A primeira Missa foi celebrada no Cenáculo, às vésperas da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e, desde então, a Santa Igreja repete o Santo Sacrifício a cada Missa, mediante o seguinte paralelo das celebrações:
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
terça-feira, 15 de setembro de 2020
TESOURO DE EXEMPLOS (22/24)
22. DAI-ME JESUS! E SEREI BOAZINHA...
Entre os meninos e meninas mais pequeninos, puros e bons, costuma Jesus Menino escolher seus pajens (cruzadinhos) para que o acompanhem aonde quer que vá. Uma dessas crianças foi Santa Gema Galgani, uma santa de nossos tempos que, durante toda a sua vida, recordava com prazer as primeiras práticas que tivera com Jesus Sacramentado, sendo ainda muito pequena.
'O rosto de minha mãe, depois de receber a comunhão' - dizia - 'ficava radiante de alegria e meu coração batia mais depressa, quando ela me chegava a seu peito, dizendo: Gema, aproxima-te de meu peito para dar um beijo em Jesus'.
Desde aquela idade, não cessava de pedir às suas professoras e aos capelães que lhe dessem o seu Jesus. Eles olhavam para ela e sorriam, pois, apesar de ter nove anos, era tão pequena que parecia ter apenas seis. Naquele tempo, o Papa não havia dado ainda o decreto da comunhão dos pequeninos e exigiam-se, para eles, as mesmas instruções e conhecimentos cabais: 'Tem paciência', diziam-lhe, 'até que tenhas a idade requerida'.
Mas Gema pedia, pedia sem se cansar: 'Dai-me Jesus, dai-me... E vereis que serei boazinha, não pecarei mais e serei bem comportada. Dai-me Jesus, porque me parece que não poderei viver sem Ele!'. Estes belos sentimentos de um coração tão puro e amante moveram seus superiores a apressar o dia feliz e suspirado e satisfazer as ânsias dela de apertar Jesus ao peito. Gema tornou-se realmente, em sua vida pobre e humilde, uma grande santa que mereceu as honras do altar.
23. UM MÁRTIR DA CONFISSÃO E DA EUCARISTIA
Em 1927, dominavam no México os inimigos da Igreja Católica. Os ministros de Jesus cristo eram perseguidos, presos e fuzilados sem compaixão. Do número desses mártires, foi o ancião Pe. Mateus Correa. Estava em casa de um amigo, num dos bairros mais radicais, quando o foram chamar para atender um pobre índio que queria receber os últimos sacramentos. Apesar do perigo que corria, o padre quis cumprir com esse dever de caridade.
Tomando consigo o Santíssimo, dirigiu-se com um amigo à casa do doente. Escolheram de propósito os caminhos menos frequentados mas, assim mesmo, os soldados de Calles os surpreenderam e, vendo que o padre levava consigo o Santíssimo, quiseram arrancá-lo dele à fôrça para o profanar. Mas o Pe. Correa foi mais esperto que os soldados consumindo imediatamente a sagrada partícula, dizendo a eles:
➖ Matai-me se quiserdes; mas a Jesus não profanareis.
Depois de maltratarem cruelmente o pobre padre, levaram-no à cidade de Valparaíso, onde o meteram em cárcere. Acusado de cumplicidade com os Cristeros, que combatiam nos arredores, detiveram-no ali até que o General Ortiz o levou consigo à cidade de Durango. Ali chegaram a 4 de fevereiro e, já no dia 6, o padre foi julgado pelo general em pessoa. Vários outros presos iam ser fuzilados. Dirigindo-se ao Pe. Correa, disse o general:
➖ Ouça primeiro a confissão desses bandidos, pois vão pagar logo os seus crimes.
Ouviu-lhes o padre a confissão e preparou-os para uma boa morte. Tendo terminado, o general lhe perguntou:
➖Agora me diga o que estes canalhas lhe contaram.
Erguendo-se o padre com nobre altivez, respondeu:
➖ Nunca, isso nunca!
