quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ORAÇÃO DIÁRIA DE REPARAÇÃO A DEUS

Rezamos muito, às vezes, pedindo por nós, pela nossa família, por nossos entes queridos; pedimos curas e conversões, e também fazemos orações de agradecimento e louvor. Mas, muitas vezes, esquecemos de oferecer a Deus orações de reparação e de desagravo diante de tantos pecados e blasfêmias cometidas todos os dias contra a doutrina de Cristo, da Santa Igreja e dos Mistérios da Graça. Que tal rezarmos todos os dias orações de reparação a Deus? Por exemplo, uma oração como esta abaixo.


Meu Deus, eu Vos peço perdão pelos meus pecados cometidos no dia de hoje, pelos danos devidos a estes pecados; eu Vos peço perdão pelos pecados do meu próximo cometidos contra Vós por meio da minha pessoa.

Meu Deus, eu Vos ofereço reparação pelos que Vos ofenderam por pensamentos, palavras e ações, pelos maus exemplos de Vossos sacerdotes e religiosos, pela repulsa aos Vossos mandamentos, pela perda de tantas graças em muitas missas mal rezadas e em tantas orações feitas às pressas e sem devoção, pelos que não conhecem o preço da Vossa Redenção e não aceitam carregar a Vossa Cruz.

Eu Vos ofereço neste dia a minha reparação pelas dores e sofrimentos que não foram aproveitados, pelas graças de conversões que foram perdidas, pelas almas tíbias, pelo bem que se deixou de fazer, pela Vossa misericórdia que se tornou Vossa justiça. 

Meu Senhor e meu Deus, eu vos ofereço neste dia o meu desagravo diante de tantas blasfêmias, profanações do sagrado, perseguições aos Vossos filhos e à Vossa Santa Igreja e contra tantos e tantos testemunhos de ódio contra a fé cristã. 

Eu Vos peço perdão, Senhor, pelos pecados terríveis do aborto, da violência dos homens e dos escândalos contra os mistérios da Graça. Eu Vos peço perdão, meu Deus, pelas almas que renegaram definitivamente neste dia o jugo suave da Vossa Santa Lei, perderam o Céu para sempre e que hoje já não são mais Vossas. Amém.

(Arcos de Pilares)

terça-feira, 3 de outubro de 2017

NOSSA SENHORA DE TODOS OS NOMES (6)

Maria Jugo Gengizu ou Maria dos Quinze Mistérios


São Francisco Xavier tinha 35 anos quando cruzou o oceano para evangelizar os domínios portugueses de ultramar. Neste zelo apostólico, cruzou terras e oceanos em condições de risco extremo, perfazendo, em pouco mais de uma década, uma das mais extraordinárias ações missionárias da história da Igreja. Pregou a palavra de Cristo em inúmeras incursões a áreas remotas e a diferentes povos das possessões portuguesas, da Índia, das ilhas de Málaca, das Molucas e de várias ilhas vizinhas, chegando até o Japão e, mais tarde, até às costas da China, onde veio a falecer, de febre e exaustão, em 3 de dezembro de 1552, aos 46 anos.

Em Málaca, conheceu três japoneses e começou a sonhar com a possibilidade de empreender um trabalho missionário no Japão, o que efetivamente ocorreu entre os anos de 1549 e 1551. Ao se retirar, tudo parecia indicar que a igreja nascente chegaria a ser uma das mais notáveis do Oriente, face ao notável crescimento do catolicismo nos anos seguintes. O santo não podia supor que, pouco depois de sua morte, haveria de se desencadear uma perseguição tão brutal que o cristi anismo desapareceria quase por completo no Japão.

Com o advento do Xogunato Tokugawa, uma ditadura feudal estabelecida no Japão a partir de 1603 e governada pelos xoguns da família Tokugawa até 1868 (o chamado Período Edo), o catolicismo foi brutalmente perseguido e praticamente proscrito no país. Após a expulsão dos missionários cristãos em 1614, uma série de torturas e execuções sumárias, pelos meios mais violentos possíveis, reprimiram quase que por completo as atividades e a manifestação da fé cristã no país. Editos foram promulgados oferecendo pagamentos por denúncias dos japoneses convertidos que, uma vez identificados, eram submetidos a toda sorte de torturas públicas, sendo queimados vivos ou mortos por crucificação ou decapitação. O culminar da perseguição foi o chamado massacre de Shimabara, perto de Nagasaki, em 1638, no qual um total de 35.000 pessoas - homens, mulheres e crianças, na sua maioria cristãos - foram mortas pelas forças do xogunato. Em meio a tudo isso, entretanto, o cristianismo não foi aniquilado e muitos japoneses professavam a sua fé cristã na clandestinidade - os chamados kakure kirishitan ou 'cristãos escondidos'.

