segunda-feira, 19 de março de 2018

19 DE MARÇO - SÃO JOSÉ


São José, esposo puríssimo de Maria Santíssima e pai adotivo de Jesus Cristo, era de origem nobre e sua genealogia remonta a Davi e de Davi aos Patriarcas do Antigo Testa­mento. Pouquíssimo sabemos da vida de José, além de suas atividades de carpinteiro em Nazaré. Mesmo o seu local de nascimento é ignorado: poderia ser Nazaré ou mesmo Belém, por ter sido a cidade de Davi. Ignora-se igualmente a data e as condições da morte de São José, mas existem fortes razões para afirmar que isso deve ter ocorrido an­tes da vida pública de Jesus. Com certeza, José já teria falecido quando da morte de Jesus, uma vez que não se explicaria, então, a recomendação feita aos cuidados mútuos à mãe e ao filho, dados, da cruz,  por Jesus a Maria e a São João Evangelista.

Não existem quaisquer relíquias de São José e se desconhece o local do seu sepultamento. Muitos pais da Igreja defendiam que, devido à sua missão e santidade, São José, a exemplo de São João Batista, teria sido consagrado antes do nasci­mento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus e sua santíssima Esposa. As virtudes e as graças concedidas a São José foram extraordinárias, pela enorme missão a ele confiada pelo Altíssimo. A dig­nidade, humildade, modéstia e pobreza, a amizade íntima com Je­sus e Maria e o papel proeminente no plano da Redenção, são atributos e méritos extraordinários que lhe garantem a influência e o poder junto ao tro­no de Deus. Pedir, portanto, a intercessão de São José, é garantia de ser ouvido no mais alto dos céus. Santa Tereza, ardorosa devota de São José, dizia: 'Não me lembro de ter-me dirigido a São José sem que tivesse obtido tudo que pedira'.

A devoção a São José na Igreja Ca­tólica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa, desde o século nono, no domingo depois do Natal. Foram os carmelitas que in­troduziram esta solenidade na Igreja Ocidental; os franciscanos, já em 1399, festejavam a comemoração do Santo Pa­triarca. Xisto IV inseriu-a no bre­viário e no missal; Gregório XV ge­neralizou-a em toda a Igreja. Cle­mente XI compôs o ofício, com os hinos, para a celebração da Festa de São José em 19 de março e colocou as missões na China sob a proteção do Santo. Pio IX introdu­ziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871, declarou-o Pa­droeiro da Igreja; muitos pontífices promoveram solenemente a devoção a São José, por meio de orações, homilias, encíclicas e devoções diversas.

domingo, 18 de março de 2018

A GLORIFICAÇÃO DE JESUS

Páginas do Evangelho - Quinto Domingo da Quaresma


Aproxima-se a consumação do sacrifício de Jesus na Paixão e Morte de Cruz. E, neste cenário de antecipação do cumprimento integral de sua missão salvífica, o evangelho de hoje prenuncia que o triunfo messiânico de Jesus perpassa pela conversão dos gentios. O sinal da natureza universal deste triunfo e da aproximação da hora final de sua missão na terra estava dado, pela presença de alguns gregos (símbolo de todos os gentios) que queriam 'ver Jesus' (Jo 12, 21), no sentido de não apenas conhecer, mas também de aceitar e viver em plenitude a doutrina cristã.

Eis definida, então, num episódio aparentemente pouco relevante da subida daqueles gregos até Jerusalém, a revelação contundente da proximidade do calvário e, com ela, da manifestação da glorificação do Filho do Homem, ratificada prontamente pelo Mestre: 'Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado' (Jo 12, 23). A morte próxima de Jesus é prenunciada neste momento como um triunfo da glória de Deus, como expressa claramente logo na sequência: 'quando for elevado da terra, atrairei todos a mim. Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer' (Jo 12, 32 - 33).

A correlação direta entre sacrifício e glorificação é ensinada por Jesus pelo exemplo da semente que deve morrer para produzir muitos frutos: 'Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto' (Jo 12, 24). A glória perpassa pelo sacrifício, a vida humana nada mais é que uma estreita via de sofrimentos e tribulações rumo à pátria celeste; morrer para o mundo traduz a percepção cristã da debilidade da semente que morre, não apenas para não sucumbir às paixões humanas, mas para produzir frutos de salvação: 'Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna' (Jo 12, 25).

