sexta-feira, 7 de março de 2014

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque  durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O PENSAMENTO VIVO DE BERNANOS (I)

Nossa Igreja é a Igreja dos santos. Quem dela se aproxima com desconfiança julga ver apenas portas fechados, barreiras e guichês, uma espécie de gendarmeria espiritual. Mas nossa Igreja é a Igreja dos Santos. Para ser santo, que bispo não daria seu anel, sua mitra, seu báculo; que cardeal não daria sua púrpura; que pontífice não daria sua veste branca, seus camareiros, sua guarda suíça e todo o seu aparato temporal? Quem não gostaria de ter a força para correr esta admirável aventura? Porque a santidade é uma aventura; é, na realidade, a única aventura... Deus não fez a Igreja para a prosperidade dos santos, mas que ela transmitisse a sua memória, para que não fosse perdida, com o divino milagre, uma torrente de honra e poesia... A quem confiaria a guarda desse seu rebanho de anjos? A história apenas, com seu método sumário, seu realismo estreito e duro, tê-los-ia quebrado. Nossa tradição católica os carrega sem feri-los, no seu ritmo universal... Eles viveram, eles sofreram como nós, eles foram tentados como nós. Carregaram um fardo bem pesado e mais de um... Toda essa construção de força, sabedoria, de flexível disciplina, de magnificência e de majestade, não é nada em si mesma se não estiver animada pela caridade' 

FOTO DA SEMANA

(Praça do Vaticano - Canonização do Papa Pio X - 03/09/1954)

quarta-feira, 5 de março de 2014

QUARTA DE CINZAS


Memento, homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris

'Lembra-te, homem, que és pó e ao pó retornarás!' (Gn 3,19). A Quarta-Feira de Cinzas é o primeiro dia do tempo da Quaresma, quarenta dias antes da Páscoa. Neste dia por excelência refletimos sobre a nossa condição mortal nesta vida e a eternidade de nossas almas na vida futura. Num tempo em que se valoriza tanto a dimensão física, a beleza do corpo, a imposição das cinzas nos desvela a dura realidade do nosso corpo mortal: apenas pó que há de se consumir em cinzas.

Esse dia dá início, portanto,  a um tempo de profunda meditação sobre a nossa condição humana diante da grandeza e misericórdia de Deus. Tempo para fazer da nossa absurda fragilidade, sustentáculos da verdade e da fé; tempo para fazer de nossa pequenez e miséria, um templo de oração e um arcabouço de graças; tempo para transformar a argila pálida de nossos feitos e conquistas, em patamares seguros para a glória de Deus. Um tempo de oração, jejum e caridade. Um tempo de oração, desagravo, conversão, reparação. E um tempo de penitência, penitência, penitência...

A penitência é traduzida por atos de mortificação, seja na caridade silenciosa de um pequeno gesto, seja na determinação silenciosa de um pequeno 'não!' Pequenos gestos: uma visita a um amigo doente, uma palavra de conforto a quem padece ausências, um bom dia ainda nunca ofertado; ou um pequeno 'não': à abstinência de carne ou refrigerante ou ao fumo; abrir mão de ter sempre a última resposta ou para aquela hora a mais de sono; simplesmente dizer não a um livro, a uma música, a uma revista, a um programa de televisão. Propague o silêncio, sirva-se da modéstia; invista no anonimato, não se ensoberbeça, pratique a tolerância, estanque a frivolidade, consuma-se na obediência. Lembra-te que és pó e todas as tuas ações, aspirações e pensamentos vão reverberar em ti as glórias de Deus.

Abre-se hoje o Tempo da Quaresma: convertei-vos e acreditais no Evangelho. Pois é no Evangelho (Mt 6, 1-6.16-18) que Jesus nos dá os instrumentos para a realização de uma autêntica renovação interior: oração, jejum e caridade. Com estas três práticas fundamentais, o tempo de penitência da quaresma é convertido em caminho de santificação ao encontro de Jesus Ressuscitado que vem, na Festa da Páscoa.

segunda-feira, 3 de março de 2014

PALAVRAS DE SALVAÇÃO




'Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim.

Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares.

Tudo isto será apenas o início das dores.

Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas as nações.

Muitos sucumbirão, trair-se-ão mutuamente e mutuamente se odiarão.

Levantar-se-ão muitos falsos profetas e seduzirão a muitos.

E, ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará.

Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo'.

(Mt 24, 6 - 13)

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e Vos amo e peço-Vos perdão pelos que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam (oração do Anjo de Portugal)

O DOM DO CONSELHO

O dom da Força que reconhecemos ser necessário para a obra da santificação do cristão, não seria suficiente para assegurar esse grande resultado, se o Divino Espírito não tomasse o cuidado de uni-lo a um outro dom que vem em seguida e afasta todo perigo. Este novo benefício consiste no dom do Conselho. A Força não podia ser deixada sozinha: precisava de um elemento que a dirigisse. O dom de Ciência não poderia ser este elemento porque, se ele esclarece a alma quanto ao seu fim e as regras gerais de conduta que ela deve seguir, não traz, no entanto, luz suficiente quanto às aplicações especiais da lei de Deus e o governo da vida. 

Nas diversas situações em que podemos nos encontrar, nas resoluções que devemos tomar, é necessário que ouçamos a voz do Espírito Santo e é pelo dom de Conselho que esta voz divina chega até nós. É ela quem nos diz, se quisermos escutá-la, o que devemos fazer e o que devemos evitar, o que devemos dizer e o que devemos calar, o que podemos conservar e ao que devemos renunciar. Pelo dom de Conselho, o Espírito Santo age em nossa inteligência, assim como o dom da Força age em nossa vontade.

Este dom precioso aplica-se à vida inteira porque precisamos, sem cessar, nos decidir por um partido ou por outro e é um grande motivo de reconhecimento para com o Espírito Divino, pensar que Ele nunca nos deixa sozinhos conosco mesmos, desde que estejamos dispostos a seguir a direção que Ele nos imprime. Quantas armadilhas nos pode fazer evitar! Quantas ilusões pode destruir em nós! Quantas realidades nos mostra! Mas, para não perder suas inspirações, precisamos nos guardar do encadeamento natural das coisas, com que tantas vezes nos deixamos determinar, da temeridade que nos arrebata ao gosto da paixão, da precipitação que nos induz a julgar e a agir, mesmo quando só vemos um lado das coisas, da negligência que nos faz decidir ao azar, no temor de nos cansarmos com a procura daquilo que seria melhor.

O Espírito Santo, pelo dom de Conselho, arranca o homem de todas essas inconveniências. Reforma a natureza, tantas vezes excessiva, quando não é apática. Mantém a alma atenta àquilo que é verdadeiro, ao que é bom, ao que é verdadeiramente vantajoso. Insinua a discrição, virtude que é o complemento e como que o tempero de todas as outras, da qual Ele tem o segredo e pela qual as virtudes se conservam, se harmonizam e não degeneram em defeitos.

Sob a direção do dom de Conselho, o cristão nada tem a temer. O Espírito Santo toma a responsabilidade de tudo para ele. Que importa que o mundo reclame ou critique, que se espante ou se escandalize! O mundo se crê sábio; mas não tem o dom do Conselho. É daí que vêm, muitas vezes, as resoluções tomadas sob uma falsa inspiração e que acabam em um fim diferente do que foi proposto. E tem que ser assim; porque foi ao mundo que o Senhor disse: 'Meus pensamento não são os vossos pensamentos e meus caminhos não são os vossos caminhos'. 

Clamemos, então, com todo ardor de nossos desejos, pelo Dom Divino que nos preservará do perigo de nos governarmos a nós mesmos; mas compreendamos que este dom só habita naqueles que O estimam bastante para renunciarem-se em sua presença. Se o Espírito Santo nos encontra desligados das ideias humanas, convencidos de nossa fragilidade, dignar-se-á a ser nosso Conselho; mas se somos sábios aos nossos próprios olhos, Ele retirará sua luz e nos abandonará a nós mesmos.

