sexta-feira, 29 de julho de 2016

O PRIMEIRO FILHO ESPIRITUAL DE SANTA TERESA DE LISIEUX


Em 17 de março de 1887, um crime terrível chocou toda a cidade de Paris. No famoso 'crime da Rue Montaigne', foram assassinadas brutalmente três mulheres: Claudine-Marie Regnault, mulher rica e conhecida como 'Madame de Montille', na época com 40 anos; sua empregada de 38 anos, Annette Grémeret e a filha desta, Marie, então com doze anos. O assassino usara um instrumento cortante para lacerar o pescoço das vítimas enquanto dormiam e, neste ato, praticamente decapitara a vítima mais jovem.

As investigações levaram à prisão do assassino, um sujeito chamado Henri Pranzini, de origem italiana, mas nascido em Alexandria em 1856. Aventureiro destemido, o homem havia viajado por muitos países, que incluíam o Sudão,  a Birmânia e o Afeganistão. Chegara a Paris em 1886 e passara a ter relacionamentos amorosos com várias mulheres, entre elas 'Madame de Montille' até que, obcecado pela ideia de roubar a sua rica e tristemente célebre cortesã, cometera o triplo assassinato. Julgado e condenado à morte pelos bárbaros crimes, nunca reconheceu a sua culpa, e dedicou os últimos dias de sua vida deprimente a cometer blasfêmias, insultos e bravatas de toda natureza. Seria possível imaginar uma alma mais decaída e mais destinada à condenação eterna?

E, mesmo aqui, no lamaçal de todas as desonras, prevalece os insondáveis desígnios da Providência Divina. Os terríveis acontecimentos daqueles dias chegaram ao conhecimento de uma humilde adolescente chamada Thérèse Martin da cidade de Lisieux - mas nada mais, nada menos que a futura santa da Igreja, Teresa de Lisieux ou Santa Teresinha do Menino Jesus. Movida já à época por um intenso desejo de salvar as almas do inferno, Teresa se dedicou, então, à tarefa gigantesca de implorar a Deus pela salvação eterna da alma de um assassino brutal.

Neste propósito, prostrou-se, com grande perseverança, em orações e sacrifícios e mandou inclusive celebrar missa nessa intenção. Com absoluta resolução interior, confiou à Misericórdia Divina a salvação eterna da alma de um criminoso ignóbil, de um assassino covarde, de um pecador impenitente e blasfemador. Em 31 de agosto de 1887, Pranzini foi conduzido ao cadafalso e executado na guilhotina.

No dia seguinte à execução, Teresa abriu avidamente o Le Croix, um jornal local, para se inteirar dos fatos ocorridos. Eis a transcrição dos fatos conforme os seus manuscritos: 'No dia seguinte da execução, eu abri rapidamente o jornal ... e o que eu vi? Lágrimas traíram de imediato a minha emoção. Fui obrigada a correr para fora da sala. Pranzini tinha subido ao cadafalso sem se confessar ou receber a absolvição ... mas, virando-se rapidamente, tomou nas mãos o crucifixo que o sacerdote estava oferecendo a ele e beijou as Santas Chagas de Nosso Senhor três vezes... Eu tinha obtido o sinal que havia pedido e que foi para mim especialmente jubiloso. Pois não foi quando vi o Preciosíssimo Sangue fluir das Chagas de Jesus que a sede da salvação das almas tomou pela primeira vez posse de mim?..... A minha oração havia sido acolhida ao pé da letra'.

A 'pescadora de almas' chamaria este pecador de 'meu primeiro filho' espiritual em seus manuscritos autobiográficos e, durante muitos anos, encomendaria missas pela alma de Pranzini, a cada dia 31 de agosto, aniversário da execução do condenado.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

NO LIMIAR DO SOBRENATURAL (V)

(abadia de Einsiedeln)

Em setembro de 948, Eberhaad, o  abade do Convento de Einsiedeln na Alemanha, solicitou a São Conrado, Bispo de Constância, que se dignasse fazer a consagração da igreja de sua abadia. Na noite da cerimônia prevista, São Conrado e outros religiosos deram início às orações prévias da consagração no interior da igreja, enquanto o povo esperava do lado de fora.

