quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ORAÇÕES CONTRA O CÂNCER



São Pelegrino foi, na juventude, desordeiro e inimigo da Igreja. Convertido, exemplo de santificação pela pobreza e pela penitência. Não se sentava nunca, mantendo-se sempre em pé e dormia no chão. Por sua intercessão, foram realizados alguns milagres extraordinários, que ele próprio experimentou. Na velhice, foi curado de enorme chaga maligna na perna direita pelo próprio Cristo, quando estava prestes a amputar o membro. Por causa deste fato, é venerado e invocado como santo protetor contra o câncer. Muitas pessoas têm alcançado graças e milagres de cura dessa doença terrível pedindo a intercessão de São Pelegrino. Foi beatificado em 1726 pelo Papa Bento XIII e seu corpo, até hoje incorrupto, é venerado na Basílica dos Servos de Maria, em Forli/Itália. A primeira oração abaixo é famosa na invocação contra a doença; a segunda é um modelo proposto pelo autor do blog como invocação ao santo pela cura da doença.

ORAÇÃO A SÃO PELEGRINO CONTRA O CÂNCER

Ó Glorioso São Pelegrino que, obedecendo à voz da graça, renunciastes, generosamente, às vaidades do mundo para dedicar-vos ao serviço de Deus, de Maria Santíssima e da salvação das almas. Fazei que nós também, desprezando os falsos prazeres da terra, imitemos o vosso espírito de penitência e mortificação. São Pelegrino, afastai de nós a terrível enfermidade, preservai-nos a todos nós deste mal, por vossa valiosa proteção. São Pelegrino, livrai-nos do câncer do corpo e ajudai-nos a vencer o pecado, que é o câncer da alma. Amém.

ORAÇÃO A SÃO PELEGRINO PELA CURA DO CÂNCER

Ó São Peregrino, protetor dos que sofrem de câncer, intercedei por mim junto a Deus para que eu encontre consolo e remédio diante de tão grave enfermidade. Pelo vosso amor a Maria, peçais à Santíssima Virgem das Dores que interceda a Deus que essa doença passe pelo meu corpo sem deixar sequelas. Pelas vossas penitências, tornai valorosa a minha súplica a Jesus pela cura definitiva deste mal que consome o meu corpo. Mas, que diante a minha vontade, seja feita a Vontade de Deus. Que o meu sofrimento cure em primeiro lugar a minha alma e seja o fogo da expiação de todos os meus pecados. Que a minha cruz dolorosa seja instrumento para a glória de Deus e para a salvação das almas, especialmente da minha. Ó São Pelegrino, guardai-me do desespero e da angústia, velai pela minha fortaleza e dai-me a perseverança de acreditar e confiar nos desígnios de Deus sem temer mal algum. Amém.

A ÁRVORE DA VIDA

Compreendeste, alma predestinada, pela operação do Espírito Santo, o que acabo de dizer? Agradeça a Deus! É um segredo desconhecido de quase todo o mundo. Se encontrastes o tesouro escondido no campo de Maria, a pérola preciosa do Evangelho, é necessário que vendas tudo para a adquirir para ti própria, das mãos de Maria, e perder-te alegremente nEla para aí encontrar a Deus somente.

Se o Espírito Santo plantou em tua alma a verdadeira Árvore da Vida, que é a devoção que acabo de te explicar [A Sagrada Escravidão de amor na maneira de fazer Maria viver e reinar em nossas almas], é necessário que empregues todos os teus cuidados em cultivá-la, afim de que ela te dê seu fruto a seu tempo. Essa devoção é o grão de mostarda de que fala o Evangelho, o qual sendo, ao que parece, o menor de todos os grãos, torna-se, sem embargo, bem grande e eleva seu caule tão alto que os pássaros do céu, isto é, os predestinados, fazem nele seu ninho e repousam à sua sombra no calor do Sol, e nele se protegem com segurança contra os animais ferozes.

