quinta-feira, 29 de outubro de 2015

AS PROFECIAS DE MARIE JULIE JAHENNY


Marie Julie Jahenny, considerada uma das grandes místicas da Igreja, viveu toda uma vida de absoluto sofrimento e expiação dos pecados dos homens em uma pequena cabana situada na aldeia de La Faudrais, na região da Bretanha, oeste da França. Nasceu em 12 de fevereiro de 1850 e recebeu, a partir dos 23 anos e até a sua morte, ocorrida em 4 de março de 1941, os estigmas de Cristo em escala inimaginável na história humana: as cinco chagas nas mãos, pés e lado; as feridas da coroa de espinhos, as lacerações e feridas nos ombros pelo peso da cruz e as marcas da flagelação. 

Foi privilegiada com inúmeros e extraordinários dons sobrenaturais. Com grande precisão, previu as duas guerras mundiais, a eleição do Papa São Pio X, as perseguições à Igreja e os castigos advindos à humanidade por sua apostasia. Era dotada de faculdades sobrenaturais que incluíam a levitação, premonições, percepção dos pecados alheios e compreensão de cânticos sagrados e orações feitas em qualquer idioma. Por um longo período de cinco anos, a partir de 28 de dezembro de 1875, sobreviveu tendo como único alimento a Santa Eucaristia. 

(casa onde viveu a estigmatizada francesa)

Suas inúmeras profecias são resultado de visões sobrenaturais (ela teve, por exemplo, visões de um diálogo entre o demônio e Nosso Senhor) e de mensagens manifestadas por Jesus e Nossa Senhora, das quais se destacam as seguintes:

'O primeiro período [da história da Igreja] é o do Meu Sacerdócio, existente desde Mim. O segundo é o da perseguição, quando os inimigos da Fé e da Santa Religião vão impor suas fórmulas no livro da segunda celebração. Muitos dos meus santos sacerdotes rejeitarão este livro, selado com as palavras do abismo mas, infelizmente, muitos outros o aceitarão'.

'Os discípulos que não pertencem ao meu Evangelho estão trabalhando duro para refazê-lo segundo as suas próprias ideias e sob a influência do inimigo das almas segundo uma nova Missa que conterá palavras que me são odiosas Quando chegar a hora fatídica, quando a fé dos meus sacerdotes for posta à prova, serão estes os textos [da Missa] que serão celebrados neste segundo período'.

'Um terrível castigo está preparado para aqueles que erguem todas as manhãs a pedra do Santo Sacrifício [os sacerdotes]. Eu não vim para estes altares para ser torturado. Sofro mil vezes mais por esses corações do que por qualquer outro. Eu vos absolvo dos vossos muitos pecados, meus filhos, mas não posso conceder perdão algum a estes sacerdotes [que traem a Igreja]'.

'Satanás ditará tudo por um tempo e reinará absoluto sobre tudo; toda bondade, fé e religião serão enterrados no túmulo... ele e seus eleitos triunfarão com alegria... não restará vestígio do Santo Sacrifício, nem traço aparente de fé, mas apenas uma grande confusão em toda parte... mas, depois deste triunfo do mal, o Senhor reunirá de novo o seu povo e reinará triunfante, resgatando do túmulo a Igreja enterrada e a Cruz prostrada' [palavras de São Miguel]


'Atacarei a Igreja. Esmagarei a Cruz, dizimarei a religiosidade dos homens, depositarei uma grande fraqueza da fé em seus corações. Haverá então um grande repúdio à religião. Por um tempo, serei o dono de tudo e tudo estará sob o meu controle, até mesmo o teu templo santo e todo o teu povo'. [palavras de Satanás, em diálogo com Nosso Senhor].

'Todas as obras aprovadas pela Igreja infalível cessarão por um tempo. Nesta triste aniquilação, sinais brilhantes se manifestarão na terra. Se, por causa da maldade dos homens, a Santa Igreja mergulhará na escuridão, o Senhor também haverá de enviar a escuridão [a chamada profecia dos três dias de trevas] para impedir os maus em sua busca do mal'.

