quinta-feira, 12 de junho de 2014

O MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO


'...Tomai e comei, isto é meu corpo...' (Mt 26,26)

Por volta dos anos 700, os Monges de São Basílio viviam no mosteiro de São Legonciano, na cidade italiana de Lanciano. Entre eles, havia um que se atormentava particularmente com a realidade sobrenatural do sacramento eucarístico: a hóstia consagrada seria mesmo o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho consagrado seria mesmo o Seu verdadeiro Sangue? Atormentado pela dúvida e vacilante na fé, pôs-se em oração fervorosa, suplicando a graça de Deus para afastar tal incerteza de sua alma.  

E Deus atendeu as suas orações, por meio de um dos mais extraordinários milagres eucarísticos da Igreja. Ao celebrar a Santa Missa, certa manhã, após proferir as palavras da Consagração, ele viu diante de si  a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Em êxtase profundo e tomado de temor e alegria, deu a conhecer aos fieis presentes o fato ocorrido: 'Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!' A notícia se espalhou rapidamente por toda a cidade, transformando o monge num novo Tomé. 



A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea, quando iluminada pelo lado oposto, tendo uma aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e ocre), coagulado em cinco fragmentos de forma e tamanho diferentes. As relíquias eucarísticas foram, então, guardadas previamente num tabernáculo de marfim e, a partir de 1713 e até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata e o Sangue num cálice de cristal. 


Adicionalmente ao reconhecimento eclesiástico do Milagre, a Igreja confiou a dois renomados médicos o parecer da ciência moderna  sobre as relíquias. Dr. Odoardo Linoli (foto), então chefe do Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica, de Química e Microscopia Clínica e Prof. Ruggero Bertelli, professor emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, foram os responsáveis pelos exames e análises laboratoriais, cujos resultados foram apresentados em um relatório final, publicado em 4 de março de 1971.


As principais conclusões dos estudos foram as seguintes:
  • A Carne é verdadeira carne. 
  • O Sangue é verdadeiro sangue. 
  • A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago). 
  • A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sanguíneo (AB) e pertencem à espécie humana.
  • É o mesmo tipo de Sangue (AB) encontrado no Santo Sudário de Turim. 
  • Não existem vestígios de quaisquer substâncias conservantes nas relíquias.
  • No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais: cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. 
  • Não se tratam de substâncias retiradas de um cadáver. Trata-se da carne e do sangue de uma Pessoa Viva, que estivesse vivendo atualmente, pois o sangue é o mesmo daquele que seria retirado, no mesmo dia, de um ser vivo. 

Antes mesmo da elaboração do relatório final, os cientistas expressaram a sua posição, em telegrama aos Frades Menores Conventuais, sob cuja guarda encontra-se Igreja do Milagre (desde 1252, chamada de São Francisco): 'E o Verbo se fez Carne!' 


Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões deste trabalho. Os estudos se prolongaram por 15 meses e as conclusões de todas as investigações confirmaram por completo os resultados previamente publicados na Itália.