Eis aqui, alma predestinada, a maneira de a cultivar:

1. Essa árvore, sendo plantada num coração bem fiel, deseja estar bem ao vento, sem nenhum apoio humano; essa árvore, sendo divina, quer sempre estar livre de qualquer criatura que possa impedi-la de se elevar até seu princípio, que é Deus. Desse modo, não é necessário apoiar-se em sua capacidade ou seus talentos puramente naturais, ou no crédito e na autoridade dos homens: é mister recorrer a Maria e se apoiar em Seu socorro.

2. É preciso que a alma, onde essa árvore foi plantada, esteja continuamente ocupada, como um bom jardineiro, em protegê-la e olhá-la. Pois essa árvore, sendo viva, e devendo produzir um fruto de vida, quer ser cultivada e aumentada por um contínuo olhar e contemplação da alma; e o efeito de uma alma perfeita é pensar nela continuamente, e fazer dela sua principal ocupação.

3. É necessário arrancar e cortar os cardos e espinhos que possam sufocar essa árvore com o tempo, ou lhe impedir de dar seu fruto: isto é, deve-se ser fiel em cortar e fatiar, pela mortificação e violência contra si mesmo, todos os prazeres inúteis e vãs ocupações com as criaturas, ou seja, crucificar sua carne, guardar o silêncio e mortificar os sentidos.

4. É mister velar para que as lagartas não lhe façam mal nenhum. Estas lagartas são o amor próprio, de si mesmo e de suas comodidades, que devoram as folhas verdes e as belas esperanças que a Árvore tinha do fruto: pois o amor de si mesmo e o amor de Maria não se compatibilizam de nenhum modo.

5. Não se deve deixar que os animais se aproximem dela. Esses animais são os pecados, que poderiam dar a morte à Árvore da vida só em tocá-la. Deve-se impedir até que eles soltem seu bafo sobre ela, isto é, que se cometam pecados veniais, que são sempre muito perigosos se não são detestados.

6. É preciso regar continuamente essa árvore divina, com comunhões, Missas e outras preces públicas e privadas; sem o que essa árvore cessaria de dar frutos.

7. É mister não se afligir se ela for soprada e sacudida pelo vento, pois é necessário que o vento das tentações sopre para fazê-la tombar, que as neves e geadas a encubram para perdê-la; ou seja, essa devoção à Santa Virgem será necessariamente atacada e contraditada, mas desde que se persevere em cultivá-la, não há nada a temer.

Alma predestinada, se tu cultivares assim tua Árvore da Vida recentemente plantada pelo Espírito Santo em tua alma, eu te asseguro que em pouco tempo ela crescerá tão alto que os pássaros do céu virão habitar nela, e ela se tornará tão perfeita que enfim dará seu fruto de honra e de graça a seu tempo, isto é, ao amável e adorável Jesus que tem sido sempre e que será o único fruto de Maria.

Feliz a alma em que Maria, a Árvore da Vida, é plantada; mais feliz aquela em que Ela cresce e floresce; felicíssima, aquela na qual Ela dá Seu fruto; mas a mais feliz de todas é aquela que saboreia e conserva Seu fruto até a morte e nos séculos dos séculos. Assim seja.

(Excertos da obra 'O Segredo de Maria', de São Luís Maria Grignion de Montfort)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

'TU ME DEIXAS ENTRAR?'

O Frei Capuchinho, Raniero Cantalamessa,  foi nomeado por João Paulo II Pregador da Casa Pontifícia em 1980 e confirmado neste cargo do Vaticano por Bento XVI, em 2005. Nesta função prega, a cada semana, no Advento e na Quaresma, uma meditação na presença do Papa, dos Cardeais, Bispos, Prelados e Superiores Gerais de Ordens Religiosas. Em uma de suas homilias, descreveu um comovedor testemunho de fé escrito por um jovem soldado russo chamado Aleksander Zacepa, pouco antes de morrer em uma batalha durante a II Guerra Mundial. O testemunho - uma oração de descoberta da autêntica fé cristã - achado num dos bolsos da jaqueta do soldado morto e que só foi publicado em 1972, é transcrito abaixo.

(Soldados russos se preparando para a batalha de Kursk, em julho de 1943)

'Ouve, ó Deus! Na minha vida eu nunca falei uma vez Contigo,
mas hoje eu quero estar em Tua presença.
Desde a infância me diziam que Tu não existias ...
E eu, como um idiota, acreditava.

