(diante
de uma fotografia terrível das atrocidades da guerra, de uma criança
voltando à antiga casa, destruída pelos bombardeios)
Viste,
filho, o rosto crispado daquela criança em meio ao escarcéu de
soldados e blindados, ante a visão messiânica do retorno ao velho portão de sua
casa? Voltar ao refúgio que um dia foi a sua morada luminosa, o berço de sua
infância despreocupada, a casa de manhãs de sol e pés no chão? Como voltar ao
portal destas lembranças, se dela foram arrancados todos os sonhos e as momices
da infância querida pela crueldade dos homens e o absurdo das guerras? Ela tem
por cenário agora as ruínas de sua aldeia natal e sob os pés as minas e a
dignidade de um povo. Reza, filho, por esta criança e por muitas outras mais,
para que não busquem consolos nas estradas do mundo – porque sedimentarão
apenas os instintos da vingança inútil – mas que, no esterco dos corações
incensados de balas e granadas, floresça uma legião de almas incendidas dos
caminhos do céu – herdeiros da nova raça e da nação santa dos Filhos da
Luz.