sábado, 13 de julho de 2024

SOBRE O AMOR A DEUS

Primum instrumentum! Para o 'obreiro' espiritual, o amor a Deus deve ser o primeiro instrumento. É essa a alavanca motora que o levará a transformar toda a sua atividade natural em algo sobrenatural. Uma obra só tem valor se tiver como princípio o desejo de agradar a Deus, ou seja, se for regida pelo amor. É deste amor que a alma cristã retira a força para obedecer aos mandamentos e a alma do religioso o sustento para prover a salvação das almas. Quando a natureza recua diante das dificuldades da tarefa; quando a suscetibilidade se revolta diante das humilhações; quando se enfrentam as perseguições inevitáveis, é no amor que o verdadeiro discípulo de Cristo vai buscar a fortaleza de que necessita.

Foi no amor a Deus que os mártires assentaram os fundamentos das suas forças; os apóstolos, o estímulo do seu zelo; os confessores e as virgens, o sustentáculo de todas as virtudes. Se perguntarmos a Santa Teresa como ela renovou a vida contemplativa e levou aos quatro cantos do mundo a luz radiosa do Carmelo renovado; a São Francisco Xavier, qual foi o instrumento de suas tantas conquistas espirituais;  a tantos outros santos quais foram os meios que garantiram o êxito de suas obras de santidade, todos, todos mesmo, nos darão a mesma resposta: 'por amor a Deus'. O primeiro instrumento de todos eles foi o amor.

Antes de Nosso Senhor confiar a São Pedro o governo da sua Igreja e de o enviar como evangelizador do mundo inteiro, fez a ele uma única pergunta: Simon Joannis, diligis me? -  'Simão, filho de João, tu me amas?' [Jo 21,16]. Não lhe perguntou: 'Sabes pregar?' ou 'Estás preparado para todas as dificuldades e todas as perseguições?' ou ainda 'Serás capaz de suportar a prisão, os sofrimentos e as cruzes?' Não, apenas lhe perguntou: 'Simão, filho de João, tu me amas?' Diligere - amar. Note-se que nesta palavra há eligere - escolher. O amor que Deus espera de nós é um amor de escolha, de nossa escolha, ditada apenas pelo nosso livre arbítrio.

(Excertos da obra 'Les Instruments de la Perfection', de L' Abbaye Sainte-Marie de Paris, tradução do autor do blog)

sexta-feira, 12 de julho de 2024

POEMAS PARA REZAR (LV)

O chamado Catecismo de Baltimore constituiu o primeiro e o mais renomado catecismo escrito para católicos na América do Norte, vigente desde 1885 até o final da década de 1960. O hino religioso Mother Dear, oh, Pray for Me - oração de louvor e súplica de proteção à Nossa Senhora traduzida abaixo - constitui uma das mais belas devoções do Catecismo de Baltimore.  


MOTHER DEAR, OH, PRAY FOR ME

Mother dear, oh, pray for me,
Whilst far from heav'n and thee
I wander in a fragile bark,
O'er life's tempestuous sea;
O Virgin Mother, from thy throne,
So bright in bliss above,
Protect thy child and cheer my path,
With thy sweet smile of love.

Mother dear, remember me,
And never cease thy care,
Till in heaven eternally
Thy love and bliss I share.

Mother dear, oh, pray for me,
should pleasure's siren lay
E'er tempt thy child to wander far
From virtue's path away;
When thorns beset life's devious way,
And darkling waters flow,
Then, Mary, aid thy weeping child,
Thyself a mother show.

Ó MÃE QUERIDA, REZA POR MIM

Ó mãe querida, reza por mim,
longe do céu e de ti, alma perdida,
sou nau errante a vagar sem rumo
no mar tormentoso desta vida;
Ó Virgem Mãe, do teu trono,
radiante de glória e esplendor,
protege teu filho e alegra meus passos,
sob o teu suave sorriso de amor.

Ó mãe querida, lembra-te de mim,
e nunca me deixes afastar de Deus,
até que na eternidade do céu, assim,
o teu amor e teu sorriso sejam meus.

Ó mãe querida, reza por mim
se a cobiça do prazer mais rude
tentar desviar o teu filho enfim
do reto caminho da virtude;
quando os espinhos moldarem meu caminho
e as águas escuras me levarem embora;
cuida de mim, então, filho que chora,
ó mãe querida, cuida então de mim.

(livre tradução do autor do blog)

quinta-feira, 11 de julho de 2024

SOMOS O QUE SOMOS PELA GRAÇA DE DEUS

Deus nos fez do nada - do nada absoluto - e é bom que lembremos, de vez em quando, este fato. Porque Deus nos fez, somos preciosos; mas, porque viemos do puro nada, jamais podemos vangloriar-nos de autossuficiência. E, porque viemos de Deus, temos um desejo insaciável de voltar a unir-nos com a sua Vida, Verdade e Amor. Mas, como também somos filhos do nada, estamos tão dependentes dEle como os raios solares, do sol.

