segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

HORA SANTA DE ANO NOVO


(Esta Hora Santa poderia servir especialmente para começar o Ano Novo, segundo o verdadeiro espírito do Sagrado Coração de Jesus, e para consagrá-lo à sua glória. Este mesmo método poderia também ser muito útil em determinadas ocasiões, em certas horas decisivas e solenes 'do ano ou da vida', como, por exemplo, nas vésperas de um casamento ou como preparação imediata para ingressar no convento, ao abraçar a vida religiosa. Poderia, assim mesmo, ser de grande proveito 'durante os exercícios de um retiro', para iniciar nele uma etapa de vida espiritual nova e mais intensa). 

Eis que se levanta com a aurora do Ano Novo o verdadeiro Sol de paz, de esperança e de amor: o Coração Divino de Jesus, Sol de uma nova vida para sua glória e nossa felicidade. Glória a Ele nas alturas, glória a Ele e só a Ele aqui na terra! Adveniat, adveniat, adveniat regnum tuum! Venha a nós teu reino de paz, de amor e de justiça! É preciso que o ano que começa marque uma nova etapa de triunfo no avanço vitorioso, social e íntimo do Coração de Jesus. E agora, ponhamo-nos em Sua presença soberana, mediante um ato de fé e de profunda adoração. A dois passos de nós está o Mestre muito amado. Seu Coração nos chama, nos aguarda, quer nos falar com santa intimidade. Escutemos aquela voz cujas harmonias deliciosas inundam de júbilo a eternidade do céu. 

(Que se tenha grande recolhimento, pois o Senhor não fala a corações dissipados ou distraídos)

Jesus 

'Pax vobis!' Que minha paz seja com todos vós, filhinhos Meus! Vo-la trago grande e formosa para vossas almas que sofrem, que lutam, para todos os de boa vontade. 'Pax vobis!'. Sim, vo-la trago Eu mesmo para vossos lares de luto pela dor, feridos pelas desgraças, patrimônio obrigatório deste vale de lágrimas. 'Pax vobis!' Vo-la trago para a sociedade doente em cujo seio viveis, pois bem sei Eu quanta necessidade tem de se renovar no espírito de meu Evangelho, de ser em espírito e em obras a herança de Meu Coração sacrossanto. Vo-la trago para vossa pátria. Oh! Pedi-Me que ela chegue a ser para Mim a Jerusalém de Meus amores, a Jerusalém do Domingo de Ramos.

'Pax vobis!' Trago-vos Minha paz profunda, celestial e vitoriosa, para a Igreja sempre combatida. Rogai por Ela, pedi, filhinhos Meus, que encha os celeiros de Meu Pai celestial com uma colheita rica e escolhida de almas e de famílias. Vinde, amigos da alma, aproximai-vos; não temais como os apóstolos: aproximai-vos mais, bem mais. Procurai a ditosa intimidade do Coração de vosso Rei, de vosso Irmão, de vosso Amigo. Não temais. Eu sou vosso Jesus. Sim, aproximai-vos com tal intimidade que possais tocar as chagas de Meus pés e de Minhas mãos; aproximai-vos e penetrai na chaga do Meu lado. 

Oh! Ponde nela com confiança a mão querida, e mais: entrai profundamente nela com a alma e ficai aí; abismai-vos para sempre nesta ferida, morada vossa no tempo e na eternidade. Eu não mudei filhinhos Meus; não: sou o mesmo doce Jesus, bom, misericordioso, nascido da Virgem Maria, vossa Mãe. Sou realmente filho seu; somos, pois, irmãos muito queridos: não Me temais. E agora, sem receios e com um coração aberto, dócil e agradecido aceitai, na alvorada deste Ano Novo, como obséquio e garantia de Meu amor, como lição de Minha sabedoria, um pensamento sério, uma reflexão austera e doce ao mesmo tempo e que vos peço coloqueis como fundamento sobrenatural do caminho que se inicia hoje.

Para recolher com fruto, consoladores Meus, este ensino que condensa todo o Meu Evangelho, para que seja realmente proveitosa para este ano e para a vida, esvaziai, antes de qualquer coisa, o coração, aliviai a alma de tudo o que for terreno e saboreai, em seguida, a lição que quero dar-vos, num grande recolhimento de espírito. Ouvi-Me, almas amadíssimas, filhos de Meu Sagrado Coração, meditai esta palavra, vo-la propõe vosso Deus: 'Um ano transcorrido quer dizer um ano menos na vida do tempo, e um ano mais próximo do abismo de vossa eternidade'. Oh! Meditai durante esta Hora Santa na vaidade de tudo, absolutamente de tudo o que não seja a permanente realidade que sou Eu, Jesus! 