Jesus, diante a proximidade de sua hora final na terra, contempla, à luz da ciência divina, a vitória final da Cruz sobre as forças do mal ('julgamento do mundo'), na proclamação universal da sua Palavra e da conversão futura dos gentios. E, como a glória de Cristo é a glória do Pai, Jesus assim o manifesta: 'Pai, glorifica o teu nome!' (Jo 12, 28) e, de imediato, assim o faz também o Pai: 'Então veio uma voz do céu: Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo!' (Jo 12, 28). Assim, pela terceira vez, Deus Pai glorifica o seu Filho (a primeira tinha sido no batismo de Jesus e a segunda, na transfiguração do Senhor); desta vez, como manifestação dirigida a todos os homens, povos, raças, nações e gentios, como revelação antecipada dos frutos da Paixão e do Triunfo e Glória do Verbo Encarnado.

sábado, 17 de março de 2018

NO LIMIAR DO SOBRENATURAL (X)

A região central da Itália é uma área especialmente crítica a sismos violentos pela colisão local das placas tectônicas africana e euroasiática e pela presença de inúmeras falhas geológicas superficiais, que tendem a induzir terremotos devastadores porque estes tendem a ocorrer muito próximos à superfície da crosta. Em 1908, estima-se que ao menos 70 mil pessoas morreram quando um tremor de magnitude 7,2 atingiu a cidade siciliana de Messina; em 1915, outro sismo violento em Avezzano deixou uma cidade arrasada e pelo menos 30 mil mortos. Os eventos sísmicos mais recentes na região ocorreram em 2016 (terremotos em agosto e outubro) e 2017 e deixaram um legado de destruição e de morte. 

No terremoto de magnitude 6.6 de outubro de 2016, a igreja de Santa Maria Assunta, na cidade de Arquata, desapareceu sob um cenário de escombros, poeira e entulho. Um ano e meio depois, em meio aos trabalhos de remoção dos escombros, o tabernáculo do altar, peça do século XVI, foi resgatado em boas condições (foto abaixo) e devolvido à diocese local. 


Aberto o tabernáculo, encontraram a píxide tombada no seu interior, mas perfeitamente fechada. E, fato extraordinário, 40 hóstias encontravam-se perfeitamente conservadas na píxide, sem nenhum sinal de mofo ou umidade, sem qualquer odor ou outro sinal de deterioração de qualquer natureza. As 40 hóstias, materialmente uma mistura simples de farinha e água, pareciam ter sido colocadas ali no dia anterior, tendo permanecidas isentas dos efeitos do tempo, dos destroços e do sismo e estavam, inexplicavelmente, absolutamente íntegras para uma próxima e imediata santa eucaristia. 

INDULGÊNCIA PLENÁRIA DAS SEXTAS-FEIRAS DA QUARESMA


Indulgência Plenária: rezar com piedosa devoção a oração En ego, o bone et dulcissime Iesu (Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus!) nas sextas-feiras da Quaresma, diante de uma imagem de Jesus Crucificado e depois da comunhão.

En ego, o bone et dulcissime Iesu, ante conspectum tuum genibus me provolvo, ac maximo animi ardore te oro atque obtestor, ut meum in cor vividos fidei, spei et caritatis sensus, atque veram peccatorum meorum paenitentiam, eaque emendandi firmissimam voluntatem velis imprimere; dum magno animi affectu et dolore tua quinque vulnera mecum ipse considero ac mente contemplor, illud prae oculis habens, quod iam in ore ponebat tuo1 David propheta de te, o bone Iesu: Foderunt manus meas et pedes meos: dinumeraverunt omnia ossa mea. Amen.

Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus! De joelhos me prostro em vossa presença e vos suplico com todo o fervor de minha alma que vos digneis gravar no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, verdadeiro arrependimento de meus pecados e firme propósito ele emenda, enquanto vou considerando com vivo afeto e dor as vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos aquilo que o profeta Davi já nos fazia dizer, Ó bom Jesus: ‘Transpassaram minhas mãos e meus pés e contaram todos os meus ossos’.

(SI 21,17; cf. Missal Romano, ação de graças depois da missa)

É sempre importante lembrar que a indulgência não é o perdão dos pecados, mas a reparação das penas e danos devidos aos pecados. Para se obter a indulgência plenária é preciso:

1. ter uma disposição interior de afastamento total de todo o pecado, mesmo do pecado venial;
2. ter feito confissão recente;
3. receber a Sagrada Comunhão;
4. rezar pelas orações do Santo Padre e da Santa Igreja (orações livres, mas que a Santa Sé recomenda fazer na forma de um 'Pai Nosso' e de uma 'Ave Maria').

sexta-feira, 16 de março de 2018

CATECISMO MAIOR DE PIO X (III)

Promessa do Redentor

23. Mas Deus não abandonou Adão e sua descendência em tão miserável sorte. Em sua infinita misericórdia, então, prometeu um Salvador (Messias) que viria libertar a humanidade da escravidão do pecado e do diabo e merecer-lhes a glória. Esta promessa foi repetida por Deus seguidas vezes para os outros Patriarcas, por meio dos Profetas, ao povo hebreu.

