domingo, 9 de abril de 2017

'HOSANA AO FILHO DE DAVI!'

Páginas do Evangelho - Domingo de Ramos


No Domingo de Ramos, tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso senhor Jesus Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo aclamava o Messias Prometido: 'Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas'.

Jesus, montado em um jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder.

Mas Jesus, rei dos reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens. '... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; mais tarde, Jesus vai ser levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, para o cimo de uma cruz no Gólgota. Dos hosanas de agora ao 'Seja crucificado!' (Mt 27, 22 e 23) de mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz. 

Neste Domingo de Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e a morte na cruz...'Eli, Eli, lamá sabactâni?' (Mt 27, 46). Na paixão e morte de cruz, Jesus revela seu amor desmedido pela criação do Pai e desnuda a perfídia, a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar apenas com um amor eivado pelos privilégios e concessões aos seus próprios interesses e vantagens. Os valores passageiros do mundo não valem nada; os mistérios da graça têm a Cruz de Cristo como caminho, verdade, vida e medida para a eternidade!

SENHOR DOS PASSOS


Nosso Senhor dos Passos é a devoção celebrada pela Santa Igreja, desde a Idade Média, em memória à Via Crucis percorrida por Jesus na sua Paixão e Morte no Calvário. Jesus é representado com a cruz às costas, símbolo maior da fé cristã: pela cruz, fomos resgatados do pecado; pela cruz, nos foi legada a salvação da humanidade. A devoção teve início com a visita dos cruzados aos lugares santos do caminho para o Calvário percorrido por Jesus, fixados nas 14 estações da Via sacra, no século XVI:

I. Jesus é condenado à morte
II. Jesus carrega a Cruz às costas
III. Jesus cai pela primeira vez
IV. Jesus encontra a sua Mãe
V. Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a Cruz
VI. Verônica limpa o rosto de Jesus
VII. Jesus cai pela segunda vez
VIII. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
IX. Terceira queda de Jesus
X. Jesus é despojado de suas vestes
XI Jesus é pregado na Cruz
XII. Morte de Jesus na Cruz
XIII. Descida do corpo de Jesus da Cruz
XIV. Sepultamento de Jesus

Neste tempo da Quaresma e às vésperas da Semana Santa, esta devoção é comumente celebrada sob a forma de duas procissões distintas:

(i) a primeira é a chamada 'Procissão do Depósito' (comumente realizada no 'Sábado dos Passos', que antecede o Domingo de Ramos), em que a imagem velada de Nosso Senhor dos Passos é conduzida até uma determinada igreja (procissão similar é comumente realizada no dia anterior, com a imagem de Nossa Senhora das Dores);

(ii) a segunda é a chamada 'Procissão do Encontro', na qual a imagem do Senhor dos Passos é levada ao encontro de sua Mãe Santíssima (representada em outra procissão, vinda de direção diferente, como Nossa Senhora das Dores), que haviam sido previamente encerradas em igrejas próximas, pelas respectivas procissões de depósito.

A procissão do encontro, em muitas regiões, acontece na Quarta-feira Santa à noite; em outras, é comumente realizada na tarde do Domingo de Ramos. De acordo com uma tradição muito antiga, são as mulheres que devem fazer a procissão que conduz a imagem de Nossa Senhora das Dores, com cantos penitenciais e com figuras bíblicas representando Maria Madalena, Verônica e outras mulheres que acompanharam a caminhada de Jesus para o Calvário. A outra procissão fica ao encargo dos homens, que carregam a imagem do Senhor dos Passos, figura de Jesus Cristo coroado de espinhos e carregando uma cruz. 

As duas procissões, convergem, então, para o local do encontro, onde é proferido o chamado 'Sermão do Encontro', no qual são relembrados os fatos ocorridos na Sexta-feira Santa e se recorda as dores de Nossa Senhora e o sofrimento de Jesus, conclamando o povo à penitência e à conversão. Nesta exortação, o pregador proclama o chamado 'Sermão das Sete Palavras', alusão direta às sete breves frases pronunciadas por Jesus durante a sua crucificação: 

1. 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lc 23,34 a);
2. 'Hoje estarás comigo no paraíso' (Lc 23,43);
3. 'Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe' (Jo 19,26-27);
4. 'Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?!' (Mc 15,34);
5. 'Tenho sede' (Jo 19,28 b);
6. 'Tudo está consumado' (Jo 19,30 a);
7. 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito' (Lc 23,46 b).

