sexta-feira, 15 de março de 2013

SANTA CONFISSÃO - EXAME DOS PECADOS VENIAIS

A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário ter uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmemente evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes: 

1. O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo. 
2. O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente. 
3. O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de cumpri-las com negligência voluntária. 
4. O pecado de manter um afeto desregrado por alguém. 
5. O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito. 
6. O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distrações e outras irreverências, e sem preparação séria. 
7. Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós. 
8. O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza. 
9. O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direção da obediência.

(Santo Antônio Maria Claret)

quinta-feira, 14 de março de 2013

SEM TEMPO PARA DEUS

Hoje, 14 de março, é dia de Santa Matilde (895 - 14/03/968), uma santa da alta nobreza e mãe de cinco filhos que pregava incessantemente a necessidade do homem 'ter tempo para Deus'.

Esta é a história de um homem que nunca achou tempo para Deus: 

1. Quando criancinha, quiseram ensiná-lo a rezar, mas alguém objetou: ‘É muito cedo para ele pensar em Deus. Não compreende nada ainda.' 

2. Quando era menino, acharam que seria bom mandá-lo para o catecismo, mas relevaram: 'É muito cedo ainda para esta criança preocupar-se com Deus.' 

3. Quando ficou jovem, as paixões humanas foram facilmente sobrecarregando os seus valores morais e religiosos (estes últimos, bem facilmente, já que não tivera nenhum). 'Deus? Depois eu penso em Deus, pois  tenho uma vida inteira pra curtir'.

4. Formado, trabalhou feito um condenado na ânsia cada vez maior de ter e poder. Deus era apenas uma abstração longínqua. 'Estou muito cansado para pensar em Deus.' 

5. Homem maduro, casado, com família, a resposta vinha fácil e taxativa: 'Estou muito ocupado para pensar em Deus.' 

6. No limiar da velhice, a resposta era sempre inconclusiva e adiada. 'Trabalhei muito e mereço descansar. Deus pode esperar mais um pouco.'

7. Em idade avançada, não tinha mais tempo pra quaisquer concessões e propósitos. 'Não me preocupo. Deus sabe o que eu fiz na vida'.

8. Morto, não tinha mais o tempo que sempre tivera, mas teria agora a eternidade pra pensar porque perdera Deus.
(autor desconhecido, adaptado)


Santa Matilde, rogai por nós!

quarta-feira, 13 de março de 2013

HABEMUS PAPAM

266: Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglio



Qui sibi nomen imposuit Francisco

DA VIDA ESPIRITUAL (45)



Filho, guarda com profundo louvor ao Pai a dádiva imensa deste coração inquieto: que ele não se escravize sob o joio das paixões humanas, que não se embriague com os prazeres do mundo, mas que seja campo fértil onde floresçam os tesouros da graça, que as traças não corroem e que a ferrugem não desgasta.

domingo, 10 de março de 2013

PAI DE MISERICÓRDIA

Neste Quarto Domingo da Quaresma, São Lucas nos mostra um das páginas mais belas dos Evangelhos, que é a parábola do filho pródigo. Que poderia muito bem ser a parábola da verdadeira conversão. Ou, com muito mais correção e sentido espiritual, a parábola do pai de misericórdia. Três personagens: o filho mais velho e o filho mais novo que, em meio às dolorosas experiências da vida humana, se reencontram  no grande abraço da misericórdia do pai.

Com a parte da herança que lhe cabe, o 'filho mais novo' opta pelo caminho fácil e tortuoso dos prazeres e vícios humanos, dos instintos insaciados, do vazio do mal. E esbanja, na via dolorosa do pecado, os bens que possuía: a alma pura, o coração sincero, os nobres sentimentos, a fortuna da graça. E, a cada passo, se afunda mais e mais no lodo das paixões humanas desregradas, da vida consumida no nada. Mas, eis que chega o tempo da reflexão madura, da conversão sincera, do caminho de volta ao Pai: 'Pequei contra ti; já não mereço ser chamado teu filho' (Lc 15, 18-19). 

O pai nem ouve as palavras do filho pródigo; no abraço da volta, somente ecoa pelos tempos a misericórdia de Deus: 'Haverá maior alegria no Céu por um pecador que fizer penitência que por noventa e nove justos que não necessitem de arrependimento' (Lc 15, 7). Diante do filho que volta, um coração de misericórdia aniquila a justiça da razão: 'Trazei depressa a melhor túnica para vestir o meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés.' (Lc, 15, 22). Como as talhas de água que se tornam vinho, a conversão verdadeira apaga e aniquila o mal desejado e consumido outrora: na reconciliação de agora desfaz-se em pó as misérias passadas de uma vida de pecado.