'A terra será coberta pela escuridão e o inferno será libertado na terra... Durante três dias de escuridão aterradora, nenhuma janela deverá ser aberta, porque ninguém será capaz de ver a terra e as trevas desses terríveis dias de castigo sem morrer no ato... O céu estará ardendo, a terra tremerá como no juízo e o terror será enorme. Durante esta escuridão, os demônios e os ímpios tomarão formas horríveis... A terra será sacudida desde seus alicerces e o mar há de lançar as suas ondas furiosas sobre os continentes... a terra se converterá em um grande cemitério e os corpos dos ímpios e dos justos cobrirão o solo' [palavras de Nossa Senhora].

(Excertos da obra 'Marie Julie Jahenny - La stigmatisée bretonne', de Marquis de la Franquerie)

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O SIGNIFICADO DA SANTA MISSA

A Santa Missa é um compêndio de toda a vida de Jesus Cristo.

O Intróito significa o desejo que tinham os santos Patriarcas da vinda do Senhor.

O Kyrie Eleison significa as vozes dos Patriarcas e Profetas, que pediam a Deus esta vinda há tanto tempo desejada.

O Gloria in Excelsis significa o nascimento do Senhor.

As orações significam a apresentação no templo e a oferenda determinada por lei.

A Epístola* significa a pregação de São João Batista, anunciando aos homens o reino de Cristo.

O Gradual* significa a conversão das multidões ao ouvirem a pregação de São João Batista.

O Evangelho significa a pregação do Senhor que da esquerda nos passa à direita, isto é, das coisas temporais às eternas, e do pecado à graça; as luzes e o incenso à leitura do Evangelho significam que este iluminou o mundo, enchendo-o do suave aroma da graça de Deus.

O Credo significa a conversão dos santos Apóstolos e dos outros discípulos do Senhor.

As Secretas*, que principiam depois do Credo, significam os ocultos conciliábulos dos Judeus contra Cristo.

O Prefácio*, terminado com o Hosana In Excelis, significa a entrada solene de Jesus Cristo em Jerusalém no dia de Ramos.

As outras orações secretas que se recitam em seguida significam a Paixão do Senhor.

A Elevação da Hóstia significa a elevação de Cristo na Cruz.

O Pater Noster significa a oração do Senhor quando pendente da cruz.

A Fração da Hóstia significa a chaga aberta pela lança.

O Agnus Dei significa o pranto de Maria no descimento da cruz.

A Comunhão do Sacerdote significa a sepultura.

O Post-communio [pós-comunhão] significa a ressurreição.

O Ite Missa est* significa a ascensão.

A bênção do sacerdote significa a descida do Espírito Santo.

O Evangelho Final* significa a pregação dos santos Apóstolos, quando, cheios do Espírito Santo, começaram a pregação do Evangelho por todo o mundo e a conversão do povos.

(Santo Afonso Maria de Ligório)

*Epístola: leituras prévias ao Evangelho;
* Gradual: canto litúrgico na forma de poucos versículos cantado logo após a primeira (e única) leitura antes do Evangelho, no rito da missa tridentina. Na missa nova, embora também seja ainda usado, é frequentemente substituído pelo Salmo Responsorial, com texto bem mais extenso e constituído por várias estrofes, inserido logo após a primeira leitura que antecede o Evangelho (na Missa Nova, o rito pode comportar uma ou duas leituras - procedimento mais corrente - antes do Evangelho).
* Secretas: orações rezadas em voz baixa pelo sacerdote.
*Prefácio: parte inicial da chamada oração eucarística.
*Ite Missa est: oração final de despedida, seguida da bênção do sacerdote.
* Evangelho Final: após a despedida, o Evangelho de São João foi incluído pelo Papa Pio V, como uma oração de exorcismo (omitido na Nova Missa).

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

BIBLIOTECA DIGITAL

Na Biblioteca Digital deste blog, em INDEX DAS APARIÇÕES MARIANAS, procedeu-se à atualização dos arquivos relativos às aparições marianas destacadas no quadro abaixo.

domingo, 25 de outubro de 2015

'SENHOR, QUE EU VEJA!'

