terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

PALAVRAS DE SALVAÇÃO



'Se pudéssemos ver os fios sutis com que a Providência urde a tela de nossa vida, apoderar-se-iam de nós sentimentos de gratidão e amor para com nosso bom Pai celestial e, deixando nas suas mãos todo o cuidado sobre o nosso futuro, contentar-nos-íamos de ser a pequena lançadeira que doce e calmamente desliza entre os fios da urdidura divina'. 

(Santo Antão)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

ORAÇÃO PELOS MEUS FILHOS

Senhor, eu Vos suplico neste dia pela santificação de meus filhos: (... nomes). Que cada um deles possa Vos contemplar com imensa ternura, respeito e amor. Que eles, neste dia, possam Vos oferecer suas vidas, suas vontades, seus pensamentos, suas alegrias e tristezas, suas pequenas e grandes vitórias, suas limitações e incômodos, suas lutas e dores deste dia.

Que eles não passem, Senhor, este dia, sem pensarem em Vós; sem Vos louvar e agradecer por mais um dia, sem rezar, sem compartilhar convosco a imensa graça de sermos cristãos. Que eles se alegrem e se rejubilem com a sua fé, com as suas convicções, com um extremado amor pela Santa Igreja, pelo Papa e por todos os homens. Que, neste dia, nenhum deles seja tocado pelos vírus do preconceito e do egoísmo; que eles sejam sempre instrumentos do Vosso amor entre os homens.

Senhor, que eles vivam mais como Vossos filhos do que como meus filhos. Cada um deles confio à Vossa proteção e à Vossa misericórdia; que eles aprendam a confiar e recorrer sempre em Vossa infinita misericórdia de Pai. E eu, como um(a) pequeno(a) pai (mãe), possa ser um guia e um exemplo para eles nesta caminhada diária para Vós. Que eles e Vós me perdoeis quando minhas limitações e minha imensa fragilidade humana me desviarem por algum momento deste caminho.

Meu Senhor e meu Deus, tomai em Vossas santas mãos as mãos dos meus filhos e, pela intercessão de Nossa Senhora, São José e dos seus anjos da guarda, guardai-os e protegei-os de todos os males e pecados deste mundo. E que, pela Vossa infinita misericórdia, todos nós possamos estar reunidos, um dia, diante de Vós por toda a eternidade. E, assim, Senhor, que todos os meus filhos possam continuar sendo meus e Vossos filhos na glória do céu. Amém. 

(Arcos de Pilares)

FOTO DA SEMANA

'O Senhor do alto do céu observa os filhos dos homens para ver se acaso existe alguém sensato que busque a Deus' (Sl 13,2)

domingo, 12 de fevereiro de 2017

'E EU VOS DIGO...'

Páginas do Evangelho - Sexto Domingo do Tempo Comum



Nas palavras: 'Em verdade, Eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra' (Mt 5, 18), Jesus proclama que a Boa Nova do Evangelho trazida à humanidade, como instrumento de resgate e não de abolição à Antiga Lei, está fundada na Verdade Absoluta, imutável no espaço e no tempo, desde os nossos primeiros pais até o último homem da face da terra. O pecado é o mesmo ontem e hoje, e os Dez Mandamentos modelam a história humana na dimensão divina.

A plenitude do exercício do Decálogo é a via de santificação perfeita. O Céu é uma porta aberta para os que se consomem e se alimentam da Verdade de Cristo, emanada da vivência profunda dos valores do Evangelho e não apenas sedimentados no alicerce frágil das exterioridades enormes da antiga Lei Mosaica: 'Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus' (Mt 5, 20). Nesta contextualização, Jesus vai passar dos conceitos formais expressos por 'vós ouvistes...' às premissas mais abrangentes da Nova Lei: 'e eu vos digo...' Assim, do pecado gravíssimo do homicídio formal, Jesus anuncia que na própria ira contra o próximo já se manifesta a gravidade do pecado. O pecado do adultério não se restringe ao ato consumado e definitivo, que era castigado com a morte, mas é igualmente perverso no desejo; o juramento falso é um ato abominável, mas é igualmente pecaminoso o simples juramento sobre qualquer coisa.

