quarta-feira, 5 de abril de 2023

DIÁRIO DA QUARESMA 2023 - DIA XL

    

Quadragésimo Dia

A Quaresma termina agora. 'Rompei com o mundo, separai-vos da multidão para não perecer com ela, que caminha para a perdição por caminhos licenciosos; esforçai-vos para chegar à vida pelo caminho do sacrifício'. 'Voltai para mim de todo o coração, fazendo jejuns, chorando e batendo no peito! Rasgai vossos corações, não as roupas!' (Jl 2, 12 -13).

Propósito do Dia: Meditar nestes dias da Semana Santa - como se fosse a derradeira para nós nesta vida - sobre os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (com base nas figuras e textos da Via Sacra dada abaixo). 

INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS DA SEMANA SANTA

   

No riquíssimo acervo das indulgências concedidas pela Santa Igreja, concessões diversas são dadas aos fieis por ocasião do Tríduo Pascal (Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Vigília Pascal) para a obtenção de indulgências plenárias, desde que atendidas as demais condições habituais*:

Quinta-Feira Santa

· Recitação ou canto do hino eucarístico 'Tantum Ergo' durante a solene adoração ao Santíssimo Sacramento que se segue à Missa da Ceia do Senhor;

· Visita e adoração ao Santíssimo Sacramento pelo prazo de meia hora.

Sexta-Feira Santa

· Participação piedosa da Veneração da Cruz na solene celebração da Paixão do Senhor.

Sábado Santo  

· Recitação do Santo Rosário.

· Participação piedosa da celebração da Vigília Pascal, com renovação sincera das promessas do Batismo.

Domingo de Páscoa

· Participação devota e piedosa à benção dada pelo Sumo Pontífice a Roma e ao mundo (bênção Urbi et Orbi), ainda que por rádio ou televisão.

* É sempre importante lembrar que a indulgência não é o perdão dos pecados, mas a reparação das penas e danos devidos aos pecados. Para se obter a indulgência plenária é preciso:

1. ter uma disposição interior de afastamento total de todo o pecado, mesmo do pecado venial;
2. ter feito confissão recente;
3. receber a Sagrada Comunhão;
4. rezar em intenção do Santo Padre e da Santa Igreja (orações livres, mas que se recomenda fazer na forma de 'Pai Nosso', 'Ave Maria' e 'Glória').

terça-feira, 4 de abril de 2023

DIÁRIO DA QUARESMA 2023 - DIA XXXIX

   

Trigésimo Nono Dia

A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo converteu a Cruz de um objeto de infâmia e repulsa na glória maior da fé cristã. A Cruz representa o triunfo de Jesus Cristo obre o mundo e a imprimação do Evangelho no coração de toda a humanidade.

Propósito do Dia: Meditar sobre os mistérios da Paixão de Cristo e sua Morte de Cruz (ver esta Leitura Espiritual) e escolher uma destas práticas (ou qualquer outra que julgar mais conveniente) para viver esta Quaresma no dia de amanhã.

ORAÇÃO PELA CONVERSÃO DOS INCRÉDULOS


O' Verbo Encarnado, ó Salvador do mundo, que pela vossa morte lograstes obter a salvação eterna para os homens, por que haveis de receber deles ingratidão tão grande, que não somente vos recusam obedecer e amar, mas chegam até a negar a morte e sofrimentos que por eles padecestes? Vós não cessais de velar pelo seu bem e eles pretendem, com tanta ingratidão, que não vos dignais sequer pensar neles! Vós os criastes imortais para os fazerdes um dia eternamente felizes; e eles se esforçam por se persuadir que são mortais, a fim de poderem se entregar a todos os vícios, e trabalham assim para serem eternamente desgraçados. Ah! pelos merecimentos da vossa vida e morte, vinde em socorro destes vossos servos e não permitais que a impiedade se imponha fazendo perder tantas almas resgatadas ao preço do vosso sangue! Reinai, Senhor, reinai como soberano no meio dos vossos inimigos! Amém!