Quando São João Batista viu, pela primeira vez, Nosso Senhor, o seu sentimento do nada obrigou-o a dizer: 'Convém que Ele cresça, mas que eu diminua'. Esta atitude não implica qualquer humildade falsa, nem fingimento, desmentido pelos fatos, de que ele ou o seu trabalho fossem sem valor algum. Foi antes o simples reconhecimento de que até a estrela mais brilhante tem de se ofuscar ao raiar do sol nascente. João humilhou-se diante de Deus; o mesmo podíamos fazer nós, lembrando-nos, uma vez ou outra, de que a nossa origem é o nada. Pode fazer-se isto pela prática da humildade e, por ela, reviver a nossa criação. Psicologicamente, podemos voltar ao seio do nada, nossa mãe, despojando-nos de tudo o que não é Deus e, desse modo, regressando ao simples zero, donde Ele nos tirou.

Quando olhamos de frente o que de verdadeiro se passa com a nossa existência, vemos que Ele é o tudo e que nós nada possuímos que não tivesse vindo dEle. Compreenderemos então que Ele nos conserva no ser, de momento a momento. Tornamo-nos conscientes de que sem Ele nada podemos. O Divino Salvador advertiu os discípulos do seu nada relativo, quando descreveu como se devem comportar os cristãos num banquete: não devem sentar-se à cabeceira da mesa como os fariseus viperinos, mas sim portar-se como sendo ninguém, e nunca procurar apresentar-se como sendo alguém. Mais tarde, no seu Ministério, voltou ao assunto e louvou o publicano que, reconhecendo o seu nada, demandou o fundo do templo, ao contrário do fariseu que se dirigiu para a frente. Nosso Senhor pronunciou, então, o veredito divino: 'Todo o que se exaltar será humilhado, e todo o que se humilhar será exaltado'.

O preceito da humildade não quer dizer que pela vida andemos sob um 'complexo de inferioridade'. Não havemos de procurar o vale da humilhação para nos esconder na obscuridade, mas, pelo contrário, para, deste vale, podermos descortinar as montanhas de Deus e encontrar aí a nossa exaltação. Foi belamente expresso nas palavras de Maria, Mãe de Jesus, o surto do sentimento da própria pequenez para a alegria na grandeza do Senhor:'Ele olhou benignamente para a humildade da sua serva'. O reconhecimento de Maria do seu 'nada', em relação a Deus, levou-a a baixar na sua própria estima, mais do que ninguém em tempo algum. Por isso a sua exaltação foi também a mais sublime.

Quanto mais pensarmos em nós, menos pensamos em Deus; todos os egoístas são antirreligiosos. O requisito espiritual para ver a Deus é não se deixar cegar pelo próprio eu, com o seu orgulho, vaidade e deificação. Só pode encher-se o que está vazio; só o que se despir do eu será vestido do Divino. A água da fonte nada poderá acrescentar a um copo que está a extravasar de lama; somente pode ser cheia das Águas da Vida Eterna a alma humilde, a alma vazia. Muitas vezes, durante a vida, enchemos os nossos copos de lama e de pedras de amor-próprio. Esta lama, este falso orgulho, este exagero do valor próprio, com exclusão de Deus, é o que complica a vida e impede a alma de se unir Àquele para quem foi criada. Como o nevoeiro impede os raios de sol de brilhar sobre a terra, assim o eu, negando o nada que é a sua realidade, nos isola de Deus. Mas, como o sol pelo calor desfaz a seu tempo o nevoeiro, também Deus pode consumir inteiramente o nosso orgulho e nos atingir a alma.

O próprio Deus nos mostrou o caminho da humildade; desceu ao nada, quando se humilhou até à morte abjeta da Cruz, mas desceu para ressuscitar, gloriosamente, erguendo-se pela força irresistível do Poder Divino. Para nós também o único caminho para Deus está na crucifixão de nós mesmos. O homem feito por si mesmo constrói no próprio eu e geralmente revela-se um pobre arquiteto. O homem, porém, feito por Deus — demasiado desdenhoso do seu eu para o usar como viga mestra ou pedra angular — deixa Deus erigir o edifício da sua vida. É como São Paulo que disse: 'Eu sou o que sou pela graça de Deus', que se é feliz nesta humildade sincera.