➖ Não vai me dizer?
➖ Não, nunca!
➖ Então será fuzilado com os outros.
➖ Fuzile-me se quiser, mas o segredo da confissão não o violarei jamais.
O infame general mandou matá-lo e, assim, o grande mártir selou com o próprio sangue a sua fé e os seus sagrados ministérios.
24. A COMUNHÃO DÁ FORÇA
Estava a avozinha no terreiro, assentada à sombra de uma viçosa parreira, quando ouviu ser chamada:
➖ Vovozinha?
A avó levanta os olhos, um pouco surpreendida pois, até aquela hora, a netinha não lhe mostrara muita atenção; era atenta, mas não afetuosa.
➖ Que queres, filha?
➖ Vovó, eu queria saber porque você tem uma perna de pau. Você a perdeu em combate?
➖ Não, Lina; mas isso não é pergunta para a sua idade. Não foi uma bala de canhão, que me cortou a perna, nem mesmo um acidente.
➖ Então, o que foi?
➖ Simplesmente uma enfermidade, um tumor no joelho. Um dia o médico declarou que era preciso cortar a minha perna.
➖ Ah vovó, eu quisera antes morrer.
➖ Eu também.
➖ Por que, então, aceitou que a cortassem?
➖ Lina, não era possível; não vivia só para mim. Morrer quando se quiser, é luxo... e, algumas vezes, é covardia. Eu tinha de olhar para quatro filhinhos, que necessitavam muito de mim.
➖ Mas, para a cortar, fizeram você dormir?
➖ Não, eu não quis; tinha muito medo de não acordar e abandonar os meus filhos. E, afinal, se se tem de sofrer, é porque Deus o quer ou permite.
➖ Cortaram a sua perna, assim, viva?
A boa velhinha, só em recordar o que se passara, estava pálida.
➖ Filhinha, antes da dolorosa operação, pedi o pão dos fortes, recebi a santa comunhão e pedi a Jesus Sacramentado paciência e coragem. O seu papai segurava a minha mão e até ele, pobrezinho, quase que desfaleceu.
➖ Vovozinha, então foi a comunhão que lhe deu forças. Oh! como Jesus é bom!
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)
ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
14 DE SETEMBRO - EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
'Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim' (Jo 12, 32)
A festa da Exaltação da Santa Cruz tem origem na descoberta do Sagrado Lenho por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, e na dedicação de duas basílicas construídas por ele, uma no Calvário e outra no Santo Sepulcro, dedicação esta realizada no dia 14 de setembro do ano de 335. No ano de 629, a celebração tomou grande vulto com a restituição da Santa Cruz pelo imperador Heráclio, retomada dos persas que a haviam furtado. Levada às costas pelo próprio imperador, de Tiberíades até Jerusalém, a Santa Cruz foi entregue, então, ao Patriarca Zacarias de Jerusalém.
Conta-se, então, que o imperador Heráclio, coberto de ornamentos de ouro e pedrarias, não conseguia passar com a cruz pela porta que conduzia até o Calvário; quanto mais se esforçava nesse sentido, mais parecia ficar retido no mesmo lugar. Zacarias, diante desse fato, ponderou ao imperador que a sua ornamentação luxuosa não refletia a humildade de Cristo. Despojado, então, da vestimenta, e com pés descalços, o imperador completou sem dificuldades o trajeto final, encimando no lugar próprio a Cruz no Calvário, de onde tinha sido retirada pelos persas.
A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo converteu a Cruz de um objeto de infâmia e repulsa na glória maior da fé cristã. A Festa da Exaltação da Cruz celebra, portanto, o triunfo de Jesus Cristo sobre o mundo e a imprimação do Evangelho no coração de toda a humanidade.
SALVE CRUX SANCTA
Salve, crux sancta, salve mundi gloria,
vera spes nostra, vera ferens gaudia,
signum salutis, salus in periculis,
vitale lignum vitam portans omnium.
