Pai! Que eu
deplore a cada minuto a insensatez dos homens diante de Vós, mas que meu coração
nunca ouse julgar, em Vosso nome, nenhum dos vossos filhos...
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
'DAI A DEUS O QUE É DE DEUS'
Páginas do Evangelho - Vigésimo Nono Domingo do Tempo Comum
Os fariseus encontravam-se plasmados em fúria; Jesus lhes dera a conhecer a dureza dos seus corações por meio de diversas parábolas. Tramavam a morte do Senhor, mas não a ousavam praticar de pronto temendo a perda de controle da situação e a insubmissão do povo. Era preciso criar subterfúgios, angariar apoio com encenações hipócritas, mentir e difamar, submeter Jesus a ciladas constrangedoras. Era preciso fazer a perfídia humana assumir a dimensão diabólica de um deicídio.
As velhas serpentes mandam alguns dos seus próprios discípulos e outros tantos coligados a Herodes para, com uma questão aparentemente proposta na forma de um dilema de consequências desastrosas, imporem a Jesus uma prova definitiva de condenação pública e explícita. Depois das adulações fraudulentas - ' Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus... (Mt 22, 16), questionam Jesus se seria lícito ou não pagar o tributo imposto pelo governo romano. Em caso de uma resposta afirmativa, seria um declarado manifesto de submissão ao domínio de Roma; em caso negativo, Jesus seria o potencial mentor de uma sublevação.
Percebendo a malícia diabólica daqueles homens, Jesus os revela publicamente como hipócritas e, tomando nas mãos uma moeda cunhada com a efígie do imperador romano e, em resposta à declaração pública de que a figura e a inscrição presentes na mesma referem-se a César, responde: 'Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus' (Mt 22, 21). Em outros termos, Jesus declara à turba ensandecida dos fariseus: as obras humanas são necessárias, boas em si e devem ser feitas de acordo e ajustadas às circunstâncias e valores do mundo; as obras humanas inseridas na vida plena com Deus, entretanto, tornam-se instrumentos de graças e de salvação eterna.
Na moeda romana, convergem a figura de um homem e o valor de uma dada atividade humana. No espelho da alma, reflete-se em nós a própria imagem de Deus. Possuir e conviver com as coisas do mundo e delas se ocupar no cotidiano de nossas vidas, é vida que segue, é o suor do trabalho de nossa herança adâmica. Buscar as coisas do Alto, e projetar todas as nossas ações e pensamentos para a suprema glória divina, é o triunfo de nossa herança como filhos de Deus. No mundo ou passando pelo mundo, o livre arbítrio nos conduz a vivermos para César ou para Deus.
sábado, 18 de outubro de 2014
GOTAS DE AMOR
111. Compreendi que, o amor de Nosso Senhor se revela tão bem na mais simples alma, que não resiste em nada à sua graça, quanto na mais sublime. (MA.2v)*
112. Como é próprio do amor se abaixar, se todas as almas parecessem como as dos Santos doutores, que iluminaram a Igreja com a claridade de suas doutrinas, parece que o bom Deus não desceria bastante ao vir aos seus corações. (MA.2v-3r)
116. Felizmente terei o céu para me vingar, meu Esposo é muito rico e eu usarei dos seus tesouros de amor. (MA.29v)
117. Eu vejo que tudo é vaidade e aflição de espírito sob o sol; que o único bem é amar a Deus de todo seu coração e ser, aqui na terra, pobre em espírito. (MA.32v)
118. Ah, como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma! Foi um beijo de amor, eu me sentia amada e dizia também: 'Eu vos amo, eu me dou a vós para sempre'. (MA.35r)
119. O bom Deus me deu um coração tão fiel, que quando ele ama puramente, ama para sempre. (MA.38r)
