quinta-feira, 18 de julho de 2024

TESOURO DE EXEMPLOS (351/355)

 

351. MÃES BOAS, FILHOS SANTOS

Vão aqui alguns exemplos mais conhecidos: Santo Agostinho, filho de Santa Mônica; São João Crisóstomo, filho de Santa Antusa; São Gregório Magno, filho de Santa Silvia; São Basílio, São Gregório Nisseno, São Pedro de Sebaste e Santa Macrina, filhos de Santa Emélia; São Bento, filho de Santa Nona; São Bernardo, filho de Santa Alata; São Domingos de Gusmão, filho de Santa Joana de Aza; Santa Catarina de Suécia, filha de Santa Brígida...

352. VIRTUDE DA ÁGUA BENTA

Evélia, nobre dama de Antioquia, recorreu a São João Crisóstomo, pedindo-lhe que rogasse por um filho seu enfermo, o último que lhe restava de quatro que tivera. Foi o santo à casa daquela senhora, deu uma benção ao enfermo e aspergiu-o com água benta. A graça da cura não se fez esperar.

353. AS VELAS NO DIA DE SÃO BRÁS

São Brás primeiro foi médico e depois bispo. Certo dia apresentou-se-lhe uma mulher com um menino que tinha uma espinha de peixe atravessada na garganta e que se achava em perigo de vida. O santo colocou sobre o pescoço do menino duas velas em forma de cruz e deu-lhe uma benção. Saltou fora a espinha e o menino salvou-se. Em memória desse fato benzem-se, na festa de São Brás, velas apropriadas para nos preservar da dor de garganta e do engasgo.

354. VIRTUDE DA MEDALHA MILAGROSA

Um rapaz de vida selvagem e escandalosa, em abril de 1904, entrou no hospital de Lérida ferido por duas punhaladas. Seu nome era Libório Menasil, mais conhecido pela alcunha de 'o demônio'. No hospital blasfemava continuamente, insultava as Irmãs e escandalizava a todos; quis mesmo agredir a Irmã porque esta lhe falou de Deus. Apesar de tudo, puseram-lhe dissimuladamente uma medalha milagrosa debaixo do travesseiro e começaram a orar por ele na capela. Pouco depois 'o demônio' pedia um sacerdote, confessava-se com grande arrependimento e pedia a todos perdão pelos escândalos dados.

355. POR QUE ME CONDENASTE?

Um santo teve uma visão, na qual viu como Satanás, de pé diante de Deus, dizia-lhe: 'Por que me condenaste por um só pecado que cometi, e ao contrário salvas a tantos que te ofenderam milhares de vezes?'
E Deus respondeu: 'Porque o homem me pede perdão e tu, nunca. O homem se confessa e tu, não'.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

quarta-feira, 17 de julho de 2024

ORAÇÃO PELA CONVERSÃO DIÁRIA


Meu Senhor Jesus, cujo amor por mim foi suficientemente grande para vos fazer descer do céu para me salvar, mostrai-me o meu pecado, manifestai-me a minha indignidade, ensinai-me a arrepender-me sinceramente e perdoai-me na vossa misericórdia. Eu vos peço, meu querido Salvador, que tomeis posse da minha pessoa. Só o vosso perdão o pode fazer; não posso salvar-me sozinho; não sou capaz de recuperar o que perdi.

Sem Vós, não posso voltar-me para Vós, nem vos agradar. Se contar apenas com as minhas forças, irei de mal a pior e, fraquejando completamente, vou vos perder por negligência. Serei o centro de mim mesmo em vez de o fazer por Vós. Adorarei qualquer ídolo moldado por mim, em vez de vos adorar, o único verdadeiro Deus, o meu Criador, se não o impedirdes com a vossa graça.

Meu senhor e meu Deus, escutai-me! Já vivi o suficiente neste estado a vagar indeciso e sem rumo; quero ser um vosso fiel servidor, não quero pecar mais. Sede misericordioso para comigo, fazei com que me seja possível, pela vossa graça, tornar-me aquele que deveria ser diante de Vós.

(Santo John Henry Newman)

terça-feira, 16 de julho de 2024

GLÓRIAS DE MARIA: MÃE E FORMOSURA DO CARMELO

    


No dia 16 de julho de 1251, São Simão Stock suplicava a intercessão de Nossa Senhora para resolver problemas da Ordem Carmelita quando teve uma visão da Virgem que, trazendo o Escapulário nas mãos, lhe disse as seguintes palavras:

"Filho diletíssimo, recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade fraterna, privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este Escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre". 


Imposição e Uso do Escapulário

- Qualquer padre pode fazer a bênção e imposição do Escapulário à pessoa.

2 - A bênção e a imposição valem para toda a vida e, portanto, basta receber o Escapulário uma única vez.

- Quando o Escapulário se desgastar, basta substituí-lo por um novo.

