segunda-feira, 5 de setembro de 2022

'PADRE, AGORA ACREDITO!'


O que se vê aqui além de uma simples fotografia? Um registro momentâneo de um sacerdote ministrando a sagrada comunhão a um homem já de idade avançada? Sim, certamente é isso. Mas o que sabemos realmente sobre o que pode significar uma simples fotografia, irrelevante para quase todos e um verdadeiro tesouro para poucos? Essa fotografia é um exemplo disso. O nome do senhor de idade recebendo a sagrada comunhão é Frederico Abresch e a sua presença nessa fotografia é um reflexo de sua conversão e completa mudança de vida, traduzida no seu extraordinário relato abaixo.

'Quando, em novembro de 1928, fui procurar pela primeira vez o Padre Pio, eu não tinha fé alguma. Como descendente de uma família protestante, de formação completamente anticatólica, fiz-me católico por razões de conveniência. As verdades da fé cristã me deixavam indiferente; me interessavam mesmo eram as ciências ocultas. Iniciei-me no espiritismo, mas me pareceram pouco sólidas as mensagens do além. Busquei então conhecer as artes místicas da magia e da teosofia com afinco e dedicação. Mas, para agradar à minha esposa, aproximava-me dos sacramentos de vez em quando, sem qualquer convicção.

Lembro-me de ter ouvido falar do Padre Pio, um frade capuchinho, estigmatizado, que, segundo me contaram, realizava milagres. Movido pela curiosidade, pensando também na minha esposa, à época gravemente doente e às vésperas de fazer uma operação que a privaria para sempre do seu enorme desejo de ser mãe, decidi tentar a sorte. Dirigi-me a San Giovanni Rotondo e aqui nem vale a pena revelar a minha desconfiança, tratando-se de fatos relativos à Igreja Católica que, segundo a minha opinião, não passavam de um amontoado de superstições.

Como foi frio o meu o primeiro contato com o Padre Pio! Dirigiu-me algumas poucas palavras, que me pareceram muito secas e de quem esperava um acolhimento muito mais afetuoso, depois de tão longa viagem. No entanto, uma vez ali, decidi confessar-me. Mal me ajoelhei, o Padre me alertou que nas minhas confissões precedentes eu tinha ocultado pecados graves. Perguntou-me se eu ali estava de boa fé. Respondi dizendo considerar que a confissão era apenas uma boa instituição social, mas não acreditava no caráter sobrenatural do sacramento. Contudo, alguma coisa me levou a acrescentar em seguida: 'Padre, agora acredito!'

O Padre Pio ficou calado por uns momentos e, depois, com uma expressão de dor indizível, exclamou: 'Isso é heresia. Todas as suas confissões têm sido sacrílegas. É necessário fazer uma confissão geral. Faça um bom exame de consciência, lembrando-se de quando se confessou bem pela última vez. Jesus tem sido mais misericordioso consigo do que foi com Judas'. Olhou-me com ar sereno e disse-me em voz alta: 'Sejam louvados Jesus e Maria!' E dirigiu-se à igreja para confessar as mulheres.

Fiquei sozinho na sacristia, profundamente impressionado. Não me saíam dos ouvidos as palavras do Padre: 'Lembre-se de quando se confessou bem pela última vez...' É certo que, ao fazer-me católico, fui batizado 'sob condição' e o batismo efetivamente tinha apagado todos os pecados da minha vida passada. Por ocasião do meu casamento, também fizera uma boa confissão. Mas, agora, para minha maior tranquilidade, decidi que iria declarar todos os meus pecados lembrados, desde a minha infância. Tinha a cabeça fervendo destas ideias, quando o Padre Pio reentrou na sacristia e disse de imediato: 'Vamos lá. Quando é que você se confessou bem pela última vez?'

Comecei a balbuciar algumas palavras, mas ele me interrompeu prontamente: 'Você se confessou bem no regresso da sua viagem de lua-de-mel. Deixemos o resto e comecemos a partir desse momento'. Eu estava pasmado. Mas o Padre Pio não me deixou tempo para refletir. Em voz alta, sob a forma de perguntas precisas, começou a enumerar todos os meus pecados acumulados há tantos anos. Chegou a dizer-me o número exato das missas a que eu tinha faltado.

Depois de me recordar todos os meus pecados mortais, fez-me ver a gravidade dessas faltas e disse com um tom inesquecível: 'Você cantava louvores a satanás, enquanto Jesus, no seu amor infinitamente carinhoso, se esforçava por salvá-lo'. Depois de ter recebido a absolvição, senti-me tão feliz e tão leve que até parecia ter asas. Ao voltar à povoação, com os outros peregrinos, comportei-me como uma criança doida de alegria. Humanamente falando, não há explicação para o que me aconteceu. O Padre Pio me via pela primeira vez. Durante a confissão, lembrou-me certos fatos por mim totalmente esquecidos. Conhecia deles os mínimos pormenores e destacou-os um a um para mim'.

Essa é a história de conversão do Sr. Frederico Abresch. A sua esposa curou-se da doença e não precisou mais ser operada.  E o casal pôde ter depois o tão desejado filho que viria, anos mais tarde, tornar-se um sacerdote.  Este mesmo que, na fotografia acima, oferece a Sagrada Comunhão ao seu pai. Qual o valor que pode ter nesta vida uma simples fotografia?