120. Como um coração entregue à afeição das criaturas pode se unir intimamente a Deus? Sinto que isso não é possível. Sem ter bebido na taça envenenada do amor demasiado ardente das criaturas, sinto que não posso me enganar: vi tantas almas seduzidas por essa falsa luz, voar como pobres mariposas e queimar as asas, em seguida voltar para a verdadeira, a doce luz do amor, que lhes dava asas novas mais brilhantes e mais ligeiras. (MA.38r-38v)
121. Ele quer que eu o ame, porque me perdoou, não muito, mas tudo. (MA.39r)
123. Compreendi que, se era amada na terra, o era também lá no céu. (MA.44r)
124. Parecia-me ouvir Jesus me dizer como à samaritana: “Dá-me de beber!". Era uma verdadeira troca de amor; às almas eu dava o sangue de Jesus, a Jesus eu oferecia essas mesmas almas refrescadas pelo seu orvalho divino; assim me parecia matar-Lhe a sede e quanto mais eu lhe dava de beber, tanto mais a sede de minha pobre alminha aumentava e era essa sede ardente que Ele me dava, como a mais deliciosa bebida de seu amor. (MA.46v)
126. Eu já pressentia o que Deus reserva àqueles que o amam (não com o olho do homem, mas com o do coração) e vendo que, as recompensas eternas não tinham nenhuma proporção com os leves sacrifícios da vida, queria amar, amar Jesus com paixão, dar-lhe mil provas de amor, enquanto ainda pudesse. Copiei várias passagens sobre o perfeito amor e sobre a recepção que o bom Deus deve fazer a seus eleitos no momento, em que Ele mesmo se tornará sua grande e eterna recompensa. Eu repetia sem cessar as palavras de amor, que tinham abrasado meu coração. (MA.47v)
127. Sim, era bem levemente que seguíamos os passos de Jesus; as faíscas de amor que Ele semeava à mancheias nas nossas almas, o vinho delicioso e forte que nos dava para beber faziam desaparecer a nossos olhos as coisas passageiras e de nossos lábios saíam aspirações de amor inspiradas por Ele. (MA.48r)
128. A dúvida não era possível, já a Fé e a Esperança não eram mais necessárias, o amor nos fazia encontrar na terra Aquele que buscávamos. (MA.48r)
129. Porque eu era pequena e fraca, Ele se abaixava para mim e me instruía em segredo sobre as coisas de seu amor. (MA.49r)
131. Sobretudo, crescia no amor do bom Deus, sentia em meu coração élans desconhecidos de verdadeiros transportes de amor. Uma noite, não sabendo como dizer a Jesus que o amava e quanto desejava que Ele fosse amado e glorificado por toda parte, pensei, com dor, que Ele jamais poderia receber do inferno um só ato de amor; então, disse ao bom Deus que, para lhe dar prazer, consentiria até me ver mergulhada no inferno, a fim de que Ele fosse amado eternamente naquele lugar de blasfêmia. Eu sabia que isso não poderia glorificá-lo, pois Ele não deseja senão nossa felicidade, mas quando se ama, sente-se a necessidade de dizer mil loucuras. (MA.52r)
132. Se eu falava da sorte (dos eleitos), não era porque o céu excitasse meu desejo, pois, então, meu céu não era outro senão o Amor. (MA.52v)
133. Como os passarinhos aprendem a cantar ouvindo seus pais, assim também as crianças aprendem a ciência das virtudes, o canto sublime do Amor Divino, junta dos almas encarregadas de formá-las para a vida. (MA.53r)
134. Esquecerei, facilmente, meus pobres interessesinhos, ao ver a grandeza e o poder do Deus, ao qual unicamente quero amar. (MA.58r)
137. O amor da mortificação também me foi dado, ele foi tão grande que nada do que me era permitido podia satisfazê-lo. (MA.74v)
138. Jesus, só te peço a paz e também o amor, o amor infinito sem outro limite fora de ti... o amor que não seja mais eu mas tu, meu Jesus! (MA.76bis)
139. Com o amor não somente avanço, mas voo. (MA.80v)
140. Eu voei nos caminhos do amor... (MA.80v)
141. Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos. (MA.81v)
142. O bom Deus dá o cêntuplo, já nesta vida, às almas que, por seu amor, deixaram tudo. (MA.81v)