De repente, a igreja ficou inteiramente iluminada por uma luz celeste e São Conrado teve a seguinte aparição: Jesus Cristo, acolitado pelos quatro evangelistas, celebrava no altar o oficio da dedicação, enquanto anjos espargiam perfumes à direita e à esquerda do Divino Pontífice; o apóstolo São Pedro e o Papa São Gregório seguravam as insígnias do pontificado; e diante do altar se achava a Santa Mãe de Deus, circundada de uma auréola de glória. Um coro de anjos, regido por São Miguel, fazia vibrar as abóbadas do templo com seus cantos celestiais, enquanto Santo Estêvão e São Lourenço, os mais ilustres mártires diáconos, desempenham as suas funções. 

Num dado momento, São Conrado foi instado por alguns religiosos para dar início formal à solenidade da dedicação da igreja. Sem sair do seu lugar de oração, o santo revelou a todos o teor completo da estupenda visão que tivera. Sua narração fez supor que ele estivesse sob a ilusão de um sonho. Finalmente, o santo Bispo, cedendo às instâncias, concordou com o acesso do povo ao interior da igreja e dispôs-se a dar início ao ritual da consagração da igreja. Neste momento, todos os presentes ouviram, em claríssima pronúncia, uma voz angélica em diferentes repetições: 'Cessa, cessa, frater, capella divinitas consecrata est - detende-vos, detende-vos, meu irmão, a capela já foi divinamente consagrada'.

(São Conrado)

Dezessete anos mais tarde, São Contado, Santo Ulrico e outras testemunhas oculares do acontecimento, encontrando-se reunidos em Roma, prestaram acerca dele um solene testemunho que, depois de rigoroso processo jurídico, foi tornado público pelo papa Leão VIII por meio da publicação de uma bula especial, posteriormente ratificada pelos papas Inocêncio IV, Martinho V, Nicolau IV, Eugênio VI, Nicolau V, Pio II, Júlio II, Leão X, Pio IV, Gregório XIII, Clemente VII, Urbano VIII e, finalmente, pelo Papa Pio VI em 15 de maio de 1793.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

HÁ UMA PONTE QUE LIGA A TERRA AO CÉU

Por não estar em Mim, o pecado não merece amor. Quem o faz, ofende toda criação e odeia-Me. O homem tem obrigações de Me querer bem. Sou imensamente bom, dei-lhe o ser, numa chama de caridade. Todavia, os maus fogem de Mim. Mas, por justiça ou misericórdia, ninguém escapa das Minhas Mãos.

Eis o Meu plano: criar o homem à Minha imagem e semelhança para que alcançasse a vida eterna, participasse do Meu Ser e experimentasse a Minha suma, eterna e doce bondade. O pecado veio impedir-lhe de atingir essa meta. O homem deixava de realizar o Meu plano, pois a culpa lhe fechara o céu e a porta da Minha misericórdia. O pecado fez germinar na humanidade espinhos e sofrimentos, tribulações numerosas, rebelião interna.

Ao revoltar-se contra Mim o homem criava a rebelião dentro de si. Em consequência da perda do estado de inocência, a carne se revoltou contra o espírito. Imediatamente brotou um rio tempestuoso, cujas ondas continuam a açoitar a humanidade. São as misérias e males provenientes do próprio homem, do demônio e do mundo. Nele todos se afogavam; ninguém mais, graças a virtudes pessoais, atingia a vida eterna. Para remediar tantos males, construí a Ponte no Meu Filho, que permitiria a travessia do rio sem perigo de afogar-se. O rio é o tempestuoso mar desta tenebrosa vida.

Quero que contemples a Ponte do Meu Filho, que vejas a sua grandiosidade. Ela se estende do céu à terra, pois nela a terra da vossa natureza humana está unida à divindade sublime, graças à encarnação que realizei no homem. Todos vós deveis passar por esta Ponte, louvando-Me através do trabalho pela salvação dos homens e tolerando muitas dificuldades, a exemplo do Meu doce e amoroso Verbo Encarnado. Não há outro modo de chegar até Mim.