- Mesmo quando alguém tiver a infelicidade de deixar de usá-lo durante algum tempo, pode simplesmente retomar o seu uso, não sendo necessária outra bênção.

5 - Uma vez recebido, o Escapulário deve ser usado em todas as ocasiões (inclusive ao dormir), preferencialmente no pescoço.

6 - Em casos de necessidade de retirada do Escapulário, como no caso de doenças e/ou internações em hospitais, a promessa de Nossa Senhora se mantém, como se a pessoa o estivesse usando.

7 - Mesmo um leigo pode fazer a imposição do Escapulário a uma pessoa em risco de morte, bastando recitar uma oração a Nossa Senhora e colocar na pessoa um escapulário já bento por algum sacerdote.

8 - O Escapulário pode ser substituído por uma medalha que tenha, de um lado, o Sagrado Coração de Jesus e, do outro, uma imagem de Nossa Senhora (por autorização do Papa São Pio X).
Oração a Nossa Senhora do Carmo
     Ó Virgem do Carmo e mãe amorosa de todos os fiéis, mas especialmente dos que vestem vosso sagrado Escapulário, em cujo número tenho a dita de ser incluído, intercedei por mim ante o trono do Altíssimo. 

          Obtende-me que, depois de uma vida verdadeiramente cristã, expire revestido deste santo hábito e, livrando-me do fogo do inferno, conforme prometestes, mereça sair quanto antes, por vossa intercessão poderosa, das chamas do Purgatório.

        Ó Virgem dulcíssima, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso entranhado amor e laço de aliança sempiterna entre Vós e os vossos filhos. Fazei, pois, Mãe amorosíssima, que ele me una perpetuamente a Vós e livre para sempre minha alma do pecado. 

       Em prova do meu reconhecimento e fidelidade, ofereço-me todo a Vós, consagrando-Vos neste dia os meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E porque Vos pertenço inteiramente, guardai-me e defendei-me como filho e servidor vosso. Amém.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

GALERIA DE ARTE SACRA (XXXVII)

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814) foi o maior artista brasileiro de arte barroca de todos os tempos. Sua arte, presente em obras sacras distribuídas por várias cidades históricas de Minas Gerais, retrata e expressa um barroco europeu renovado e adaptado singularmente pelo gênio do artista. São criações muitíssimo pessoais, que podem ser identificadas por traços e características marcantes, como as que são destacadas abaixo, na sua peça da cabeça de Cristo, figura em cedro e parte integrante do cenário dos chamados Passos da Paixão, obra localizada em Congonhas do Campo/MG.

domingo, 14 de julho de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84)

Primeira Leitura (Am 7,12-15) - Segunda Leitura (Ef 1,3-14) -  Evangelho (Mc 6,7-13)

  14/07/2024 - DÉCIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM

33. A MISSÃO DOS APÓSTOLOS


Em Nazaré, Jesus não pôde realizar milagre algum. Ali, foi rejeitado e caluniado pelos seus próprios conterrâneos, movidos pelos escrúpulos humanos dos mistérios da iniquidade. Pois foi dessa mesma Nazaré da incredulidade humana, que Jesus moveu os seus discípulos à missão de um apostolado universal, de forma a levar a Boa Nova a todas as criaturas, a todos os povos e a todas nações: 'Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!' (Mt 28, 18 - 20). Provavelmente para enfatizar a todos eles a dureza da missão que lhes era confiada: as sementes devem ser lançadas, os frutos dependerão da acolhida do coração humano.

Jesus escolheu Doze Apóstolos para esta missão universal. No simbolismo dos números bíblicos, doze é o número da perfeição: 'Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito’(Mt 5, 48). E os enviou 'dois a dois' (Mc 6,7) para que cada um deles tivesse no outro a contrapartida da fortaleza, da vigilância e da perseverança para o pleno cumprimento de uma missão particularmente difícil: 'Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos (Mt 10, 16). E Jesus os exorta, nesta missão, a uma plena disposição de alma, a uma entrega absoluta nas mãos da Providência: 'Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas' (Mc 6, 8 - 9). E lhes deu o dom da cura e o 'poder sobre os espíritos impuros' (Mc 6, 7)

Não é preciso levar alforge ou vestimenta especial, apenas a entrega complacente à Santa Vontade de Deus. É imperioso o serviço da vocação; os frutos pertencem aos ditames da Providência. O reino de Deus deve ser proclamado para todos, em todos os lugares, mas a Boa Nova será recebida com jubilosa gratidão num lugar ou indiferença profunda em outro; aqui vai gerar frutos de salvação, mais além será pedra de tropeço. Em outros lugares ainda, será rejeitada simplesmente e, nestes, a sentença não será velada: 'Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!' (Mc 6, 11).