143. Agora, já não tenho mais nenhum desejo, a não ser o de amar Jesus até à loucura. (MA.82v)
144. Não desejo mais nem o sofrimento, nem a morte, contudo os amo a todos os dois, mas é só o amor que me atrai. (MA.83r)
146. Sem dúvida, pode-se cair, pode-se cometer infidelidades, mas, sabendo o amor tirar proveito de tudo, bem depressa consome tudo o que pode desagradar a Jesus, não deixando senão uma humilde e profunda paz no fundo do coração. (MA.83r)
147. Parece-me que, se todas as criaturas tivessem as mesmas graças que eu, o bom Deus não seria temido por ninguém, mas amado até à loucura, e que, por amor, e, não, por temor, jamais alguma alma consentiria em lhe dar desprazer. (MA.83v)
148. Ó meu Deus, vosso Amor menosprezado vai permanecer no vosso Coração? Parece-me que, se encontrásseis almas que se oferecessem como vítimas de holocaustos ao vosso Amor, vós as consumiríeis rapidamente. (MA. 84r)
149. Ó meu Jesus, que seja eu essa feliz vítima, consumi vosso holocausto pelo fogo de vosso divino amor! (MA.84r)
150. Oh, como é doce o caminho do Amor! (MA.84v)
153. Eis tudo o que Jesus reclama de nós, Ele não tem nenhuma necessidade de nossas obras, mas somente de nosso amor, pois esse mesmo Deus que declara não ter necessidade de nos dizer se tem fome, não temeu mendigar um pouco de água à Samaritana. Ele tinha sede... Mas, ao dizer: 'dá-me de beber', era o amor de sua pobre criatura, que o Criador do universo reclamava. Ele tinha sede de amor... Ah, eu o sinto mais do que nunca, Jesus está sedento, Ele só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo e entre seus próprios discípulos, Ele encontra, oh! poucos corações, que se entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura de seu Amor infinito. (MB.1v)
154. Compreendi que o Amor englobava todas as vocações, que o Amor era tudo, que ele abraçava todos os tempos e todos os lugares...em uma palavra, que ele é eterno! (MB.3v)
155. Ó farol luminoso do amor, eu sei como chegar a ti, encontrei o segredo de me apropriar de tua chama. (MB.3v)
156. Ó Jesus, eu o sei, amor só se paga com amor, por isso busquei, encontrei o meio de aliviar meu coração retribuindo-te Amor por Amor. (MB.4r)
157. Sim, meu Bem-Amado, eis como se consumirá minha vida... Não tenho meio para te provar meu amor senão jogar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra, aproveitar todas as menores coisas e fazê-las por amor. (MB.4r-4v)
158. Eu o sinto, ó Jesus, depois de ter aspirado às mais elevadas regiões do amor, se me for necessário não atingi-las um dia, terei experimentado mais doçura no meu martírio, na minha loucura, do que experimentarei no meio das alegrias da pátria, a menos que, por um milagre, tu me tires a lembrança de minhas esperanças terrestres. Então, deixa-me gozar, durante meu exílio, das delícias do amor. (MB.4v)
163. Ó Jesus, deixa-me, no excesso de minha gratidão, deixa-me dizer que, teu amor vai até à loucura. (MB.5v)
167. Parece-me que nada me impede de voar, pois não tenho mais grandes desejos a não ser o de amar até morrer de amor. (MC.7v)
169. Meu Deus, por vosso amor, eu aceito tudo! (MC.9v)
173. O amor se alimenta de sacrifícios. Quanto mais a alma se recusa satisfações naturais, tanto mais sua ternura se torna forte e desinteressada. (MC.21v)
177. Ó meu Jesus, a alma que se joga no oceano sem praias de vosso amor, arrasta consigo todos os tesouros, que possui. (MC.34r)
178. Vosso amor me preveniu desde minha infância, cresceu comigo, e, agora, é um abismo, cuja profundidade não posso sondar. O amor atrai o amor, por isso, meu Jesus, o meu se lança para vós, ele quisera superar o abismo que o atrai, mas, ah! é apenas uma gota d'água perdida no oceano. Para vos amar, como Vós me amais, devo tomar emprestado vosso próprio amor. (MC.35r)