Cada pessoa tem uma vinha, a vinha da própria alma. Nela trabalha com a vontade pessoal, livre, durante o tempo desta vida. Acabado este tempo nenhum outro trabalho será ali realizado, seja para o bem, seja para o mal. Começareis por purificar-vos com a contrição interior, desapegando- vos e desejando a virtude. Sem esta predisposição, exigida na medida de vossas possibilidades como ramos unidos à Videira, que é Meu Filho (Jo 15,1). nada recebereis.

Dizia Meu Filho: 'Eu sou a videira verdadeira e vós os ramos; Meu Pai é o agricultor' (Jo 15,5). Sim, Eu Sou o agricultor, de Mim se originam todos os seres. Tenho um poder incalculável, pelo qual governo o universo; nada Me escapa. Fui Eu o agricultor que plantou a verdadeira vinha, Cristo, no chão da humanidade, para que vós, unidos a Ele, possais frutificar. Quem não produzir ações santas e boas, será cortado da videira; e secará. Separado, perderá a vida da graça e irá para o fogo eterno.

Sabes que os mandamentos da Lei se reduzem a dois: sem eles nenhum outro é observado. São eles: amar-Me sobre todas as coisas e amar o próximo como a ti mesma. Eis o começo, o meio e o fim dos mandamentos da lei. Todavia esses dois não se reúnem em Mim sem os 'três', isto é, sem a unificação das três faculdades da alma: a memória, a inteligência e a vontade. A memória há de recordar-se dos Meus benefícios e da Minha bondade; a inteligência pensará no amor inefável revelado em Cristo, pois Ele se oferece como objeto de reflexão, para manifestar a chama do Meu amor; a vontade unindo-se às faculdades anteriores, Me amará e desejará como seu fim.

O coração humano, ao ser atraído pelo amor, leva consigo todas as faculdades da alma: Quando são harmonizadas e reunidas tais faculdades, todas as ações humanas - corporais ou espirituais - ficam-Me agradáveis, pois unem-se a Mim na caridade. Foi exatamente para isso que Meu Filho se elevou na cruz, trilhando o caminho do amor cruciante. Ao dizer 'Quando Eu for elevado, atrairei a Mim todas as coisas', Ele queria significar: quando o coração humano e as faculdades forem atraídas, todas as demais faculdades e suas ações o serão.

É muita estreita a união dessas três faculdades. Quando uma delas Me ofende, as outras também o fazem. Como disse, uma apresenta à outra o bem ou o mal, conforme agrada ao livre arbítrio. O livre arbítrio, se acha na vontade e a move como quer, em conformidade ou não com a razão. Possuis a razão, sempre unida a Mim, a menos que o livre arbítrio a afaste mediante o amor desordenado, e tende em vós uma lei perversa, que luta contra o espírito. 

Ensinou o apóstolo Paulo em sua carta (C1 3,5) a mortificar o corpo e a destruir a vontade própria, ou seja, refrear o corpo mortificando a carne, quando ela se opõe ao espírito. Tendes, então, duas partes em vós mesmos: a sensualidade e a razão. A sensualidade foi dada como servidora, a fim de que as virtudes sejam exercidas e provadas através do corpo. O homem é livre, já que Meu Filho o libertou com o Seu Sangue. Ninguém pode dominar a pessoa humana quanto à vontade, pois ela possui o livre arbítrio. Este se identifica com a vontade, concorda com ela. Fica, pois, o livre arbítrio entre a sensualidade, e a razão, e inclina-se ora de um lado ora de outro, conforme preferir. Quando a pessoa tenta livremente reunir as três faculdades, memória, inteligência e vontade, em Mim, na maneira explicada, todas as atividades espirituais e corporais humanas ficam unificadas. O livre arbítrio se afasta da sensualidade, tende para o lado da razão.

Ninguém pode vir a Mim, senão por meio de Cristo. Esta a razão pela qual fiz d'Ele uma Ponte de três degraus. Esses três degraus representam os três estados espirituais do homem. O pavimento desta ponte é feito de pedras, a fim de que a chuva (da justiça divina) não retenha o caminhante. As pedras são as virtudes verdadeiras e reais. Antes da Paixão do Meu Filho, elas ainda não tinham sido assentadas, motivo pelo qual os antigos não atingiam o céu, mesmo que vivessem piedosamente. O Paraíso ainda não fora aberto com a chave do Sangue, e a chuva da justiça divina impedia a caminhada.

