sábado, 2 de março de 2019

ORAÇÃO DE DESAGRAVO PELOS TEMPOS DE CARNAVAL


Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela miséria dos instintos... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelas músicas profanas e sacrílegas... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela nudez sem limites... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelas palavras e atos de blasfêmia... Perdoai-nos Senhor!

Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela avidez da sensualidade ... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo entorpecimento das consciências... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela violência dos sentidos... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela insanidade dos costumes... Perdoai-nos Senhor!

Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo indiferentismo espiritual ... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela dissipação dos valores cristãos... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo abandono da penitência e oração... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo inconformismo aos mistérios da graça... Perdoai-nos Senhor!

Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo apego desenfreado ao hedonismo... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo delírio das vontades sem controle... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo preço pago aos ritos de prazer... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela aberração de todos os vícios... Perdoai-nos Senhor!

Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo afastamento dos sacramentos e da caridade... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo esquecimento da Vossa Santa Vontade... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo abandono da Vossa Doutrina... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela blasfêmia ao Vosso Santo Nome... Perdoai-nos Senhor!

Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela ganância do lucro do pecado... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela exploração do mal por todas as imagens... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pelo incentivo ao pecado a qualquer preço... Perdoai-nos Senhor!
Pelos pecados cometidos, nestes dias de carnaval, pela exposição aberta e maciça aos males de todos os nomes... Perdoai-nos Senhor!

(Arcos de Pilares)

PRIMEIRO SÁBADO DE MARÇO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 1 de março de 2019

SOBRE A REBELIÃO DOS ÍMPIOS E OS MALES ATUAIS

Em verdade, triste e com o coração dolorido, dirigimo-nos a vós, a quem vemos cheios de angústia, ao considerar a crueldade dos tempos que fluem para com a religião que tanto estremeceis. Na verdade, poderíamos dizer que esta é a hora do poder das trevas para joeirar como o trigo, os filhos de escol (Lc 22,53); 'a terra ficou infeccionada pelos seus habitantes, porque transgrediram as leis, mudaram o direito, romperam a aliança eterna' (Is 24,5). 

Referimo-nos, Veneráveis Irmãos, aos fatos que vedes com vossos próprios olhos e todos choramos com as mesmas lágrimas. A maldade rejubila alegre, a ciência se levanta atrevida, a dissolução é infrene. Menospreza-se a santidade das coisas sagradas e o culto divino, que tanta necessidade encerra, não é somente desprezado, mas também vilipendiado e escarnecido. Por esses meios é que se corrompe a santa doutrina e se disseminam, com audácia, erros de todo gênero. Nem as leis divinas, nem os direitos, nem as instituições, nem os mais santos ensinamentos estão ao abrigo dos mestres da impiedade.

Combate-se tenazmente a Sé de Pedro, na qual pôs Cristo o fundamento de sua Igreja; forçam-se e rompem-se, momentaneamente, os vínculos da unidade. Impugna-se a autoridade divina da Igreja e, espezinhados os seus direitos, é submetida a razões terrenas; com suma injúria, fazem-na objeto do ódio dos povos, reduzindo-a a torpe servidão. O clamoroso estrondo de opiniões novas ressoa nas academias e liceus, que contestam abertamente a fé católica, não já ocultamente e por circunlóquios, mas com guerra crua e nefasta e, corrompidos os corações dos jovens pelos ensinamentos e exemplo dos mestres, cresceram desproporcionadamente o prejuízo da religião e a depravação dos costumes. 

...

Estes males, Veneráveis Irmãos, e outros muitos talvez de maior gravidade, seria prolixo enumerá-los pois que vós os conheceis perfeitamente, Nos obrigam a experimentar dor amarga e constante, pois, constituído na Cátedra do Príncipe do Apóstolos, é mister que o zelo pela casa de Deus Nos consuma. E sabedores, em razão de Nosso múnus, de que não é suficiente deplorarem-se tantos males, mas que se faz necessário remediá-los com todas as nossas forças, recorremos à vossa fé e imploramos a vossa solicitude pela grei católica, Veneráveis Irmãos, porque a vós cabe a virtude e a religião, a singular prudência e constância, que Nos encorajam e consolam em meio a tantas desgraças.

