domingo, 3 de junho de 2018

O SENHOR DO SÁBADO

Páginas do Evangelho - Nono Domingo do Tempo Comum


Naqueles tempos ditosos em que o Senhor habitava a terra, o Evangelho de hoje faz memória de um certo dia e uma certa caminhada de Jesus, 'passando por uns campos de trigo, em dia de sábado' (Mc 2, 23). Desta vez, como em muitas outras vezes, sempre rodeados por grandes multidões e em andanças contínuas, os discípulos de Jesus estavam famintos. Desta vez, ao contrário da figueira frondosa mas estéril, as searas de trigo à beira do caminho estavam repletas de espigas. E os discípulos de Jesus se serviram delas para matar a fome.

Para os fariseus presentes, homens esmagados pela frieza e rigidez das normas sabáticas - até a simples coleta de espigas em trigais à beira de uma estrada, por homens fatigados e famintos, atentava contra a pureza e preservação do dia de sábado, o 'dia consagrado ao Senhor' (Dt 5, 14). De fato, muito mais que uma mera perplexidade fingida, estes fariseus eram movidos pela malícia doentia de buscar quaisquer meios e situações para tentar recriminar e indispor Jesus em relação às multidões que O seguiam. Jesus os interpela, então, sobre o episódio da fuga de Davi à perseguição de Saul quando, por necessidade extrema, permitira que seus homens se alimentassem com os pães sagrados e reservados aos sacerdotes (I Sm 21, 6). 

Jesus vai lhes dar em seguida o testemunho definitivo: 'O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor também do sábado' (Mc 2, 27 - 28). Os discípulos se serviam de trigo diante do Senhor do trigo. Os discípulos colhiam espigas no dia de sábado diante do Senhor do sábado. Não havia lugar então para simples conjecturas humanas, para firulas normativas da antiga lei mosaica, para o relativismo mesquinho e tenebroso de pobres fariseus, saciados e empanturrados de tanto orgulho e vaidade, que não tinham olhos e nem ouvidos para perceber que estavam diante do senhor do trigo e do sábado. Diante de corações tão duros e obstinados à graça, Jesus vai interpelá-los mais tarde, na sinagoga, movido por ira e tristeza: 'É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?' (Mc 3,5). 

Jesus que fizera um dia uma figueira sem frutos secar até a raiz, agora dá vida plena a uma mão seca, no dia especialmente consagrado ao Senhor. Uma mão sadia para plantar sementes e para colher espigas. Bastou ao homem da mão seca acreditar, bastou àquele homem estender a mão para ficar curado. A misericórdia de Deus é infinita, mas a nossa salvação precisa do nosso sim, de nossas mãos estendidas, ávidas de cura e aptas à semeadura, para produzir muitos frutos e espigas nos trigais do Senhor. E nos tornar também cientes dos mistérios da iniquidade deste mundo, em que muitos não reconhecerão Jesus como Mestre e Senhor e, no seu ódio obstinado à Verdade, negarão a Deus e serão, novamente e muitas vezes, outros tantos fariseus.  

sábado, 2 de junho de 2018

ABERRAÇÕES LITÚRGICAS (X)

Para os que se locupletam de ovações ao CVII: o resultado está aí embaixo, mistura de loucura e delírio patético e circense. Este 'catolicismo moderno' implodiu os pilares da cristandade, derrubou a tradição bimilenar da Igreja, reinventou a visão cristã como porfia do mundo, esvaziou seminários e vocações sacerdotais, tão aniquilados de graça que produzem estes arremedos de sacerdotes... Essa gente tolera tudo, e tudo é permissível, tão permissível que chegam a ostentar diabolicamente a intenção de que Deus pode ser moldado toscamente na conjunção de tanta insensatez e loucura...


Rezemos pelos sacerdotes fieis e santos! E façamos atos de desagravo pelos maus sacerdotes da vinha do Senhor: 'Meu Deus, eu Vos ofereço reparação pelos que Vos ofenderam por pensamentos, palavras e ações, pelos maus exemplos de Vossos sacerdotes e religiosos...' (oração diária de reparação a Deus, constante na aba lateral do blog).

PRIMEIRO SÁBADO DE JUNHO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

POEMAS PARA REZAR (XXV)


JESUS ESQUECIDO

Jesus está esquecido
na ciência dos homens.
Os doutores da lei hoje são os doutores do conhecimento,
phd's da ciência e vazios da graça
que, tão ensoberbados dos saberes que ensinam,
 não são capazes de aprender coisa alguma 
de Jesus esquecido.

Jesus está esquecido
na riqueza dos homens.
Dominados pela ânsia de ter sempre mais 
de querer, cada vez mais, serem donos de tudo
os possuidores contumazes das coisas que passam,
não têm a posse de nada que vem 
de Jesus esquecido.

Jesus está esquecido
na retórica dos homens.
Os que dominam as palavras, as escravizam,
para fazê-las algemas de servos.
Devotados aos discursos, não podem ter cuidados,
para ouvir as palavras que salvam
de Jesus esquecido.

Jesus está esquecido
nos prazeres dos homens.
Na busca desenfreada de uma felicidade
que é feita do barro da ilusão,
os homens, entregues às vãs malícias da escuridão,
não podem ser saciados pela luz que emana
de Jesus esquecido.

Jesus está esquecido
nos tempos dos homens.
Cada um multiplica o seu tempo nos tempos
que não têm dono e nem futuro
e, homens sem horas, têm todos os minutos
para perder a memória o tempo inteiro
de Jesus esquecido.

Jesus está esquecido
na ingratidão dos homens,
no vazio dos homens,
na falta de tempo dos homens,
no orgulho desmedido dos homens.
Jesus está esquecido
nos altares e nos sacrários
nas ruas e praças das cidades
nas casas e nas famílias
nos corações e nas almas.

E Deus espera, com paciência infinita,
acabar a riqueza, a ciência, os prazeres dos homens.
Acabar o tempo dos homens.
Para, num dia fora dos tempos que são perdidos, 
lembrar aos homens, que eles são agora apenas os homens esquecidos,
eternamente esquecidos por Deus.

(Arcos de Pilares)

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

CORPUS CHRISTI


Corpus Christi, expressão latina que significa Corpo de Cristo, é uma festa litúrgica da Igreja sempre celebrada na quinta–feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa. Abaixo, duas orações características desta data litúrgica:

Anima Christi

Anima Christi, sanctifica me.
Corpus Christi, salva me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Iesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meæ voca me.
Et iube me venire ad te,
ut cum Sanctis tuis laudem te
in sæcula sæculorum. 
Amen.


Tantum Ergo
Tantum ergo Sacramentum 
Veneremur cernui:
Et antiquum documentum 
Novo cedat ritui: 
Praestet fides supplementum 
Sensuum defectui. 
Genitori, Genitoque 
Laus et iubilatio, 
Salus, honor, virtus quoque 
Sit et benedictio: 
Procedenti ab utroque 
Compar sit laudatio. 
Amen.

CORPUS CHRISTI 2018



O pão é pão e o vinho é vinho
como frutos do homem em oração;
é o que trazemos, é tudo o que temos,
como oferendas da nossa devoção. 

Não é mais pão, nem é mais vinho
quando espécies na consagração;
alma e divindade que se reconciliam
a cada missa, em cada comunhão.

Aparente pão, aparente vinho,
é mais que vinho, muito mais que pão;
o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo
 é o alimento da nossa salvação.

(Arcos de Pilares)