Quando aquelas pedras foram assentadas no Corpo do Meu Filho - por Mim comparado a uma ponte - foram embebidas, amalgamadas e assentadas com sangue. Em outras palavras: o sangue (humano) foi misturado com a cal da divindade e fortemente queimado no calor da caridade. Tais pedras foram postas em Cristo por Mim, mas é n'Ele que toda virtude é comprovada e vivificada. Fora de Jesus ninguém possui a vida da graça. Ocorre estar n'Ele, trilhar suas estradas, viver a sua mensagem. Somente Ele faz crescer as virtudes, somente Ele as constrói como pedras vivas, cimentando-as com o próprio Sangue.

Nele, todos os fiéis caminham na liberdade, sem o medo da justiça divina, pois vão cobertos pela misericórdia, descida do céu no dia da encarnação. Foi a chave do Sangue de Cristo que abriu o céu. Portanto, esta ponte é ladrilhada; e seu telhado é a misericórdia. Possui também uma despensa, constituída pela hierarquia da Santa Igreja, que conserva e distribui o Pão da Vida e o Sangue. Assim, Minhas criaturas, viandantes e peregrinas, não fraquejam de cansaço na viagem. Para isto ordenei que vos fosse dado o Corpo e o Sangue do Meu Filho, Homem Deus.

Disse Jesus: 'Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; quem vai por Mim não caminha nas trevas, mas na luz' (Jo, 8,12)... Quem vai por tal caminho é filho da verdade, atravessa a ponte e chega até Mim, verdade eterna, oceano de paz. Quem não trilha esse caminho, vai pela estrada inferior, no rio do pecado. É uma estrada sem pedras, feita somente de água, inconsistente; por sobre ela ninguém vai sem afundar. É o caminho dos prazeres e das altas posições, daqueles cujo amor não repousa em Mim e nas virtudes, mas no apego desordenado ao que é humano e passageiro. Tais pessoas são como a água sempre a escorrer. À semelhança daquelas realidades, vão passando.

Eles acham que são as coisas criadas, objeto de seu amor, que se vão; na realidade, também eles caminham continuamente em direção à morte. Bem que gostariam de deter-se, reter na vida as coisas que amam. Seriam felizes se as coisas não passassem. Perdem-nas todavia, seja por causa da morte, seja pelos acontecimentos com que faço, escapar-lhes das mão, os bens deste mundo.

Com o retorno de Meu Filho ao céu, enviei o Mestre, o Espírito Santo. Ele veio no Meu poder, na sabedoria do Filho, e na própria clemência. É uma só coisa Comigo e o Filho. Por sua vinda fortaleceu o Caminho - Mensagem deixado no mundo por Jesus. O Espírito Santo é qual uma mãe a nutrir no Divino Amor. Ele liberta o homem, torna-o dono de si, isento da escravidão e do egoísmo. A chama da Minha caridade (o Espírito Santo) não sobrevive junto ao egoísmo.

Assim, todos os homens, recebem luzes para conhecer a verdade. Basta que cada um o queira, que não destrua a luz da razão, pelo egoísmo desordenado. A mensagem de Jesus é verdadeira e ficou no mundo qual pequena barca para retirar os pecadores do rio do pecado e conduzi-los ao porto da salvação. Primeiro, coloquei Meu Filho como Ponte - Pessoa, a conviver com os homens; após Sua morte, ficou a Ponte - Mensagem possuindo o Meu poder, a sabedoria do Filho e o amor do Espírito. O poder fortifica os caminhantes, a sabedoria ilumina e ajuda a reconhecer a Verdade, o Espírito Santo infunde o amor que aperfeiçoa, que destrói o egoísmo e conserva no homem o apego ao bem.

O Verbo encarnado, Meu Filho único e ponte de glória, deu aos homens vida e grandeza. Eram escravos do demônio e Ele os libertou. Para que cumprisse tal missão, tornei-O servo; para cobrir a desobediência de Adão exigi que obedecesse; para confundir o orgulho, humilhou-se até a morte na cruz. Por Sua morte, destruiu o pecado. No intuito de livrar a humanidade da morte eterna, fez do Seu Corpo uma bigorna. No entanto os pecadores desprezam o seu Sangue, pisoteiam-no com um amor desordenado. Esta é a injustiça, este o julgamento falso a respeito do qual o mundo é e será repreendido até o dia do juízo final. Tal repreensão começou quando enviei o Espírito Santo sobre os apóstolos; são três as repreensões: a voz da Igreja, o Juízo Particular e o Juízo Final.

