quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PADRE PIO E A MISSA DAQUELE DOMINGO

Início dos anos cinquenta do século passado. Uma filha espiritual do Padre Pio queria casar-se com o homem que era então o seu noivo, mas havia um grave problema: o rapaz era ateu. Diante da situação, mesmo em meio à apreensão de tal encontro, a moça foi buscar o conselho do Padre em San Giovanni Rotondo

Diante da situação exposta, o Padre Pio deu-lhe a seguinte orientação: 'Diga ao seu noivo para vir assistir com você à missa no próximo domingo'. E assim procedeu a moça e, com o seu namorado, sentaram-se no primeiro banco da igreja. E a Missa teve início.

A moça acompanhava normalmente o desenrolar da Santa Missa mas, cada vez mais apreensiva, percebia que, durante toda a cerimônia, o noivo encontrava-se em uma situação de absoluta aflição, empalidecido, mudo, com o olhar fixo e atônito na figura do padre. 

Essa sensação tornou-se particularmente expressiva durante a Eucaristia, no rosto congestionado do rapaz e pelas gotas de suor que agora afluíam ainda mais da sua testa. Não mais se contendo, a moça perguntou com grande preocupação ao noivo: 

'O que se passa com você?'

'É o Padre. Ele fica sempre assim, durante a Missa?'

'Assim como?' respondeu a moça num sussurro de espanto.

'Com o corpo todo coberto e escorrendo sangue até os pés e com uma coroa de espinhos na cabeça, como Jesus Cristo.'

Convertido e confessados, ambos contraíram o matrimônio cristão tempos depois.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

GALERIA DE ARTE SACRA (VIII)

BEATO FRA ANGELICO (1387 - 1455, pintor italiano)

Beatificado pelo Papa João Paulo II em 1982, é hoje nomeado Beato Fra Angelico.


Grupo de Anjos - Galeria Uffizi - Florença


A anunciação - Museu do Prado - Madrid



Cristo - Convento de São Marcos - Florença


A Transfiguração - Convento de São Marcos - Florença


Anjos com Trombetas - Galeria Uffizi - Florença


Cristo com Dominicanos - Convento de São Marcos - Florença


Cristo com Dominicanos - Convento de São Marcos - Florença


A Deposição - Convento de São Marcos - Florença


A Coroação da Virgem - Convento de São Marcos - Florença


A Coroação da Virgem (detalhe do quadro anterior)


Adoração dos Magos - National Gallery of Art - Washington


A Ressurreição de Cristo - Convento de São Marcos - Florença


Jesus Criança - Convento de São Marcos - Florença


A Coroação da Virgem - Galeria Uffizi - Florença


A Coroação da Virgem (detalhe do quadro anterior)


São Pedro - Convento de São Marcos - Florença

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

OS MAIS BELOS LIVROS CATÓLICOS DE TODOS OS TEMPOS (1)

1. THOMAS DE KEMPIS DA IMITAÇÃO DE CRISTO

'DA IMITAÇÃO DE CRISTO' é uma obra singular no contexto da literatura católica mundial. À exceção da Bíblia, nenhum outra obra teve tanta repercussão e tão expressiva popularidade quanto este texto que entrelaça, de forma tão viva e tão eloquente, direção espiritual e vida cristã plena, num extraordinário mosaico dos ensinamentos da Bíblia e dos Primeiros Padres da Igreja. O texto parece ter sido produzido originalmente em latim e sua autoria não é definitiva. O texto já foi atribuído a São Bernardo de Clairvaux e a escritores ingleses e franceses, mas a autoria mais provável é dada a Thomas Haemmerlein, ou Thomas à Kempis (ou, como é mais comum, Thomas de Kempis), nascido em Kempen na Alemanha em 1379 ou 1380 e falecido em Mount St. Agnes, um mosteiro agostiniano situado na diocese de Utrecht, em 26 de julho de 1471. A obra é dividida em quatro livros. Nos primeiros três livros, aborda-se o projeto espiritual da conformação da alma a Jesus Cristo, seguindo a linha das três vias tradicionais da caminhada espiritual: a via purgativa, iluminativa e unitiva, por meio da coletânea de sentenças facilmente memorizáveis por seu ritmo. No Livro Primeiro, acentua-se a centralidade da 'imitação de Cristo' e a exemplaridade da vida virtuosa. No Livro Segundo, reforça-se a piedade cristocêntrica, com os desdobramentos de suas virtudes essenciais, como a simplicidade, a pureza e a retidão do coração. O Livro Terceiro, desenvolvido em forma de colóquio íntimo da alma com Deus, trata especificamente dos temas relacionados à via unitiva. A união com Deus é a porta de entrada para o consolo, o sossego, a paz e a alegria. O Livro Quarto trata da devoção à eucaristia e da dignidade do estado sacerdotal.

