336. DEVO ESCOLHER AS ARMAS
O padre Fidélis, franciscano, dirigia-se a uma igreja de Paris para celebrar a santa Missa. Passando em frente de um café, um oficial o insultou. O padre parou e disse:
➖ O senhor me insultou e eu exijo satisfação e, como ofendido, tenho direito de escolher as armas. Escolho a confissão e espero-o esta noite.
E retirou-se, deixando as senhas. O oficial, homem honrado, não faltou; confessou-se devotamente e comungou no dia seguinte.
337. OFÍCIO DO DIABO
Santo Ambrósio encontrou à porta da Igreja uma jovem vestida com vaidade e imodéstia. Perguntou-lhe aonde ia.
➖ À igreja, para rezar - respondeu ela.
➖ Vestida dessa maneira? Não vais rezar, mas escandalizar os fíéis, fazer o ofício do diabo, isso sim. Fora daqui, escandalosa! Retira-te para tua casa para chorar os teus pecados!
338. É DEMASIADO PARA UMA CRISTÃ
Santo Elói, vendo um dia a rainha Batilde, esposa de Clodomiro II, vestida com magnificência exagerada, fez-lhe alguma observação.
➖ Meu padre - disse a rainha - isto não é demais para uma rainha.
➖ Para uma rainha, não - replicou o santo - mas, para uma cristã, é demais.
Batilde aproveitou bem a lição e chegou a ser santa.
339. O CRUCIFIXO NUM ESPELHO
Uma jovem demorava-se com frequência a contemplar-se com vaidade num espelho. Em vésperas de casar-se, ataviada para a cerimônia, admirava-se vaidosamente no espelho. De repente, em lugar de sua figura, viu nele Jesus Crucificado, coberto de chagas, derramando sangue. Tal foi a sua impressão que caiu desfalecida.
Voltando a si, pediu perdão a Deus, prometendo mudar de vida. Jesus, na visão, ordenou-lhe que fosse para Roma e ali fundasse uma Ordem destinada à adoração perpétua do Santíssimo Sacramento. Essa jovem foi, mais tarde, Santa Madalena da Encarnação.
340. CAÍRAM AS ARMAS
Ninguém ignora o nome e os feitos de Napoleão Bonaparte. Políticamente foi um grande inimigo da Igreja e do Papa, a quem perseguiu de diversos modos. Ameaçado com a pena de excomunhão, vangloriava-se de que 'as excomunhões do Papa não fariam cair as armas das mãos dos meus soldados'.
Pouco tempo depois, na campanha da Rússia, as armas caíam das mãos de seus soldados vencidos pelo frio; e na batalha de Waterloo, pelo pânico. Destronado e desterrado, o grande imperador terminou sua vida como triste prisioneiro em Santa Helena, pois quem luta contra Deus será vencido.
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)