179. Ó meu Jesus, é, talvez, uma ilusão, mas me parece que não podeis cumular uma alma com mais amor do que cumulastes a minha; é por isso que ouso vos pedir para amar os que me destes como vós me amastes. Um dia, no céu, se descubro que as amais mais do que a mim, alegrar-me-ei com isso, reconhecendo, desde agora, que essas almas merecem vosso amor bem mais do que a minha; mas, aqui na terra, não posso conceber uma maior imensidade de amor do que a que vos aprouve me prodigalizar, gratuitamente, sem nenhum mérito de minha parte. (MC.35r)
180. Para vos amar como Vós me amais, preciso tomar emprestado vosso próprio amor, então somente encontro repouso. (MC.35r)
181. Eis a minha oração: peço a Jesus que me arraste para as chamas de seu amor, para me unir tão estreitamente a Ele, que Ele viva e aja em mim. (MC.36r)
182. Sinto que quanto mais o fogo do amor abrasar meu coração, tanto mais direi: Atraí-me; tanto mais também as almas que se aproximarem de mim (pobre pedaço de ferro inútil, se me afastasse da fornalha divina), correrão com rapidez ao odor dos perfumes de seu Bem-Amado, pois uma alma abrasada de amor não pode ficar inativa. (MC.36r)
185. O amor pode fazer tudo, as coisas mais impossíveis não parecem difíceis. Jesus não olha tanto a grandeza das ações, nem mesmo as suas dificuldades, quanto o amor que faz praticar esses atos. (CT.65)
187. Àqueles que amam mais, Ele dá mais cruz, àqueles que amam menos Ele dá menos! (CT.81)
190. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus... ele nos aproximará dEle, durante toda a eternidade! (CT.89)
191. Só temos os curtos instantes de nossa vida para amar Jesus, o diabo o sabe muito bem, por isso ele procura fazer que ela se consuma em trabalhos inúteis. (CT.92)
192. Ah, se você soubesse como o bom Deus é ofendido! Sua alma é bem talhada para consolá-LO... ame-O até à loucura, por todos aqueles que não O amam! (CT.93)
200. Jesus quer nos fazer beber seu cálice até a última gota... não lhe recusemos nada, Ele tem tanta necessidade de amor e está tão sedento, que espera de nós a gota d'água que deve refrescá-lo! (CT.107)
202. Quanto a mim, não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o Amor... Amar, como o nosso coração é bem feito para isso!... Por vezes, busco outra palavra para exprimir o amor, mas na terra do exílio as palavras são impotentes para expressarem todas as vibrações da alma, por isso é preciso se ater a essa palavra única: Amar! (CT.109)
207. Parece-me que o amor pode suprir uma longa vida. Jesus não olha o tempo, porque este não existe no céu, Ele só deve olhar o amor. (CT.114)
212. Parece-me que o bom Deus não tem necessidade de anos, para realizar sua obra de amor em uma alma, um raio de seu coração pode, em um instante, fazer desabrochar sua flor para a eternidade! (CT.124)
216. Jesus tem por nós um amor tão incompreensível, que deseja que tenhamos parte com Ele na salvação das almas. (CT.135)
218. Como é fácil agradar a Jesus, fascinar seu coração, basta amá-Lo sem se olhar para si mesmo, sem examinar demais seus defeitos. (CT.142)
222. 'Vinde, benditos de meu Pai! Porque tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era um estrangeiro e me acolhestes. Estava na prisão, doente e me socorrestes'. Foi Jesus mesmo quem pronunciou essas palavras, é Ele que quer nosso amor, quem o mendiga. (CT.145)
225. Todos os mais belos discursos dos maiores santos seriam incapazes de fazer brotar um só ato de amor de um coração, que não fosse possuído por Jesus. (CT.147)
230. Qual das Teresas será a mais fervorosa?... Aquela que for a mais humilde, a mais unida a Jesus, a mais fiel em fazer todas suas ações por amor! (CT.164)