A nós toca o dever de levantar a voz e envidar todos os esforços, para que o javali não destrua a vinha e o lobo não destroce o rebanho; devemos dar-lhes pábulo tão salutar, que nem de leve sequer sejam suspeitos. Longe de nós, e mui longe, que os pastores faltem ao seu dever, abandonando covardemente as ovelhas, quando tantos males nos afligem e tantos perigos nos cercam, e que, sem cuidar da grei, se manchem com o ócio e a negligência. Façamos, pois, causa comum, digo melhor, a de Deus e, de espírito uno, porfiemos contra o inimigo comum, com uma só intenção com um só esforço.

Tudo isto cumprireis plenamente, se, segundo vosso dever, cuidardes de vós mesmos e da doutrina, tendo sempre presente que a Igreja universal repele toda novidade (S. Caelest. PP., ep. 21 ad episc. Galliar.) e que, conforme conselho do Pontífice Santo Agatão, nada se deve tirar daquelas coisas que hão sido definidas, nada mudar, nada acrescentar, mas que se devem conservar puras, quanto à palavra e quanto ao sentido (Ep. ad imp. apud Labb. Tomo II, p. 235, Ed. Mansi). Daqui surgirá a firmeza da unidade, que se radica, em seu fundamento, na Cátedra de Pedro, a fim de que todos encontrem baluarte, segurança, porto bonançoso e tesouro de inumeráveis bens, justamente onde as Igrejas possuem a fonte de seus direitos (S. Innocent. Papa, ep. II, apud Constat.). 

Para reprimir, portanto, a audácia dos que ora intentam infringir os direitos desta Sé, somente na qual se apoiam e recebem vigor, preciso é incular um profundo sentimento de fidelidade e veneração para com ela, clamando, a exemplo de São Cipriano, que em vão protesta estar na Igreja o que abandonou a Cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada (S. Cypr., De unitate eccles.).

Deveis, pois, trabalhar e vigiar assiduamente, para guardar o depósito da fé, apesar das tentativas dos ímpios, que se esforçam por dissimulá-lo e desvirtuá-lo. Tenham todos presente que o julgar da sã doutrina, que os povos têm de crer, e o regime e o governo da Igreja universal é da alçada do Romano Pontífice,a quem foi dado por Cristo pleno poder, para apascentar, reger e governar a Igreja universal, segundo os ensinamentos legados pelos Padres do Concílio de Florença (Sess. 25, in definit. apud Labb., tom. 18, col. 527. Edit. Venet.). 

Portanto, todo Bispo deve aderir fielmente à Cátedra de Pedro, guardar o depósito da fé santa e apascentar religiosamente o rebanho de Deus que lhe foi confiado. Os presbíteros estejam sujeitos aos Bispos, considerando-os, segundo aconselha São Jerônimo, como pais da alma (Ep. 2 ad Nepot., a. 1, 24); e jamais esqueçam que os cânones mais antigos lhes vedam o desempenho de qualquer ministério, o ensino e a pregação sem licença do Bispo, a cujo cuidado foi confiado o povo e de quem se hão de pedir contas das almas (Ex can., app 33 apud Labb., tomo I, p. 38, edt. Mansi.). 

...

Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda parte, graças aos enganos dos ímpios, e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis, com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef 4, 5): entendam, portanto, os que pensam poder-se ir de todas as partes ao porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Lc 11,23)

'Os que não colhem com Cristo dispersam miseramente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha (Simbol. Sancti Athanasii); ouçam S. Jerônimo, do qual se diz que quanto alguém tentara atraí-lo para a sua causa, dizia sempre com firmeza: 'O que está unido à Cátedra de Pedro é o meu' (S. Hier., ep. 57). E nem alimentem ilusões porque estão batizados; a isto calha a resposta de Santo Agostinho que diz não perder o sarmento sua forma quando está amputado da vide; porém, de que lhe serve, se não tira sua vida da raiz? (In Ps. contra part. Donat.).