(Excertos da obra 'Rumo à Felicidade' do Fulton Scheen)

quarta-feira, 10 de julho de 2024

FRASES DE SENDARIUM (XXXIV)

'É um erro crer que muitos caminhos conduzem a Deus, depois que os cristãos receberam a verdade da boca do próprio Deus' 

(Santo Ambrósio)

Arma-te com o escudo da sabedoria divina, inflama-te com a confiança inabalável dos que aspiram ainda aqui anelos de eternidade; desta santa embriaguez, transforma-te em forja e cadinho, para moldar consciências e gerar espíritos ávidos da Verdade!

terça-feira, 9 de julho de 2024

TRATADO SOBRE A HUMILDADE (VI)

 

44. Embora o pecado seja, em si mesmo, um grande mal - de fato, o maior de todos os males - ainda assim, sob uma certa forma, pode ser um alimento para nós, se soubermos servir-nos dele como um meio de exercitar a humildade. Quantos grandes pecadores tornaram-se grandes santos sem terem feito nada mais do que manter os seus pecados constantemente diante dos olhos e humilhar-se na vergonha e na confusão perante Deus e os seus semelhantes! Essas palavras: 'Contra Vós somente tenho pecado', que Davi trazia no seu coração, contribuíram mais do que qualquer outra coisa para fazer dele um santo. E o angélico São Tomás, assim explica o versículo de São Paulo aos Romanos 'todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus' [Rm 8, 28]: 'Este é o bem que aproveita aos que amam a Deus porque, quando caem do amor de Deus pelo pecado, voltam a Ele mais humildes e mais prudentes' [3 par, qu. lxxxix, art. 2 ad 1].

É nisto que se manifesta mais admiravelmente a bondade e a sabedoria de Deus, que nos oferece um meio de nos santificarmos por meio de das nossas próprias misérias, e nunca poderemos invocar a desculpa de que não pudemos tornar-nos santos porque cometemos pecados graves, quando esses mesmos pecados poderiam ter sido o meio de nos santificar, incitando-nos a uma humildade mais profunda. Quão grande é a misericórdia de Deus ao dar-nos assim o meio de nos santificar apenas lembrando-nos de que pecando, podemos sempre meditar, à luz da nossa fé, sobre o que significa ser pecador! 

Santa Maria Madalena não se tornou santa tanto pelas lágrimas que derramou mas pela humildade do seu coração. A sua santificação começou quando ela começou a ser humilde no conhecimento de si mesma e de Deus: 'Ela sabia' [Lc 7,37]. Avançou em santidade à medida que avançava em humildade, pois quando não se atrevia a aparecer diante de Jesus Cristo, permanecia atrás dEle [Lc 7,38] e completou a sua carreira de santidade pela sua humildade, pois, como diz São Gregório, não fez outra coisa durante todo o resto da sua vida senão meditar sobre o grande mal que tinha cometido ao pecar. 'Ela considerava o que tinha feito' [Hom. 20 in Evang.].

45. Quando nos sentimos envergonhados e perturbados por termos caído em pecado, isso não passa de uma tentação do demônio, que procura aproveitar-se da nossa angústia para nos arrastar talvez a algum pecado mais grave. A dor que sentimos por termos ofendido a Deus não angustia a alma, mas deixa-a calma e serena, porque é uma dor unida à humildade, que traz consigo a graça; mas sentir-se angustiado e oprimido pela tristeza, seja pela vergonha que sentimos por termos cometido alguma ação vergonhosa, seja pelo reconhecimento súbito da nossa possibilidade de cair, precisamente quando nos julgávamos mais fortes e mais fiéis do que nunca, é orgulho simplesmente, que nasce de um amor-próprio excessivo. Temos uma opinião demasiado boa de nós próprios, e é por isso que nos perturbamos quando vemos a nossa reputação ferida por outros ou diminuída pelas nossas próprias ações. Se eu refletir bem, sempre que me angustiar com as minhas faltas, verei que a minha angústia se deve apenas ao orgulho, que me persuade, pelo artifício sutil do amor-próprio, de que sou melhor do que os próprios justos, de quem está escrito: 'o homem justo cairá sete vezes' [Pv 24,16].

Aquele que é humilde, mesmo que caia por fragilidade, logo se arrepende com tristeza e implora a assistência divina para ajudá-lo a emendar-se; nem se espanta por ter caído, porque sabe que por si mesmo só é capaz de fazer o mal, e faria muito pior se Deus não o protegesse com sua graça. Depois de ter pecado, é bom humilhar-se diante de Deus e, sem perder a coragem, permanecer na humildade para não voltar a cair, e dizer como Davi: 'Estou muito humilhado, Senhor, conservai-me na graça segundo a vossa palavra' [Sl 118,107]. Mas afligirmo-nos sem medida e cedermos a uma certa melancolia pusilânime, que nos leva à beira do desespero, é uma tentação do orgulho, insinuada pelo demônio, de quem está escrito que é rei 'sobre todos os filhos da soberba' [Jó 41,25].