Após o sermão, Verônica entoa um hino e mostra a toalha ensanguentada com a face de Cristo. A parte final da procissão consiste na condução conjunta de ambas as imagens até um destino final, representando os Passos da Paixão no caminho do Calvário. O evento é, então, finalizado, com o chamado 'Sermão do Calvário', que proclama as dores e sofrimentos de Jesus ao longo de sua condenação, paixão, crucificação e morte na cruz.

ORAÇÕES A NOSSO SENHOR DOS PASSOS

'Ó Jesus, relembro tua Paixão, teu Calvário e tuas dores. Olhando as imagens do Senhor carregando a Cruz, imagens com as quais te invocamos sob o título de Nosso Senhor dos Passos e veneramos como símbolos de teu sacrifício e representação de teu ato de amor salvífico, que foi teu sacrifício na cruz, te pedimos como teu discípulo Pedro: Senhor, salva-nos! Salva-nos por tua Cruz, salva-nos por teu sangue; salva-nos por tua misericórdia; salva-nos por teu amor e cura-nos de nossas feridas tanto físicas quanto espirituais, emocionais e psíquicas. Amém'.

'Meu Jesus, Senhor dos Passos, açoitado, coroado de espinhos, escarnecido e cuspido, condenado à morte, carregado com a cruz, caído por terra, pregado no madeiro! Vós sois a Vítima das nossa iniquidades. Eu quero acompanhar os vossos dolorosos passos rumo ao Calvário, em cujo cimo consumiu-se a vossa vida. Mas, do vosso sacrifício, brotou a nossa salvação. Senhor dos Passos, perdoai as minhas maldades e apagai os pecados de todo o mundo. Meu Jesus, Senhor dos Passos, tende piedade de nós. Amém'.

sábado, 8 de abril de 2017

MEDITAÇÕES PARA A QUARESMA (V)

MEDITAÇÃO PARA A QUINTA SEMANA DA QUARESMA

O AMOR AO PRÓXIMO DEVE TER A MEDIDA DO NOSSO AMOR A CRISTO


Primeiro Ponto - A Cruz nos ensina a olhar com vivo interesse tudo o que envolve o nosso próximo

De fato, a Cruz nos mostra: (i) o nosso próximo, qualquer que seja ele, é um homem que é tão amado por Jesus Cristo que, para salvá-lo, desceu do céu à terra, se fez homem, deu seu sangue, sua honra, sua liberdade e sua vida e se identificou com cada filho de Adão ao dizer: 'tudo o que fizerdes ao menor dos teus irmãos é a Mim que o fazeis e tudo que recusardes a ele, é a Mim que o recusais'. Segue-se, pois, ser evidente, sob pena de ofender a Nosso Senhor Jesus Cristo, que é nosso dever olhar com vivo interesse tudo o que envolve o nosso próximo: sua saúde, sua reputação, sua honra, suas alegrias, suas tristezas, suas conquistas e revezes de fortuna. Ser indiferente aos interesses de uma pessoa tão querida por Nosso Senhor; ofendê-la, humilhá-la, prejudicá-la ou escandalizá-la é ofender a Jesus Cristo no mais íntimo do ser. Todos os interesses do nosso próximo nos devem ser tão caros como os de Jesus Cristo. Devemos nos sentir felizes e honrados por tudo que pudermos fazer para servi-los, aproveitando com amor todas as ocasiões propícias para isso.

(ii) a Cruz nos ensina até onde devemos levar o nosso zelo para a salvação dos outros porque, se Jesus Cristo, na véspera de sua morte, nos mandou amar uns aos outros como Ele mesmo nos amou, a cruz é como o sinal deste preceito, que nos ensina como devemos estar prontos para todos os sacrifícios em favor do bem do próximo; a sofrer tudo dos outros sem fazer ninguém sofrer: a suportar todas as dificuldades e temperamentos e, de acordo com as circunstâncias, a nos imolar por inteiro para a felicidade dos nossos irmãos, pois até a este extremo Jesus Crucificado nos amou. Pensemos agora sobre nós mesmos. Quantas ações temos recusado ao nosso próximo e que podíamos ter feito? Quantas vezes, as suas angústias, que poderiam ter sido desfeitas com um bom conselho, um empréstimo ou outra ação qualquer, que nos teriam custado muito pouco, foram ignoradas por nós por puro egoísmo e sem nenhuma preocupação de nossa parte? Quão distantes estamos de amarmos os nossos irmãos como Cristo nos ama!