Da Imitação de Cristo (Livros I, II, III e IV) está disponível na Biblioteca Digital desse site.

2. SANTO INÁCIO DE LOYOLA   EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS


Os 'EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS' datam de 1538 e estabelecem um conjunto de normas e procedimentos vinculados à prática de orações, visando o exame de consciência. É um processo que envolve corpo e mente, constituindo-se num treinamento orientado, onde o praticante é supervisionado pelo ministrante, o único que tem acesso ao texto dos Exercícios. Enquanto dinâmica encontramos, então, uma pessoa que orienta e transmite as experiências e exercícios (ministrante) e outra que, seguindo as orientações, coloca-se no processo da experiência, reflexão e avaliação com o objetivo de superar suas dúvidas. Os métodos empregados visam potencializar a capacidade de interiorização, através da distribuição espacial, horários, prática de orações e posturas corporais, servindo como modelo para o método pedagógico do fundador da Companhia de Jesus. Santo Inácio de Loyola nasceu no País Basco/Espanha, em 31 de maio de 1491 e morreu em Roma, em 31 de julho de 1556, aos 65 anos de idade. Escreveu os 'Exercícios' entre 1522 e 1523, os quais dividiu em quatro semanas, entendidas como etapas de conteúdos a serem absorvidos pelo exercitante, antes de passar para a semana seguinte. O livro é dividido em três partes. Primeira Parte: Anotações Orientadoras; Anotações para tomar alguma inteligência dos exercícios espirituais que se seguem, e para ajudar, assim, o que os há de dar como o que os há de receber. Segunda Parte: Exercícios Espirituais; Exercícios Espirituais para se vencer a si mesmo e ordenar a sua vida sem se determinar por afeição alguma que seja desordenada; Primeira Semana; Segunda Semana; Terceira Semana; Quarta Semana. Terceira Parte: Elementos complementares - A. Mistérios da Vida de Cristo; B. Regras para vários discernimentos.

domingo, 20 de outubro de 2013

O JUIZ INÍQUO E A VIÚVA IMPERTINENTE

Páginas do Evangelho - Vigésimo Nono Domingo do Tempo Comum 


No evangelho deste domingo, Jesus nos exorta, uma vez mais, à oração frequente, confiante, perseverante e colocada no coração de infinito amor do Deus de Misericórdia. À oração despojada de contrapartidas favoráveis aos apelos intrinsecamente humanos, mas entregue aos desígnios do Pai para o bem maior de nossa alma e do nosso semelhante. E vai enfatizar, de forma cristalina, que a obscuridade e as trevas da perda de fé são engendradas na forja da falta de oração. Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, já nos alertava: 'Quem reza, se salva; quem não reza, se condena'.

Na parábola do mau juiz e da viúva impertinente, deparam-se duas realidades humanas antagônicas: de um lado, o homem privilegiado pelas leis humanas e detentor do poder de decisão sobre as ações e contendas dos outros homens; de outro lado, a mulher exposta e fragilizada pela perda do marido, sob o peso de novas e doloridas realidades e indefesa pelas dramáticas circunstâncias do momento. Cabe a ela, portanto, pedir, pedir uma vez mais e muitas vezes enfim e mesmo implorar a intervenção do juiz em sua causa e defesa. Ao juiz, homem iníquo, ao qual a soberba do cargo tinha imposto sempre decisões rápidas e inquestionáveis, a insistência da viúva é ocasião de incômodo, transtorno, desvario. Eis o cenário que Jesus montou para falar do valor incomensurável da oração.

