sexta-feira, 18 de março de 2022

TESOURO DE EXEMPLOS (137/139)


137. DOM BOSCO CONFESSA UM DEFUNTO

Havia um jovem, chamado Carlos, que só pensava em viver e divertir-se. Mas eis que cai doente, tão doente que o médico lhe dá apenas algumas horas de vida. Quis confessar-se a Dom Bosco, que lhe era muito afeiçoado, mas Dom Bosco não pôde ir. Confessou-se com outro sacerdote, mas a confissão não foi sincera, pois ocultou faltas graves.

E o jovem morreu... Comunicaram logo a Dom Bosco que o seu querido Carlito falecera. Nesse momento uma voz misteriosa parecia segredar a Dom Bosco que o infeliz não se confessara bem. Saltou do leito, correu à casa do defunto. Ali estava Carlito imóvel, amarelo, endurecido: ia ser colocado no caixão. Dom Bosco ordenou que todos deixassem o aposento; ali só ficaram o santo e o cadáver.

Dom Bosco, falando ao ouvido do defunto, disse:
➖ Carlito!
O rapaz abriu os olhos e fitou-os em seu santo diretor.
➖ Onde estiveste? - perguntou-lhe o servo de Deus.
➖ Padre, numa região misteriosa e desconhecida. Vi muitos demônios e todos me queriam arrastar ao inferno. Diziam que tinham direito sobre mim.
➖ Filho, é porque não te confessaste bem. Ocultaste um pecado por vergonha, não é verdade?
➖ Sim, padre; mas agora quero declará-lo.

E o rapaz confessou com grande humildade seus pecados e sacrilégios.
➖ Padre, se não fôra esta grande misericórdia de Deus, eu estaria perdido para sempre.
Dom Bosco, erguendo a destra, deu-lhe a absolvição. Recebeu-a o jovem com grande recolhimento e na atitude da mais profunda gratidão. O santo abriu a porta e disse aos que esperavam do lado de fora:
➖ Podem entrar.

Entraram e lançaram um grito de surpresa e de terror. O morto estava sentado na cama. Parentes e amigos caíram de joelhos, mudos de assombro.
Dom Bosco inclinou-se e disse ao ouvido do jovem:
➖ Carlito, agora que estás na graça de Deus, que é que desejas: viver ou morrer?
➖ Padre - respondeu o rapaz - quero morrer.
Enquanto o santo lhe dava a bênção, Carlito deixava cair a cabeça sobre o travesseiro, juntava as mãos sobre o peito, fechava os olhos e... morria.

138. O FILÓSOFO E O BARQUEIRO

Um barqueiro transportava um filósofo em sua barca. Durante a travessia, disse o filósofo ao barqueiro:
➖ Então, meu velho, você sabe alguma coisa?
➖ Eu? Sei remar e nadar.
➖ Não sabe filosofia?
➖ Nunca ouvi falar disso.
➖ Não sabe astronomia?
➖ Não, senhor.
➖ Não conhece a gramática?
➖ Também não, senhor.

E assim foi o filósofo perguntando muitas coisas e o barqueiro respondendo:
➖ Não sei nada disso.
➖ Pois, assim, você perdeu a metade da vida, acrescentou o filósofo.

Nisso, distraídos pela conversa, deram contra um rochedo, partiu-se a barca e os dois naufragaram. O barqueiro, nadando, alcançou a margem; ao passo que o filósofo se afogava. O barqueiro, malicioso, gritou-lhe:
➖ Senhor filósofo, não sabe nadar?
➖ Não.
➖ Ah! não sabe? Então o senhor é um infeliz; perdeu a vida inteira. Suas astronomias e filosofias não lhe servem para nada.

Isto mesmo se pode dizer dos que sabem tudo deste mundo, menos a doutrina cristã, pois a ciência mais apreciada é que o homem bem acabe: porque, no fim da jornada, aquele que se salva, sabe e o que não se salva, não sabe nada.

139. O SOLDADO E O OVO

A pessoa que sabe sofrer com paciência é semelhante a um anjo. Conta Santiago que, num hospital servido por Irmãs de Caridade, achava-se um soldado em tratamento. Certo dia pediu-lhe trouxessem um ovo cozido. Poucos instantes após uma das Irmãs servia o enfermo o ovo cozido; mas aquele indivíduo, querendo, ao que parece, provar a paciência da religiosa, rejeitou o ovo bruscamente, dizendo:
➖ Está duro demais.

Retirou-se a Irmã em silêncio e, depois de alguns minutos, trouxe outro ovo; mas o doente rejeitou-o de novo, alegando:
➖ Está mole demais.