Dessa fonte lodosa do indiferentismo, promana aquela sentença absurda e errônea, digo melhor disparate, que afirma e defende a liberdade de consciência. Este erro corrupto abre alas, escudado na imoderada liberdade de opiniões que, para confusão das coisas sagradas e civis, se estende por toda parte, chegando à imprudência de alguém se asseverar que dela resulta grande proveito para a causa da religião. 'Não há morte pior  para a alma do que a liberdade do erro' dizia Santo Agostinho (Ep. 166). 

Certamente, roto o freio que mantém os homens nos caminhos da verdade, e inclinando-se precipitadamente ao mal pela natureza corrompida, consideramos já escancarado aquele abismo (Ap 9,3) do qual, segundo foi dado ver a São João, subia fumaça que entenebrecia o sol e arrojava gafanhotos que devastavam a terra. Daqui provém a efervescência de ânimo, a corrupção da juventude, o desprezo das coisas sagradas e profanas no meio do povo; em uma palavra, a maior e mais poderosa peste da república, porque, segundo a experiência que remonta aos tempos primitivos, as cidade que mais floresceram por sua opulência, extensão e poderio sucumbiram, somente pelo mal da desbragada liberdade de opiniões, liberdade de ensino e ânsia de inovações.

Devemos tratar também neste lugar da liberdade de imprensa, nunca condenada suficientemente, se por ela se entende o direito de trazer-se à baila toda espécie de escritos, liberdade que é por muitos desejada e promovida. Horroriza-nos, Veneráveis Irmãos, o considerar que doutrinas monstruosas, digo melhor, que um sem-número de erros nos assediam, disseminando-se por todas as partes, em inumeráveis livros, folhetos e artigos que, se insignificantes pela sua extensão, não o são certamente pela malícia que encerram, e de todos eles provém a maldição que com profundo pesar vemos espalhar-se por toda a terra. 

Há, entretanto, ó que dor, quem leve a ousadia a tal requinte, a ponto de afirmar intrepidamente que esse aluvião de erros que se está espalhando por toda parte é compensada por um ou outro livro que, entre tantos erros, se publica para defender a causa da religião. É por toda forma ilícito e condenado por todo direito fazer um mal certo e maior, com pleno conhecimento, só porque há esperança de um pequeno bem que daí resulte. Porventura dirá alguém que se podem e devem espalhar livremente venenos ativos, vendê-los publicamente e dá-los a tomar, porque pode acontecer que, quem os use, não seja arrebatado pela morte?

...

Com o coração, pois, transido de tristeza, mas confiante inteiramente nAquele que manda aos ventos e acalma as tempestades, escrevemos estas coisas, Veneráveis Irmãos, para que, armados da couraça da fé, combatais galhardamente os combates do Senhor. É dever vosso manter dentro dos limites todo aquele que se levanta contra a ciência do Senhor. Pregai a palavra de Deus, para que tenham pasto saudável os que desejam a justiça; pois fostes eleitos para serdes cultivadores diligentes da vinha do Senhor; trabalhai, todos unidos, com empenho, para arrancar as más raízes do campo que vos foi confiado e para que, reprimido todo germe de vício, ali mesmo floresça copiosa a messe das virtudes. 

Abraçai, de modo especial e com afeto paternal, aos que se dedicam à ciência sagrada e à filosofia, exortando-os e guiando-os a fim de que não aconteça que, estribando-se imprudentemente em suas forças, se afastem do caminho da verdade, para seguir as sendas dos ímpios. Entendam que Deus é Senhor da sabedoria e emendador dos sábios (Sab. 7, 15) e que é impossível compreender a Deus sem Deus (S. Irineu, lib. 14, cap. 10); Deus, que pelo Verbo ensina aos homens a conhecer Deus. É próprio de homens soberbos ou antes néscios querer sujeitar ao critério humano os mistérios da fé, que ultrapassam a capacidade humana, confiando unicamente em nossa razão, que por natureza é débil e fraca.

