophetae, et dabunt signa magna, et prodigia (Mt 24, 24).
14. Quae erithumanae mentis illia tentatio! (S. Greg. L. 32. Moral. c. 13).
15. Ita ut in errorem inducantur (si fieri potest) etiam electi (Mt 24, 24).
16. Et nisi breviati fuissent dies illi, non fieret salva omnis caro (Mt 24, 22).
17. Et tunc revelabitur ille iniquus, quem Dominus Jesus interficiet spiritu oris sui (2Ts 2,8).

(Excertos da obra 'Sermons on the Four Last Things' - Sermon 26, do Rev. Francis Hunolt /1694 -1746/, tradução do autor do blog)

segunda-feira, 1 de maio de 2023

01 DE MAIO - SÃO JOSÉ OPERÁRIO


São José, São José carpinteiro,
dai-me o cinzel do entalhador
para que eu molde almas, muitas almas,
com a sagrada face do Senhor...


São José, modelo de virtudes,
imprimi em mim virtuoso labor
para que eu seja luz, luz que alumie,
os santos caminhos do Senhor...


São José, homem de oração,
dai-me a graça da vida interior
para que eu leve ovelhas, muitas ovelhas,
 ao rebanho do Bom Pastor...
  

São José, São José missionário,
guiai-me no apostolado do amor
pelos homens, para que muitos se salvem,
 na infinita misericórdia do Senhor...



 São José, esposo de Maria,
ungi-me a fronte com especial fervor
de levar as almas, todas as almas,
às fontes da graça do Senhor...


São José, São José camponês,
dai-me o arado e fazei-me semeador
que eu possa dar frutos, muitos frutos,
nas vinhas gloriosas do Senhor...


São José, homem justo na fé,
fazei de mim esteio consolador
de todos que sofrem, dos que padecem,
crucificados como o Senhor...



São José, São José operário,
fazei de mim um santo trabalhador
que eu seja obra de muitos nomes
nas moradas eternas do Senhor...

('Poema a São José', de Arcos de Pilares)

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