(Muito lento e entrecortado) 

Tudo passa e morre, menos Eu. 
Caducidade da juventude, flor que vive um dia e morre. 
Caducidade da ambição, fumaça que se esfuma e passa. 
Caducidade da alegria humana, fulgor que brilha e desaparece como um relâmpago. 
Caducidade da fortuna dourada e versátil que nos escapa. 
Caducidade de uma situação brilhante, que muda de improviso e que se quebra. 
Caducidade dos prazeres, embriaguez que mata, desassossega e foge. 
Caducidade de toda harmonia terrena, de toda beleza criada, que engana e perece. 
Caducidade do amor humano, que muda, fere e depois esquece. 
Caducidade da sabedoria do século, que falsifica tudo e se converte em trevas. 
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, exceto a realidade, que sou Eu, vosso Jesus. 

E se duvidais, ponde, filhos Meus, um ouvido atencioso àquela voz misteriosa dos séculos que jazem sepultados em sua história de glórias e mentiras. Onde estão? Foram só ontem, e já não mais são! Sua voz eloquentíssima não é senão o eco da Minha. Com eles, Eu vos digo: vaidade das vaidades, é tudo o que é terreno, tudo o que não seja a realidade verdadeira que sou Eu, vosso Jesus. Milhares e milhões de homens jovens, valentes, arrebatados vertiginosamente do palco da vida pela tempestade de fogo de mil guerras fratricidas, gritam-vos e previnem, com a eloquência de suas cinzas aventadas, que não sejais fiéis à terra.
Nela tudo é vaidade. Sim, tudo o que não é a divina Realidade, que sou Eu, vosso Jesus. E como esses exércitos de soldados, aquele outro exército mais numeroso ainda dos feridos na alma; aqueles tronchos do coração, que são as viúvas e os órfãos, os desamparados e os sepultados vivos sob os entulhos de suas esperanças e ideais. A caravana imensa das almas, dos corações náufragos do lar e da sociedade; todos... Oh! Todos eles, com um gemido dilacerador e que não engana, gritam-vos com insistência: Vaidade das vaidades, tudo caduca e é terreno, tudo o que não é a divina Realidade, que sou Eu, vosso Jesus!

(Breve pausa) 

Contudo, não quero ver-vos amargurados em excesso, filhos Meus, e menos ainda não quereria, ó não, ver-vos desanimados. Porque se é verdade que o mundo não é senão vaidade, sabei-o, meditai-o: Eu venci o mundo com a suprema e ditosa Realidade de Minha Pessoa e de Meu Amor. Coragem, pois, e adiante, adoradores Meus, levantai muito ao alto os corações e o pensamento, pois aqui mesmo, no meio deste aglomerado de ruínas, Eu sou, para vós todos, a Realidade eterna das almas que me adoram e me amam. 

Sim, a única Realidade imutável, divina, imortal, sou Eu. E Eu quis que esta Realidade suprisse tudo. Que Deus vos baste! Crede-o assim, amigos de Meu Sagrado Coração, convencei-vos disso nesta Hora Santa. O mundo, por desgraça, não raciocina assim: Eu não lhe basto. Daí que sendo Rei e Senhor, se me preterem. Quão rara vez sou Eu o Amor, o primeiro no coração e no lar! Não vós, filhinhos Meus. E já que para vós sou a Realidade, que enche tudo e que supre tudo, quero que me o digais aqui, ante meu altar, com palavras da alma. 

Amigos fidelíssimos do Coração de Vosso Salvador; meditai constantemente na vaidade efêmera da juventude, primavera que dura mal uma manhã de sol, e que em seguida morre. Mas, como compensação divina, imensa, que esperais, o que me pedis? 

(Todos) 

A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 

Consoladores de Meu Divino Coração, meditai constantemente na vaidade da ambição falaz e traiçoeira que embriaga, fere e desaparece depois. Mas como compensação divina, imensa, que esperais e o que Me pedis?  
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Apóstolos de Meu adorável Coração, meditai constantemente na vaidade dos gozos terrenos, que, como o relâmpago de luz ou como o orvalho, duram um instante e se desvanecem. Mas como compensação divina, imensa, que esperais e o que me pedis? 
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Confidentes de Meu Divino Coração, meditai constantemente na vaidade da sorte que perverte tantas almas e que se escapa para não voltar. Mas como compensação divina imensa, que esperais e o que Me pedis? 
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Discípulos muito amados de Meu Sagrado Coração, meditai constantemente na vaidade dos prazeres sensíveis que afagam um instante, que produzem embriaguez de morte e perdem cedo sua doçura. Mas como compensação divina, imensa, que esperais e o que Me pedis? 
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Adoradores fervorosos de Meu amante Coração, meditai constantemente na vaidade da beleza criada e transitória que apaixona tão facilmente como desaparece e morre. Mas em compensação divina, imensa, que esperais e o que Me pedis? 
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Reparadores de Meu entristecido Coração, meditai constantemente na vaidade tão funesta do amor terreno, que, sendo por natureza inconstante, fere como uma rajada e foge como a brisa. Mas como compensação divina, imensa, que esperais e o que Me pedis?  
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 
Filhos prediletos de Meu Divino Coração, meditai constantemente na vaidade da sabedoria humana, que com toques de luz fictícia semeia tantos erros, luz sinistra que estoura frequentemente em furacão. Mas em compensação divina, imensa, que esperais e o que Me pedis? 
A realidade suprema que sois Vós, Jesus. 

