Jesus Cristo ordenou que a Irmã Marie des Vallées [leiga mística (1590 - 1656) e não uma religiosa propriamente dita, como se poderia depreender do temo 'Irmã'] fizesse uma estranha procissão simbólica em Coutances [Normandia, França]. Ela deveria primeiro recitar as ladainhas do Pai no centro da praça central da cidade, depois as ladainhas do Filho na fossa mais imunda que ela pudesse encontrar e, finalmente, as ladainhas do Espírito Santo, diante de um crucifixo na igreja.
Ela cumpriu conscienciosamente todas essas prescrições, ainda que com grande perplexidade e não sem causar a surpresa dos transeuntes e a zombaria dos presentes, ao vê-la ajoelhada a rezar diante de um das fossas mais fedorentas da cidade.
Na verdade, a procissão de Marie contemplava a conversão geral de todos os homens. As primeiras ladainhas na praça eram para conclamar os infiéis à conversão. As segundas, diante de uma fossa, eram apelos pela conversão dos maus cristãos, particularmente pelos maus sacerdotes*, porque, Cristo disse: 'Estou na Minha Igreja numa fossa infame, como um homem obrigado a ficar ali pelas cordas que o prendem, porque assim me obriga a minha Caridade Divina' As terceiras ladainhas, por sua vez, destinavam-se a trazer um dilúvio de efusão de graças no tempo da grande conversão'.
*paralelo direto com a crise atual do clero e com as profecias de La Salette
(Excertos da obra 'La Vie Admirable et les Revélations de Marie des Vallées', de Emile Dermenghem)