Páginas do Evangelho - Trigésimo Domingo do Tempo Comum


São Marcos descreve, no Evangelho deste domingo, uma certa caminhada de Jesus pelas terras da Galileia, rumo a Jerusalém. Junto com Ele, além dos seus discípulos, ia uma grande multidão, ansiosa por ver, ouvir e compartilhar as santas alegrias do convívio com Aquele por quem já estavam plenamente convencidos de ser realmente o Messias esperado pelos séculos, ainda que com uma visão algo distorcida da verdadeira natureza divina do seu reino de glória.

O burburinho da multidão em marcha coloca em alerta um mendigo cego sentado à beira do caminho. Um homem cego, muito conhecido naquela região, tão conhecido que o seu nome ficou transcrito para sempre nas páginas das Sagradas Escrituras, Bartimeu, filho de Timeu. No meio do vozerio de tantos, grita mais alto do que todos: 'Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!' (Mc 10, 47). E, diante da reprimenda para se calar e não abafar os ensinamentos de Jesus, insiste ainda mais alto: 'Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!' (Mc 10, 48).

A fé vibrava firme na sua alma sem precisar dos acordes dos olhares e visões do mundo. Jesus percebeu de imediato a grandeza daquele sentimento, daquele gesto, daquela súplica, e o atendeu com deferência, fazendo calar o vozerio em volta: 'Chamai-o' (Mc 10, 49). De pronto e de súbito, diante do chamado de Jesus, Bartimeu se apura em pé num salto, desfaz-se do manto de uma vez e se coloca diante do Senhor, em muda expectativa. 'O que queres que eu te faça?' (Mc 10, 51) pergunta Jesus. E Bartimeu responde, cheio de fé e confiança no Senhor: 'Mestre, que eu veja!' (Mc 10, 51). E a luz da sua fé é então contemplada com os acordes da visão do Senhor: 'Vai, a tua fé te curou' (Mc 10, 52).

Bartimeu, privilegiado na graça, pediu a visão e recebeu a luz, a luz de Cristo, que rompe as trevas do pecado e eleva a alma às glórias eternas. Como cegos, muitas vezes tateando nas penumbras de uma fé claudicante, temos uma imensa dificuldade de vida espiritual e de aceitar e acolher Jesus em plenitude. Como Bartimeu, sejamos capazes de saltar além das quietudes e sonolências terrenas e nos livrarmos do manto das inquietações e vozerios do mundo, para irmos ao encontro do Senhor que passa e, como homens eivados de graça, 'seguir Jesus pelo caminho' (Mc 10, 52). 

25 DE OUTUBRO - SANTO ANTÔNIO GALVÃO


Um homem marcado pela caridade e por um profundo espírito missionário: este foi o compromisso de fé que levou à santidade Antônio Galvão de França - o Frei Galvão, nascido em 1739 em Guaratinguetá, cidade do interior do estado de São Paulo, e falecido na cidade de São Paulo, em 23 de dezembro de 1822.

A devoção cristã permeou a sua vida desde a infância, levando-o a estudar com os jesuítas na Bahia e, mais tarde, a proceder os votos solenes como franciscano da Ordem Terceira (adotando, então, o nome de Antônio Sant'Ana Galvão) e à ordenação sacerdotal, em 11 de julho de 1762, no Rio de Janeiro. Após a ordenação, tornou-se pregador da ordem franciscana e confessor do Recolhimento de Santa Teresa, onde viviam algumas monjas e que, naquela época, constituía o único estabelecimento de religiosas então existente em São Paulo. Nesta instituição, sob a inspiração da Irmã Helena Maria do Sacramento, Frei Galvão fundou e construiu um novo recolhimento na cidade, no local chamado campo da Luz, hoje Mosteiro de Nossa Senhora da Luz, e ali foi enterrado. 