Oh, sim, Vós, Senhor e somente Vós, a ditosa, a imutável e eterna Realidade! Com ela, isto é, convosco, a vida, já de por si tão vazia de toda paz, tão pobre de verdadeira beleza, nos será suportável, não obstante as tumbas, as ruínas e os joios semeados ao longo do caminho. Ah, mas sempre convosco, Senhor Jesus! Este ano que começa não nos inquieta, Mestre, apesar das mil vicissitudes azaradas que traz consigo; mas temos a nosso lado a Vós, Jesus! Bem sabemos, Senhor, que não podemos pretender viver num paraíso terreno, murcho, perdido para sempre. Mas que importa, nem nos faz falta, já que em Vosso Coração, Amor dos amores, recuperamo-lo com usura! Oh, sim, Vosso Coração o vivifica, o ilumina, dignifica-o todo, Senhor, e isto para a eternidade!

(Peçamos, com fervor e humildade de coração, a luz que nos faça compreender e apreciar a graça que o céu nos outorga com o novo ano. Mas peçamos, sobretudo, a graça de sabê-lo aproveitar devidamente para glória do Divino Coração e pelos interesses eternos da alma). 

(Pausa) 

As almas 

A Hora Santa, Jesus adorável, Vós mesmo a pedistes, como a hora das divinas confidências com o Vosso Coração adorável. Deixai-nos, pois, em consequência, abrir-Vos a alma; deixai-nos contar-Vos tudo, Senhor, pois sentimos a necessidade imperiosa de esvaziar nossas almas na Vossa, aqui, a Vossos pés, ante o Sacrário! 

Bem podem, Jesus, os vaidosos, os sensuais, os mundanos e os frívolos seguir sonhando sobre as ruínas lamentáveis de suas quimeras insensatas. Entretanto, nós, pobrezinhos e ao mesmo tempo mais ricos do que eles, porque mais favorecidos por Vossa graça, tão gratuita como esplêndida, queremos protestar-Vos que, deixando o mundo de lado apenas Vós nos satisfazeis e nos bastais. E alentados pelo dom de Vosso Coração adorável, propomo-nos determinadamente começar uma vida nova com este Ano Novo, vivendo mais e mais desenganados e desprendidos dos falsos bens e dos prazeres enganosos da terra. Por isso, Jesus, desde esta alvorada, ao iniciar um ano que nos aproxima à vossa eternidade, arrojamo-nos entre Vossos braços e, com fé da alma, protestamo-Vos que, daqui em diante, não queremos outro bem que não Vós mesmo Jesus.

Ó vem nos visitar, Mestre, com a aurora deste Ano Novo e, ao receber-Vos, Vos prometemos que, na doença ou na saúde, aceitaremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus! 

(Todos) 

Aceitaremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus. 
Ó vem nos visitar, Mestre, com a aurora deste Ano Novo e, ao receber-Vos, prometemo-Vos que, na pobreza ou na abundância, louvaremos somente o Vosso Coração. 
Louvaremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus. 
Ó vem nos visitar, Mestre, com a aurora deste Ano Novo e, ao receber-Vos, Vos prometemos que, na tristeza ou na alegria, procuraremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus! 
Encontraremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus. 
Ó vem nos visitar, Mestre, com a aurora deste Ano Novo e, ao receber-Vos, prometemo-Vos que, na prosperidade como na Cruz, adoraremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus! 
Adoraremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus. 
Ó vem nos visitar, Mestre, com a aurora deste Ano Novo e, ao receber-Vos, prometemo-Vos que, na vida como na morte, aclamaremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus! 

(Três vezes) 

Aclamaremos somente o Vosso Coração, Senhor Jesus. 

Jamais se vai em vão Àquele que é a Bondade incriada. Vede, a dois passos, já está Jesus. Chamemo-Lo e aqui está almejando extravasar a vida de Seu Coração adorável nos nossos. Recolhamos com santa avidez suas palavras! 

(Que se tenha um grande silêncio: o silêncio das almas.) 

Jesus 

Com que poderei pagar-vos, amigos muito amados, fidelíssimos, o bálsamo que vosso amor soube pôr em Minhas feridas? Obrigado! Meu coração vos abençoa! Sabeis apreciar esta palavra? Sabeis quem é Aquele que vo-la dirige? Ah, sou Eu mesmo; Eu, vosso Deus e vosso Rei, vosso Pai e vosso Amigo; sou Eu, Jesus, que vos fala! Vede como Me acerco a vós! Sim, Meu coração adorável é o sol de ventura que para vós se levanta sobre a colina deste altar, trazendo-vos suas luzes e seus ardores como presente de Ano Novo! Vede, chego-Me a vós, esbanjando graças; venho em procura vossa para cumular-vos, para enriquecer-vos, se possível fosse, até Me empobrecer; sim, Eu mesmo, depositando em vós todos os Meus tesouros...