Eu nunca me preocupei em contemplar Tuas obras,
mas esta noite eu vi, de uma cratera aberta por uma granada, o céu cheio de estrelas
e fiquei fascinado por tal esplendor.
Naquele momento eu percebi quão terrível era o meu engano...

Eu não sei, ó Deus, se Tu me darás a mão,
porém Te digo que Tu me entendes...
Não é estranho que em meio a esse terrível inferno
me tenha aparecido a luz e eu Te tenhas descoberto?

Eu não tenho nada mais a Te dizer.
Estou feliz, por Te ter conhecido.
À meia-noite teremos de atacar,
mas eu não tenho medo,
Tu olhas por nós.

Foi dado o sinal!
Eu tenho que ir.
Que bom que eu estava Contigo!
Quero Te dizer, e Tu o sabes bem, que a batalha será dura
e que talvez esta noite eu vá bater à Tua porta.
E se bem que eu não tenha sido Teu amigo até agora, quando eu chegar,
Tu me deixas entrar?

O que se passa comigo? Devo chorar?
Meu Deus, olha o que aconteceu comigo.
Só agora comecei a ver claramente ...
Meu Deus, eu me vou ... Vai ser difícil voltar.
Mas que estranho.. agora a morte não mais me assusta'. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AS IMAGENS DE DEUS

Terremotos na Indonésia e no Haiti. Furacões em Nova York. Terremotos e tufões nas Filipinas. Tempestades na Costa Leste dos Estados Unidos e na Região Serrana do Rio de Janeiro. Muita coisa em comum em todos estes fatos: natureza em fúria, destruição, escombros, mortes, tragédias. Uma coisa também extraordinariamente incomum nestes eventos: imagens de Nossa Senhora e Jesus Cristo admiravelmente ilesas em meio a cenários de destruição geral. Coincidências e acasos sem fim nas mentes dos idólatras do mundo. Sinais e apelos extremados do Céu à fidelidade e à perseverança filiais à mais autêntica fé cristã, para os que cremos. 

'Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão'










(vídeo em inglês)

domingo, 15 de dezembro de 2013

'ÉS TU AQUELE QUE HÁ DE VIR?'

Páginas do Evangelho - Terceiro Domingo do Advento 


Eis o Advento do Senhor: depois da vigilância e da conversão, vivenciados nos domingos anteriores, segue agora o ressoar das trombetas da legítima alegria cristã neste terceiro domingo. Sim, alegria cristã, alegria plena do amor de Cristo, proclamada pelo livro do Profeta Isaías: 'Os que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos; cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto' (Is 35, 10). Neste deleite da graça, esparge-se a luz do entendimento da fé e amolda-se suavemente a paz divina ao coração humano que palpita inquieto enquanto não repousar definitivamente em Deus.

É neste sentimento de alegria, nascida e vivenciada numa fidelidade extrema ao amor de Deus, que exulta João Batista, ainda que na prisão. Uma alegria de tal plenitude de confiança e de graça, que vai merecer o elogio jubiloso do próprio Jesus: 'Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista' (Mt 11,11). João Batista não está nos palácios reais, aturdido pelos prazeres do mundo; João Batista não se move pelo respeito e pelas condescendências humanas, na inconstância de 'um caniço agitado pelo vento' (Mt 11,7). No deserto ou na prisão, o primado de João é o da plenitude inabalável da fé cristã; nele como se fecha a sucessão dos profetas e se abre o novo tempo da missão dos apóstolos.

Diante da indagação dos discípulos de João Batista: 'És Tu, aquele que há de vir?' (Mt 11,3), Jesus manifesta a glória de Deus e a Vinda do Messias: 'Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados' (Mt 11, 4-5). É como se lhes proclamasse aos corações: 'Nos sinais de tantos portentos e milagres, alegrai-vos, pois a Luz do Mundo está entre vós'. E Jesus vai exortá-los à alegria eterna dos Filhos de Deus: 'Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!' (Mt 11,6). 