E é nesse período terrível da cristandade no Japão que foi pintada pelos 'cristãos escondidos' o ícone chamado Maria Jugo Gengizu ou Maria dos Quinze Mistérios. Aqueles que criaram e preservaram a pintura arriscaram suas vidas para fazê-lo. Trata-se de uma pintura em pergaminho, retratando Nossa Senhora com o Menino Jesus ao centro, 4 santos na parte inferior (incluindo o próprio São Francisco Xavier e Santa Luzia, martirizada e protetora dos olhos) e circundada por 15 quadros menores, simbolizando os mistérios do Rosário. Nossa Senhora, em vez de rosas, segura uma camélia nas mãos, flor mais familiar para os japoneses. Especialistas sugerem que a pintura foi executada por um artista japonês que estudou técnicas ocidentais, pela associação bastante atípica da pintura, parte em óleo, parte em tinta chinesa.

A pintura, muito deteriorada e reparada muitas vezes de forma amadora, resistiu àqueles tristes tempos por muitas gerações e foi, sem dúvida, uma fonte de muitas orações, sacrifícios, provações e perseverança de muitos cristãos japoneses. Descoberta no sótão de uma antiga construção nas proximidades da cidade de Osaka, as investigações históricas indicaram que provavelmente teria pertencido originalmente a um nobre católico (ou daimyo) chamado Takayama Ukon. A pintura foi restaurada profissionalmente e encontra-se atualmente exposta para visitação pública no Museu da Universidade de Kyoto.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

POEMAS PARA REZAR (XXII)


CAMINHO
(Ao meu Anjo da Guarda)

Quando eu nasci,
lá não estavas ao lado da minha mãe?
O teu olhar não repousava sobre mim?
Meus olhos te viram e se fixaram em ti,
mais que nos olhos da minha mãe,
porque eras luz, esplêndida luz,
que tinhas cintilações e reflexos de onde eu vim.
Eras apenas a presença ali,
a luz que espargia ainda mais luz
e eu nada sabia, nada entendia,
eu era um nada que apenas me inebriava de tanta luz.

Aprendi então o olhar da minha mãe e me desvaneci em carinho
quando não estavas mais lá
a luz não era mais luz, apenas contorno de luz
que se acabou depois não sei quando
porque nem na memória restou
nada daquela claridade sem fim
nem as sombras, nem nos sonhos,
ficou ainda que um resto de luz.

Quando a luz se apagou de vez, aprendi a olhar sem a luz.
Aprendi a sorrir, chorar, mexer minhas mãos
e sentir a ausência doída da minha mãe.
Cresci sem saber, aprendendo gestos e palavras,
com sonhos que já nasciam esquecidos,
adormecido na mímica da vida
de ser o começo de tudo.

Depois descobri braços e pernas, gritos e sussurros,
pensar, repensar e não pensar sobre tudo
sobretudo não pensar.
E veio a vida que se leva, a leva da vida,
os anos que passaram como escolhas perdidas 
e a infinitude das coisas vãs 
e a perda do tempo infindo.

Também reaprendi a olhar e rever velhas causas
a me extasiar nas imagens dos meus filhos
a volver heranças de sonhos dormidos
e cumprir afazeres de velhas lembranças.
Vivi a vida das penas e cansaços da lida
entre os homens, entre Deus e os homens,
e aí acho que fiz as melhores escolhas.

Quando, enfim, pousado o tempo das coisas que passam
eis que é chegada a hora da volta
ao infinito recomeçar da perfeição
lá estás de novo, novo como da primeira vez,
a me lembrar que isso foi toda vez e sempre
entre sonhos dormidos e olhos fechados
da vida que se leva.
Lá estás, de novo, como último refúgio e consolo,
imerso em luz, em esplêndida luz,
a me olhar como da primeira vez.

Sei que agora não preciso de mais sonhos,
dominar os pés e as mãos que já não são mais minhas,
acalentar os tempos que não voltarão amanhã.
Basta, eu sei, fechar meus olhos e meus sonhos
e caminhar ainda contigo, anjo da minha proteção,
como um ser de mesmo corpo e luz,
da esplêndida luz,
que agora nos consome os dois.

(Arcos de Pilares)

domingo, 1 de outubro de 2017

01 DE OUTUBRO - SANTA TERESA DE LISIEUX


Chamada de ‘maior santa dos tempos modernos’ e recentemente elevada à glória de doutora da Igreja Católica, Teresa de Lisieux transformou-se num dos personagens mais venerados no mundo católico como ‘Santa Teresinha do Menino Jesus’. Feitos extraordinários para uma simples carmelita, que viveu no mais absoluto ostracismo e morreu com apenas 24 anos de idade. Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon, em 02/01/1873, e faleceu em Lisieux, em 30/09/1897. Foi canonizada em 17 de maio de 1925 pelo Papa Pio XI, que posteriormente a declarou ‘Patrona Universal das Missões Católicas’ em 1927. O Papa João Paulo II tornou-a Doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997. 