Aproximo-Me a vossas almas, como uma nuvem carregada com um dilúvio de graças, que quisesse derramar em profusão e sem medida sobre vós e vossos lares, a fim de que este ano que começa seja um ano de bênçãos e de graça. Mas para isso espero uma palavra ainda de vossa parte. Abri, abri de par em par o Tabernáculo de meu Sagrado Coração e pedi sem temor de importunar, pedi confiantes! Que graça solicita que Eu vos conceda, que favor esperais do tesouro de Minhas misericórdias infinitas?

 (Todos) 

Para nós, Vosso adorável Coração. 
Para Vós, Jesus, imensa glória.

Não duvido, filhinhos, da sinceridade do coração; mas esta generosidade vo-la dita talvez o entusiasmo que vos infunde Meu Sacrário. Mas quando vos afasteis daqui, uma vez à distância e em plena luta contra o mundo frívolo, me dirão então outro tanto? Ah, sobretudo para essa hora de refrigério, que força divina de vitória reclamais? Falai-Me todos!
Para nós, Vosso adorável Coração.
Para Vós, Jesus, imensa glória.
Mas se o mundo se empenha em afastar-vos de Meu peito, em arrebatar-vos de Meus braços... E se, em sua tirania, ousasse exigir-vos que escolhais definitivamente entre seus prazeres vãos e Minha Lei, dizei-Me, amigos, que tesouro escolheríeis?
Para nós, Vosso adorável Coração.
Para Vós, Jesus, imensa glória.
Mas suponde que o mundo não desista, que a luta recrudesça e que por causa de vossa fidelidade tenhais que sofrer cruzes e açoites. Com que grito da alma chamaríeis então em socorro vosso?
Para nós, Vosso adorável Coração.
Para Vós, Jesus, imensa glória.
Ó que formosura cristã, que nobreza divina a vossa! Mas dizei-Me com toda intimidade: esses sentimentos animam também aos vossos? Em seu lar querido, pensam e falam todos assim? Se assim não for, reclamai para eles minha graça: que pedis para eles em depoimento de Meu amor?
Para nós, Vosso adorável Coração.
Para Vós, Jesus, imensa glória.
Por que essa tristeza, filhinhos Meus? Talvez tendes no lar algum enfermo da alma a quem amais muito, mas que não ama a Mim? Pobrezinho! Eu quero salvá-lo, ele não pede, mas vós pedis por ele. Que desejo quereis para o lar?
Para nós, Vosso adorável Coração.
Para Vós, Jesus, imensa glória. 
Acreditai em Meu amor e Eu os salvarei em recompensa a vossa fé e à prece desta Hora Santa, deliciosa. Ah. mas pensai também em vós: dia chegará, e talvez muito cedo, em que a morte baterá a vossas portas. Para essa hora suprema de justiça, que galardão esperais de Minha sentença? Reclamai-o agora mesmo: que esperais de Minha misericórdia?
Para nós, Vosso adorável Coração. 
Para Vós, Jesus, imensa glória. 

(Aqui pode entoar-se um cântico ao Sagrado Coração)

(Mesmo que os Príncipes da Corte celestial ofereçam ao Rei dos Reis presentes dignos do Paraíso, Jesus, apaixonado pelos humanos, pensando em seus pequeninos, toma o caminho da Terra e sai ao nosso encontro, suas mãos divinas acumuladas com presentes do Céu. Traz-nos, especialmente, três imensos e riquíssimos tesouros, oferenda valiosa de seu amável Coração. Quereríeis meditar uns instantes no valor inestimável desses tesouros? Façamo-lo considerando brevemente três quadros, três cenas do Evangelho. Oremos meditando! Meditemos amando!) 

 l. Dom de Luz 

Recordais o que dizia o cego? 'Senhor, fazei que eu veja!'. Bem mais cego do que este desventurado, Nicodemos, cego da alma, cala e teme. Ó com que fulgor vitorioso deverá brilhar os olhos de Jesus, olhando com doçura a Nicodemos na primeira conversa misteriosa! Imaginais a turvação que a proximidade estreita e as palavras do Mestre divino provocariam na alma tímida desse cego, temeroso de se curar? Mas, quão forte, quão irresistível devem ser as atrações do imã dos olhos e do Coração de Jesus! Cada palavra sua era uma seta de luz que o traspassava, conquistando-o. Com infinita suavidade, o Sol divino avança, penetra nos abismos desta alma reta. Mas apesar de sua retidão, de sua boa vontade, teve certamente um primeiro momento de surpresa, de resistência secreta, de luta. Era tão forte nela o respeito humano! 