(Revelações de Deus Pai a Santa Catarina de Sena)

terça-feira, 26 de julho de 2016

26 DE JULHO - SÃO JOAQUIM E SANTA ANA

Sagrada Família com São Joaquim e Santa Ana (Nicolás Juarez, 1699)

De acordo com a Tradição Católica e documentos apócrifos antigos, os pais de Maria foram São Joaquim e Santa Ana. Ana, em hebraico Hannah, significa 'Graça' e Joaquim equivale a 'Javé prepara ou fortalece'. Ambos os nomes indicam, portanto, a  missão divina de realização das promessas messiânicas, com o nascimento da Mãe do Salvador. Segundo a mesma Tradição, os pais de Maria teriam nascido na Galileia, transferindo-se depois para jerusalém, onde Maria nasceu e onde ambos morreram e foram enterrados.

O culto aos pais de Maria Santíssima é antiquíssimo na Igreja Oriental (como revelados nos escritos de São Gregório de Nissa e Santo Epifânio, em hinos gregos e em homilias dos Santos Padres). Os túmulos de São Joaquim e Santa Ana em Jerusalém foram honrados até o final do Século IX, numa igreja construída no local onde viveram. No Ocidente, o culto de Santa Ana é muito mais recente, com sua festa litúrgica tendo início na Idade Média, sendo formalizada no Missal Romano apenas em 1584, no tempo de Gregório XIII. A devoção a São Joaquim foi ainda mais tardia no Ocidente.

Como pais de Nossa Senhora, São Joaquim e Santa Ana são nossos avós espirituais e o calendário litúrgico instituiu a festa conjunta destes dois santos em 26 de julho, que ficou também conhecida como 'dia dos avós'. Eles são também os santos protetores da Ordem dos Carmelos Descalços (fundada no Século XVI por Santa Teresa de Ávila). No dia dos avós, o blog presenteia os nossos irmãos mais velhos com estas duas orações.

Oração a Santa Ana

Santa Ana, mãe da Santíssima Virgem, pela intercessão da Vossa Filha e do Meu Salvador, dai-me obter a graça que Vos peço, o perdão dos meus pecados, a força para cumprir fielmente os meus deveres de cristão e a perseverança eterna no amor de Jesus e de Maria. Amém.

Oração a São Joaquim

Senhor! Pela intercessão de São Joaquim, pai da Santíssima Virgem, velai pelos Vossos filhos idosos, especialmente... (nomes) que, tendo cumprido na Terra uma vida longa, possa(m) merecer de Vós a Vida Eterna no Céu. Senhor, dai-lhes o conforto de uma idade avançada, saúde do corpo e da alma, a sabedoria de envelhecer e um coração inquieto enquanto não repousar em Vós. Amém.  

segunda-feira, 25 de julho de 2016

SANTOS E MÁRTIRES (VII)

SÃO CRISTÓVÃO


Embora seja um dos santos mais venerados da Igreja, pouco se conhece historicamente da vida de São Cristóvão. A sua referência tem origem em lendas que se perdem no tempo e que o descrevem como um gigante que, prostrado à beira de um rio muito caudaloso, fazia valer a sua força e a sua altura para ajudar as pessoas a atravessá-lo.

Eis que de uma certa feita, tal travessia lhe foi solicitada por um menino muito formoso. E, acostumado à tarefa, o gigante se dispôs de imediato a fazê-la. À medida que avançava pelas águas, porém, o peso da criança tornava-se assustadoramente maior, a ponto de submergi-los. Arfando e espumando de cansaço sob o peso descomunal e, amparado em um longo bastão em que se apoiava no fundo do rio, o gigante conseguiu reunir todas as suas forças remanescentes e finalmente depositar a criança em segurança na margem oposta, após uma luta tremenda contra os seus próprios músculos e resistência.

Limpando o suor do rosto em fogo, com as narinas dilatadas e sorvendo sofregamente o ar que lhe fugia dos pulmões, Cristóvão virou-se para o menino com voz entrecortada:

'O mundo não é mais pesado do que tu!'