231. Tudo é grande na vida religiosa... apanhar do chão um alfinete por amor pode converter uma alma. Que mistério! (CT.164)
232. Peça para que Ele me abrase com o fogo de seu amor, a fim de que eu possa, em seguida, ajudá-lo a acendê-lo nos corações. (CT.189)
240. Compreendo muito bem que, só o amor pode nos tornar agradáveis ao bom Deus, que esse amor é o único bem que ambiciono. (CT.196)
243. Sinto, mais do que nunca, que Jesus está sedento, Ele só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo, e entre os seus próprios discípulos Ele encontra poucos corações, que se entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura de seu amor infinito. (CT.196)
247. Trabalhemos juntos pela salvação das almas, só temos o único dia desta vida para salvá-las e dar assim ao Senhor provas de nosso amor. (CT.213)
250. No céu desejarei a mesma coisa que na terra: amar Jesus e fazê-Lo amado! (CT.220)
255. Como duvidar de que o bom Deus possa abrir as portas de seu reino a seus filhos, que o amaram até sacrificar tudo por Ele, que não somente deixaram suas famílias e suas pátrias para fazê-Lo conhecido e amado, mas ainda desejam dar suas vidas por Aquele que amam? Jesus tinha mesmo razão em dizer que não há maior amor do que esse! (CT.226)
257. Só conto com o amor, peça ao bom Jesus que todas as orações, que estão sendo feitas por mim, sirvam para aumentar o Fogo que deve me consumir. (CT.242)
259. Esqueça de tudo que não seja Jesus, esqueça-se de si mesmo por Seu amor! (CT.251)
262. Que sua vida seja toda de humildade e de amor, a fim de que, em breve, você venha para onde eu vou: para os braços de Jesus! (CT.264)
269. Viver de amor é banir todo temor; toda lembrança das faltas passadas. (PN.17,6)
270. Eis o meu céu... eis o meu destino: Viver de Amor!!! (PN.17,15)
273. Eu vos ofereço todas as batidas do meu coração, como outros tantos atos de amor e de reparação e os uno aos vossos méritos infinitos. (Or.7)
274. Amanhã, com a ajuda de vossa graça, recomeçarei uma nova vida, da qual cada instante será um ato de amor e de renúncia. (Or.7)
276. Sou prisioneira de vosso Amor, eu, livremente, fechei a corrente que me une a Vós e me separa para sempre do mundo ... (Or.17)
277. Ó meu Jesus, lutarei por vosso amor até à noite da minha vida. (Or.17)
278. Se, por impossível, o bom Deus mesmo não visse minhas boas ações, eu não ficaria de modo nenhum aflita. Eu O amo tanto, que quisera lhe dar prazer, mesmo que Ele não soubesse que fora eu. (CA.9.5.3)
279. Aceito tudo por amor do bom Deus, mesmo todas as espécies de pensamentos extravagantes, que me vêm ao espírito. (CA.4.6.3)
280. Morrer será minha felicidade, viver o será ainda, porque não quero senão o que quer o bom Deus, tudo por seu amor. (CTest.6-5.6)
282. Pois bem, eu começava minha Via Sacra e eis que, de repente, fui tomada por um tão violento amor pelo bom Deus, que não posso explicar senão dizendo que, era como se me tivessem jogado toda inteira no fogo. Oh, que fogo e que doçura ao mesmo tempo! Eu ardia de amor e sentia que um minuto, um segundo a mais, não teria podido suportar aquele ardor sem morrer. (CA.7.7.2)
283. Desde a idade de 14 anos, que tive também assaltos de amor. Ah, como eu amava o bom Deus! Mas, não como depois do meu oferecimento ao Amor, não era uma verdadeira chama que ardia. (CA.7.7.2)
284. O amor vale mais do que a admiração. (CA.12.7.2)
290. Muitíssimas vezes, quando o posso, repito meu oferecimento ao Amor. (CA.29.7.9)
292. Oh, como o bom Deus é pouco amado nesta terra!... mesmo pelos padres e pelos religiosos...Não, o bom Deus não é muito amado... CA.7.8.2)
293. Se é mesmo por amor que olho o céu, é por amor pelo bom Deus, pois tudo que faço, os movimentos, os olhares, tudo, desde meu oferecimento, é por amor. (CA.8.8.2)