Os filhos de Adão e os Patriarcas

24. Adão e Eva, depois que foram lançados do Paraíso terrestre, tiveram dois filhos, a quem deram os nomes de Caim e Abel. Já crescidos, Caim dedicou-se à agricultura, e Abel ao pastoreio. Tendo Deus mostrado que estava satisfeito com os sacrifícios de Abel que, piedoso e inocente, ofereceu o melhor do seu rebanho, e desdém para o sacrifício de Caim, que lhe oferecia os piores frutos da terra, este, cheio de raiva e inveja contra seu irmão, levou-o consigo ao campo para se entreterem, arrojou-se sobre ele e o matou.

25. Para consolar Adão e Eva da morte de Abel, o Senhor deu-lhes outro filho, que chamaram Seth, que foi bom e temente a Deus. Adão, durante sua longa vida de novecentos e trinta anos, teve muitos outros filhos e filhas, que se multiplicaram e pouco a pouco povoaram a terra.

26. Entre os descendentes de Seth e os outros filhos de Adão, os anciãos, pais de imensa descendência, estavam à frente das tribos das famílias de seus filhos e netos, e foram príncipes, juízes e sacerdotes. A história os honra com o venerando nome de Patriarcas. A Providência deu-lhes vida muito longa para ensinar seus filhos a religião revelada e que, velando a verdadeira tradição das promessas divinas, perpetuassem a fé no futuro Messias.

O dilúvio

27. Ao longo dos séculos os descendentes de Adão perverteram-se e toda a terra estava repleta de vícios e desonestidades. Por tanta corrupção, em primeiro lugar ameaçou, depois Deus puniu o gênero humano com um dilúvio universal. Então choveu quarenta dias e quarenta noites, até que as águas cobriram as montanhas mais altas. Morreram afogados todos os homens; não se salvaram mais que Noé e sua família.

28. Noé, por ordem de Deus, recebida cem anos antes do dilúvio, havia começado a construir sua Arca, ou um tipo de navio, na qual depois entrou ele com sua mulher e seus filhos, Sem, Cam e Jafet, com as três mulheres destes e com os animais que Deus lhe indicara.

(Do Catecismo Maior de Pio X)

quinta-feira, 15 de março de 2018

ORAÇÃO DE SANTO ANSELMO


Senhor meu Deus, fazei que o meu coração Vos deseje;
e que desejando Vos procure;
procurando, Vos encontre;
encontrando, Vos ame;
e amando-Vos, sejam perdoados os meus pecados;
e uma vez perdoados, que eu não volte a cometê-los.

Senhor meu Deus,
dai a penitência ao meu coração,
a contrição ao meu espírito,
as lágrimas aos meus olhos,
a liberalidade da esmola às minhas mãos.

Ó meu Rei, apagai em mim a concupiscência da carne
e acendei o fogo do vosso amor.
Ó meu Redentor, apartai de mim o orgulho,
e que a vossa benevolência me conceda a humildade.
Ó meu Salvador, afastai de mim a cólera
e que a vossa bondade me dê o escudo da paciência.
Ó meu Criador, tirai da minha alma o ressentimento
para lá derramar a mansidão.

Pai bondoso, dai-me a fé reta,
a esperança certa e a caridade perfeita.
Vós que me guiais,
afugentai de mim a vaidade da alma,
a inconstância do espírito,
a confusão do coração,
as vanglórias da boca,
a altivez dos olhos.

Ó Deus misericordioso,
por vosso muito amado Filho,
eu Vos peço,
fazei que eu viva a misericórdia,
a sincera devoção,
a compaixão pelos aflitos
e a partilha com os pobres.

PALAVRAS DE SALVAÇÃO






'Ó, maldito respeito humano! Como tu arrastas almas para o inferno! Não há nada de mais glorioso e de mais honrável para um cristão do que carregar o nome sublime de filho de Deus, de irmão de Jesus Cristo. Da mesma forma, não há nada de mais infame do que ter vergonha de manifestar isso todas as vezes que surge a ocasião'.

(Cura d'Ars)