E o menino, sorrindo-lhe docemente, retrucou:

'Tu levaste sobre os ombros mais do que o mundo todo, levaste o seu próprio Criador e Aquele a quem deves servir'.

E assim se deu a conversão de Cristóvão - 'aquele que carrega o Cristo'. O santo é retratado comumente levando o menino Jesus às costas e passou a ser invocado como o protetor dos condutores de veículos e pelos viajantes de maneira geral. O Martirológio Romano confirma de forma resumida o martírio desse varão católico: tendo sido ferido com varas de ferro e preservado da violência do fogo pelo poder de Jesus Cristo, foi finalmente transpassado por flechas e recebeu o martírio pela decapitação.

domingo, 24 de julho de 2016

VIDA DE ORAÇÃO

Páginas do Evangelho - Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum


Jesus em oração. Nos Evangelhos, são inúmeros os exemplos que mostram Jesus em silente oração na intimidade com o Pai. O Filho de Deus Vivo feito homem mostra e reafirma, em sua condição humana, a necessidade da oração contínua e suplicante a Deus. Nestas ocasiões, Jesus se afastava do burburinho dos homens, para rezar com piedade, recolhimento e devoção, no exemplo do modelo da oração perseverante que se eleva da terra e encontra acolhida e reflexos nos céus. É preciso rezar sempre, é preciso sempre rezar bem.

E Jesus ensina aos discípulos a Oração do Pai Nosso, síntese da perfeição da oração cristã. Em São Lucas, os Evangelhos transcrevem uma versão mais resumida da forma integral da oração como expressa por São Mateus (Mt 6, 9-13). Nas suas sete petições, suplicamos e louvamos de forma perfeita a glória e a misericórdia de Deus, assumimos a condição de criaturas necessitadas de alimento físico e espiritual para ascendermos à eternidade com Deus, definitivamente libertados do pecado e de todas as insustentáveis fragilidades da nossa natureza humana. 

Rezar bem, com perseverança, insistentemente, oportuna e inoportunamente, como Abraão diante o perdão de Sodoma (Gn 18, 20-32), como Jesus ilustra com a parábola do pedido inoportuno do amigo insistente em plena madrugada: 'Amigo, empresta-me três pães...' (Lc 11,5). Deus não se cansa, Deus não se aflige, Deus não reclama de horários inapropriados ou da falta de cortesias humanas. Deus quer ouvir a nossa oração sempre, a qualquer hora, em qualquer lugar: 'Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá' (Lc 11, 9-10). A oração bem feita é a certeza concreta de que nossas súplicas tocaram o Coração de Deus.

A insistência e a perseverança da oração rendem frutos de graças. O poder da oração agradável a Deus é capaz de remover montanhas, obstáculos julgados intransponíveis, e de superar todos os limites conhecidos da condição humana; é capaz de realizar milagres: 'Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!' (Lc 11, 13). O tempo de Deus conosco é a nossa vida em oração.

sábado, 23 de julho de 2016

POR QUE NOSSA SENHORA CHORA?

Catedral da Imaculada Conceição do Rio Quarto, sul da província de Córdoba, na Argentina, nos dias atuais. Uma imagem da Mãe Imaculada do Divino Coração Eucarístico de Jesus manifesta-se em lágrimas. O pároco da catedral, Pe. José Luis Benfatto, declarou-se surpreso e emocionado ao constatar como a imagem tem derramado pequenas lágrimas e pela presença de uma umidade constante sob os olhos da Virgem (ver vídeo abaixo). 

Por que Nossa Senhora chora? Chora porque o Coração Divino do seu Filho continua  a ser chagado pelos que se dizem católicos, porque rezamos pouco e mal, por causa de tantas comunhões sacrílegas, por causa de tanto hedonismo, corrupção, maldade e blasfêmias. Nossa Senhora chora porque ousamos trocar os valores eternos das coisas de Deus pelas quinquilharias humanas e pelos apelos do mundo. Nossa Senhora chora porque milhões de almas se perdem no inferno que os insensatos postulam que não existe. Nossa Senhora chora porque ela é a Mãe de uma humanidade pecadora e cada vez mais afastada da Cruz de Cristo.



(vídeo em espanhol)