294. Sim, amo o meu penar... Amo tudo o que o bom Deus me dá. (CA.14.8.1)
297. Eu disse tudo... tudo está consumado!...Só o amor conta! (NV.29.9.6)
298. E eu não me arrependo de me ter entregado ao Amor... Oh, não, eu não me arrependo, pelo contrário! (CA.30.9)
299. Meu Deus, eu vos amo! (últimas palavras de Santa Teresinha).
(Excertos da obra 'Santa Teresinha em Gotas', do Monsenhor Pedro Cavalcante, 1994)
* referências bibliográficas aos manuscritos, cartas e demais documentos escritos pela santa de Lisieux.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
A BÍBLIA EXPLICADA (XII)
Nas Sagradas Escrituras, as relações homossexuais constituem atos intrinsecamente desordenados e são condenadas peremptoriamente como graves distúrbios e depravações da conduta humana e, como tal, contrárias à ordem natural e não infundidas por Deus. A orientação homossexual não procedendo de Deus e, mais que isso, conformando uma paixão de torpeza à criatura humana e não de louvor à glória do Criador, constitui, portanto, gravíssimo pecado mortal. Essa é, sintética e objetivamente, o que fala e ensina a Santa Igreja, dogmática e esposa fiel de Cristo, sem alterar um til das palavras do Evangelho.
- I Coríntios 6, 9 - 10
9. Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,
10. nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.
- Romanos I
1. Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser apóstolo, reservado para anunciar o Evangelho de Deus;
15. Daí o ardente desejo que eu sinto de vos anunciar o Evangelho também a vós, que habitais em Roma.
17. Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé (Hab 2, 4).
18. A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade.
21. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato.
24. Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos.
25. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém!
26. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza.
27. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.
28. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno.
29. São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade.
30. São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais.
31. São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia.
32. Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem.
- São Judas, I
1. Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos eleitos bem-amados em Deus Pai e reservados para Jesus Cristo.
5. Quisera trazer-vos à memória, embora saibais todas estas coisas: o Senhor, depois de ter salvo o povo da terra do Egito, fez em seguida perecer os incrédulos.
6. Os anjos que não tinham guardado a dignidade de sua classe, mas abandonado os seus tronos, ele os guardou com laços eternos nas trevas para o julgamento do Grande Dia.
7. Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que praticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
8. Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias.
16. Estes são murmuradores descontentes, homens que vivem segundo as suas paixões, cuja boca profere palavras soberbas e que admiram os demais por interesse.
17. Mas vós, caríssimos, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo,
18. os quais vos diziam: No fim dos tempos virão impostores, que viverão segundo as suas ímpias paixões;
19. homens que semeiam a discórdia, homens sensuais que não têm o Espírito.
22. Para com uns exercei a vossa misericórdia, repreendendo-os,
23. e salvai-os, arrebatando-os do fogo. Dos demais tende compaixão, repassada de temor, detestando até a túnica manchada pela carne.
A verdade divina é pautada pelas pedras do calvário; a misericórdia não prescinde da penitência e da dor - intensíssima dor - em relação ao pecado. Quando o pecado torna-se relativo, a sã doutrina é vitimada brutalmente, porque tudo passa a ter a essência do mal traduzida, então, na essência do mas...
Os ensinamentos tradicionais rejeitam explicitamente o divórcio e o casamento homossexual, mas... por que segregar os homossexuais e as novas uniões heterossexuais? A doutrina católica sobre família e matrimônio deve ser mantida inviolável, mas... as comunidades cristãs não seriam capazes de aceitar e acolher os homossexuais, aceitando e valorizando sua orientação sexual? A vida da graça em Deus é tangida pelo sacramento e a indissociabilidade, mas... os homossexuais não têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã? Quem tem mas de mais, tem doutrina de menos; se a verdade pode ser relativizada, ela deixou de ser a Verdade e, não sendo a Verdade, não pode ser a Igreja de Cristo.