Por desígnios divinos, Santa Teresinha foi a preceptora de um particular caminho de santificação: a chamada ‘pequena via’, a via de confiança absoluta à vontade de Deus. Na plena aceitação dos desígnios divinos sobre as almas de cada um de nós, no abandono de nossas vidas nos braços de Jesus Cristo, na entrega total de nossas ações e pensamentos à proteção da Santíssima Virgem: eis aí a pequena via, o caminho da infância espiritual, a gloriosa trilha de santificação para os homens comuns, o espantoso atalho ao Céu, proposto e vivido intensamente pela santa carmelita. Eis a sua pequena via maravilhosa de santificação: basta aceitar a nossa própria pequenez, a imensa fragilidade humana que nos domina, as enormes limitações de viver em plenitude os desígnios de Deus sobre as nossas almas; fazer de tantas imperfeições e fragilidades, não meros obstáculos, mas as próprias pedras do caminho, rejuntadas e consolidadas firmemente num imenso amor e numa confiança sem limites na bondade e misericórdia de Deus. 

Além de cartas e poesias (e outros documentos registrados por suas irmãs do Carmelo), o legado de Santa Teresinha está por inteiro em sua famosa obra ‘História de uma alma’ (publicado originalmente em 1898), que registra, além de seus manuscritos autobiográficos e de suas proposições espirituais, as premissas e os fundamentos do seu caminho da infância espiritual. 

Nesta pequena via, a santificação começa e termina pelo propósito de fazer, de cada dia, mais um passo na peregrinação ao Céu, transformando cada ação diária, cada ato da nossa vida mundana, por mais simples e despojado que seja, em obra de perfeição cristã, compartilhado e vivido para a plena glória do Pai (‘sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito’). Nesta pequena via, a santificação é caminho simples e fácil para todos os homens e mulheres dos nossos tempos, e precisa apenas da resolução tão claramente expressa na curta vida da carmelita de Lisieux: ‘nunca distanciar a minha alma do olhar de Jesus’.

OS HUMILDES E OS DUROS DE CORAÇÃO

Páginas do Evangelho - Vigésimo Sexto Domingo do Tempo Comum


No Evangelho deste domingo, encontramos Jesus após a sua entrada triunfal em Jerusalém, acossado pela malícia humana dos escribas, mestres da lei, anciãos e demais membros do Sinédrio. Tomados pela inveja e calúnia, queriam justificar publicamente a sentença de morte que já haviam imposto secretamente a Jesus nos seus corações e mentes. O júbilo messiânico daquele Domingo de Ramos selara em definitivo o destino e a morte de Jesus.

A missão do Senhor aproxima-se do final e impõe-se cumpri-la até o fim. Jesus contempla com enorme tristeza aqueles homens duros de coração que, cientes de todos os textos proféticos, não compreenderam ou não quiseram compreender os sinais da vinda do Messias ao mundo dos homens. Da mesma forma como negaram João Batista, era preciso agora, com muito mais vigor e malícia, negarem a Cristo; mais do que isso, precisavam tramar e manipular o povo para tornar natural e incontestável a condenação de Jesus à morte, a uma morte de cruz.  

Aos duros de coração, elabora, então, a parábola dos dois filhos que o pai ordena trabalharem na vinha: 'Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ (Mt 21, 28). O primeiro se nega a princípio e depois acata a ordem do pai e o segundo, que parecia acatar, não cumpre a ordem paterna. Filhos que são os filhos deste mundo, chamados por Deus, para serem operários nas vinhas do Senhor: os que ouvem o chamado à graça, pela manhã ou nas horas mais tardias da vida, e vão trabalhar na vinha e os que não vão, por desobediência explícita, por insensatez, por descuidado zelo. Ontem, os primeiros foram os gentios, publicanos e pecadores e os últimos, os escribas e os fariseus que tramaram contra Jesus; ontem e sempre, os primeiros foram aqueles que humildemente refletiram as palavras e os ensinamentos do Mestre no coração e os últimos, os duros de coração, que se ensoberbeceram no jogo das meras palavras e das promessas vazias.