Diante de apelos tão inoportunos e persistentes, até o juiz iníquo se rendeu: 'Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!' (Lc 18, 4-5). Se até um homem iníquo e injusto é complacente com os rogos repetidos da viúva inconsolável a qual desdenha, o que Deus de infinita misericórdia não iria fazer por nós em oração confiante e perseverante nas Suas graças? E Jesus é taxativo ao dizer: 'Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa' (Lc 18,8). 

E, no mesmo versículo, Jesus encerra a parábola com uma frase extremamente preocupante: 'Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?' (Lc 18, 8). Jesus não precisaria se expressar assim se não profetizasse uma terrível apostasia dos homens dos tempos da Segunda Vinda do Senhor, fomentada pela perda dos valores espirituais, submissão aos valores mundanos e, principalmente pela perda da oração confiante e perseverante aos desígnios de Deus. E, de repente, ao se ter em conta as realidades de agora, não parece que Jesus está falando para nós?  

sábado, 19 de outubro de 2013

O PENSAMENTO VIVO DE CHESTERTON (I)




"Para salvar o homem, Deus quis a Igreja como uma locomotiva, e não como um vagão extraído da opinião pública. O Povo de Deus deve ser como um barco a motor que navega contra a corrente dos fáceis instintos, e não uma balsa, cheia de gente, que a corrente impetuosa arrasta para a cachoeira".




"Quando o homem deixa de acreditar em Deus, poder-se-ia pensar que ele não acredita em mais nada. Mas não é assim: quando deixa de acreditar em Deus, está pronto para acreditar no primeiro que aparece, nos ovnis, nos gurus, nas seitas espíritas, nos magos, e está pronto para adorar Satanás".

NOS TEMPOS DO ANTICRISTO

Nos tempos do Anticristo, a Igreja de Deus sobre a terra, como podemos bem imaginar, verá reduzido enormemente o número aparente de seus fiéis, devido à aberta deserção aos poderes deste mundo. Esta deserção começará por uma indiferença a toda forma de cristianismo, sob a aparência de uma tolerância universal. Mas tal tolerância não procederá de um verdadeiro espírito de caridade e de indulgência, mas de um projeto que visa minar o Cristianismo por meio da multiplicação e fomento de seitas. Esta pretensiosa tolerância irá muito além de uma justa tolerância, inclusive no que diz respeito às diferentes denominações cristãs. 

Pois os governos tenderão a ser indiferentes a todas [as igrejas] e não darão proteção preferencial a nenhuma. Todas as igrejas estabelecidas serão colocadas de lado. Da tolerância às mais pestilentas heresias, passarão logo à tolerância ao islamismo, ao ateísmo e, por fim, à perseguição explícita à verdade do Cristianismo. Nesses tempos, o Templo de Deus se verá praticamente reduzido à Sancta Sanctorum, isto é, ao pequeno número dos verdadeiros cristãos que adoram o Pai em espírito e em verdade e que se regem estritamente por sua doutrina e culto, e toda a sua conduta pela Palavra de Deus. Os cristãos meramente de nome abandonarão a profissão da verdade quando os poderes do mundo o façam. 

Penso que este trágico sucesso está ilustrado pela ordem de São João de medir o Templo e o Altar e de permitir que o átrio [as igrejas] fosse pisoteado pelos gentios. Os bens do clero serão entregues à pilhagem, o culto público será insultado e desdenhado pelos desertores da fé que uma vez professaram, ainda que não possam ser chamados apóstatas porque nunca foram sinceros em sua profissão [de fé]. Esta não terá sido mais do que a condescendência com os modismos e a autoridade pública. No fundo, foram sempre o que agora demonstram ser: pagãos.

Quando esta deserção geral da fé tiver lugar, então começara o ministério das 'duas testemunhas vestidas de saco' (Ap 11,3) [profetas Elias e Henoc]. Não haverá nada de esplendor na aparência externa de suas igrejas, não terão apoio dos governos; não terão honrarias; nem recursos, nem imunidades, nem autoridade; somente terão aquela [autoridade] que nenhum poder humano pode arrebatar e que eles receberam dAquele que lhes deu a outorga de ser Suas Testemunhas.

Oxford , na festa de São Pedro, 1838.