Te adorandam, te crucem vivificam,
in te redempti, dulce decus sæculi,
semper laudamus, semper tibi canimus,
per lignum servi, per te, lignum, liberi.
Originale crimen necans in cruce
nos a privatis, Christe, munda maculis,
humanitatem miseratus fragilem
per crucem sanctam lapsis dona veniam.
Protege salva benedic sanctifica
populum cunctum crucis per signaculum,
morbos averte corporis et animae
hoc contra signum nullum stet periculum.
Sit Deo Patri laus in cruce filii
sit coequalis laus sancto spiritui,
civibus summis gaudium et angelis
honor sit mundo crucis exaltatio. Amen.
Salve Santa Cruz, salve ó glória do mundo, nossa verdadeira esperança que traz verdadeira alegria, sinal da salvação, proteção nos perigos, árvore viva que suporta a vida de todos nós.
Nós vos adoramos, em vós nos vivificamos; por vós redimidos, no esplendor perene dos séculos, vos saudamos e louvamos para todo o sempre, escravos pelo lenho e, por vós, ó Lenho, libertados.
Vós que vencestes o pecado original na cruz, livrai-nos, ó Cristo, de nossas próprias culpas, tende piedade da nossa miséria humana e, pela Santa Cruz, perdoai os que caíram.
Protegei, salvai, abençoai e santificai todo o vosso povo pelo Sinal da Cruz, protegei-nos contra todo o mal do corpo e da alma e que perigo algum prevaleça diante este Sinal.
Louvado seja Deus Pai na Cruz do seu Filho! Louvor igual seja dado ao Espírito Santo! Que a Exaltação da Cruz seja a suprema alegria dos eleitos e dos anjos no Céu e um esplendor de glória para o mundo. Amém.
(tradução do autor do blog)
domingo, 13 de setembro de 2020
PÁGINAS COMENTADAS DOS EVANGELHOS DOS DOMINGOS
'Irmãos: Ninguém dentre vós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: para ser o Senhor dos mortos e dos vivos' (Rm 14, 7 - 9)
sábado, 12 de setembro de 2020
ORAÇÃO PELA INTERCESSÃO DOS SANTOS ANJOS
Supplices te rogamus, omnipotens
Deus: iube hæc perferri per manus
sancti Angeli tui in sublime altare tuum,
in conspectu divínæ maiestatis tuæ;
ut, quotquot ex hac altaris participatione
sacrosanctum Filii tui Corpus et
Sanguinem sumpserimus, omni benedictione
cælesti et gratia repleamur.
Humildemente Vos suplicamos, Deus todo-poderoso,
que esta nossa oferenda seja apresentada
pelo vosso santo Anjo no altar celeste,
diante da vossa divina majestade, para que todos nós,
participando deste altar pela comunhão
do santíssimo Corpo e Sangue do vosso Filho,
alcancemos a plenitude das bênçãos e graças do céu.
(Oração Eucarística I)
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (XI)
FALSO TESTEMUNHO
É o depoimento contrário à verdade. É mais grave quando feito em juízo por aquele que jurou dizer a verdade. É sempre proibido. Está escrito na Lei de Deus: 'Contra o teu próximo não dirás falso testemunho'(Ex 20, 16). As testemunhas citadas pelo Juiz têm obrigação de dizer a verdade, e só a verdade, sem atenção aos interesses de ninguém e só aos interesses da Justiça. Uma testemunha falsa fica obrigada a reparar todo o dano que maliciosamente causou ao próximo, ainda que lhe custe igual ou maior dano, e também a retratar-se do testemunho dado, se tanto for necessário para restabelecer a Justiça.
