(O Pequeno Missionário, P. Guilherme Vaessen, Ed. Vozes, 1953, p.70)
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
SOBRE A IMPUREZA SACERDOTAL
'Volto a falar novamente dos clérigos e ministros da Igreja. Quero lamentar-me contigo sobre outros defeitos, dos quais ainda não falei. São aqueles vícios, que uma vez te mostrei na figura de colunas: a impureza, o orgulho e a ganância. Com eles, vendem até a graça do Espírito Santo! São vícios interdependentes e têm uma base comum, o egoísmo. Tais colunas, enquanto permanecem de pé, sem serem derrubadas pelas virtudes, tornam a pessoa obstinada nos demais pecados. Como disse antes, todos os pecados nascem do egoísmo; o mais grave é o orgulho, que destrói a caridade. O orgulho conduz ainda a pessoa à impureza e à ganância. São esses os três laços que ligam os ministros maus ao demônio'.
...
'Filha querida! Já tratei um pouco sobre a maneira como os clérigos mancham o corpo e o espírito na impureza. Para que conheças melhor a minha Misericórdia e sintas maior compaixão por esses infelizes, quero acrescentar quanto segue. Há ministros tão endemoniados que, além de não respeitarem a eucaristia e desprezarem a dignidade que lhes dei, fora de si se apaixonam por determinada pessoa, e, não conseguindo realizar seus desejos, recorrem à magia.
Usam então o alimento da eucaristia como instrumento para concretizar seus pensamentos desonestos e más intenções. Relativamente aos fiéis, que deveriam pastorear e alimentar quanto ao corpo e quanto à alma, apenas os atormentam de diversos modos. Mas não vou me ocupar disso; não quero que sofras em demasia. Como te mostrarei numa visão, os fiéis são abandonados a caminhar sem rumo, desorientados, fazendo o que não querem. Se tentam resistir, sofrem terrivelmente na própria carne.
Pois bem, qual a causa de tudo isso e de outros males que conheces e que não é preciso recordar, senão a vida desonesta dos clérigos? Ó filha querida! atiram lama à minha carne que foi elevada acima dos anjos pela união em Cristo da natureza humana com a divina! Ó homem abominável e infeliz! Não homem, mas animal, que entregas às meretrizes teu corpo, por mim ungido e consagrado, e que fazes coisas ainda piores!
No madeiro da cruz, meu Filho, sofrendo, curou a ferida de Adão herdada por ti e por todos os homens. Com seu sangue, Ele medicou pecados impuros e desonestos! O bom Pastor lavou as ovelhas no seu sangue e tu manchas as ovelhas que são tão puras, tudo fazes para atirá-las à lama. Deverias ser um espelho de honestidade e és um espelho de impureza. Fazes justamente o contrário daquilo que realizou o meu Filho, pois orienta para o mal os seus membros. Permiti que os olhos de Cristo fossem vendados para iluminar os teus, e tu, com olhares impuros, atiras fechas envenenadas contra a tua própria alma e contra o coração das pessoas a quem olhas.
Deixei que Ele bebesse fel e vinagre e tu, qual animal desnorteado, saboreias alimentos delicados, tratando o estômago como a um 'deus'. Sobre tua língua passam palavras desonestas e vazias, quando- por meio dela- devias alertar o próximo, anunciar minha palavra e recitar o Ofício Divino com os lábios e o coração; vejo-te a jurar e imprecar como um desequilibrado, até blasfemando contra mim; permiti que as mãos do meu Filho fossem algemadas para libertar-te, a ti e a todos os homens, dos laços do pecado; e tu usas as mãos ungidas e consagradas em vista da distribuição da Eucaristia, para toques indecorosos; todas as ações, nas quais usas as mãos, estão corrompidas e orientadas para o mal! Ó infeliz!
E dizer que eu te pusera em tão alta dignidade para servir a mim e à humanidade! Foram os pés de Cristo transpassados pelos cravos, deles fazendo eu um degrau para que chegasses a contemplar os segredos do seu Coração. Transformei seu Coração numa dispensa, onde todos podeis experimentar o amor inefável que vos dedico; ali encontras o sangue, por ti derramado como purificação dos pecados, mas tu fazes do teu coração um templo para o diabo. Tua afetividade, simbolizada nos pés, só me oferece maldade, uma vez que te conduz unicamente a lugares de pecado. Assim, ofendes-me com todo o corpo.
