sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (I)


ABANDONO À DIVINA PROVIDÊNCIA

É a nossa inteira conformidade com as disposições da vontade de Deus. É muito racional este abandono, por mais misteriosa que seja a vontade divina, porque Deus nos ama e quer o nosso bem, conhece as nossas necessidades e pode sempre auxiliar-nos. A um tal abandono nos convida Jesus, dizendo: 'Não andeis cuidadosos da vossa vida, de que vos sustentareis, nem do vosso corpo de que vos vestireis. Olhai para as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem recolhem em celeiros, e contudo vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois vós mais do que elas? Procurai primeiro que tudo o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo' (Mt 6,25-). Jesus não reprova as nossas preocupações legítimas relativas às necessidades da vida; o que condena é a ansiedade exagerada, que provém do apego às coisas do mundo e da falta de confiança em Deus.

ADORAÇÃO

É o ato de culto de latria devido só a Deus, nosso Criador e supremo Senhor. De três modos devemos adorar a Deus: com adoração interior, que consiste em fazer atos de fé, de esperança, de amor, de gratidão, de submissão, apenas com pensamento; com adoração exterior, manifestando o nosso pensamento por meio de sinais sensíveis, tais como a genuflexão, a oração vocal, o sacrifício, e outros atos semelhantes; com adoração social ou pública. que consiste na oração feita em comum, na assistência à Missa e a outros atos de culto público. Podemos adorar a Deus em toda a parte, mas a igreja é o lugar mais próprio para manifestarmos a Deus o nosso culto de adoração. A adoração é devida igualmente a Jesus Cristo, porque é igualmente Deus. Devemos, pois, adorar a Deus não só com atos exteriores, mas de maneira que esses atos sejam a expressão sincera do amor que nos merece. Assim disse Jesus Cristo: ' Deus é Espírito, e é necessário que aqueles que O adoram, O adorem em espírito e em verdade' (Jo 4, 24).

ADVENTO

É o tempo de quatro semanas anteriores à festa do Natal. O primeiro dia do Advento ocorre no fim de novembro ou nos primeiros dias de dezembro e, com ele, começa o ano litúrgico ou ano eclesiástico. Quer a Igreja que durante o tempo do Advento os fieis se preparem com a oração e o jejum, para comemorarem cristãmente a vinda ou o nascimento de Jesus Cristo. As sextas-feiras do Advento são de abstinência sem jejum, mesmo para os fieis que têm o Indulto Quaresmal.

AGNÓSTICO 

É aquele que, sem negar a existência de Deus, afirma que não podemos provar que Deus existe. O agnóstico afirma um erro. Nós sabemos com certeza que Deus existe, porque sem Deus não se explica nada do que existe, visto como as coisas não existem por si mesmas e porque Deus revelou ou manifestou a sua existência a pessoas que tal nos afirmam e que são dignas de crédito. Com efeito, desde a primeira geração humana, as pessoas mais dignas de fé afirmam que Deus se revelou aos homens, provando com milagres que era Deus que se lhes revelava. A existência de Deus é afirmada na história de todos os povos e em todos os tempos. Tal afirmação não seria universal se não houvesse a certeza da existência de Deus.

AGNUS-DEI 

Termo que significa 'Cordeiro de Deus' é uma breve oração que o sacerdote repete três vezes, na Missa, antes de comungar. Também se dá este nome a uma espécie de medalha de cera branca, feita dos restos do círio pascal de anos anteriores, tendo de um lado a efígie de um cordeiro. Por virtude da oração da bênção, que é reservada ao papa, a medalha protege contra os perigos das doenças contagiosas, do mar, dos incêndios e das inundações.

ÀGUA-BENTA 

É aquela água sobre a qual o sacerdote faz uma bênção com orações prescritas pela Igreja. Serve para aspergir os fieis antes da Missa conventual, para aspergir as imagens dos santos, os paramentos, as casas, os frutos, etc. Está em pias próprias à entrada das igrejas para os fieis a tocarem com devoção, e é recomendável que a tenham em casa para se aspergirem com ela, podendo com isso ser purificados dos seus pecados veniais. 

ALELUIA 

Palavra hebraica conservada nas preces litúrgicas, e que significa 'Louvai a Deus'. É uma exclamação de alegria; por isso se chama 'Sábado de Aleluia' ao sábado da semana santa, dia em que se comemora a vigília da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)