FIEIS
são todas as pessoas batizadas que praticam a Religião como a Igreja Católica ensina. Todos, qualquer que seja a categoria social, têm deveres para com os sacerdotes, isto é, para com o Papa, os Bispos e os Clérigos em geral. São deveres dos fiéis:
a) Considerar os sacerdotes como embaixadores de Jesus Cristo, cooperadores de Deus, dispensadores dos mistérios de Cristo, como lhes chama São Paulo (I Cor 4, 1; Hb 5, 1-3);
b) Respeitar os sacerdotes, não obstante as suas imperfeições e os seus defeitos, que não destroem o seu caráter sagrado.
c) Amar filialmente os sacerdotes, que são os seus pais espirituais;
d) Obedecer-lhes em tudo o que diz respeito à ordem espiritual, como a Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: 'Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos despreza, a Mim despreza' (Lc 19,16).
e) Prestar-lhes assistência temporal, isto é, contribuir para a sua sustentação, não somente porque eles dedicam as suas faculdades, o tempo e a saúde ao bem espiritual dos fieis, mas também por causa da benéfica ação social que exercem na vida das famílias e da sociedade, e ainda porque o seu ministério é incompatível com quaisquer ofícios rendosos: 'Se nós vos semeamos as coisas espirituais, é porventura muito recolhermos as coisas temporais que vos pertencem?' diz o Apóstolo São Paulo (I Cor 9, 11).
FORTALEZA
É uma virtude pela qual a vontade é de tal modo robustecida que não desiste de fazer o bem, por muito árduo que ele seja, nem por causa das dificuldades, nem pelo perigo de morte. A virtude da fortaleza manifesta-se principalmente na constância em suportar o peso da dor. Muito contribuem para conservar a fortaleza, além da oração, a comparação da fragilidade dos bens terrenos com a grandeza dos bens eternos, a previsão dos males a que estamos sujeitos, o costume de agir decididamente nas coisas pequenas, o fervoroso amor de Deus. São virtudes inseparáveis da fortaleza: a magnanimidade, a paciência e a perseverança.
FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO
São os efeitos ou produtos dos dons do divino Espírito Santo. São 12: Caridade, dispõe-nos ao amor afetivo e efetivo para com Deus e para com o próximo; Gozo, faz-nos viver sempre contentes com as disposições da divina Providência; Paz, dispõe-nos a viver sempre de acordo com o nosso próximo, ainda que com algum prejuízo de nosso direito; Paciência, torna-nos calmos no meio dos sofrimentos que nos visitam; Benignidade, torna-nos indulgentes e agradáveis para com o próximo; Bondade, leva-nos a prestar serviços aos outros, ainda que à custa de incômodos nossos; Magnanimidade, faz-nos suportar o que não podemos impedir, e esperar a hora favorável para praticarmos o bem e corrigirmos o mal; Mansidão, detém o mau humor e torna amável o caráter; Fidelidade, impede de faltar à palavra dada; Modéstia, acalma a vivacidade nas ações mesmo boas e ensina a refletir antes de operar; Continência, contém nos devidos limites as exigências dos sentidos; Castidade, leva-nos a tomar precauções, a exercer vigilância e a praticar a mortificação, para evitarmos os perigos contra a pureza.
GALHETAS
São os pequenos vasos de vidro ou de outra matéria, em que se deita o vinho e a água para a Missa. São colocadas num prato onde cai a água do Lavabo. Devem estar sempre muito limpas, como convém ao serviço em que se empregam.
GEENA
Palavra usada na Sagrada Escritura para significar o lugar de tormentos eternos a que os réprobos são condenados. É uma alusão a um vale profundo, onde eram lançadas as imundícies da cidade de Jerusalém, as quais ardiam continuamente sem que o fogo se extinguisse.
GRADUAL
Era o livro que continha as orações que se cantavam depois da Epístola, à Missa cantada. Agora chama-se Gradual a uns versículos que se leem ou se cantam depois da Epístola.