Sem mostrar o menor indício de impaciência, foi a Irmã, pela terceira vez, à copa e trouxe ao soldado um vaso com água fervente e um ovo fresco e disse-lhe com toda calma:
➖ Aqui tem o senhor tudo que é necessário; prepare o ovo do modo que lhe agradar.

Essa paciência inalterável da boa religiosa causou ao soldado tal impressão, que não pôde deixar de exclamar:
➖ Agora compreendo que há um Deus no céu, uma vez que há tais anjos na terra.
Por aí se vê que, pela paciência, pode-se fazer um grande bem ao próximo.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

quinta-feira, 17 de março de 2022

ORAÇÃO DE VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

 

Meu Senhor Jesus Cristo, que pelo amor que tendes aos homens, permaneceis noite e dia nesse Sacramento, todo cheio de bondade e de misericórdia, chamando, esperando e acolhendo a todos os que vêm visitar-vos: eu creio que estais realmente presente no Sacramento do Altar; adoro-vos do abismo do meu nada e vos agradeço todas as graças que me tendes dispensado até hoje, especialmente a de vos terdes dado a mim neste Sacramento, de me terdes concedido por advogada vossa Mãe Maria Santíssima e de me haverdes chamado para visitar-vos nesta igreja. 

Adoro e saúdo o vosso Coração amantíssimo e o faço por três fins: primeiro para vos agradecer tão grande dom; segundo, para reparar as injúrias que recebeis de vossos inimigos neste Sacramento de Amor; terceiro, para adorar-vos em todos os lugares da terra, onde permaneceis menos honrado e mais abandonado. Meu Jesus, amo-vos de todo o meu coração. Arrependo-me de ter ofendido tantas vezes a vossa bondade infinita. Proponho, com o auxilio da vossa divina graça, nunca mais vos ofender. 

E agora, miserável como sou, consagro-me inteiramente a Vós e vos ofereço o meu coração, a minha vontade e tudo o que possuo. De agora em diante fazei de mim o que for do vosso agrado. Eu não vos peço e não quero senão o vosso amor, a perseverança final e o cumprimento perfeito da vossa vontade. 

Recomendo-vos as almas do purgatório, particularmente as que foram mais devotas do Santíssimo Sacramento e de Maria Santíssima. Recomendo-vos também todos os pobres pecadores. Finalmente, ó meu amado Salvador, uno todos os meus afetos aos de vosso Coração amantíssimo, e assim, unidos ofereço-os ao vosso Eterno Pai e lhe peço em vosso nome que, por vosso amor, queira aceitá-los e atendê-los. Amém. 

(300 dias de indulgência)

terça-feira, 15 de março de 2022

A FÉ EXPLICADA: PODEMOS FICAR ENTEDIADOS NA ETERNIDADE DO CÉU?


Não, uma alma eleita não pode, nem na mais remota circunstância, ficar 'entediada' das glórias celestes ou da Visão Beatífica. Isso é algo tão absurdo, mais absurdo do que pretender colocar as águas de todos os oceanos da terra em um único e simples copo. Porque Deus de Deus, Luz da Luz - a onipotência divina - não é passível de mensuração pelo tempo, pela percepção de sentidos exteriores, pela miserabilidade da natureza humana.

Deus não pode entediar as almas dos eleitos - porque é Deus. E, em Deus, não existe amplitude, existe plenitude. E, à falta dessa percepção e esmagados pelo furor da deusa razão, os homens mensuram Deus e as coisas de Deus, incluindo o conhecimento, o amor ou a onipotência, sob a ótica humana de um deus de finitude provável. Sob a tutela desse diapasão, constroem então uma ideia falsificada e infantil da eternidade como sendo um tempo sem fim. Eternidade não é um tempo sem fim.

A eternidade não é uma medida de tempo que passa. Se fosse isso, não seria eternidade e Deus não seria Deus. Eternidade é um atributo de Deus e, tal como Deus, não teve início e nunca terá fim. Este conceito, aplicado aos homens, assume um atributo humano adicional - de circunstância. A minha eternidade - ou a eternidade de qualquer homem - teve um início definido (o momento da incorporação de uma alma ao meu corpo nascituro) e jamais terá fim. 

Quando, pois, nos tornamos inseridos na eternidade de Deus, somos eternos de um Deus eterno, infinitamente imutável. Não há um tempo que passa, mas um atributo que não passa. A eternidade com Deus é o momento sublimado da graça - 'coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam' (I Cor 2,9) e infinitamente imutável - o perpétuo momento.

Não há no Céu 'momentos'; não há no Céu dias e noites, manhãs de inverno ou noites de verão. Não há nas moradas eternas um dia que a alma possa estar 'assim' e um outro dia em que ela possa estar 'não bem assim'. A plenitude divina não pressupõe 'mais' ou 'menos', nem 'pouco' ou muito': é tudo, sempre, sempre, sempre. A santidade plena aniquila por completo a necessidade ou a possibilidade de quaisquer estímulos exteriores ou de quaisquer manifestações do que seriam 'vontade' ou 'pensamento'. 