Jesus exorta, em todas estas passagens, a se cumprir, em tudo e para todos, a santificação em plenitude, traduzida na observância radical dos seus Mandamentos e na fuga da ocasião de pecado por todos os meios disponíveis, pelos mais extremos possíveis: 'Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno' (Mt 5, 29 - 30).

Não ceder ao pecado sob concessão alguma. Não afrontar a graça divina por nenhum propósito humano. A verdadeira santificação exige, portanto, vigilância extrema e oração constante. A superação da fragilidade de nossas limitações implica decisões claras e firmes em favor da pureza evangélica e aos ditames de Cristo, nosso Divino Mestre: 'Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno' (Mt 4, 37).

sábado, 11 de fevereiro de 2017

BREVIÁRIO DIGITAL - AS VISÕES DE TONDAL (III)

A experiência além da morte de uma alma medieval percorrendo o Céu, o Inferno e o Purgatório, guiada pelo seu Anjo da Guarda.

VISÕES DE TONDAL - PARTE III


Atravessando a escuridão infernal, o anjo e a alma de Tondal chegam diante uma estrutura gigantesca em forma de um forno incandescente, tão alto quanto uma montanha. Do fogo emergem as almas dos condenados, que são espetados e desmembrados por demônios e lançados de volta à fornalha ardente. Nesta prisão de fogo indescritível, encontram-se as almas dos glutões, dos pervertidos e dos fornicadores. Cada alma ali padece horrivelmente de tormentos específicos em sua genitália. A alma de Tondal é severamente advertida que este será o seu destino final se não mudar radicalmente a sua vida de pecados.


Na parte do inferno reservada aos ladrões, a alma de Tondal é submetida a uma prova terrível. Uma ponte muito estreita atravessa uma cratera de fogo onde padecem as almas dos condenados por roubo. Por ter roubado uma vaca de um dos seus amigos, Tondal é forçado a atravessar a estreita ponte conduzindo o animal enquanto, em sentido contrário, outra alma é submetida a igual provação, carregando feixes de trigo, igualmente roubados. Ambas as almas se cruzam no meio da ponte e, de forma surpreendente, conseguem cumprir a penitência imposta, passando uma pela outra, sem se tocarem e se precipitarem mutuamente no redemoinho de fogo logo abaixo.


No Vale do Fogo, os demônios agarram de repente a alma de Tondal e a precipitam numa forja em chamas, na qual são calcinadas, numa fase preliminar, as almas dos condenados pelos prazeres e concupiscência da carne. Dominado pelo horror e depois de tormentos atrozes, a alma de Tondal é resgatada pelo anjo para continuar a sua viagem através do inferno.


O anjo conduz a alma de Tondal através de uma ponte estreitíssima, que mal permite a passagem de um deles. A ponte é de uma extensão interminável e sob ela, um caldeirão de fogo devora as almas dos condenados pelo orgulho e presunção. À medida que avança pela frágil ponte, a alma de Tondal acompanha o vozerio infernal das almas dos condenados abaixo dele e a precipitação sem fim de novas almas no abismo de fogo.

AS 15 DORES E AS 15 FRASES DO CALVÁRIO

1. A dor de Jesus no Horto das Oliveiras: 

'A minha alma está triste até a morte!'

2. A dor pela traição de Judas e pela afronta da captura abrupta de Jesus pelos soldados romanos:

'Saístes armados de espadas e porretes para prender-me, como se eu fosse um malfeitor'


3. A dor pela bofetada recebida do soldado na casa de Anás: 

'Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?'

4. A condenação pública, o sarcasmo e as múltiplas agressões sofridas na casa de Caifás: 

'E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu'.

5. A dor de ser levado amarrado como um criminoso e sob os gritos furiosos de uma multidão até à presença de Pilatos:

 'Adivinha, ó Cristo: quem te bateu?'

6. A dor da submissão completa à justiça humana de um déspota sanguinário (Herodes): 

'Todo o que é da verdade ouve a minha voz.'


7. A dor resultante do açoitamento e da flagelação:

 'Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!'

8. A dor devido à imposição da coroa de espinhos sobre a sua cabeça: 

'Salve, rei dos judeus!'

9. A dor de carregar a cruz em direção ao Calvário: 

'Não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos'.


10. A dor pungente da crucificação: 

'Crucifica-o! Crucifica-o!'