O caminho da salvação perpassa pelo coração. 'Então Jesus lhes disse: Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus' (Mt 21, 31). Foram e são muitos os pecadores que aceitaram o firme propósito do arrependimento sincero e de conversão; infelizmente também são muitos os que se apegam aos valores humanos, à vanglória, à tibieza e à obstinação do orgulho desmedido. Nesta conduta de retidão, serão separados o joio e o trigo, os justos e os ímpios diante do tribunal de Deus, porque 'quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre ... quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida' (Ez 18, 26 - 27).

sábado, 30 de setembro de 2017

'ELE SOFREU MAIS'


(Excerto do 'O Desbravador', janeiro/fevereiro de 2009)

SOBRE ACEITAR AS INJÚRIAS E TRIBULAÇÕES

Outra ocasião de praticar a paciência nos oferecem as injúrias e perseguições a que, às vezes, estamos expostos. 'Não cometi falta alguma, dizes, por que deverei suportar pacientemente essa ofensa ou perseguição? Deus, certamente, não exige tanto!' Mas não sabes o que Jesus Cristo respondeu a São Pedro Mártir, quando ele se queixava de ter sido encarcerado injustamente? 'Senhor, que mal fiz eu para ter de sofrer esta perseguição?' perguntava o santo. E Jesus crucificado lhe respondeu: 'E que mal eu fiz para ser pregado nesta cruz?'

Se, depois, teu salvador, alma cristã, por amor de ti, quis sofrer a morte, não é muito se tu, por amor dele, receberes ultrajes. É verdade que Deus não quer o pecado daquele que te ofende ou persegue, mas ele quer que suportes pacientemente, por amor dele e para teu próprio bem, essas adversidades. 'Se não temos o defeito que nos atribuem', diz Santo Agostinho (In ps. 68,s.1), 'temos, contudo, outros; temos os nossos pecados, que nos tornam merecedores não só desses castigos, mas de outros muito maiores'. 

Santa Teresa [de Ávila] nos deixou em seus escritos a seguinte máxima memorável (Caminho de Perfeição, cap. 13.1): 'Quem tende à perfeição nunca deverá dizer: Fizeram-me uma injustiça. Se não quiseres levar nenhuma outra cruz além daquela que mereceste, a perfeição não é para ti'. Insultos e injúrias constituem a única alegria procurada pelos santos. São Filipe Néri suportou durante trinta anos, em sua residência, na Igreja de São Jerônimo, em Roma, muitíssimos maus tratos de um miserável; apesar disso, não queria abandonar esse lugar, não obstante os convites de seus filhos espirituais, que o queriam junto de si, em seu Oratório, recentemente fundado; afinal, só obrigado por uma ordem expressa do Papa, consentiu em habitar com seus irmãos de Ordem. 

Todos os santos tiveram de sofrer perseguições aqui na terra. São Basílio foi acusado de heresia junto ao Papa Santo Dâmaso; São Cirilo de Alexandria foi condenado como herege em um Concílio de quarenta bispos e deposto de seu bispado; Santo Atanásio foi acusado de magia e São João Crisóstomo de impureza. São Romualdo, depois de ter cem anos, foi acusado de um horrendo crime, de forma que se dizia que ele merecia ser queimado vivo. De São Francisco de Sales inventaram que ele tinha comércio ilícito com uma mulher e essa calúnia pesou por muito tempo sobre ele; só depois de três anos é que veio à luz sua inocência. Entrou uma vez no quarto de Santa Liduína uma mulher, que começou a dirigir à santa as mais abomináveis palavras que se possam imaginar. Conservando Liduína a tranquilidade de costume, aquela miserável se enfureceu tanto que escarrou na face da santa; apesar disso, permaneceu ela inabalável em sua paciência. 

Não pode ser de outra forma: 'Todos os que quiserem seguir a Jesus Cristo sofrerão perseguição', como diz o Apóstolo (2 Tim 3,12). Portanto, se não quiseres sofrer perseguição, nota Santo Agostinho, é para temer que ainda não começastes a imitar a Jesus Cristo. Quem foi mais inocente e santo do que nosso Salvador? Apesar disso, foram os homens tão longe na sua perseguição que o pregaram na cruz, na qual expirou, saturado de chagas e opróbrios. 

Para nos ensinar a suportar pacientemente as perseguições, São Paulo nos exorta a pensar constantemente em nosso Salvador Crucificado. Estejamos convencidos que, se suportarmos com paciência todas as injúrias, Deus mesmo tomará a si nossa  justificação; e se ele permitir que levemos uma vida desprezada, o faz unicamente para recompensar com mais glória, no outro mundo, a nossa paciência. 

Em uma palavra: humilhação, pobreza, dores, toda a espécie de tribulações são, para uma alma que não ama a Deus, uma ocasião de se afastar ainda mais dele; para uma alma, porém, que está cheia do amor de Deus, são elas uma razão para mais estreitamente se ligarem a ele e mais perfeitamente amá-lo. 'Muitas águas não puderam extinguir a caridade', diz o Espírito Santo (Cant. 8, 7); sim, as tribulações, por maiores e mais numerosas que sejam, não podem apagar, em um coração que nada mais ama além de Deus, a chama do amor; antes, pelo contrário, a avivam cada vez mais. 

(Excertos da obra 'Escola da Perfeição Cristã' de Santo Afonso Maria de Ligório)