No perpétuo momento, a alma está saciada infinitamente de Deus e em Deus, em todas as suas aspirações, em todas as suas vontades, em todos os seus pensamentos, em todos os seus atributos, em todas as suas necessidades. No momento perpétuo, Deus está presente em plenitude na alma, preenchendo todas as suas dimensões, espaços, tempos e aspirações, em Verdade, Conhecimento, Justiça e Caridade. E também e principalmente em Amor, Amor de eternidade.

segunda-feira, 14 de março de 2022

A VIDA OCULTA EM DEUS: PUREZA, FORÇA E RIQUEZA DESTE AMOR


Como é puro o vosso amor, ó meu Deus! É o amor de um espírito por outro espírito, que ignora o que São Paulo chamou de carne, e que esta também ignora. Pois este amor não pertence ao mundo dela; está infinitamente acima dela. Mais do que isso, este amor declara guerra à carne, e uma guerra implacável. Para viver, para que possa desenvolver livremente em nós, requer que a carne desfaleça, resseque e morra. Nessa batalha misteriosa, nossa alma é, ao mesmo tempo, palco de teatro e de recompensas. Mil vezes feliz a alma que, para se unir a Vós, não teve que sofrer aquelas excruciantes, mas tão necessárias purificações de amor!

Como é poderoso o vosso amor, ó meu Deus! Podemos confiar nele com certeza absoluta, porque ele nunca nos falta. A alma que se une ao vosso amor torna-se tão firme e imutável como ele e, assim, até pode sentir em suas faculdades sensíveis o inevitável fluxo e refluxo das emoções, mas não tem o íntimo perturbado por elas. Descansa no terreno firme deste amor. Se a tentação ousar perturbar a sua paz, a alma interior só precisa se refugiar mais firmemente a este amor divino, reduzindo a sua ameaça à impotência, até que desapareça por completo. O vosso amor é refúgio e fortaleza; nele a alma está segura e nada poderá perturbá-la. Está protegida por todos os lados; está resguardada em todos os lugares. É como uma nuvem, brilhante e sombria ao mesmo tempo, que a guia e a mantém protegida. A alma sente-se verdadeiramente envolvida por uma presença misteriosa que a fortalece, que lhe dá conforto e segurança, que a vivifica plenamente.

Como é abundante o vosso amor, ó meu Deus! É um tesouro que contém todos os bens e que é inesgotável. Tudo dele procede; é o primeiro dom totalmente gratuito e eivado das graças de Deus. Por que Vós me amais tanto, ó meu Deus? Só porque o quereis e porque sois bom. Ao me dar o vosso Coração, destes tudo a mim: não sois vós o poder infinito? E esse poder infinito não está a serviço do vosso Amor?

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte III - A União com Deus; tradução do autor do blog)

domingo, 13 de março de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'O Senhor é minha luz e salvação' (Sl 26)

 13/03/2022 - Segundo Domingo da Quaresma 

16. A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR 


Jesus acabara de fazer o anúncio de sua Paixão aos discípulos e eles experimentavam, naquele momento, o peso das tribulações e das adversidades futuras que certamente teriam de enfrentar. O Filho do Homem se revelara vítima pascal e não senhor de um exército dominador: o Reino de Deus não é deste mundo e a redenção teria que perpassar necessariamente pela subida do Calvário. Aqueles homens precisavam, mais do que nunca, da fortaleza da graça sobrenatural. E, três deles, Pedro, Tiago e João, a receberiam com abundância extrema.

Neste Segundo Domingo da Quaresma, meditamos esta extraordinária experiência sobrenatural vivida pelos três apóstolos no alto do Monte Tabor. Jesus os levou consigo para subir a montanha 'para rezar' (Lc 9,28), pois é a oração que nos coloca plenamente sob o repositório das graças divinas. A fragilidade humana tomou frente a princípio pelo sono de todos e pelas palavras desarticuladas de Pedro: 'vamos fazer três tendas' (Lc 9,33). Mas esvaiu-se de vez quando os três apóstolos foram inundados pela claridade luminosa emanada dos corpos gloriosos de Jesus, Moisés e Elias.

Naquele lugar, e ainda que por um breve tempo, os três apóstolos puderam contemplar na terra a glória de Deus. E testemunhar que a história humana evolui pelos tempos confirmada pela Lei (presença de Moisés) e pelos Profetas (presença de Elias). A transfiguração do Senhor é um evento extraordinário da manifestação divina de Jesus aos homens, um olhar da história humana no espelho da eternidade.

'Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz' (Lc 9, 35). Solícitos na oração, firmes na fé, tornamo-nos oratórios dignos das abundantes graças de Deus. Somos movidos, pela coragem, a superar as adversidades, as tentações, as dores humanas; pela fortaleza, impõe-se seguir em frente, avançar para águas mais profundas, subir a montanha das graças e da transfiguração de nossa imensa fragilidade humana. E também, descer outra vez a montanha, voltar ao caminho de Jerusalém e do Gólgota, repetir quantas vezes, e por quanto tempo for, o itinerário contínuo de enfrentar e vencer o mundo, oportuna ou inoportunamente, até o Tabor definitivo de nosso encontro com Deus na eternidade.

sábado, 12 de março de 2022

O DOGMA DO PURGATÓRIO (XXVII)

Capítulo XXVII

As Causas dos Sofrimentos - Razão das Expiações do Purgatório - Ensinamentos de Suarez e de Santa Catarina de Gênova

Por que as almas devem sofrer antes de serem admitidas para ver Deus face a face? Qual é a razão, ou qual é a justificativa dessas expiações? O que tem o fogo do Purgatório para purificar, o que precisa ser consumido nele? São, dizem os Padres  da Igreja, as impurezas ou máculas devidas aos nossos pecados.

Mas o que se entende aqui por impurezas? De acordo com a maioria dos teólogos, não é a culpa do pecado, mas a dor ou a dívida da dor procedente do pecado. Para entender bem isso, devemos lembrar que o pecado produz um duplo efeito na alma, que chamamos de dívida (reatus) de culpa e dívida de dor; que torna a alma não apenas culpada, mas merecedora de dor ou castigo. Ainda que a culpa seja perdoada, acontece geralmente que a dor perdura, total ou parcialmente, e, portanto, deve ser suportada ou expiada nesta vida ou na vida futura.

As almas do Purgatório não detêm nenhuma dívida de culpa; a culpa venial que tinham no momento de sua morte desaparece na ordem da pura caridade com a qual estão plenamente infundidos na outra vida; o que ainda carregam consigo é a dívida dos sofrimentos que não foram expiados antes da morte. Esta dívida procede de todas as faltas cometidas durante a vida, especialmente aquelas devidas aos pecados mortais, remidos quanto à culpa por confissões sinceras, mas que deixaram de ser expiadas devidamente com frutos dignos de penitência exterior.

Tal é o ensinamento comum dos teólogos, que Suarez resume em seu Tratado sobre o Sacramento da Penitência: 'Concluímos então que todos os pecados veniais com que morre um justo são remidos da culpa, no momento em que a alma é separada do corpo, em virtude de um ato de amor a Deus, e a contrição perfeita que então excita por todas as suas faltas passadas. De fato, a alma neste momento conhece perfeitamente a sua condição e os pecados dos quais foi culpada diante de Deus; ao mesmo tempo, é dona de suas faculdades, para poder agir. Por outro lado, da parte de Deus, são dadas a ela as ajudas mais eficazes, para que aja segundo a medida da graça santificante que possui. Segue-se, então, que, nesta disposição perfeita, a alma age sem a menor hesitação. Volta-se diretamente para o seu Deus e encontra-se livre de todos os seus pecados veniais por um ato de soberana aversão ao pecado. Este ato universal e eficaz basta para a remissão de sua culpa. Toda mácula de culpa então desaparece; mas a dor continua a ser imposta e deve ser expiada, com todo o rigor e longa duração, pelo menos para aquelas almas que não são assistidas pelas intenções dos vivos. Eles não podem obter o menor alívio para si mesmas, porque o tempo do mérito já passou; elas não podem mais merecer, podem apenas sofrer e, assim, pagar à temível justiça de Deus tudo o que devem, até o último centavo - usque ad novissimum quadrantem (Mt 5, 26).

Essas dívidas de dor são restos de pecados e uma espécie de obstáculo, que lhes intercepta a visão de Deus e que impõe um freio à união da alma com o seu fim último. Uma vez que as almas do Purgatório estão livres da culpa do pecado - escreve Santa Catarina de Gênova -  não há outra barreira entre elas e sua união com Deus, a não ser os restos do pecado, os quais devem ser expiados. Estes obstáculos que sentem dentro de si fazem com que padeçam os tormentos dos condenados, dos quais falamos previamente, e retardam o momento no qual o instinto pelo qual são atraídas para Deus, quanto à sua soberana bem aventurança, atingirá a sua plena manifestação. 

As almas têm a plena percepção de quão graves são, diante de Deus, os menores resquícios dos pecados cometidos e que é, por necessidade de justiça, que estes devem ser pagos até a plena saciedade do seu instinto beatífico. Esta percepção faz incendiar dentro delas um fogo ardente e semelhante ao do inferno, com exceção da culpa do pecado.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)