(Post Scriptum da obra 'Quatro Sermões sobre o Anticristo', de John Henry Newman)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AS 15 ORAÇÕES DE SANTA BRÍGIDA



As chamadas 15 orações de Santa Brígida (1303 - 1373), padroeira da Suécia, são atribuídas a esta grande e mística santa da Igreja, mas mesmo tal proposição é questionável. As promessas comumente associadas a elas, entretanto, são inteiramente falsas e incompatíveis com a verdadeira doutrina católica, pelo que devem ser descartadas por completo (uma delas consiste, por exemplo, na estranha e inexplicável promessa a quem as reza da libertação de 15 almas de parentes do Purgatório; diversas outras 'promessas' tem esse mesmo caráter de genuína extravagância). Tratam-se, entretanto, de belas orações associadas aos sofrimentos da Paixão de Cristo, de elevada espiritualidade e de reconhecida piedade cristã, sempre iniciadas com o aposto 'Ó Jesus', como transcritas abaixo.

15 Orações de Santa Brígida
1ª ORAÇÃO
Ó JESUS CRISTO, doçura eterna para aqueles que vos amam, alegria que ultrapassa todo entendimento e todo o desejo, esperança de salvação dos pecadores, que declarastes não terdes maior contentamento do que estar entre os homens, até o ponto de assumir a nossa natureza, na plenitude dos tempos, por amor deles. Lembrai-vos dos sofrimentos, desde o primeiro instante da vossa conceição e sobretudo durante a vossa Santa Paixão, assim como havia sido decretado e estabelecido desde toda a eternidade na mente divina.

Lembrai-vos Senhor, que, celebrando a Ceia com os Vossos discípulos, depois de lhes haverdes lavado os pés, deste-lhes o vosso Sagrado Corpo e precioso Sangue e, consolando-os docemente, lhes predissestes a vossa Paixão iminente. Lembrai-vos da tristeza e da amargura que experimentastes em vossa alma como o testemunhastes Vós mesmo por estas palavras: 'a minha alma está triste até a morte'

Lembrai-vos, Senhor, dos temores, angústias e dores que suportastes em vosso Corpo delicado, antes do suplício da  Cruz quando, depois de ter rezado por três vezes, derramado um suor de sangue, fostes traído por Judas, vosso discípulo, preso pela nação que escolhestes, acusado por testemunhas falsas, injustamente julgado por três juizes, na flor da vossa juventude e no tempo solene da Páscoa.


Lembrai-vos que fostes despojado de vossas vestes e revestido com as vestes da irrisão, que vos velaram os olhos e a face, que vos deram bofetadas, que vos coroaram de espinhos, que vos puseram uma cana na mão e que, atado a uma coluna, fostes despedaçado por golpes e acabrunhado de afrontas e ultrajes. 

Em memória destas penas e dores que suportastes antes da vossa Paixão sobre a Cruz, concedei-me, antes da morte, uma verdadeira contrição, a oportunidade de me confessar, com pureza de intenção e sinceridade absoluta, uma adequada satisfação e a remissão de todos os meus pecados. Assim seja!     
      
Pai Nosso... Ave Maria ...
2ª ORAÇÃO

Ó JESUS CRISTO, verdadeira liberdade dos anjos, paraíso de delícias, lembrai-vos do peso acabrunhador de tristezas que suportastes, quando vossos inimigos, quais leões furiosos, vos cercaram e, por meio de mil injúrias, escarros, bofetadas, arranhões e outros inauditos suplícios, vos atormentaram a porfia. 

Em consideração destes insultos e destes tormentos, eu vos suplico, ó meu Salvador, que vos digneis libertar-me dos meus inimigos, visíveis e invisíveis e fazer-me chegar, com o vosso auxílio, à perfeição da salvação eterna. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...

ORAÇÃO
Ó JESUS, criador do céu e da terra, a quem coisa alguma pode conter ou limitar, Vós que tudo abarcais e tendes tudo sob o vosso poder, lembrai-vos da dor, repleta de amargura, que experimentastes quando os soldados, pregando na Cruz as vossas sagradas mãos e vossos pés tão delicados, transpassaram-nos com grandes e rombudos cravos e não vos encontrando no estado em que teriam desejado, para dar largas à sua cólera, dilataram as vossas Chagas, exacerbando assim as vossas dores.