Segundo Ponto - a Cruz nos ensina a nos despojar de todo espírito de egoísmo

Até a vinda de Jesus Cristo ao mundo, não se sabia viver a não ser para si mesmo. Adquirir prazeres, riquezas e glória e alijar se si a pobreza, as dores e as humilhações, era o propósito de todo o gênero humano. Jesus Cristo se mostrou ao mundo, propondo do alto da cruz um novo modelo para os homens: 'Aprendei de Mim a esquecer-vos do vós mesmos; a despojar-vos do pérfido egoísmo que vos tornam indiferentes à desgraça alheia, contanto que possais estar bem; que vos persuadem a ter sempre mais, acumulando os falsos bens da terra, muitas vezes em detrimento dos outros e menosprezando a vida dos que padecem anonimamente e rejeitando as suas privações. Vede: Eu sou o Filho amado de Deus e, mesmo assim, estou pobre e vergado sob dores e humilhações. Por acaso, se a riqueza e a abundância, o prazer e a glória fossem bens verdadeiros, Deus, meu Pai, não os teriam dado a Mim? Se a pobreza, a humilhação e os sofrimentos fossem maus, Ele teria feito deles a minha herança? Aprendei de mim que tudo que é passageiro não vale nada; que tudo é vaidade, menos servir e amar a Deus'. 

Estas verdades sublimes, nascidas no Calvário há vinte séculos, mudaram a face do mundo e inspiraram milhares de almas aos sentimentos mais nobres, aos sacrifícios mais generosos para o bem da religião e da sociedade e a se desapegarem de tudo por amor a Cruz; a abraçarem uma vida austera para se entregarem mais plenamente a Deus; a suportarem as perseguições com alegria e a rejubilarem-se por terem sido consideradas dignas de sofrer por Jesus Cristo. Assim, a Cruz libertou o mundo do egoísmo, substituindo-o pela caridade, com seus heroicos sacrifícios. Quem não compreender estas verdades não tem senão uma falsa virtude, uma aparência de devoção, com um arraigado amor a si mesmo, condescendência por seus gostos e prazeres, uma dissipação e amor ao mundo e às suas vaidades: estado este pior do que os grandes vícios que, pelo menos, evocam arrependimento, enquanto que esta falsa devoção entorpece a alma com uma firmeza que a conduz à morte. Será que não estamos no número daqueles que não compreendem esta grande lição da Cruz: 'Morte ao egoísmo'?

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano para uso do clero e dos fieis', de Pe. Andrés Hamon, Tomo II, tradução do autor do blog).

AS NUVENS DE FUMO DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA

Por ocasião de cada uma das aparições, elevava-se no espaço, junto da azinheira sagrada, na Cova da Iria, uma tênue nuvem de fumo semelhante à que costuma produzir a combustão do incenso nos atos litúrgicos realizados no interior dos templos. Este fenômeno, verdadeiramente extraordinário, foi observado por um grande número de testemunhas, mesmo no mês de agosto, em que a autoridade administrativa reteve os videntes, para que eles não pudessem ir ao local das aparições. 

Um ilustre professor jubilado de astronomia na Universidade de Coimbra, recentemente falecido, o Dr. Gonçalo Xavier de Almeida Garret, num interessante opúsculo que publicou com o título de 'Fátima' e o subtítulo de 'A miraculosa nuvem de fumo', diz que este fato, ao qual talvez se tenha ligado mediana atenção, é todavia importantíssimo e naturalmente inexplicável, e pode e deve servir de elemento de prova da realidade das aparições na Cova da Iria. Na sua autorizada opinião, era um fenômeno físico-químico, independente da ação nervosa do organismo humano. 