11. A dor da injúria e da difamação feita por aqueles que passavam pelo Calvário:

'Se és o Filho de Deus, desce da cruz!'

12. A dor de ser julgado como um criminoso e ser martirizado entre dois ladrões:

 'Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!'


13. A dor de Jesus ao testemunhar o sofrimento tremendo de sua santa mãe:

'Mulher, eis aí o teu filho!'

14. A dor do abandono e da provação extrema pelo afastamento do Pai:

'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?'

15. A dor e a agonia das suas três horas na cruz:

 'Tudo está consumado'.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA...


I. Considera que, entre todas as orações que a Igreja dirige à Santíssima Virgem, a mais excelente, a mais aceita e a mais útil é a Ave-Maria. Ela é a mais excelente considerada em si mesma; porque foi composta, por assim dizer, pela Santíssima Trindade e pronunciada pela primeira vez pelo Arcanjo São Gabriel e depois por Santa Isabel, então cheia do Espírito Santo. Pelo que o Bem-aventurado Alano afirma que a Saudação Angélica, pela sua excelência, alegra todo o céu, enche a terra de prodígios, faz tremer e põe em fuga o demônio.

Em segundo lugar, ela é a mais aceita ao coração da Virgem, pois, quando dizemos Ave-Maria, parece que se lhe renova o prazer que sentiu quando lhe foi anunciado que havia sido eleita para Mãe de Deus. Mais, pela Ave-Maria mostramos que tomamos parte em sua felicidade, lembrando-lhe as suas grandezas. Disse a mesma divina Mãe a Santa Mechtildes, que nada lhe podia ser mais honroso e mais agradável do que a oferta frequente da saudação do Anjo.

Finalmente, a Ave-Maria é, depois da Oração Dominical, a mais útil para nós, porque, quem saúda Maria, será também por ela saudada. São Bernardo ouviu uma vez distintamente saudar-se por uma imagem da Virgem, que lhe disse: 'Ave, Bernardo'; e a saudação de Maria, diz São Boaventura, consiste em uma graça especial. 'Com efeito', pergunta Ricardo, 'como poderá a divina Mãe negar a graça a quem a invoca com uma oração tão sublime?' Em suma, Maria mesma prometeu a Santa Gertrudes tantos auxílios para a hora da morte, quantas Ave-Marias ela tivesse rezado; e são inúmeros os fatos que o confirmam.

II. A prática do obséquio tão excelente, tão aceito e tão útil da Ave-Maria, seja: em primeiro lugar, recitar cada dia, pela manhã e à noite, ao se levantar e deitar-se na cama, três vezes a Ave-Maria, com o rosto em terra ou ao menos de joelhos, acrescentando a cada Ave esta jaculatória: 'Pela tua pura e imaculada conceição, ó Maria, faze puro o meu corpo e casta a minha alma'. Depois, pedir a benção a nossa boa Mãe, conforme sempre praticava Santo Estanislau; e em seguida, pôr-se debaixo do manto de Nossa Senhora, pedindo-lhe que nos guarde de cair em pecado, naquele dia ou noite que se segue. Para este fim, convém ter perto da cama uma bela imagem da Virgem.

Segundo, dizer o Angelus Domini ou o Anjo do Senhor, com as costumeiras três Ave-Marias, pela manhã, ao meio dia e à noite. Os Religiosos podem nesses três tempos renovar mentalmente os seus votos, como costumava fazer São Leonardo de Porto Maurício. Em terceiro lugar, saudar a Mãe de Deus com uma Ave-Maria quando se ouve tocar o relógio, ou cada vez que se passa por diante de uma imagem da Virgem.

Finalmente, dizer sempre uma Ave-Maria, no princípio e no fim de cada ação, quer espiritual, como a oração, a confissão, a comunhão, a leitura espiritual e outras semelhantes; quer temporal, como estudar, dar conselho, trabalhar, ir para a mesa, para a cama, etc. Felizes as ações que ficarem compreendidas entre duas Ave-Marias. Assim digamos também a mesma oração quando acordamos pela manhã, quando adormecemos, em qualquer tentação, perigo, ímpeto de ira e semelhantes. Amado leitor, pratica isso e verás a suma utilidade que para ti resultará daí.

'Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.'

('Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano, de Santo Afonso Maria de Ligório, Tomo II)