quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

Vivemos, desapercebidos como soldados rasos e medíocres, a Terceira Guerra Mundial. Não, não é mais um conflito armado entre exércitos aliados e inimigos, resolvido à base de granadas, tanques ou mísseis. A Terceira Guerra Mundial é uma guerra silenciosa e quase escondida, que não se alimenta da violência das armas, mas que se constrói e se faz com o aniquilamento dos espíritos. Aniquilamento total, que busca subverter a ordem mundial, no seu todo, na sua plenitude. Não é mais a guerra mundial de alguns, é a guerra mundial que envolve toda e completamente a humanidade.

É uma guerra silenciosa que visa achincalhar a religião, destruir a Igreja de Cristo, despedaçar a família e o matrimônio, fomentar a discórdia em todos os níveis, criar como propósitos coerentes e genéricos a anarquia e a indisciplina em nome de psicoses do 'politicamente correto', alçar às nuvens os direitos de minorias em detrimento de todos os princípios e valores morais da tradição cristã; flagelos distintos, medonhos e fulminantes, mas todos planejados e moldados na mesma forja do inferno. 

Estamos na crista desse tsunami gigantesco da iniquidade. Eis o tempo do domínio da iniquidade: a verdade é contestada como fake news e as mentiras e calúnias mais absurdas são retocadas e plasmadas com o verniz da certeza absoluta. Vende-se o negacionismo como moeda de troca; compra-se a preço vil a verdade científica de farsantes e bufões travestidos de doutores; incensam a libertinagem como uma conquista histórica, mas profanam a liberdade com ouvidos moucos; cancelam vozes e lobotomizam consciências, mas se locupletam com o ronco medonho de suas crenças miseráveis; riem de tudo e de todos que proclamam Deus como esperança e se fartam das gargalhadas com que incensam os seus próprios demônios e os demônios alheios. 

A Terceira Guerra Mundial é o mistério da iniquidade exposto - a todos os homens, em tudo o que é humano, como um ato de revolta contra Deus e a Igreja de Deus. Essa guerra foi pré-anunciada em Fátima com todas as letras e consequências, mas foi propositalmente olvidada, obscurecida e maquiada, particularmente pela própria Igreja (a forma mais brutal de destruir um inimigo não é confrontá-lo com armas, mas tomar posse de si mesmo, pois assim não existe mais nem mesmo o inimigo). Tudo se converte em princípios universalmente impostos, os 'ismos' da nova era da humanidade: o fetichismo, o panteísmo, o ecumenismo, o socialismo, o indiferentismo, o cinismo, o abismo.

Os homens de bem, a legião dos justos, os católicos fervorosos, onde estão? Em alguma trincheira, em alguma casamata? Armados até os dentes, como novos cruzados? Entrincheirados, sim. Em masmorras, sim. Escondidos, sim. E tristemente submissos, derrotados, prostrados em terra, sob o frenesi da tormenta impiedosa. As ondas gigantescas dos males anunciam o poderio do caos. Um tsunami de pecados varre o mundo num dilúvio universal e a salvação eterna é apenas um souvenir sem mais valia ou uma tatuagem por fazer. O que realmente nos tornamos? 

Mas um dia - um breve dia - a grande onda vai despedaçar-se no rochedo e virar só espumas. As águas revoltas serão outra vez remanso. E tudo que nasceu e floresceu do homem será então destruído. O Espírito de Deus, pairando sobre as águas, há de fazer o despertar, o recomeço, o Deus Conosco, a ratificação outra vez da mesma aliança eterna. A porta estreita terá então o vão do mundo e o Céu será herança comum de todos os homens. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!