Depois, por uma crueldade inaudita, vos estenderam sobre a Cruz e vos viraram de todos os lados, deslocando, assim, os vossos membros.  Eu vos suplico, pela lembrança desta dor que suportastes na Cruz, com tanta santidade e mansidão, que vos digneis conceder-me o vosso Temor e o vosso Amor. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...ª

ORAÇÃO
Ó JESUS, médico celeste, que fostes elevado na Cruz a fim de curar as nossas chagas por meio das vossas, lembrai-vos do abatimento em que vos encontrastes e das contusões que vos infligiram em vossos sagrados membros, dos quais nenhum permaneceu em seu lugar, de tal modo que dor alguma poderia ser comparada à vossa.  Da planta dos pés até o alto da cabeça, nenhuma parte do vosso corpo esteve isenta de tormentos e, entretanto, esquecido dos vossos sofrimentos, não vos cansastes de suplicar ao vosso Pai pelos inimigos que vos cercavam, dizendo-lhe: 'Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem'. 

Por esta grande misericórdia e em memória desta dor, fazei com que a lembrança da vossa Paixão, tão impregnada de amargura, opere em mim uma perfeita contrição e a remissão de todos os meus pecados. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...
 ORAÇÃO
Ó JESUS, espelho do esplendor eterno. Lembrai-vos da tristeza que sentistes quando, contemplando a luz da vossa divindade, a predestinação daqueles que  deveriam ser salvos pelos méritos da  vossa santa paixão, contemplastes ao mesmo tempo,  a multidão dos  réprobos que deveriam ser condenados por causa de seus pecados, e lastimastes amargamente, a sorte destes infelizes pecadores, perdidos e desesperados. 

Por este abismo de  compaixão e de  piedade e, principalmente,  pela bondade  que manifestastes  ao bom ladrão, dizendo-lhe: 'Hoje mesmo estarás Comigo no Paraíso', eu  Vos suplico ó Doce Jesus, que na hora da minha morte useis de misericórdia para comigo. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...OR

ÃO
Ó JESUS, Rei amável e de todo desejável, lembrai-vos da dor que experimentastes quando nu e como um miserável pregado e levantado na Cruz, fostes abandonado por todos os vossos parentes e amigos, com exceção de Vossa mãe bem amada, que permaneceu em companhia de São João muito fielmente junto de Vós na agonia, lembrai-Vos que os entregastes um ao outro dizendo: 'Mulher eis ai o teu filho'! e a  João: 'Eis ai a tua Mãe!'

Eu vos suplico, ó meu Salvador, pela espada de dor que então transpassou a alma de Vossa Santa Mãe, que tenhais compaixão de mim em todas as minhas angustias e tribulações, tanto corporais como espirituais, e que Vos digneis assistir-me nas provações que me sobrevierem, sobretudo na hora da minha morte. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ... 

ª ORAÇÃO
Ó JESUS, fonte inexaurível de piedade, que por uma profunda ternura de amor, dissestes sobre a Cruz: 'Tenho sede!', mas sede de salvação do gênero humano. 

Eu Vos suplico, ó meu Salvador, que Vos digneis estimular o desejo que meu coração experimenta de tender a perfeição em todas as minhas obras e extinguir por completo em mim, a concupiscência carnal e o ardor dos desejos mundanos. Assim seja!

Pai Nosso... Ave Maria ... 

ÇÃO
Ó JESUS, doçura dos corações, suavidade dos espíritos, pelo amargo sabor do fel e do vinagre que provastes sobre a Cruz por amor de todos nós, concedei-me a graça de receber dignamente o Vosso Corpo e Vosso Preciosíssimo Sangue, durante toda a minha vida e na hora da minha morte afim de que sirvam de remédio e de consolo para minha alma. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...  ª ORAÇÃO
  

Ó JESUS, virtude real, alegria do espírito, lembrai-vos da dor que suportastes quando mergulhado na amargura ao sentir aproximar-se a morte, insultado e ultrajado pelos homens, julgastes haver sido abandonado por Vosso Pai dizendo: 'Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?'

Por esta angústia, eu Vos suplico, ó meu Salvador, que não me abandoneis nas aflições e nas dores da morte. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ... ORAÇÃO  


Ó JESUS, que sois em todas as coisas, começo e fim, vida e virtude, lembrai-vos de que por nós fostes mergulhado num abismo de dores da planta dos pés até o alto da cabeça. 