No dia treze de outubro, durante a última aparição, a nuvem de fumo tornou-se visível a grande distância e da estrada distrital distinguia-se com a mais perfeita nitidez. Parecia sair da azinheira, envolver os videntes e elevar-se a uma altura superior a seis metros, ocupando uma área de cerca de seis metros quadrados. Entre a grande multidão de pessoas que nesse dia concorreram a Fátima, estiveram pessoas conhecidas e de toda a confiança, que atestam não se ter feito lume algum nesse local que pudesse originar a nuvem de fumo. 

Não consta que, em tempo algum, antes ou depois das aparições até ao presente, houvesse a manifestação da nuvem de fumo, no sítio da Cova da Iria, a qualquer hora. Este fenômeno foi concomitante com as aparições em dias e horas determinados. Segundo a opinião de professores de ciências naturais das Universidades de Coimbra e do Porto, que foram consultados, só podia ser produzido casualmente por uma evaporação ou combustão incompleta, mas não em dias e horas prefixos. O Dr. José Maria de Proença de Almeida Garrett diz o seguinte acerca deste fenômeno: 

'Devia ser uma e meia (treze e meia) quando se ergueu, no local preciso onde estavam as crianças, uma coluna de fumo, delgada, tênue e azulada, que subiu direita até dois metros talvez, acima das cabeças para nesta altura se esvair. Durou este fenômeno, perfeitamente visível a olho nu, alguns segundos. Não tendo marcado o tempo da duração, não posso afirmar se foi mais ou menos de um minuto. Dissipou-se bruscamente o fumo e, passado algum tempo, voltou a repetir-se o fenômeno uma segunda e uma terceira vez. Das três vezes e sobretudo da última, destacaram-se nitidamente os postes esguios na atmosfera cinzenta. Dirigi para lá o binóculo. Nada consegui ver além das colunas de fumo, mas convencido fiquei de que eram produzidas por algum turíbulo, não agitado, em que se queimava incenso. Mais tarde, pessoas dignas de fé afirmaram-me que era de uso produzir-se o acontecimento no dia treze dos cinco meses anteriores e que, nesses dias, como neste, nunca ali se queimara nada nem se fizera fogo'. 

No inquérito paroquial, a primeira testemunha, Jacinto de Almeida Lopes disse que, no dia treze de outubro de mil novecentos e dezessete, 'viu, por cima do povo, que rodeava a carrasqueira, diversas vezes, elevarem-se do solo pequenas nuvens de fumo ou que lhe pareciam de fumo – semelhante ao fumo dum turíbulo em ocasião de incensação ou ao fumo de cigarros. Julgou a princípio, porque se achava afastado da carrasqueira, onde via o fumo, que era alguém que ali estava a fumar ou a fazer uma fogueira para se aquecer, mas depois veio a averiguar que ali não havia lume de espécie alguma'. 

Sobre o mesmo assunto, depôs uma segunda testemunha, Manuel Gonçalves Júnior, dizendo que 'em treze de outubro do referido ano, à hora designada pelas crianças para a aparição, depois de ter cessado a chuva, viu elevar-se por várias vezes, saíndo da carrasqueira, uma espécie de fumo semelhante ao fumo de incenso em ocasião de incensação, ouvindo dizer às pessoas que estavam a seu lado que era fumo de cigarro ou de fogueira, mas a ele só lhe parecia o fumo igual ao da incensação, não lhe constando que naquela ocasião houvesse ali fumadores ou fogueira de qualquer espécie'. 

(Documentação Crítica de Fátima - Seleção de Documentos 1917 - 1930)

sexta-feira, 7 de abril de 2017

VÍDEOS CATÓLICOS: A IGREJA CATÓLICA NO MUNDO

Dados e estatísticas atuais da Igreja Católica no mundo 
(vídeo em espanhol)


PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

AS LÁGRIMAS DA REDENÇÃO


Voz de Jesus no Calvário:

Sim, Eu disse: 'Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados e no Meu reino suas lágrimas serão enxugadas por meus divinos favores'. Chorar, minha filha, é próprio de um coração que sofre. Criaturas há que choram quando se vêem na mendicidade, outras quando se vêem privadas de um afeto, outras quando a desgraça lhes vêem à porta, pela morte de um ente querido ou pela perda de uma fortuna...

