sábado, 28 de maio de 2016

VISÕES DE SANTA FAUSTINA KOWASLKA


'Um dia eu vi duas estradas: uma estrada larga, coberta de areia e flores, cheia de alegria, música e vários passatempos. As pessoas andavam por essa estrada dançando e se divertindo. E assim chegam até o fim sem perceberem que acabou. No final dessa estrada havia um espantoso precipício, isto é, o abismo do inferno. As almas caíam cegamente naquela voragem, assim que iam chegando e se precipitavam dentro. E era um número tão grande, era impossível contá-las.

E eu vi uma outra estrada, ou melhor, uma senda, porque era estreita e cheia de espinhos e pedras, e as pessoas que caminhavam por ela tinham lágrimas em seus olhos e estavam cheias de dores. Algumas caíam sobre as pedras, mas se levantavam imediatamente e prosseguiam. E no final da estrada havia um estupendo jardim cheio de toda forma de felicidade e todas essas almas entravam nele. Imediatamente, desde o primeiro instante, esqueciam as suas dores' (p. 82-83).

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'Pela noite, enquanto estava na minha cela, vi um Anjo que era o executor da cólera de Deus. Tinha uma veste luminosa e seu rosto resplandecia; uma nuvem sob os pés, da qual saíam raios e relâmpagos que iam até suas mãos e de suas mãos saíam e feriam a terra. Quando vi aquele sinal da cólera de Deus, que devia ferir especialmente certo local que por justos motivos não posso mencionar, comecei a rezar ao Anjo, para pedir a ele se deter um momento, porque o mundo teria feito penitência.

Meu apelo não obteve resultado algum devido à ira de Deus. Naquele momento vi a Santíssima Trindade. A grandeza de Sua Majestade penetrou até o mais profundo de mim e não ousei repetir meu pedido. Naquele mesmo instante percebi que a força da graça de Jesus estava em minha alma. Quando tive consciência dessa graça, no mesmo momento fui raptada até diante o Trono de Deus. Oh! Como é grande o Senhor e Deus nosso e como é incompreensível a Sua santidade. Não procurarei nem sequer descrever essa grandeza, porque dentro de não muito [tempo] O veremos tal qual Ele é. 

Comecei a implorar a Deus pelo mundo com palavras que ecoavam interiormente. Enquanto assim rezava, vi a impotência do Anjo, que não podia aplacar o justo castigo, equitativamente merecido pelos pecados. Jamais rezei com um tal poder interior como então. As palavras com as quais supliquei a Deus são as seguintes: 'Eterno Padre, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Teu diletíssimo Filho e Senhor Nosso Jesus Cristo, por nossos pecados e do mundo inteiro. Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós’. 

... Eu vi Jesus pregado na cruz. Depois de Jesus ter sido encravado por um momento, eu vi toda uma série de almas crucificadas como Jesus. E vi um terceiro grupo de almas e um segundo grupo de almas. A segunda linha não estava pregada na cruz, mas aquelas almas seguravam firmemente a cruz nas mãos. Porém, a terceira linha de almas não estava crucificada nem segurava a cruz nas mãos, mas aquelas almas arrastavam a cruz detrás de si e se mostravam insatisfeitas. Então Jesus disse-me:

'Vês aquelas almas, que são semelhantes a Mim no sofrimento e no desprezo: elas serão semelhantes a Mim também na glória. E aquelas que se assemelham menos a Mim no sofrimento e no desprezo, elas se assemelharão menos a Mim também na glória'.

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'Hoje, sob a orientação de um anjo, eu estive nos abismos do inferno. É um lugar de grandes tormentos em toda a sua extensão assustadoramente grande. Estas são as várias penas que eu vi: a primeira pena constitui o inferno e é a perda de Deus; a segunda, os constantes remorsos de consciência; a terceira, a consciência de que esse destino nunca vai mudar; a quarta pena é o fogo que penetra na alma mas não a aniquila; é um terrível castigo: é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; a quinta pena é a escuridão contínua, um horrível fedor sufocante e, embora seja tudo escuro, os demônios e as almas condenadas se veem entre si e veem todo o mal dos outros e o próprio; a sexta pena é a companhia constante de Satanás; a sétima pena é o tremendo desespero, o ódio a Deus, as pragas, as maldições e as blasfêmias. 

Estas são as punições que todos os condenados sofrem juntos, mas este não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para diferentes almas, que são os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada de uma maneira terrível e indescritível por onde pecou. Há cavernas horríveis, voragens de tormentos, onde cada tortura é diferente da outra. Eu teria morrido à vista daquelas horríveis torturas, se não me sustentasse a onipotência de Deus.

Que o pecador saiba que será torturado durante toda a eternidade pelo sentido com o qual peca. Eu escrevo isso por ordem de Deus, de modo que nenhuma alma se justifique dizendo que o inferno não existe, ou que ninguém nunca foi, ou que ninguém sabe como ele é. Eu, Irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nas profundezas do inferno, com a finalidade de contar às almas e dar testemunho de que o inferno existe.

Eu não posso falar sobre isso agora. Tenho ordens de Deus para deixá-lo por escrito. Os demônios mostraram um grande ódio contra mim, mas por ordem de Deus tinham que me obedecer. O que eu escrevi é uma pálida sombra das coisas que eu vi. Uma coisa que notei, é que a maioria das almas que estão lá, são almas que não acreditavam que havia um inferno. Quando voltei a mim, não conseguia me recuperar do susto pensando que lá as almas sofrem tão terrivelmente, por isso eu rezo com mais fervor pela conversão dos pecadores, e invoco incessantemente a Misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nas maiores torturas, do que Vos ofender com o menor dos pecados' (p. 276-277).