sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

TESOURO DE EXEMPLOS (296/300)

 

296. INFLUÊNCIA DA MÃE RELIGIOSA

O famoso pianista Chopin teve uma mãe muito boa. Ele, porém, frequentando o mundo corrompido, perdeu a fé. Em sua derradeira enfermidade, visitou-o um grande amigo seu, o sacerdote polonês Jelowieski, que lhe falou de Deus. Nada conseguiu. E vendo que os dias iam passando sem nada conseguir, tomou o Crucifixo e, colocando-o nas mãos de Chopin, lhe disse: 'Tu te recusarás a crer o que tua mãe te ensinou quando eras criança?'

Chopin pôs-se a chorar e pediu os santos sacramentos, que recebeu com grande fervor. Agradecido a tão bom amigo, ao despedir-se dele antes de morrer, disse: 'Adeus, Jelowieski; fôste para mim o amigo mais fiel'. A lembrança da sua mãe salvou Chopin.

297. DESTINO DE UMA ALMA

Um comerciante que se enriquecera muito cometendo toda a sorte de fraudes, à hora da morte, chamou um tabelião e ordenou-lhe que, ao seu testamento, acrescentasse o seguinte: 'Quero que, depois de morto, o meu corpo seja devolvido à terra de onde saiu, e minha alma ao demônio ao qual pertence'. 

As pessoas presentes ficaram aterrorizadas, e esforçaram-se por dissuadi-lo; mas ele insistiu com energia, dizendo: 'Não me retrato. Quero que minha alma seja entregue ao demônio, junto com a da minha esposa e dos meus filhos. A minha,  porque me enriqueci à custa de furtos e fraudes; a de minha esposa, porque ela me induziu a tais pecados com seu luxo desmedido; as de meus filhos porque, levado pelo amor que lhes tenho, nunca me decidi a restituir o que não é meu'. Ditas essas palavras, expirou o infeliz sem poder reparar o mal que fizera.

298. INTERESSANTE ELOGIO FÚNEBRE

Em 1887 morreu na cidade de N. uma velhinha que passava dos cem anos. Fôra sempre muito admirada, porque em sua longa existência nunca a ouviram falar mal do próximo nem murmurar. E como ao morrer ainda conservava todos os dentes, fez-lhe o pároco êste elogio original: 'Esta boa mulher conservou todos os dentes porque nunca mordeu a ninguém!'

299. ACHADO FUNESTO

Um pedreiro encontrou uma caixinha numa das paredes da casa em que trabalhava. Abriu-a e encontrou-a cheia de jóias e moedas de ouro e prata. A ninguém deu parte o achado e levou a caixinha para casa. Três dias depois, indo a uma joalheria para vender as jóias encontradas, o joalheiro chamou imediatamente a polícia para que o prendessem: o joalheiro reconheceu as jóias que há um ano apenas vendera a um senhor que fôra assassinado e roubado. O pedreiro não pôde justificar a posse das jóias e foi condenado a muitos anos de prisão.

300. A CAPA DE SÃO MARTINHO

Monsenhor Guibert, arcebispo de Tours, numa de suas visitas pastorais, advertiu que as meninas, que se apresentavam para receber o sacramento da crisma, vestiam com muita imodéstia. Não as  teria admitido ao sacramento, se o vigário não lhe houvesse apresentado tôda a sorte de escusas. Contudo, o santo prelado não se absteve de dizer em voz alta, para que o ouvissem: 'Seria oportuno que São Martinho desse a estas meninas a metade de sua capa'.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)