O 'filho mais velho' não se move por igual misericórdia e se atém aos limites difusos da justiça humana. Na impossibilidade absoluta de compreender o júbilo do pai com o filho que volta, faz-se vítima e refém da soberba e do orgulho humano: 'tu nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos' (Lc, 15,29).  O filho mais novo, que estava tão longe, está lá dentro outra vez. E o filho mais velho, que sempre lá esteve, recusa-se agora a entrar na casa do pai. Tal como no caso do primeiro filho, o pai de misericórdia vem, mais uma vez, buscar a ovelha desgarrada no filho mais velho que está fora e não quer entrar. Porque Deus, pura misericórdia, quer salvar a todos os seus pobres filhos afastados de casa e espera, com paciência e amor infinitos, a volta dos filhos pródigos e a volta dos seus filhos que creem apenas na justiça dos homens.

sábado, 9 de março de 2013

NO CAMINHO DA VIA ESPIRITUAL

'Deus comunica à alma o seu ser, de tal sorte que a pessoa parece ser Deus mesmo. Poder-se-ia dizer que a alma mais parece ser Deus do que alma.' (Santa Teresa). 

Leônidas, a caminho do martírio, beijou o coração do filho Orígenes, dizendo: 'Aqui mora Deus!' O mesmo Orígenes escreveu: 'Ó cristão, tu és um céu e tu irás ao céu!'

'Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Tal foi o sonho do Criador: contemplar-se em sua obra, ver aí brilharem todas as suas perfeições.' (Beata Isabel da Trindade). 

'Congratulemo-nos e demos graças a Deus, pois nos tornamos não somente cristãos e, sim, Cristo.' (Santo Agostinho). 

'Permanecer pequena é reconhecer o seu nada e esperar tudo de Deus. É não se afligir demais com as próprias faltas. Significa não se atribuir a si mesmo as virtudes que pratica. É não desanimar com as próprias falhas; afinal, as crianças caem muito.' (Santa Teresinha). 

'Eu não tenho mais nenhum desejo a não ser o de amar Jesus até à loucura.' (Santa Teresinha). 

'Deus não te proíbe amar as criaturas, mas só de afeiçoar-te a elas como última felicidade. Podes apreciá-las e louvá-las para amar o Criador.' (Santo Agostinho). 

'Ao entardecer da vida sereis julgados sobre o amor!' (São João da Cruz). 

'Quando o homem pensa em Deus, sente doce emoção no coração, o que demonstra que Deus é o Deus do coração humano. O amor é a bandeira do exército das virtudes: todas estas vêm enfileirar-se atrás dela.' (São Francisco de Sales). 

'A oração do justo é a chave do céu. Sobe a prece, desce a misericórdia. E por sua bondade excessiva, o Senhor dá sempre mais do que foi pedido.' (Santo Agostinho). 

'Quem reza se salva; quem não reza se condena. Todos os condenados se perderam por não rezar.' (Santo Afonso). 

'Deus dá a graça da fé, mas a da perseverança só dá aos que rezam.' (Santo Agostinho). 

'Há dias em que a gente vai à oração como à guerra; outras vezes como ao baile.' (São Nicolau de Flue). 

'Os dois pés, com os quais caminhamos na via da perfeição, são mortificação e amor a Deus. Aquele é o pé esquerdo; este, o direito.' (Santa Teresa).

'Quanto mais abraçamos a cruz, mais abraçamos Jesus'. (Beato Charles de Foucauld). 

'O monge não tem o oficio de doutor, mas o de penitente, chorando sobre o mundo e sobre si mesmo.' (São Jerônimo). 

'Nosso coração nunca se farta, porque o bem infinito não tem limites.' (São Gregório de Nissa). 

GALERIA DE ARTE SACRA (IV): CATACUMBAS CRISTÃS

(O Bom Pastor, mausoléu de Galla Placidia, Ravena, Itália, início do século V d.C.)

 (Jonas sendo atirado ao mar, catacumbas de Marcelino e S. Pedro, Roma, século IV)

   (Outra figura do Bom Pastor, locação desconhecida)

  (Cristo com barba, 380 d.C.)

 (Nossa Senhora e o Menino Jesus, locação desconhecida)