....

E para que todos estes desejos se realizem propícia e felizmente, elevemos nossos olhares e mãos à Santíssima Virgem Maria, a única que destruiu todas as heresias e constitui a nossa maior esperança (S. Bernardo, sem. De nativitate B. M. V., 57). Peça Ela mesma, com sua intercessão poderosa, para que nossos desejos, conselhos e ações sejam coroados do êxito mais feliz, nesta grande necessidade do povo cristão. Peçamos humildemente aos Apóstolos São Pedro e São Paulo o dom de permanecermos firmes e constantes em não permitir e nem querer outro fundamento que aquele sobre o qual estamos cimentados. Apoiado nesta doce esperança, esperamos que o autor e consumador da fé, Cristo Jesus, nos consolará nestas grandes tribulações, e, em penhor do divino auxílio, damo-vos, Veneráveis Irmãos, e às ovelhas que vos foram confiadas, a Benção Apostólica.

(Excertos da Carta Encíclica Mirari Vos, do Papa Gregório XVI, promulgada em 14 de agosto de 1832!)

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

10 MANEIRAS DO CATÓLICO PASSAR O CARNAVAL

1. No silêncio e no anonimato de tua oração fervorosa, aplaque a cólera de Deus contra os homens mergulhados nas desordens e licenciosidades do carnaval.

2. Pratique, de forma anônima e recata, a piedade e a caridade extremadas a muitos de teus próximos, nestes terríveis dias da insensatez humana!

3. Afaste-se completamente de todos os espetáculos, desordens, sensualidades e demais loucuras daqueles que se embriagam dos prazeres do carnaval pela força dos costumes.

4. Reflita, de forma muito especial e reverente, a memória e a paixão do Senhor nestes dias de carnaval.

5. Busque refúgio no escondimento do mundo, com o firme propósito de manifestar a glória de Deus, nestes dias, por meio da tua vida vivida inteiramente na pequenez e na solidão.

6. Visite o Santíssimo Sacramento durante os dias de carnaval e ofereça a tua oferta de desagravo aos pecados cometidos pelos homens ensandecidos de carnaval.

7. Antecipe a tua preparação, com zelo redobrado, de continência e penitência para a Quaresma.

8. Reze, reze muito, reze o tempo inteiro, com a tua oração, o teu silêncio, o teu descanso, o teu trabalho manual, o teu trabalho mental, com as tuas ações pequenas, simples, cotidianas e boas, oferecendo-as a Cristo em reparação às injúrias e loucuras de tantos homens nestes dias de carnaval.

9. Participe de santas missas, de exercícios ou retiros espirituais ou de atos de adoração, e reze particularmente pelos teus irmãos que dissipam a graça de Deus neste tempo de insanidades.

10. 'Abraça a cruz, enterra-a no seu coração... compadeça de mim e participe da minha dor' (Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

'EM QUEM TE FIAS, Ó INSENSATO HOMEM?'

Que avisos servirão aos concubinários para deixarem seu mau estado e não tornarem a se implicar nele?

Responde-se, primeiramente: importa que a pessoa que anda neste miserabilíssimo cativeiro aprenda e conheça bem o evidente perigo de sua condenação eterna em que vive. Tenha por certo que o demônio lhe tapa os olhos da alma para que não lhe entre algum raio da luz do Céu, com que descubra estas verdades, e assim faça quantas diligências puder por olhar para si e dar lugar à luz da fé e da razão; porque deste conhecimento próprio depende o princípio do seu remédio. 