Eis a síntese do apostolado cristão para os homens de sempre: anunciar o Evangelho de Cristo ao mundo inteiro. Ser missionário e se fazer apóstolo, aí estão as marcas de identidade de um cristão no mundo. De todos os cristãos: os primeiros doze apóstolos, os outros setenta e dois, os cristãos de todos os tempos, eu e você. Como cordeiros entre lobos, como emissários da paz entre promotores das guerras, os cristãos estão no mundo para torná-lo um mundo cristão. O apostolado começa com o bom exemplo, expande-se com o amor ao próximo, multiplica-se pela caridade. E ainda que fôssemos capazes de domar a natureza e realizar prodígios, a felicidade cristã não está nos eventos temporais aqui na terra, mas na Eterna Glória daqueles que souberam combater o 'bom combate' (2Tm 4,7).

sábado, 13 de julho de 2024

SOBRE O AMOR A DEUS

Primum instrumentum! Para o 'obreiro' espiritual, o amor a Deus deve ser o primeiro instrumento. É essa a alavanca motora que o levará a transformar toda a sua atividade natural em algo sobrenatural. Uma obra só tem valor se tiver como princípio o desejo de agradar a Deus, ou seja, se for regida pelo amor. É deste amor que a alma cristã retira a força para obedecer aos mandamentos e a alma do religioso o sustento para prover a salvação das almas. Quando a natureza recua diante das dificuldades da tarefa; quando a suscetibilidade se revolta diante das humilhações; quando se enfrentam as perseguições inevitáveis, é no amor que o verdadeiro discípulo de Cristo vai buscar a fortaleza de que necessita.

Foi no amor a Deus que os mártires assentaram os fundamentos das suas forças; os apóstolos, o estímulo do seu zelo; os confessores e as virgens, o sustentáculo de todas as virtudes. Se perguntarmos a Santa Teresa como ela renovou a vida contemplativa e levou aos quatro cantos do mundo a luz radiosa do Carmelo renovado; a São Francisco Xavier, qual foi o instrumento de suas tantas conquistas espirituais;  a tantos outros santos quais foram os meios que garantiram o êxito de suas obras de santidade, todos, todos mesmo, nos darão a mesma resposta: 'por amor a Deus'. O primeiro instrumento de todos eles foi o amor.

Antes de Nosso Senhor confiar a São Pedro o governo da sua Igreja e de o enviar como evangelizador do mundo inteiro, fez a ele uma única pergunta: Simon Joannis, diligis me? -  'Simão, filho de João, tu me amas?' [Jo 21,16]. Não lhe perguntou: 'Sabes pregar?' ou 'Estás preparado para todas as dificuldades e todas as perseguições?' ou ainda 'Serás capaz de suportar a prisão, os sofrimentos e as cruzes?' Não, apenas lhe perguntou: 'Simão, filho de João, tu me amas?' Diligere - amar. Note-se que nesta palavra há eligere - escolher. O amor que Deus espera de nós é um amor de escolha, de nossa escolha, ditada apenas pelo nosso livre arbítrio.

(Excertos da obra 'Les Instruments de la Perfection', de L' Abbaye Sainte-Marie de Paris, tradução do autor do blog)

sexta-feira, 12 de julho de 2024

POEMAS PARA REZAR (LV)

O chamado Catecismo de Baltimore constituiu o primeiro e o mais renomado catecismo escrito para católicos na América do Norte, vigente desde 1885 até o final da década de 1960. O hino religioso Mother Dear, oh, Pray for Me - oração de louvor e súplica de proteção à Nossa Senhora traduzida abaixo - constitui uma das mais belas devoções do Catecismo de Baltimore.  


MOTHER DEAR, OH, PRAY FOR ME

Mother dear, oh, pray for me,
Whilst far from heav'n and thee
I wander in a fragile bark,
O'er life's tempestuous sea;
O Virgin Mother, from thy throne,
So bright in bliss above,
Protect thy child and cheer my path,
With thy sweet smile of love.

Mother dear, remember me,
And never cease thy care,
Till in heaven eternally
Thy love and bliss I share.

Mother dear, oh, pray for me,
should pleasure's siren lay
E'er tempt thy child to wander far
From virtue's path away;
When thorns beset life's devious way,
And darkling waters flow,
Then, Mary, aid thy weeping child,
Thyself a mother show.

Ó MÃE QUERIDA, REZA POR MIM

Ó mãe querida, reza por mim,
longe do céu e de ti, alma perdida,
sou nau errante a vagar sem rumo
no mar tormentoso desta vida;
Ó Virgem Mãe, do teu trono,
radiante de glória e esplendor,
protege teu filho e alegra meus passos,
sob o teu suave sorriso de amor.

Ó mãe querida, lembra-te de mim,
e nunca me deixes afastar de Deus,
até que na eternidade do céu, assim,
o teu amor e teu sorriso sejam meus.

Ó mãe querida, reza por mim
se a cobiça do prazer mais rude
tentar desviar o teu filho enfim
do reto caminho da virtude;
quando os espinhos moldarem meu caminho
e as águas escuras me levarem embora;
cuida de mim, então, filho que chora,
ó mãe querida, cuida então de mim.

(livre tradução do autor do blog)