(Santo Afonso Maria de Ligório)

segunda-feira, 3 de abril de 2023

DIÁRIO DA QUARESMA 2023 - DIA XXXVIII

  

Trigésimo Oitavo Dia

Na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males em que incorremos por causa dos nossos pecados. A paixão de Cristo é o fundamento que deve orientar toda a nossa doutrina de vida.

Propósito do Dia: Meditar sobre os mistérios da Paixão de Cristo e sua Morte de Cruz (ver esta Leitura Espiritual) e escolher uma destas práticas (ou qualquer outra que julgar mais conveniente) para viver esta Quaresma no dia de amanhã.

'FELIZES OS POBRES EM ESPÍRITO'

'Felizes os pobres de espírito porque é deles o reino dos céus' (Mt 5,3). Poderíamos perguntar-nos a que pobres quereria a Verdade referir-se se, ao dizer 'Felizes os pobres', não tivesse acrescentado nada sobre o tipo de pobres de que falava. Pensar-se-ia então que, para merecer o Reino dos Céus, bastaria a indigência de que muitos sofrem devido a uma necessidade penosa e dura. Mas ao dizer: 'Felizes os pobres de espírito', o Senhor mostra que o Reino dos Céus deve ser dado aos que são recomendados mais pela humildade da alma, do que pela penúria dos recursos.

No entanto, não podemos duvidar de que os pobres adquirem mais facilmente do que os ricos o bem que é esta humildade, pois a doçura é uma amiga da sua indigência, ao passo que o orgulho é o companheiro da opulência dos ricos. Porém, também se encontra entre muitos ricos esta disposição de alma que os leva a servirem-se da sua abundância, não para se encherem de orgulho, mas para praticarem a bondade, e que encaram como grande lucro o que gastaram para aliviar a miséria e a infelicidade dos outros.

A todos os tipos e classes de homens é dada a oportunidade de participarem nesta virtude, porque podem ser simultaneamente iguais em intenção e desiguais em fortuna; e pouco importam as diferenças entre os recursos terrenos que encontramos entre os homens que são iguais em bens espirituais. Feliz esta pobreza que não está agrilhoada pelo amor das riquezas materiais; ela não deseja aumentar a sua fortuna neste mundo, antes aspira a tornar-se rica dos bens dos céus.

(São Leão Magno)

domingo, 2 de abril de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?(Sl 21)

Primeira Leitura (Is 50, 4-7) - Segunda Leitura (Fl 2,6-11)  -  Evangelho (Mt 27,11-54)

 02/04/2023 - Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor 

19. 'HOSANA AO FILHO DE DAVI'


No Domingo de Ramos, tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo aclamava o Messias Prometido: 'Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!' (Mt 21, 9).

Jesus, montado em um jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder. Mas Jesus, rei dos reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens. '... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; Jesus vai ser levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, uns poucos dias depois, para o cimo de uma cruz no Gólgota.

Neste Domingo de Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e a morte na cruz...'Eli, Eli, lamá sabactâni?' (Mt 27, 46). Na paixão e morte de cruz, Jesus revela seu amor desmedido pela criação do Pai e desnuda a perfídia, a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar com um amor eivado pelos privilégios e concessões aos seus próprios interesses e vantagens.

A fé é forjada no cadinho da perseverança e do despojamento; sem isso, toda crença é superficial e inócua e, ao sabor dos ventos, tende a se tornar em desvario. Dos hosanas de agora ao 'Seja crucificado!' (Mt 27, 22 - 23) de mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz. O mesmo desvario, o mesmo ultraje, a mesma loucura que se repete à exaustão, agora e mais além no mundo de hoje, quando, em hosanas ao pecado, uma imensa multidão, em frenesi descontrolado, crucifica Jesus de novo em seus corações!

Obs.: Dia não incluído no Diário da Quaresma 2023, ver postagem aqui.