Que temeridade seria se um homem se pendurasse de um delgado fio, dentro de um poço profundíssimo? Pois diz-me, homem desatinado, que fio pode haver mais quebradiço e fraco que o da vida humana? Ou que poço mais profundo que o do inferno? Tu bem poderás não considerar estas verdades: mas negá-las não podes, ainda que queiras, pois são de fé. É de fé que hoje e agora, logo podes morrer; é de fé que se morres nesse estado, vás a pique ao inferno, e que uma vez caído dentro, não tens remédio enquanto Deus for Deus. 

Pois diz-me: como te atreves a viver no estado em que não te atreves a morrer: Quomodo vivere non times, ubi mori non audes? De quem te fias, néscio? De ti não, porque tu não te podes valer para que vivas mais, ou para que morrendo não te condenes. Do mundo não, porque também te não pode ajudar nem na morte, nem no inferno; e quem pudera, não se lhe dá de ti, nem de ti se lembra. Do demônio a quem serves, também isso não está na sua mão: e ele é o que mais deseja levar-te, e já o teria feito, se Deus lhe desse licença. De Deus, Ele está em grave ódio contigo, porque O ofendes e desprezas, nem te deu palavra de que morrerás só quando estiveres convertido. Pois em quem te fias, ó néscio e insensato?

Olha que este Senhor é de infinita misericórdia e fácil de perdoar e conhece nossa fraqueza. Tudo isto concede, mas que inferes daí? A misericórdia divina é infinita em si, mas não é infinita em todos os seus efeitos; assim como o tesouro de um rei é grande, mas daí não se segue que dá quantas esmolas que cabem na posse desse tesouro. Bem pode a misericórdia de Deus salvar todo o mundo, e contudo é de fé que a maior parte do mundo não se salva: Multi enim sunt vocati, pauci vero electi. 

Pois porventura deixa por isso de ser a misericórdia de Deus infinita ou deixam os maus e obstinados de ir ao inferno? Deus perdoará, se quiser, por sua bondade livre; e não perdoará, se não quiser, por sua vontade justa. Perdoará se te converteres; mas se te não converteres, como esperas que te perdoe? ... Logo, a tua esperança é falsa, pois se funda só na tua apreensão e no desejo dissimulado de que Deus te deixe pecar quanto quiseres e depois te salve, ainda que não queiras... (mas para não) desprezar estas almas, pois ainda podem tornar em si, apontarei aqui as diligências que se hão-de aconselhar a tais desesperados:

1. Cheguem-se muitas vezes ao confessor, ainda que os não absolva.
2. Rezem o Rosário, Coroa ou Terço à Virgem Senhora Nossa todos os dias, ainda que vá mal rezado.
3. Dêem esmolas com afeto de compaixão do pobre e mandem rezar missas por remissão dos seus pecados.
4. Ouçam a palavra de Deus e leiam vidas de santos, ainda que lhes custe repugnância e tormento da consciência.
5. Sirvam na Irmandade do Santíssimo Sacramento, honrando-o, acompanhando-o e despendendo para o seu culto, porque é culto do Senhor.
6. Travem amizade com pessoas que estão em fama de que agradam a Deus e as sirvam e ajudem no que puderem.
7. Olhem devotamente para a Imagem de algum Crucifixo, fazendo por compadecer-se de suas penas, e digam: Misere mihi misero, misericordiosissime Deus: Tende misericórdia deste miserável, ó Deus misericordiosíssimo.

(Excertos da obra 'Armas da Castidade', do Padre Manuel Bernardes)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

OS SEIS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

1. Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.

2. Presunção de salvação: ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma ideia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

3. Negar as verdades da Fé: quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária, como acontece no caso dos hereges. Nestes termos, considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.

4. Inveja da graça que Deus dá aos outros: a inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom; é o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. 

5. A obstinação no pecado: vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. Não se aceita a ética cristã, mas se cria um próprio critério de julgamento ético ou então simplesmente não se adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e se rejeita a Salvação.

6. A impenitência final: é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus; o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Nem mesmo na hora da morte, tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. 

(Do catecismo Maior de São Pio X)