Era dotado de dons prodigiosos, como levitação e a bilocação. Particularmente interessantes são as chamadas 'pílulas de Frei Galvão'. Diante de um homem padecendo muitas dores devido a cálculos renais, o santo teve a súbita inspiração de escrever em um papelote a seguinte frase do ofício da Santíssima Virgem Maria: Post partum Virgo inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis - 'Depois do parto, ó Virgem, permanecestes intacta; Mãe de Deus, intercedei por nós' e o deu ao homem como remédio, que expeliu em seguida um grande cálculo renal. Utilizando-se deste meio outras tantas vezes, as pílulas logo tornaram-se de uso generalizado até os nossos dias, para curar problemas renais ou de parto ou quaisquer outras dores ou enfermidades. Por sua intercessão, os Céus realizaram muitos milagres e curas sobrenaturais.

Frei Galvão se fez servo de todos e para todos tinha uma enorme generosidade de acolhimento, de perdão, de serenidade e de direção espiritual e, como 'filho e escravo perpétuo de Maria', dedicou toda a sua vida ao apostolado e à salvação das almas e, em meio a tantas glórias e virtudes, só recentemente foi elevado aos altares. Frei Galvão Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998 e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo, tornando-se, então, o primeiro santo da Igreja nascido no Brasil. A sua festa litúrgica acontece em 25 de outubro, data de sua beatificação.

(Recolhimento de Nossa Senhora da Luz, século XVIII, atual Mosteiro da Luz)

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

AS SEIS VIAS DA SANTIDADE PELA PACIÊNCIA

O apóstolo São Tiago dizia que a paciência era por excelência a obra perfeita de uma alma. A terra é lugar onde se conquistam merecimentos e, portanto, não é lugar de descanso, mas de trabalho e padecimento: e aquele que não sofre com paciência, sofre menos e salva-se; ao passo que sofre muito mais quem sofre com impaciência, e pode condenar-se. A paciência deve ser praticada:

1. Nas enfermidades

Estas são a pedra de toque, para discernir o espírito das pessoas. Algumas há que são devotas, e até, ao parecer, fervorosas, enquanto gozam boa saúde: mas se a enfermidade as visita, impacientam-se, queixam-se de todos, entregam-se a tristeza e cometem muitas outras faltas.

2. Na morte dos parentes 

Quantos há que pela perda de um parente ficam inconsoláveis, a ponto de deixarem a oração, os sacramentos e todas as obras de piedade, chegando alguns a queixar-se até do próprio Deus! Que temeridade!

3. Na pobreza

Soframos com resignação a perda de nossos interesses, confiando no Senhor, pois Ele não deixará de socorrer a quem a Ele se confia.

4. Nos desprezos e perseguições

Pois se Jesus, sendo a própria inocência, padeceu tanto por nosso amor; que muito será que nós padeçamos alguma coisa por Ele. Diz o Apóstolo que, todo aquele que quiser viver neste mundo, unido com Jesus Cristo, deverá ser perseguido.

5. Nas angústias de espírito

Estes são os sofrimentos mais duros e custosos de suportar a uma alma que ama a Deus: são, porém, um meio de que Deus se serve para provar os seus escolhidos. Nestas circunstâncias deve haver sumo cuidado em não omitir nenhuma das obras de piedade costumadas, como orações, devoções, visitas, leituras espirituais etc. Pois que, ainda quando tudo pareça perdido, por se fazer com tédio e dificuldade, cumpre-se, com inteiro agrado de Deus, à sua Santíssima Vontade.

6. Nas tentações 

Almas há, tão pusilânimes, que se a tentação for mais demorada, assustam-se e julgam-se abandonadas de Deus. E, não obstante, Deus nunca permite que sejamos tentados além do que as nossas forças comportam e, a cada tentação vencida, correspondem muitas graças de glória. É necessário, sem dúvida, pedir ao Senhor que nos livre das tentações, mas quando elas chegam, não é menos necessário resignar-nos com a vontade de Deus e pedir-lhe força para resistir a elas e vencê-las.

(Excertos da obra 'Sagrada Família', por um padre redentorista, 1910)