Eis a felicidade eterna trilhada por João Batista, e também a de todos os santos e santas de Deus, que percorreram igualmente a mesma via de santificação. Louvado seja o homem que recebeu do próprio Cristo elogio de tal honra e glória; louvores muito maiores sejam dados aos homens e mulheres que se consumiram de alegria na mesma via de santidade e habitam para sempre as moradas do Pai, porque mesmo 'o menor no Reino dos Céus é maior do que ele' (Mt 11, 11), o maior dentre todos os homens nascidos até então. Nascidos para a eternidade, e herdeiros da Visão Beatífica, no Céu todos se tornam ainda maiores que o João Batista do mundo.  

sábado, 14 de dezembro de 2013

14 DE DEZEMBRO - SÃO JOÃO DA CRUZ

(1542 - 1591)

João de Yepes, 'uma das almas mais puras da Igreja' no dizer de Santa Teresa, nasceu, assim como a própria Santa Teresa, na província de Ávila (Fontiveros) na Espanha, em 1542. Formado desde o berço na escola da pobreza e do sofrimento, estudou com os padres jesuítas e ingressou na Ordem Carmelita aos 21 anos,  ordenando-se sacerdote em 1567. Com decisão tomada para se transferir para a Ordem dos Cartuxos, então de hábitos bem mais austeros que o Carmelo, teve um encontro com Santa Teresa que mudou a sua vida. Diante da proposta da santa de reformar a Ordem Carmelita, abraçou esta causa com desmedido zelo e devoção por mais de 20 anos, assumindo, então, o nome de João da Cruz. 

Apesar de ter sido o primeiro padre da reforma carmelita, foi duramente perseguido pela Ordem, sendo isolado e privado de todas as suas funções originais. Nesse período de duras provações, ascese e contemplação, moldou-se a extraordinária poesia mística do santo, expressa em obras como  'Subida do Monte Carmelo', 'Noite escura da alma', 'Cântico Espiritual' e 'Chama de amor viva'. Num ambiente de perseguição, doenças e grandes sofrimentos, veio a falecer aos 49 anos de idade, no dia 14 de dezembro de 1591. O Papa Clemente X o beatificou em 1675; Bento XIII o canonizou em 27 de dezembro de 1726 e o Papa Pio XI o declarou 26º Doutor da Igreja Universal no princípio do século XX.

SÃO JOÃO DA CRUZ, rogai por nós!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A CRISE DAS VOCAÇÕES RELIGIOSAS EM NÚMEROS


A Igreja experimenta nestes tristes tempos uma perda significativa de vocações em suas ordens religiosas. O declínio nos últimos anos tem-se centrado em três continentes (Europa, América e Oceania), com variações significativas: -22 % na Europa, - 21% na Oceania e -17% na América. Os dados abaixo foram publicados pelo Anuário Pontifício 2013, relacionando os dados de 1959 e 2012, dos quais foram extraídos os seguintes exemplos:

SALESIANOS: Em 1959, eram 20.031 religiosos, com um aumento mínimo em 1973: 20.423. Em 2012, somavam apenas 15.573 sacerdotes.

CLARISSAS: De 1020 religiosas em 1973, foram a 8.179 em 2000; em 2012,  6.799 religiosas.

JESUÍTAS: a ordem do Papa Francisco experimenta uma contínua perda de religiosos, desde 1959, quando os jesuítas compreendiam 34.293 sacerdotes. Em 1973, caíram para 30.860 e, em 2012, não passavam de 17.287 religiosos. 

FRANCISCANOS CAPUCHINHOS: Eram 15.442 religiosos em 1959, 13.606 em 1963; em 2012, 10.786.


REDENTORISTAS: Em 1959, eram 8.900 sacerdotes. Em 1973, o número caiu a 7.540; no final de 2012, não passavam de 5.338.

FRADES DOMINICANOS: Em 1959, eram 9.506 religiosos; 8.806 em 1973; apenas 5.497 em 2012.

RELIGIOSAS DOMINICANAS: De 5.660 em 1973, caíram para 3.672 em 2000; em 2012, eram 2.075 religiosas.

FRANCISCANOS: De 26.162 religiosos em 1959, já eram 23.301 em 1973, acentuando-se a perda de vocações até 2012: 14.123 religiosos.

(Reportagem do jornal italiano La Repubblica, de 05/06/2013, citada no blog missatridentinaemportugal)