Fazes exatamente o contrário do que fez Jesus, bem naquele ponto em que tu e os demais homens deveriam imitá-lo. À semelhança de instrumentos musicais, teus sentidos emitem sons desafinados, uma vez que as três faculdades da alma se reuniram em torno do demônio, em vez de o fazerem no meu ser. Tua memória deveria estar cheia com a lembrança dos meus favores; no entanto só contém desonestidades e muitos outros males; quanto à inteligência, era teu dever fixá-la mediante a fé em Cristo crucificado, de quem és, ministro, mas vaidosamente lhe deste por objeto os prazeres, a procura de altas posições sociais, a riqueza mundana; tua vontade haveria de repousar diretamente em mim, mas tu a fizeste amar as criaturas e teu próprio corpo.
Tens mais amor aos animais do que por mim. Prova disso é a tua impaciência quando te privo de algo, e teu desagrado ante o próximo ao julgares que te prejudicou em alguma coisa. Quando o acusas, revelas que já perdeste o amor por mim e por ele. Ó infeliz ministro, és sacerdote do meu grande amor! A ti foi confiado o fogo sagrado que é minha caridade divina, o abandonas por afeições desordenadas! Nem mesmo podes suportar, em nome dela, um pequeno prejuízo que te cause alguém'.
...
'Filha querida, disse tais coisas para que melhor compreendas a dignidade dos meus ministros e chores com mais amargor os seus pecados. Se os ministros meditassem sobre a própria dignidade, não viveriam em pecado mortal, não manchariam sua alma. Se eles não me ofendessem, se não pecassem contra a própria dignidade, se não entregassem até o corpo para ser queimado, mesmo assim não me agradeceriam suficientemente pelo dom que receberam. Neste mundo é impossível uma dignidade maior. São ungidos meus, meus cristos, postos por mim na função de ministros, flores perfumadas na hierarquia da santa Igreja. Nem os anjos possuem dignidade igual a esta concedida aos homens, na pessoa dos sacerdotes.
Coloquei-os como anjos na terra, e como tais devem viver. De todos os homens exijo pureza e amor; todos devem amar-me e amar o próximo; todos devem socorrer o irmão naquilo que lhes for possível com orações e obras de caridade, assim como já disse em outro lugar, ao tratar desse assunto. Mas dos meus ministros peço pureza maior, maior amor por mim e pelos homens. Que distribuam o corpo e sangue do meu Filho com grande desejo da salvação da humanidade, para glória do meu nome. Da mesma forma como eles querem limpo o cálice usado no sacrifício eucarístico, também eu quero que sejam puros os seus corações, suas almas, seus pensamentos.
Igualmente seus corpos - instrumentos da alma - hão de ser possuídos em perfeita pureza. Não quero que se envolvam na lama da luxúria, nem que se mostrem inflados de orgulho na procura de cargos prelatícios ou cheios de rancor por si mesmos e pelos outros. A insatisfação pessoal costuma manifestar-se sobre os outros; quando impacientes, os ministros terminarão dando maus exemplos, não se preocuparão em livrar os homens das mãos do demônio, não se dedicarão com esforço ao ministério do corpo e sangue do meu Filho, não distribuirão a luz da eucaristia na forma explicada.
Filha querida, compreendes quanto o pecado contra a natureza me desagrada em qualquer pessoa; mas entenderás também que muito mais me desgosta quando é praticado por aqueles que escolhi para a vida de continência. Uns abandonaram o mundo e se fizeram religiosos; outros são diocesanos. Entre eles acham-se os ministros. Jamais entenderás como tal vício, cometido por eles, ofende-me muito mais do que quando feito pelos leigos em geral e pelos leigos consagrados. Os ministros são lâmpadas colocadas sobre o candelabro e devem iluminar pelo ministério eucarístico, pela virtude, pelo bom exemplo. Mas de fato espalham a escuridão. Vivem na escuridão'.
(Revelações de Deus Pai à Santa Catarina de Sena)
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
TIPOS DE CRUZES (II)
16. CRUZ ALÇADA OU EGÍPCIA
De interpretação variada, esta cruz seria um símbolo da imortalidade e da vida eterna. O laço superior seria o símbolo da divindade governando a humanidade e tudo que é terreno, simbolizado pelo T inferior. O laço, o braço horizontal e o braço vertical inferior são interpretados também como símbolos do sol, do céu e da terra, respectivamente, ou ainda, da razão, da vontade e da ação, respectivamente.
18. CRUZ DA EVANGELIZAÇÃO
Representada por uma cruz latina encimando um círculo preenchido que simboliza o globo terrestre (o mundo).
19. CRUZ TRIUNFANTE