GULA
É o desordenado apetite de comer e de beber. É um dos sete pecados capitais, mas só é mortal quando o excesso na comida ou na bebida prejudica gravemente a saúde ou impede o uso da razão. São efeitos da gula: o embrutecimento da inteligência, a imoderação da língua, a propensão para a luxúria, a embriaguez e o alcoolismo. Por isso Jesus Cristo nos advertiu, dizendo: 'Velai sobre vós para que não suceda que os vossos corações se façam pesados com demasias de comer e de beber' (Lc 21, 34). São remédios contra a gula: a consideração do fim porque nos alimentamos; a observação dos efeitos do excesso da comida e da bebida; a mortificação do apetite ao comer e ao beber e a prática dos exercícios de piedade.
HÁBITO ECLESIÁSTICO OU CLERICAL
É o vestuário próprio dos eclesiásticos, os quais devem trazer hábito decente, segundo os costumes legítimos dos lugares e as prescrições do bispo próprio. Sem licença do bispo do lugar, não podem os associados de qualquer confraria, ainda que ereta por religiosos, trazer hábito próprio em procissões ou em outras funções sagradas.
HEREGE
É aquele que, tendo recebido o sacramento do batismo, embora conservando o nome de cristão, nega ou põe em dúvida, pertinazmente, alguma das verdades da Fé divina e católica, propostas pela Igreja à crença dos cristãos. Se é notoriamente herege, fica separado da união com a Igreja Católica e não pode receber os Sacramentos.
HERESIA
É o erro voluntário e pertinaz do cristão contra alguma verdade da Fé divina. É pecado gravíssimo, que separa o cristão radicalmente de Deus e do caminho da salvação.
HERESIARCA
É o autor de uma heresia ou o chefe de uma seita herética.
HETERODOXO
É aquele que professa doutrina contrária à doutrina Católica.
HIERARQUIA ECLESIÁSTICA
É, por instituição divina, constituída pelos bispos, presbíteros e ministros, sob a autoridade suprema do papa, Chefe da Igreja universal. Aos Apóstolos, deu Jesus Cristo o poder de ensinar, reger e santificar os fiéis e a Pedro, deu o Primado sobre os outros Apóstolos, dizendo-lhes que estaria com eles até à consumação dos séculos. São Pedro tem como sucessor o Papa; os Apóstolos têm como sucessores os Bispos, os quais têm como auxiliares os Presbíteros e os Ministros ou Clérigos menores. Desta sorte, a hierarquia instituída por Jesus Cristo se perpetua na Igreja até à consumação dos séculos.
HOMILIA
É uma breve explicação do evangelho ou de alguma parte da doutrina cristã, feita nas Missas dos Domingos e Dias Santos a que assistam os fieis, quer nas igrejas, nas capelas ou nos oratórios. Não só os párocos, mas também todos os sacerdotes que nesses dias celebram missa a que assistem fieis são obrigados a fazer homilia. Dessa obrigação resulta para os fieis a obrigação de a ouvirem com a intenção de aprender e praticar.
HORAS CANÔNICAS
São o ofício divino ou a reza do Breviário, que a Lei da Igreja impõe aos Clérigos de Ordens maiores, e que devem recitar a determinadas horas.
HORA SANTA
É um exercício de devoção pedido por Jesus Cristo a santa Margarida Maria, o qual deve durar uma hora passada em oração, recordando a agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras. Este exercício pode ser feito em qualquer lugar, e tanto em particular como em comum; mas é preferível fazê-lo diante do Santíssimo Sacramento. Deve ser feito de quinta para sexta-feira, e a qualquer hora desde as 14 horas, mas a hora mais própria é das 23 à meia noite.
HOSANA
É um canto que expressa alegria ou aclamação.