O Mestre condescende: seu Coração é suavíssimo. Enceta-se uma primeira entrevista à noite na qual ficaram, face a face, a sós, Jesus e Nicodemos. Ao separarem-se, o Salvador deve ter dito a Nicodemos: 'Já sabes que te amo; irei, pois, a tua própria casa!' E, nesta segunda entrevista, lutaram frente a frente as trevas e a luz. As palavras de Jesus despedem fulgores, sóis de clareza que brotam de seu peito, passando por seus lábios. E pouco a pouco, essas clarezas penetram e depois dissipam as nuvens de trevas. Lenta, mas profundamente, transpassam a alma do rabino, derretem os seus gelos, incineram a rocha. Vede: o Sol, Jesus, triunfou; Nicodemos, vencido, adora-O! Que ensino! Na medida em que o famoso rabi, Nicodemos, esquece-se e se desprende de seus preconceitos, de suas próprias idéias e paixões; na medida em que morre para si mesmo, uma luz, uma imensa luz invade todo o seu ser. Quando Nicodemos apaga suas luzes, o Senhor acende a Sua. Essa será também nossa própna história. Não seremos os verdadeiros filhos da luz senão na medida em que saibamos desprender-nos, por uma perfeita imolação de espírito. A luz não chega ao fundo de uma alma senão pela cruz de Jesus. Mas, graças também às nossas próprias cruzes!

Repete-se, pois, com ligeiras variantes, a história de Saulo no caminho de Damasco: a misericórdia do Senhor nos surpreende no caminho de trevas, assalta-nos, joga-nos por terra, obriga-nos a morder o pó. Só então, humilhados e na Cruz, somos capazes de ouvir e de compreender no fundo de nossas almas estas palavras de luz inefável: 'Eu sou Jesus de Nazaré!' Ó se entre estes amigos do Senhor tivesse algum que lhe tema demasiado, que por isto vacila em aproximar-se, que se aproxime sem receios, que procure a proximidade, a intimidade do Mestre! Ah, sobretudo, que não resista ao apelo amoroso que lhe faz Jesus nesta Hora Santa... 

Que se tendo as doces exigências de seu Amor, tomasse a fuga, o caminho extraviado de Damasco, o Amor dos amores sairá a seu encontro, e o ferirá no coração e, por esta ferida de amor, penetrará a luz! Ó mil vezes felizes aqueles a quem fustiga e fere Jesus; felizes as almas a quem o Senhor faz chorar! Por estas lágrimas lhes revelará um dia o esplendor de sua beleza soberana. Eterna e divina história: esta chuva de lágrimas, chuva saudável, purifica e ilumina o céu das almas, arranca a venda das escamas que, embaçando os olhos, impedia-nos de ver às claras a Jesus. Então, sim, a alma que chorou se encontrará frente a frente com Jesus, e este lhe dirá: 'Olhe-me, sou Eu a luz! Segue-me e não andarás nas trevas!'

(Breve silêncio) 

(Todos: três vezes) 

Senhor, fazei que eu Vos veja!

(Três vezes) 

Senhor, Deus de luz, fazei que eu Vos veja! 

(Três vezes) 

Em minha cruz e por minhas penas, quero Vos ver, Jesus!

II. Dom de Misericórdia 

Para melhor apreciar este dom, o de mais aplicação prática à nossa vida, façamos algumas considerações sobre a belíssima parábola do Bom Samaritano, aplicando-a ao caso do Coração de Jesus com relação às almas. Esta história é tão realmente a nossa!

(Com devoção) 

Em uma curva do caminho jaz por terra, ferido, despojado, um pobrezinho. Viajantes sem coração vão e vêm; mas todos passam indiferentes, desditosos, a seu lado: justificam-se de tal indiferença declarando-se a si mesmos irresponsáveis da desgraça desse homem. Olham-no sem deter-se. E continuam sem alterar-se, calmos, seus caminhos. Já que o desgraçado jaz por terra e está ferido, culpa sua deve ser, parecem dizer-se interiormente todos, à medida que passam. E se é culpado, pois deve sê-lo, que expie seu pecado!

Tal é a justiça que pretende fazer o mundo! Mas eis que, por fim, alguém se detém: Quem será? Uma luz suavíssima parece irradiar-se dele, e lhe precede. Vede: já está junto ao ferido. Que beleza de majestade dulcíssima, conquistadora, envolve toda sua pessoa! Ó que compaixão tão profunda revela seu   olhar e daí, bondade indizível, arrebatadora, relampeja pelo seu rosto, de formosura mais do que humana! Ao vê-lo, dir-se-ia que é um homem que vai prorromper em soluços.