Mas Eu disse: 'Bem-aventurados os que choram'... sim, os que choram por causa dos Meus interesses! Na verdade, bem-aventurados os que choram, quando vêem o Meu nome blasfemado! Bem-aventurados os que choram quando vêem os Meus interesses em perigo! Bem-aventurados os que choram, quando a desolação, que é o pecado, se alestra no mundo! Ah! Minha filha, quão poucas são as almas que choram, vendo a heresia e o erro se infiltrarem nos corações! Quão poucos são os corações que Comigo choram a perda de tantas almas!

Ah! a perda de uma alma é um mal irreparável! Se os que se dizem Meus amigos compreendessem o valor de uma alma! Como chorariam! Se Meus amigos compreendessem a desolação que causa ao Meu coração o pecado, como se compadeceriam destas almas e como iriam atrás delas para Me dar prazer, proporcionando-lhes uma felicidade eterna!. As almas nobres compreenderam todos estes estragos e procuraram repará-los com a sua dedicação, fazendo para isso tudo que lhes estava ao próprio alcance.

Comigo choraram, aos pés de Meu Sacrário, as desditas desses corações engolfados no pecado. Quantas vezes, Minha filha, fui obrigado a dizer: 'Basta!' E agora onde estão esses corações? Quem se compadece quando vêem o inimigo me roubar uma alma que Me pertence? Ah! examinai-vos, se sentis e se vos causa uma grande dor quando ouvis um homem blasfemar. Ah! se tal não acontecer, é porque vosso amor por Mim ainda é muito diminuto! Examinai-vos, se nada sentis quando ouvirdes dizer que um homem morreu impenitente, e se for assim for, é porque ainda tendes pouco conhecimento de Minha glória! Ah! como o mundo se acha na languidez!

Os homens choram os bens falazes da terra! E vós, almas consagradas a Meu serviço, choras junto Comigo os Meus bens perdidos? Poucos, minha filha, são os que encontro aos pés do Meu Sacrário a chorarem pela Minha glória! Ah! entre mil, encontro apenas um! Qual será a causa de tão funesto mal? Ah! a causa de tão funesto mal é o pouco amor que Me é consagrado; é a falta de conhecimento de Minha glória, sim, da glória que está reservada aos eleitos!

Minha filha, se os homens consagrados ao Meu serviço e as esposas que se imolam ante o altar compreendessem o que é Minha glória, saberiam chorar a perda de uma só alma, e tudo fariam para poder trazê-la de novo para o Meu aprisco! Se há esta indiferença e esta languidez é por falta de profundas meditações sobre a Minha glória!

Sim, porque é pela meditação que se entra nos páramos celestes; é na meditação do efeito do pecado, representado em Minha dolorosíssima Paixão, que as almas podem compreender o mal do pecado e o quanto ele ofende a Minha glória. Se o pecado foi a causa de Minha sangrenta Paixão e Morte, como as almas que meditam nestas divinas verdades não hão de chorar, vendo o mundo engolfando-se e perdendo-se para sempre, privando-se de um bem eterno que sou Eu! O mal atual é proveniente da falta de reflexão e de meditação!

Ah! quem meditar na Minha doloríssima Paixão, vendo que a causa dela foi somente o pecado, sentirá partir-lhe o coração de dor! Minha filha, poucas são as almas que sabem meditar, pois se houvesse mais almas, que soubessem meditar, muitos seriam os que chorando Comigo a perda das almas, procurariam trabalhar mais para Minha glória, primeiramente santificando-se, pois querer me dar almas sem antes se santificar, é vã quimera! A santificação própria já é um meio de me dar almas, porque de nada valeriam as Minhas pregações se Eu não praticasse por primeiro o que Eu ensinei!

Eis aí, almas queridas, as lágrimas que Eu chamo bem-aventuradas e que as guardo no relicário de meu Divino Coração. Eis também, mina filha, porque encontro tão poucas almas que posso chamar bem-aventuradas por falta de não compreenderem a Minha glória, e por Me terem tão pouco amor! Vós, almas consagradas ao Meu divino serviço, lamentai Comigo a perda de tantas almas e procurai de hoje em diante vos engolfar nos páramos celestes, para depois poderdes chorar Comigo o mal que se alastra no mundo!

(Excertos da obra 'O bom combate na alma generosa', Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, 1936)