17. CRUZ DE SANTO ANTÔNIO
Variante da anterior, na forma de uma cruz latina e a mesma simbologia da vida eterna (laço superior), comumente adotada pelos cristãos primitivos.
18. CRUZ DA EVANGELIZAÇÃO

19. CRUZ TRIUNFANTE

Constitui uma variante do símbolo da evangelização mundial, representando o reinado trinfante de Jesus Cristo sobre o mundo.
20. CRUZ DOS APÓSTOLOS

Representada por uma cruz latina com 12 círculos menores (os doze apóstolos) ladeando um círculo maior (Jesus Cristo) situado na junção dos dois braços da cruz.
21. CRUZ DOS EVANGELISTAS
Representada por uma cruz latina encimando uma plataforma constituída por quatro bases, simbolizando os quatro evangelistas.
22. CRUZ DO CALVÁRIO

23. CRUZ PATRIARCAL

24. CRUZ DOS ARCANJOS

Representada por uma cruz latina encimando uma plataforma constituída por três bases, simbolizando os três arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
25. CRUZ TRIPLA OU PAPAL

É uma cruz encimada por três braços horizontais de diferentes dimensões, simbolizando a divindade, a Igreja e a humanidade, constituindo o emblema do papado.
26. CRUZ ORTODOXA