Ó dir-se-ia melhor que é um Deus de uma ternura, mais do que imensa, infinita! Quem pode ser senão... Jesus! ó, sim, é Ele! Chama-se a Si mesmo o Homem-Deus de todas as dores, e nós lhe chamamos o Homem-Deus de todas as misericórdias. Aparece como Senhor da majestade no caminho dos seus anjos e se apresenta como o Senhor de todas as ternuras no caminho dos mortais, dos homens, seus irmãos. Contemplai-O; inclina-se para o ferido; ajoelha-se ao seu lado. Vede; dá-lhe de beber como refrigério suas preciosas lágrimas, e o envolve nas dobras de sua própria túnica. Ah, esse Senhor não é bom; não, Ele é a Bondade encarnada! Observai-O ainda; tomou-o entre Seus braços; estreita-o com ternura, e, rico e ditoso com o tesouro do pobre ferido, corre, voa...

Entretanto, abraçando-o, começa a reanimá-lo, a dar-lhe nova vida ao calor de seu amante Coração! E daí, o que fará em seguida? Conduzi-lo talvez a uma hospedaria? Ah, não! Leva-o à sua própria casa: dá-lhe seu lar. Uma vez nela, não chama gente mercenária que o cuide, nem se atreve, em seu imenso amor, a confiá-lo aos seus próprios anjos. Chama Maria, a Rainha, e o deposita suavemente entre seus braços maternais, pedindo-lhe, rogando-lhe,   que cuide ao filho ferido, como ela cuidou dEle mesmo no berço de Belém. E no cume do Calvário!

Mas ao entregá-lo assim à Sua Divina Mãe, Jesus não se afasta; fica inspirando desvelos e ternuras ao lado da Rainha do Amor Formoso; não dá trégua ao seu Coração de Salvador, que desvela noite e dia sobre o ditoso desventurado. Observai com que misericórdia, ajudando à celestial enfermeira, venda Ele mesmo com Suas mãos criadoras as feridas; vede como põe nelas o vinho e o azeite de seu sangue e o bálsamo extraordinário dos Seus beijos! Vede como o lava e purifica nas águas do Seu adorável Coração!

E uma vez convalescente, dá-lhe roupagem de príncipe! E quando são, retém-o em seu palácio, senta-o em sua mesa. Mais, bem mais ainda; trata-o como amigo íntimo, como filho amado, e um dia o declara e constitui Seu herdeiro! Não é verdade que esta é a vossa história? Ó quão verdadeiro é que não há senão um só Jesus, um só; mas Ele nos basta! Por   isto, cedendo ao impulso de nossa imensa gratidão, cantemos e aclamemos a compaixão e a misericórdia infinita do Coração do Salvador.

(Ponde a alma inteira em cada palavra) 

As almas 

Ó, Jesus adorável, Rei, Irmão e Amigo, cremos, ó sim, que Vós baixastes do céu para trazer-nos a vida e para no-la dar superabundante. Cremos que viestes em procura dos enfermos gravíssimos e sem remédio, daqueles que já pareciam como náufragos abandonados.Sim, viestes para eles, sobretudo, para curá-los e, uma vez curados e embelezados por Vossa graça, para devolvê-los ao Pai que Vos confiou. Ai!, com sentimentos de humildade e de arrependimento devemos e queremos reconhecer, Mestre adorável, que fomos nós as ovelhas extraviadas, o filho pródigo, a dracma perdida, a cana rachada, o estopim fumegante, o credor rebelde,  servidor culpado e a rocha empedernida que recusou a semente, regada com o Vosso sangue!

De joelhos, pois, e chorando nossas culpas, Vos dizemos: Perdão, Jesus, Salvador! Perdão, Jesus, ó Bom Pastor! Perdão, ó Pai de misericórdia infinita pelo inúmero de infidelidades de nossa vida passada!. Perdão! Pecamos, Senhor, abusando do tesouro inesgotável de Vossa paciência e bondade. Perdão! E para pagar agora mesmo a compaixão e a caridade com que nos tratastes sem merecermos, quereríamos arrebatar-Vos essa mesma misericórdia, fazendo violência ao Vosso doce Coração em favor de tantos outros que não Vos conhecem e Vos ultrajam.

Lembrai-Vos, Jesus, que Vós mesmo no-lo destes como irmãos nossos! Olhai-os compassivo, Mestre, em luta desesperada e sem fruto, entre os espinhos do mundo e seus pecados. Escutai-nos, pois, benigno, ó amável Salvador!. Tende piedade, Senhor, daqueles meninos pequeninos ainda, mas cuja inocência já pereceu, agastada num lar sem fé e de desventura! Pela Rainha do Belo Amor, tende piedade de todos eles! Coração de Cristo-Rei, sede Jesus para todos eles!

(Todos)

Sede Jesus para todos eles!