(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
O HEROÍSMO COTIDIANO DA VIDA CRISTÃ
Como nos primeiros séculos do cristianismo, assim nos tempos modernos, nos países do mundo, onde a perseguição religiosa aqui e ali se enfurece, abertas e sutis, mas não menos duras, os mais humildes fieis podem de um momento para outro encontrar-se diante da dramática necessidade de escolher entre a própria fé, que tem o dever de conservar inata, e a liberdade, os meios para sustentar a vida, a própria vida. Mas também nas épocas normais, nas vicissitudes e nas condições ordinárias da família cristã, sucede de vez em quando que as almas se encontrem bruscamente colocadas na alternativa de violar um imprescindível dever ou de expor-se a sacrifícios e riscos dolorosos e duros: na saúde, nos bens, na posição familiar e social, colocadas portanto na necessidade de ser e demonstrar-se heroicas, se querem permanecer fieis às suas obrigações e permanecer na graça de Deus.
Quando os nossos predecessores de veneranda memória, e particularmente o Sumo Pontífice Pio XI na Carta Encíclica Casti Connubii, chamaram a atenção e recordaram as santas e inamovíveis leis da vida matrimonial, ponderavam e tinham perfeitamente consciência de que, em não poucos casos, aos esposos cristãos pede-se um verdadeiro heroísmo para observar inviolavelmente as suas leis. Trata-se de respeitar os fins do matrimônio desejados por Deus ou de resistir aos incentivos ardentes e lisonjeiros das paixões e de solicitações, que a um coração inquieto insinuam que vá procurar fora o que, na legítima união não encontram ou creem não ter encontrado tão plenamente como haviam esperado; ou que, para não quebrar ou diminuir o vínculo das almas e do mútuo amor, sobrevenha a hora de saber perdoar, de esquecer um litígio, uma ofensa, um aborrecimento, talvez grave; quantos dramas íntimos nascem, desenvolvem suas amarguras e peripécias atrás do véu da vida cotidiana! Quantos heroicos sacrifícios escondidos! Quantas angústias do espírito para conviver e manter-se cristãmente constante no próprio dever e no próprio cargo!
E esta mesma vida cotidiana, qual força de alma não pede muitas vezes: quando toda manhã se deve voltar aos mesmos trabalhos, talvez rudes e fastidiosos em sua monotonia; quando é melhor suportar com sorriso nos lábios, amável e alegremente, os defeitos recíprocos, os jamais vencidos contrastes, as pequenas divergências de gosto, de hábitos, de ideias, que a vida em comum traz, quando, em meio de mínimas dificuldades e incidentes, muitas vezes inevitáveis, não deve perturbar-se e diminuir a calma e o bom-humor; quando, em um encontro frio, é urgente saber calar, parar a tempo o lamento, mudar e adoçar a palavra que, lançada fora, daria desafogo aos nervos irritados, mas difundiria uma nuvem opaca na atmosfera das paredes domésticas! Mil particulares ínfimos, mil fugazes momentos da vida cotidiana, cada qual deles é bem pouca coisa, é quase um nada, mas que a continuidade e o adicionar-se terminam tornando tão pesados, e pelos quais, entretanto, por uma tão considerável parte, é entrelaçada e afetada, no mútuo sofrimento, a paz e a alegria de um lar.
Não procureis em outros lugares a fonte de tais heroísmos. Nas dificuldades da vida familiar, como em todas as circunstâncias da vida humana, o heroísmo tem sua raiz essencial no sentimento profundo e dominador do dever, daquele dever, com o qual não é possível transigir ou pactuar, que deve prevalecer em tudo e sobre todos: sentimento do dever que, para o cristão, é consciência e reconhecimento do domínio soberano de Deus sobre nós, de sua soberana autoridade, de sua soberana bondade; sentimento que quando se apresenta como a vontade de Deus claramente manifestada, não é passível de discussão, e a todos impõe inclinar-se; sentimento que, além de tudo, nos faz compreender que a vontade divina é a voz de um infinito amor para conosco; sentimento, em uma palavra, não de um dever abstrato ou de uma lei prepotente e inexorável, hostil e esmagadora da liberdade humana, do dever e do agir, mas que corresponde e se inclina às exigências de um amor, de uma amizade infinitamente generosa, transcendente e que rege as multiformes vicissitudes do nosso viver aqui na terra.
(Papa Pio XII)
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