27. CRUZ ORTODOXA ESLAVA

28. CRUZ DAS CATACUMBAS

29. CRUZ NATALINA
30. CRUZ ESTRELA DO ORIENTE
Variante da cruz natalina, possui também forma de estrela que simboliza o nascimento de Jesus.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
NOSSA SENHORA DE TODOS OS NOMES (2)
2. NOSSA SENHORA DA ESCADA
Este estranho título outorgado a Nossa Senhora nasceu da devoção dos marinheiros portugueses, particularmente durante a época das grandes navegações e descobrimentos realizados por Portugal durante os séculos XV e XVI. Para a proteção dos navegantes em face dos perigos do mar, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, provavelmente do século XII, foi encerrada em uma antiga ermida de Nossa Senhora da Corredoura, situada em Lisboa, junto ao Convento de São Domingos de Lisboa, às margens do Rio Tejo. Como a capela estava localizada a uma certa elevação em relação à margem do rio, o acesso a ela era feito por meio de uma pequena escada com 31 degraus.
Com o tempo, a capela passou a ficar conhecida como sendo de Nossa Senhora da Conceição da Escada, para distingui-la de muitas outras igrejas e capelas existentes de mesmo nome, por se tratar de devoção muito difundida em Portugal. Mais tarde, a expressão de fé daquela gente resumiu a devoção à Nossa Senhora da Escada. A capela tornou-se se rapidamente um grande centro de devoção mariana, com festas anuais e procissões náuticas de diferentes naturezas.
Em 1531, um terremoto destruiu a capela, preservando o altar e a imagem da Virgem. A capela foi reedificada e retomado o culto mariano local, que se perdeu muito, no entanto, no século seguinte, com o declínio dos grandes eventos das navegações portuguesas. Em 1755, um novo terremoto ocorreu em Lisboa, muito mais terrível que o anterior, destruindo completamente o pequeno templo sem, contudo, mais uma vez, destruir a imagem da Virgem. Nunca mais a capela foi reconstruída e a imagem preservada foi transferida primeiro para o Convento dos Cardais e depois, a partir de 1835, para o Convento de Jesus, sede da Paróquia de Nossa Senhora das Mercês, onde se encontra até hoje.
O culto de Nossa Senhora da Escada foi trazido de Portugal para o Brasil e difundiu-se principalmente em São Paulo (há igrejas com esse culto à Nossa Senhora em Barueri e Guararema), Bahia e Pernambuco. Uma variante da devoção muito difundida refere-se ao culto à Nossa Senhora como 'escada' para se alcançar a santidade e o Céu. Em termos iconográficos, Nossa Senhora da Escada é representada segurando uma escada com a mão ou a tendo sob as mãos juntadas ou ainda pela imagem da Virgem encimando um altar em forma de escada com degraus, ladeados por anjos, conhecido como Scala Coeli (Escada do Céu) ou como Ara Coeli (Altar no Céu).
(igreja de Nossa Senhora das Mercês em Lisboa)
(imagem de Nossa Senhora da Escada, Escada/PE)
(imagem de Nossa Senhora da Escada, Guararema/SP)
domingo, 9 de novembro de 2014
TEMPLOS VIVOS DO ESPÍRITO SANTO
Páginas do Evangelho - Festa da Dedicação da Basílica de Latrão
As leituras do Evangelho deste domingo são profundamente simbólicas da harmonia da construção da graça divina entre estes templos físicos e espirituais. A primeira leitura, tirada da profecia de Ezequiel (Ez 47, 1-2.8-9.12), mostra a sua visão diante o Templo de Jerusalém, de onde vê emanar um rio de águas puras que, derramadas sobre o mundo, fecunda as suas margens e produz fartura em abundância. Eis aí a imagem da fundação da Igreja Católica e da ação do Espírito Santo sobre o mundo: um rio de graças e mais graças capazes de santificar a humanidade inteira e produzir frutos de salvação eterna porque, em suas margens, 'crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se acabarão' (Ez 47, 12).
Na primeira carta aos coríntios (I Cor 3,9c-11.16-17), São Paulo ratifica que nós somos as pedras vivas da construção do templo espiritual do Santuário de Deus, que tem por pedra angular e por alicerce o próprio Cristo. Ai daqueles que, usurpando da graça do livre arbítrio, negam a sua realidade espiritual e convertem as suas vidas em construir templos de barro e produzir frutos sazonais, ditados apenas pelos interesses humanos. Serão réus e depositários da santa ira de Deus, porque 'se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário' (1 Cor 3, 17).
Esta santa ira de Deus foi concretamente manifestada por Jesus em relação ao episódio dos vendilhões do templo (Jo 2, 13 - 22). Tomado de santo furor, diante a balbúrdia e o tumulto dos homens que profanavam o santuário de Deus, Jesus faz um chicote de cordas e os expulsa com peremptória indignação: 'Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!' (Jo 2, 16). Paralisados e tomados de pavor, aqueles homens que se atropelam para fugir diante de Jesus e da profanação revelada, ainda ousam pedir um sinal ao Senhor por tais ações. E Jesus lhes dá a resposta pela revelação do mistério da ressurreição do seu corpo, templo perfeitíssimo de Deus: 'Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19). Jesus não falava do templo físico, mas do templo espiritual que habita em nós, e que contém em plenitude o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor. O primeiro será destruído, porque não era santo. O segundo, por méritos e graças do Salvador, nos abriu as portas da redenção e da eternidade com Deus.
sábado, 8 de novembro de 2014
DAS VISÕES DO PADRE PIO
Meu caríssimo Padre*:
'Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.
A visão de Jesus angustiado causava-me muita pena, por isso quis Lhe perguntar por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Contudo, seu olhar se dirigiu para aqueles sacerdotes; mas pouco depois, quase horrorizado e como se fosse parar de fitar, retirou o olhar e, quando o voltou para mim, observei com grande horror duas lágrimas que Lhe sulcavam o rosto. Distanciou-se daquela turba de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto na face, gritando: ‘Açougueiros!’
E voltando-se para mim, disse: ‘Meu filho, não acredites que minha agonia foi de três horas, não; Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por Mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai em busca de qualquer gota de compaixão humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença.
A ingratidão e o sono de meus ministros tornam minha agonia mais pesada. Oh, como correspondem mal ao meu amor! O que mais me aflige é que, à indiferença, essas pessoas juntam o desprezo e a incredulidade. Quantas vezes Eu estive para fulminá-los, se não tivesse sido contido pelos anjos e pelas almas enamoradas de Mim. Escreve ao teu confessor e narra-lhe o que viste e ouviste de Mim esta manhã. Diga a ele que mostre a tua carta ao Provincial...'
Jesus ainda continuou, mas o que Ele me disse não posso jamais revelar a criatura alguma neste mundo. Essa aparição me causou uma tal dor no corpo, mas ainda mais na alma que, durante todo o dia, fiquei prostrado e julguei que fosse morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado. Jesus infelizmente tem razão para lamentar de nossa ingratidão! Quantos desgraçados de nossos irmãos correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na seita infame da maçonaria!
(Padre Pio da Pietrelcina, carta ao seu diretor espiritual, *Pe. Agostino, em 7 de abril de 1913)
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