Tende piedade, Senhor, de tantos jovens que, em plena luxúria, já são ramos separados, mortos da árvore da vida de teu Divino Coração! Olhai compassivo a tantos que se revolvem no lodaçal de sensualismo e do pecado, sem jamais voltar a Vós um Olhar suplicante! Pela Rainha do Belo Amor, tende piedade de todos eles! Coração de Cristo-Irmão: sede Jesus para todos eles!
Sede Jesus para todos eles!
Tende piedade, Senhor, de tantos lares infelizes que lutam, cantam e choram, sem as luzes nem os consolos da fé, sem a graça e fortaleza de teu santo amor! Pela Rainha do Belo Amor, tende piedade de todos eles! Coração de Cristo-Amigo: sede Jesus para todos eles!
Sede Jesus para todos eles!
Tende piedade, Senhor, da caravana incontável de cegos voluntários. E também de tantos outros que jamais tiveram, nem no lar, nem na escola, a graça inestimável de ouvir-Vos, de conhecer-Vos. Não esqueçais a tantos que Vos conhecem mal de nome, à grande distância, e que não sabem, pobrezinhos, quão doce e bom sois sempre Vós. Pela Rainha do Belo Amor, tende piedade de todos eles! Coração de Cristo-Salvador: sede Jesus para todos eles!
Sede Jesus para todos eles!
Tende piedade, Senhor, dos agonizantes, e muito especialmente daqueles que não foram perversos, senão débeis e ignorantes. Inclinai-Vos, em particular, para aqueles que tiveram caridade com os pobres e os doentes; ó fazei-lhes Vós a mesma caridade. Pela Rainha do Belo Amor, tende piedade de todos eles! Coração de Cristo agonizante, sede Jesus para todos eles! 
Sede Jesus para todos eles! 

(Pedi pela conversão dos vossos entes queridos) 

III. O Dom do Sagrado Coração 

Como se os inapreciáveis dons de luz e de misericórdia não bastassem para provar-nos a Vossa liberalidade, eis que Jesus se propõe resumir toda a sua generosidade no dom inefável e sublime de Seu Sagrado Coração. Para explicar-nos tanta beleza, acerquemo-nos, uma vez mais, ao Evangelho, já que tanto a sabedoria como a eloquência humana ficam apequenadas e extremamente pobres para nos dar uma visão completa. 

Contemplemos aquela cena cuja soberana formosura comoveu os anjos que foram testemunhas dela, na Última Ceia. Jesus acaba de instituir a divina Eucaristia. Uma sombra de infinita tristeza, quase de agonia, nubla a sua fisionomia adorável. É que vê aí a Judas; o ingrato tem já em seu poder a soma que recebeu para entregar o seu Senhor. Dirias que João, o predileto, adivinhou tudo, lendo esta história de perfídia nos olhos de seu Amigo Divino. E como quem se oferece para pagar com acréscimo, para consertar essa infâmia, vede como se aproxima, como se estreita a Jesus. E mais, com uma confiança espontânea e singela, descansou amorosamente sua cabeça sobre o Coração de Jesus.

Ah, e certamente Jesus, comprazido e consolado, recompensou essa intimidade reclinando seu adorável Coração no de João, seu apóstolo. E seu amigo! Nesse momento de glória, confiou-se a ele, sem dúvida, deu-se a ele por inteiro. E desde então, Jesus e João se uniram com vínculo eterno. Além da vida e além da morte! Credes que João tinha direito a tanto privilégio? Verdade é que era puro e casto de espírito e de coração, mas ainda mal se tinha então começado a amar. Não tinha tido ainda, por verdadeiro, nem tempo nem oportunidade de provar ao seu Mestre com obras de martírio quanto O amava. 

Ah, mas Jesus, dono de Seu próprio Coração, tem o direito soberano de adiantar-Se, de amar primeiro, de dar gratuitamente mais amor! Em realidade, este é um mistério tal que nos abisma e confunde. É preciso ser Jesus para amar desta forma, para oferecer gratuitamente um dom semelhante. E que só Ele nos pode fazer! Mas, se desalentados vos dissésseis que tanto favor foi a recompensa à inocência de João e que as almas de lírio, como a do apóstolo predileto, são muito bem contadas... E que não podendo apresentar nem a sua pureza e nem a sua generosidade, devêsseis renunciar ao dom do Coração de Jesus.... 

Ó refaçais este pensamento e ponde os olhos jubilosos e assombrados em outro quadro, que completa o primeiro, que o realça. Jesus agoniza no Calvário! A Seus pés, acercado de João e, mais próximo ainda da Rainha Imaculada, está... Madalena! A um lado, a inocência conservada, e do outro, a inocência recuperada! E ambos, João e Madalena, por testemunha a Rainha Imaculada, recebem igualmente, em testamento supremo, o Coração de Jesus!

Quem dos dois recebeu a melhor, a ótima parte? Quem? Ninguém o sabe, ninguém o saberá aqui embaixo senão Jesus. E por que não seriam ambos iguais em fortuna? Por que? Em todo o caso, esse silêncio eloquentíssimo não é senão o apelo constante e reiterado que, com ligeiras variantes e com tonalidades diferentes, chama a uns e a outros, a inocentes e a penitentes, e os urge para que em caravana imensa, incontável, avancem resolvidos e confiadamente pelo caminho do Calvário, para o Tabor de glória eterna.