46. Por mais íntegros que sejamos, nunca devemos nos escandalizar ou nos espantar com a conduta dos malfeitores, nem nos considerarmos melhores do que eles, porque não sabemos o que está ordenado para eles ou para nós nas disposições supremas de Deus, 'que faz coisas grandes e insondáveis, maravilhas incalculáveis' [Jó 5, 9]. Quando Zaqueu só pensava em usura e em oprimir os pobres, quando Madalena enchia Jerusalém de escândalos, quando Paulo amaldiçoava e perseguia a religião cristã, quem poderia imaginar que eles se tornariam santos? E, por outro lado, quem acreditaria que Salomão, o oráculo da sabedoria divina, morreria no meio da devassidão e dos ídolos? Que Judas, um dos Apóstolos, traísse o seu Divino Mestre e depois se entregasse ao desespero? Ou que muitos homens santos, avançados em santidade, se tivessem tornado apóstatas? São exemplos que nos devem fazer tremer, quando refletimos sobre o mistério insondável do julgamento e da misericórdia de Deus: 'A um abate, e a outro exalta' [Sl 74,8] e ainda, 'Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes' [Lc 1,52].

('A Humildade de Coração', de Fr. Cajetan (Gaetano) Maria de Bergamo, 1791, tradução do autor do blog)

domingo, 7 de julho de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'Os nossos olhos estão fitos no Senhor: tende piedade, ó Senhor, tende piedade!' (Sl 122)

Primeira Leitura (Ez 2,2-5) - Segunda Leitura (2Cor 12,7-10) -  Evangelho (Mc 6,1-6)

  07/07/2024 - DÉCIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM

32. OS IRMÃOS E AS IRMÃS DE JESUS


Na pequena Nazaré, Jesus tinha sido apenas o filho de um carpinteiro, o filho de Maria e José. Ali viveu por cerca de trinta anos, desde o retorno da fuga dos seus pais para o Egito, após a morte de Herodes (Mt 2, 15-23) até o início de sua vida pública, com o batismo no Jordão (Mt 3, 13-17). Ali vivera no anonimato de uma família simples, como uma pessoa comum e os seus conterrâneos não tiveram dele, durante todo este tempo, nenhuma ocorrência extraordinária, nenhuma referência de sua manifestação como o Filho de Deus. E, desde algum tempo, Jesus partira de Nazaré para algum lugar alhures.

E, certamente, cada vez com maior vigor, chegavam a eles notícias da pregação pública de Jesus por toda a Galileia, as suas parábolas, os seus milagres, os seus feitos extraordinários, a manifestação grandiosa de uma doutrina messiânica que levaria à redenção e à salvação de toda a humanidade. E, mais certamente ainda, tais notícias deveriam produzir neles impulsos de incredulidade e estranheza: 'Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?’ (Mc 6,3). O ceticismo natural daquela gente era imposto por uma dualidade factual: Jesus tinha sido 'uma pessoa normal' entre eles e, agora, em pouco tempo, assumira uma referência profética e messiânica fora de Nazaré, muito além da capacidade de entendimento possível daquelas pessoas que haviam convivido diariamente com Ele durante tantos anos...

E eis que Jesus retorna agora à Nazaré de quase todos os seus dias; quanta expectativa e admiração certamente não deveriam estar aflorando naquela gente, quando Jesus entrou na sinagoga da cidade e começou a pregar as Escrituras. Quanto júbilo de amor e caridade não terá se revestido o Senhor, de modo tão especial, para ensinar a sã doutrina àqueles homens e mulheres de sua terra de predileção? De uma certa forma ali, mais do que em qualquer outro lugar, a dualidade humana e divina de Jesus se manifestava de forma tão sublime e particular mas, contradição das contradições, uma será julgada para anular a outra! Movidos pela incredulidade, pela inveja, pelo arbítrio humano da pura má vontade, aqueles homens se fecharam em suas experiências humanas e negaram o milagre da fé: 'E ficaram escandalizados por causa dele' (Mc 6, 3).

Mesmo entre os seus familiares mais próximos, os 'irmãos e irmãs de Jesus', houve uma resistência muito além do ceticismo inicial, fruto dessa insustentável condição humana de julgar pelas meras aparências e com base apenas na lógica fria das coisas palpáveis e racionais. Neste contra-senso geral, Nazaré perdeu a primazia da graça e Jesus não pôde ali realizar milagre algum e passou a pregar, então, nos povoados vizinhos. Jesus chegou a se admirar com a cegueira espiritual de sua gente e lançou sobre eles o epíteto que perpassou pelos tempos: 'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares' (Mc 6, 4). Nos escombros da lógica fria, a fé não pode se erguer grandiosa e nem fincar raízes na terra nua da incredulidade pura e obstinada. Estes são aqueles que Jesus há de nomear mais tarde: 'Nunca vos conheci' (Mt 7, 23). Os que creem, os que realmente se abrem ao milagre da fé, estes são, verdadeiramente, 'os irmãos e as irmãs de Jesus'.