Não queremos que isso aconteça conosco, ó Divino Espírito! Estamos fartos de saber que correr atrás da prudência humana não nos traz vantagem e, diante de Vós, abdicamos sinceramente das pretensões de nosso espírito, tão pronto a se deslumbrar e a se iludir. Conservai em nós e dignai-Vos desenvolver com toda liberdade esse dom inefável que nos concedestes no batismo: sede para sempre nosso Conselho. 'Mostrai-nos Vossos caminhos e ensinai-nos Vossas veredas. Dirigi-nos na verdade e instruí-nos; porque é de Vós que virá a salvação e é por isso que nos prendemos à Vossa direção'.

Sabemos que seremos julgados por todas as nossas obras e por todos os nossos desígnios; mas sabemos também que não teremos nada a temer se formos fiéis à Vossa direção. Estaremos, pois, atentos 'para ouvir o que nos diz o Senhor nosso Deus', o Espírito do Conselho, seja nos falando diretamente, seja nos enviando ao mediador que quis escolher para nós. Bendito seja Jesus que nos enviou seu Espírito para ser nosso condutor e bendito seja este Divino Espírito que sempre se digna nos assistir e que nossas resistências passadas não afastou de nós!

(Excertos da obra 'Os Dons do Espírito Santo', de Dom Prosper Gueranger, Ed. Permanência, 2007)

domingo, 2 de março de 2014

'NÃO VOS PREOCUPEIS'

Páginas do Evangelho - Oitavo Domingo do Tempo Comum


Na sequência litúrgica do Evangelho de São Mateus de celebração dos ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha, temos neste domingo, a mensagem do Divino Mestre sobre a impossibilidade de servir, ao mesmo tempo, a Deus e às riquezas: 'Ninguém pode servir a dois senhores; pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro' (Mt 6, 24).

Servir... o servo fiel é aquele que coloca tudo de si, do seu tempo, de suas ações, para maior glória de Deus. Neste sentido, servir é a oferta de si mesmo, sem restrição alguma, ao amor de Deus em plenitude, como vítima de expiação e instrumento da graça divina para todos. O servo dividido entre Deus e o mundo é minado na sua fidelidade pelas paixões e vícios humanos, ficando refém das promessas ilusórias de bens passageiros e inócuos. A atração pelo mundo escraviza a alma às mazelas da servidão frouxa e interesseira.

E não existe mais infeliz servidão do que aquela que padece da escravidão às riquezas e aos bens materiais. Não que os bens materiais sejam  maus ou indesejáveis em si, não se trata disso. A servidão doentia é aquela que se banqueteia da busca desenfreada de valores materiais, na sublimação da ânsia de se querer sempre mais. Para o servo infiel, nada é o suficiente, o que se tem é pouco, a meta é aumentar sempre as posses indefinidamente, a síntese da vida humana consiste em ganhar o mundo. Poderão ser ricos e senhores do dinheiro, mas serão réus da iniquidade diante de Deus.

Jesus nos ensina e proclama que Deus há de prover as necessidades do corpo dos seus escolhidos, pois que valemos muito mais que as aves do céu e que os lírios dos campo. Se a Divina Providência torna disponível as necessidades materiais dos seres inferiores, o que não faz e o quanto não zela pelas necessidades dos seus filhos, nascidos à Sua imagem e semelhança zelosos servidores do Senhor da Messe? 'Não vos preocupeis' (Mt 6, 31 e 34) porque  'Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso' (Mt 6, 32). Para o servo fiel, tudo isso deve ser mera consequência de uma vida devotada a cumprir a Santa Vontade de Deus em tudo: 'buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo' (Mt 6, 32 - 33). Neste caminho de santificação, não existem esquecidos para Deus: 'Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti' (Is 49, 15).