Ó concluamos assim esta Hora Santa dando rédea solta ao nosso júbilo, à nossa confiança e gratidão. Que a nossa última prece tenha a cadência de um verdadeiro hino, cântico de louvor, de ação de graças e de amor, ao Coração de Jesus Sacramentado! 

Abençoastes-nos, Jesus amado, como não abençoastes jamais as flores dos campos à Sua volta e nem os lírios dos vales de Vossa Pátria, e em pagamento fomos nós os espinhos de Vossa coroa! 
Porém, não Vos canseis de nós; incensai-Vos que sois Jesus para estes pobres desventurados.
Abençoastes-nos, Jesus amado, como não abençoastes jamais as mesas, as vinhas e os jardins de Samaria e da Galileia, e nós Vos pagamos tantas vezes sendo a cizânia plantada em Vossa Igreja!
Porém, não Vos canseis de nós; incensai-Vos que sois Jesus para estes pobres desventurados.
Ó Jesus amado, Vosso Coração nos abençoou como não abençoou jamais as aves do céu nem os rebanhos de Belém e Nazaré. E nós Vos pagamos fugindo do Vosso redil e temendo a brandura de Vosso cajado amorosíssimo!
Porém, não Vos canseis de nós; incensai-Vos que sois Jesus para estes pobres desventurados.

Ó neste dia venturoso, deixai-nos, porque fomos ingratos convosco Jesus Sacramentado, deixai-nos oferecer-Vos um hino de louvor em tom inspirado ao Profeta-Rei; em sua lira cantamos a Vós junto com a Mãe do Belo Amor. 

Espíritos angélicos e santos da corte celestial: louvem ao Senhor na misericórdia infinita com que nos cumulou. Hosana ao Criador, convertido em criatura e Hóstia por amor! 

(Todos) 

Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 

Sol, lua e estrelas: espargi vosso manto de luz sobre este Tabernáculo, mil vezes mais santo que o de Jerusalém, cheio da majestade de sua doçura. Louvai ao Senhor na misericórdia infinita com que nos cumulou. Hosana ao Criador, convertido em criatura e   Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 
Fulgor da alvorada, orvalho da manhã, luzes do crepúsculo: glorificai a majestade do silêncio do Rei e do Sacrário. Louvai ao Senhor na misericórdia infinita com que nos cumulou. Hosana ao Criador, convertido em criatura e Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 
Oceano aprazível, oceano em tempestade, profundidades viventes do abismo: proclamai a onipotência do Cativo deste altar; louvai ao Senhor na misericórdia infinita com que nos cumulou. Hosana ao Criador, convertido em criatura e Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 
Brisas perfumadas, tempestades devastadoras, flores, torrentes e cascatas: cantai a formosura soberana de Jesus Sacramentado. Hosana ao Criador, convertido em criatura e Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 
Neves eternas, selvas, vulcões, colinas e vale: engrandecei a magnificência do Deus aniquilado do altar. Louvai ao Senhor na misericórdia infinita com que nos cumulou. Hosana ao Criador, convertido em criatura e Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 
Criação toda inteira: vinde pressurosa em nosso auxílio, vinde a suprir nossa impotência; os humanos não sabem cantar, louvar, nem agradecer; vinde e com cantares de natureza afoga o grito de blasfêmia, conserta o sopro, a indiferença do homem ingrato com a misericórdia infinita de Jesus-Eucaristia. Hosana ao Criador convertido em criatura e Hóstia por amor! 
Hosana ao Divino Prisioneiro do amor! 

Em reparação de tantos que Vos esquecem, que amemos mais, que amemos com amor mais forte do que a morte! Coração Divino de Jesus, venha a nós o Vosso reino! 

Salve Rainha invocando a Rainha do Belo Amor. 
Pai Nosso e Ave Maria pelas intenções particulares dos presentes. 
Pai Nosso e Ave Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Pai Nosso e Ave Maria pedindo o reinado do Sagrado Coração mediante a Comunhão frequente e diária, a Hora Santa e a Cruzada da Entronização do Rei Divino em lares, sociedades e nações.

(Cinco vezes)

Coração Divino de Jesus, venha a nós o Vosso reino! 


Fórmula de consagração individual ao Sagrado Coração de Jesus, composta por Santa Margarida Maria 

Eu (nome) Vos dou e consagro, ó Sagrado Coração de Jesus Cristo, minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte de meu ser senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar. Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto do meu amor, protetor de minha vida, segurança de minha salvação, remédio de minha fragilidade e de minha inconstância, reparador de todas as imperfeições de minha vida e meu asilo seguro na hora da morte. 

Sede, ó coração de bondade, minha justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim Sua justa cólera. Ó coração de amor! Deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos, ou se oponha à Vossa vontade. Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos, nem separar-me de Vós. Suplico, por Vosso infinito amor, que meu nome seja escrito em Vosso coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso escravo. Amém. 

(Hora Santa de Ano Novo, pelo Pe. Mateo Crawley - Boevey)