sexta-feira, 27 de junho de 2014

VIDA ESPIRITUAL - A MULHER E A MÃE CRISTÃ

Mulher cristã, tu não nasceste para fazer obras mestras. As grandes obras da política, da guerra, da ciência, da literatura, da arte, não brotaram das tuas mãos, nem do teu engenho. Tudo isto é obra dos homens. Todavia, tu fizeste o que mais vale, formaste esses homens, não só porque os geraste com o teu sangue, mas também porque os modelaste com tua paciência e com teus encantos.

Esposa, Deus te criou para ajuda do homem. Casaste para auxiliar a teu esposo na grande obra de dar filhos a Deus, cidadãos à sociedade, fiéis à Igreja e eleitos ao céu. Sê generosa com Deus; não lhe negues por egoísmo, por temor ao trabalho e à dor, os filhos que te quer dar. Eles serão tua coroa no céu.

Casaste para ajudar teu marido a salvar sua alma, sendo estímulo de sua religião e remédio de suas paixões. Ama-o e sê fiel a ele como a Igreja a Cristo; assiste-lhe com diligência e carinho como a teu companheiro inseparável e sustento de tua existência; obedece-lhe e respeita-o como a teu superior e cabeça; suporta-o com paciência; responde-lhe com mansidão, cala-te quando ele está enfadado; aconselha-o com prudência e sem cansá-lo; não lhe dês ocasião de ciumes com familiariades alheias. Respeita teus sogros, seus pais, como a teus pais; trata as tuas cunhadas, suas irmãs, como a tuas irmãs; promove a harmonia e união entre todos os de casa. Vive em paz com teus parentes e vizinhos.

Mãe, ajuda a teu marido na educação dos filhos. De ti depende, sobretudo, que teus filhos sejam bons cristãos, de ti, que estás sempre com eles; de ti, que és anjo da guarda deles, centro da vida deles, ímã de seus corações e que vales para eles mais que todos os mestres de escola. O que tu lhes ensinares não chegarão jamais olvidar.

Um grande político dizia certo dia: 'Eu teria sido ateu se houvesse podido olvidar uma coisa: a recordação do tempo em que minha mãe tomava minhas mãozinhas com as suas e me fazia ajoelhar dizendo: Pai Nosso que estais nos céus...' Ensina-lhes a rezar, anima-os a frequentar os sacramentos, vigia suas companhias e diversões; tem sumo cuidado em que exista a devida separação entre filhos e filhas e pessoas de diferentes sexos. Corrige-os com amor. Não os castigues com rancor.

Preocupa-te, sobretudo, com as tuas filhas: não dês asas à vaidade delas; obriga-as a aprender os labores de uma dona de casa; não tenhas tanta pressa em casá-las de maneira que não consideres a verdadeira vocação delas, fazendo-as infelizes nesta e na outra vida. Grava em teu coração os mesmos desejos, e em teus lábios as mesmas palavras de Santa Branca de Castela para seu filho São Luís, rei da França: 'Antes que te ver em pecado, quisera ver-te despojado das insígnias régias ou morto'.

(Excertos de texto publicado pela Parroquia del Santísimo Redentor, Chile, pelo Pe. Pedro Felix Salas Fernández).

Retrato de uma mãe

Há uma mulher que tem algo de Deus pela imensidade de seu amor, e muito de anjo pela incansável solicitude de seus cuidados; uma mulher que, sendo jovem, tem a reflexão de uma anciã e na velhice, trabalha com o vigor da juventude; a mulher que, se é ignorante, descobre os segredos da vida com mais acerto que um sábio e, se é instruída, se acomoda à simplicidade das crianças; uma mulher que, sendo rica, daria com gosto seu tesouro para não sofrer em seu coração a ferida da ingratidão; uma mulher que, sendo débil, se reveste às vezes da bravura do leão; uma mulher que, enquanto vive, não a sabemos estimar porque a seu lado todas as dores se esquecem, e que, entretanto, depois de morta, daríamos tudo que temos para vê-la de novo um instante, para receber dela um só abraço, para escutar um só acento de sua voz.(...) 

(Mons. Ramón Ángel Jara)