quarta-feira, 29 de novembro de 2023

ORAÇÃO: AVE VERUM CORPUS NATUM

Ave Verum Corpus Natum é um pequeno hino eucarístico que data do século XIV, cuja autoria é comumente atribuída ao Papa Inocêncio VI (pontificado de 1484 a 1492), de uso bastante frequente no passado durante a bênção do Santíssimo Sacramento. O hino possui algumas pequenas variantes, mas o texto mais comum é aquele apresentado e traduzido abaixo.

Ave verum Corpus natum
De Maria Virgine:
Vere passum, immolatum
In cruce pro homine:
Cujus latus perforatum
Fluxit aqua et sanguine:
Esto nobis praegustatum
Mortis in examine.
O Jesu dulcis!
O Jesu pie!
O Jesu fili Mariae!


Salve, ó verdadeiro Corpo,
nascido da Virgem Maria,
que verdadeiramente padeceu 
e foi imolado na cruz pelos homens,
e de cujo lado transpassado
jorraram sangue e água;
sede para nós refrigério
na dura provação da morte.
Ó doce Jesus,
ó Jesus piedoso, 
ó bom Jesus, filho de Maria!

DOUTORES DA IGREJA (XXXII)

  32Santa Catarina de Sena, Virgem (†1380)

Doutora Mística

(1347 - 1380)

Concessão do título: 1970 - Papa Paulo VI
Celebração: 29 de abril (Memória Obrigatória)

 Obras e Escritos 
  • O Diálogo (O Diálogo da Providência Divina)
  • Cartas
  • Orações

terça-feira, 28 de novembro de 2023

POEMAS PARA REZAR (LI)


UM CAMINHO DE PEDRAS

O caminho da vida eterna é acanhado,
cheio de pedras aqui e ali entulhadas:
há duas formas de percorrer este caminho
e são dois os frutos distintos das jornadas

Há uns que percorrem tal caminho estreito
querendo ganhar tempo em longas passadas
perscrutam o horizonte a cada novo passo
e simplesmente desviam das pedras encontradas

Há outros que seguem pela via estreita
menos escravos dos tempos e dos passos
parando e recolhendo as pedras espalhadas,
empilham pedras e abrem mais espaços

Estas pedras são nossas dores mais doídas,
que tanto atropelo causam na caminhada:
é lícito que as deixemos como lastros perdidos
para que não sejam como fardos na jornada

Mas quem delas desfaz sem bem algum
torna-se senhor de obra não consumada
não torna mais limpo o caminho que percorre
nem é guia para quem se junta na jornada

O caminho estreito é cada vez mais longo
e desviar de tanta pedra pode dar trabalhos
e, quem descansou para seguir caminho,
tende a cansar de vez e buscar atalhos

Por isso, que cada um que percorra essa jornada
o faça movido sempre por inteira confiança:
é preciso abrir caminhos através de nossas obras
porque o bom exemplo é nossa melhor herança

Há que se cair para para se obter mais tempo
de parar e juntar tanta pedra desarrumada
e, ao empilhá-las, deixar guias pelo caminho
e tornar mais fácil percorrer a longa estrada

E livres, guias de uns, por outros guiados,
mesmo cheios de sombras e de muitas quedas,
possamos chegar um dia diante a Porta Estreita
com muitas mãos que empilharam pedras...

(Arcos de Pilares)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TESOURO DE EXEMPLOS (271/275)

 

271. DEU-LHE A LIBERDADE

Serapião, o dionita, fez-se escravo de um pagão, para convertê-lo e o conseguiu de fato. Seu amo deu-lhe a liberdade e presenteou-o com vestes, uma túnica e um Livro dos Evangelhos. Serapião deu as vestes para o primeiro pobre que encontrou e, pouco depois, a túnica a outro e, depois, mostrando o Evangelho, dizia: 'Eis aqui o que me despojou de tudo'. E, oportunamente, vendeu também o livro para socorrer a uma viúva.

272. SÃO TOMÁS MORO

Este grande chanceler da corte da Inglaterra, sendo já casado e em idade avançada, nunca saía de casa sem pedir de joelhos a bênção ao seu velho pai, a quem demonstrava a maior veneração e respeito.

273. CASTIGO DE UM MAU FILHO

A 19 de outubro de 1914, próximo de Turim, um rapaz discutiu com sua mãe por questão de interesses menores, chegando a espancá-la brutalmente, quebrando-lhe o braço e causando-lhe ferimentos graves. A mãe teve de ser hospitalizada e o filho foi preso. Quando o levaram à estação para conduzi-lo ao tribunal de Turim, o rapaz tentou atirar-se debaixo do trem que se aproximava.

Caindo, porém, ao lado, o trem cortou-lhe somente as duas mãos com que maltratara a mãe e, assim, teve de apresentar-se no tribunal.

274. QUERO IR COM MINHA MÃE

Enquanto se torturava a mártir Santa Julieta, Ciro, seu filhinho de três anos, ao ver que sua mãe derramava sangue, começou a gritar de maneira enternecedora. O governador tomou-o nos braços para acalmá-lo, mas o menino o repeliu, gritando: 'Sou cristão e quero ir com minha mãe'. E para escapar-se, arranhou o rosto do governador. Furioso, o governador tomou-o pelo pé e partiu-lhe a cabeça contra as grades do tribunal. A mãe deu graças a Deus e, em seguida, a sua cabeça foi cortada.

275. SANTA MACRINA

Era irmã de São Gregório Nazianzeno. Esta santa mulher nunca perdeu de vista sua mãe. Concentrou nela todos os seus cuidados e afetos e jamais permitiu que os criados a servissem, reservando-se a honra de preparar-lhe a comida e de servi-la. Quando a mãe enviuvou, Macrina dedicou-se inteiramente a ajudá-la na educação dos quatro filhos e das cinco filhas que lhe restavam.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)


domingo, 26 de novembro de 2023

INDULGÊNCIA PLENÁRIA DO DOMINGO DE CRISTO REI

 

Neste domingo, dia da solenidade de Cristo Rei, recebe Indulgência Plenária todo fiel* que recitar, publicamente e com piedosa devoção, o ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei.

Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração. 

Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.

Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.

Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um polo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

* Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas. O fiel deve também ter intenção, ao menos geral, de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessão. A indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia.

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma' (Sl 22)

Primeira Leitura (Ez 34,11-12.15-17) - Segunda Leitura (1Cor 15,20-26.28)  -  Evangelho (Mt 25,31-46)

 26/11/2023 - Solenidade de Cristo Rei 

53. JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprem e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura acima referidas, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba, que O cerca O quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras, e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em consequência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela Sua Santa Igreja e, por meio dela, e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para Si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. E quando voltar, há de separar o joio do trigo, as ovelhas e o cabritos, uns para a glória eterna, outros para a danação eterna: 'Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda... estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna' (Mt 25, 31 - 33.46).