Em consideração da extensão das vossas chagas, ensinai-me a guardar os vossos mandamentos mediante uma sincera caridade, mandamentos estes que são caminhos espaçosos e agradáveis para aqueles que vos amam. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...ª ORAÇÃO


Ó JESUS, profundíssimo abismo de misericórdia, suplico-vos em memória de vossas chagas, que penetraram até a medula dos vossos ossos e atingiram até as vossas entranhas, que vos digneis afastar-me, pobre pecador, do lodaçal de ofensas em que estou submerso, conduzindo-me para longe do pecado.  

Suplico-Vos também, esconder-me de vossa Face irritada, ocultando-me dentro das vossas chagas, até que a vossa cólera e a vossa justa indignação tenham passado. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...
12ª ORAÇÃO

Ó JESUS, espelho de verdade, sinal de unidade, laço de caridade, lembrai-vos dos inumeráveis ferimentos que recebestes desde a cabeça até os pés, ao ponto de ficardes dilacerado e coberto pela púrpura do vosso sangue adorável. Ó quão grande e universal foi a dor que sofrestes em vossa carne virginal por nosso amor! Ó Dulcíssimo Jesus, que poderíeis fazer por nós que não o houvésseis feito? 

Eu vos suplico, ó meu Salvador, que vos digneis imprimir com o vosso Preciosíssimo Sangue, todas as vossas chagas em meu coração, a fim de que eu relembre sem cessar, as vossas dores e o vosso amor.  Que pela fiel lembrança da vossa Paixão, o fruto dos vossos sofrimentos seja renovado em mim cada dia mais, até que eu me encontre finalmente convosco, que sois o tesouro de todos os bens e a fonte de todas as alegrias.  Ó Dulcíssimo Jesus, concedei-me poder gozar de semelhante ventura na vida eterna. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...3ª ORAÇÃO 
  

Ó JESUS, fortíssimo Leão, Rei imortal e invencível, lembrai-vos da dor que vos acabrunhou quando sentistes esgotadas todas as vossas forças, tanto do Coração como do Corpo, e inclinastes a cabeça dizendo: 'Tudo está consumado!' Por esta angústia e por esta dor, eu Vos suplico Senhor JESUS, que tenhais piedade de mim, quando soar a minha última hora, e minha alma estiver amargurada e o meu espírito cheio de aflição. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...
ª ORAÇÃO 

Ó JESUS, filho único do Pai, esplendor e imagem da sua substância, lembrai-vos da humilde recomendação que lhe dirigistes dizendo:    'Pai, em Vossas Mãos entrego o Meu Espírito!' Depois expirastes, estando vosso corpo despedaçado, vosso coração transpassado e as entranhas da vossa misericórdia abertas para nos resgatar. 

Por esta preciosa morte eu Vos suplico, ó Rei dos Santos, que me deis força e me socorrais, para resistir ao demônio, à carne a ao sangue, a fim de que estando morto para o mundo, eu possa viver somente para Vós. Na hora da morte recebei, eu Vos peço, a minha alma peregrina e exilada que retorna para Vós. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ... 15ª ORAÇÃO
  

Ó JESUS, vide verdadeira e fecunda, lembrai-vos da abundante efusão de Sangue que tão generosamente derramastes de vosso Sagrado Corpo, assim como a uva é triturada no lagar.  Do Vosso lado aberto pela lança de um dos soldados, jorraram sangue e água, de tal modo que não retivestes uma gota sequer.  E, enfim, como um ramalhete de mirra elevado na Cruz, vossa Carne delicada se aniquilou, feneceu o humor de vossas entranhas e secou a medula dos Vossos ossos.  Por esta tão amarga Paixão, e pela efusão do vosso preciosíssimo Sangue, eu vos suplico, ó Bom JESUS, que recebais minha alma quando eu estiver na agonia. Assim seja! 

Pai Nosso... Ave Maria ...
AÇÃO FINAL

Ó doce JESUS, vulnerai o meu coração, a fim de que lágrimas de arrependimento, de compunção e de amor, noite e dia me sirvam de alimento.  Convertei-me inteiramente a Vós.  Que o meu coração vos sirva de perpétua habitação; que a minha conduta vos seja agradável e que o fim da minha vida seja de tal modo edificante que eu possa ser admitido no vosso Paraíso onde, com os vossos santos, hei de vos louvar para sempre.  Assim seja!