Os ensinamentos tradicionais rejeitam explicitamente o divórcio e o casamento homossexual, mas... por que segregar os homossexuais e as novas uniões heterossexuais? A doutrina católica sobre família e matrimônio deve ser mantida inviolável, mas... as comunidades cristãs não seriam capazes de aceitar e acolher os homossexuais, aceitando e valorizando sua orientação sexual? A vida da graça em Deus é tangida pelo sacramento e a indissociabilidade, mas... os homossexuais não têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã? Quem tem mas de mais, tem doutrina de menos; se a verdade pode ser relativizada, ela deixou de ser a Verdade e, não sendo a Verdade, não pode ser a Igreja de Cristo.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
DAS VAIDADES DESTE MUNDO
Quid prodest homini, si mundum universum lucretur, animae vero suae detrimentum patiatur? — 'Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?' (Mat 16, 26)
Sumário. Os nossos parentes e amigos que estão na eternidade, lá da outra vida, nos recomendam que não diligenciemos alcançar neste mundo senão os bens que nem mesmo a morte nos faz perder. Com efeito, de que aproveita ganharmos o mundo inteiro, se depois perdermos a alma? Perdida a alma, perdemos tudo! Penetrados desta grande máxima, quantos jovens se resolveram a encerrar-se nos claustros, quantos anacoretas a viver nos desertos, quantos mártires a dar a vida por Jesus Cristo!
I. Um filósofo antigo, de nome Aristipo, fez em certa ocasião uma viagem por mar. O navio naufragou e o filósofo perdeu todos os seus bens, mas arribou felizmente à praia. Como era muito conhecido pelo seu saber, os habitantes do país o indenizaram de tudo que tinha perdido. Pelo que escreveu depois aos amigos da pátria que, avisados pelo seu exemplo, se premunissem somente daqueles bens que nem com o naufrágio se perdem. É isto exatamente o que lá do outro mundo nos recomendam os parentes e amigos que estão na eternidade: isto é, que não diligenciemos alcançar neste mundo senão os bens que nem a morte nos faz perder.
De que nos serve, diz Jesus Cristo, ganhar o mundo inteiro, se na morte, perdida a alma, perdemos tudo? Quid prodest homini, si universum mundum lucretur? Penetrados desta grande máxima, quantos jovens resolveram encerrar-se nos claustros, quantos anacoretas foram viver no deserto, quantos mártires deram a vida por Jesus Cristo! — Com esta máxima Santo Inácio de Loyola ganhou muitas almas para Deus; especialmente a bela alma de São Francisco Xavier, que estando em Paris se entregava a projetos mundanos. 'Francisco', disse-lhe um dia o Santo, 'pensa que o mundo é traidor, que promete e não cumpre. Ainda quando cumprisse o que te promete, nunca poderia contentar-te o coração. Suponhamos que te contente: quanto tempo durará a tua felicidade? Mais que a vida? E afinal, o que poderás levar para a eternidade? Há porventura algum rico que tenha levado consigo uma moeda sequer, ou um criado para a sua comodidade? Há porventura algum rei que tenha levado consigo um fio de púrpura como distintivo?'
Tocado destas reflexões, Francisco renunciou ao mundo, seguiu Santo Inácio; e se fez santo. Vanitas vanitatum — 'Vaidade das vaidades!' — era assim que Salomão chamava a todos os bens do mundo, depois de não se ter recusado prazer algum dos que o mundo pode oferecer: Vanitas vanitatum, et omnia vanitas — 'Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade!'
II. Procuremos viver de maneira que se nos não possa dizer na morte o que foi dito àquele egoísta do Evangelho: Stulte, hac nocte animam tuam repetent a te, quae autem parasti, cuius erunt? — 'Insensato, vais morrer, e que será feito dos bens que amontoaste?' Procuremos ser ricos não em bens mundanos, mas em Deus, em virtudes e em merecimentos, bens estes que nos acompanharão para sempre no céu. Numa palavra, cuidemos adquirir o grande tesouro do amor divino; pois que, no dizer de Santo Agostinho, embora estejamos de posse de todas as riquezas, seremos os mais pobres do mundo, se não possuirmos a Deus; o pobre, porém, que possui a Deus pelo amor, possui tudo.
Ah, meu Jesus, meu Redentor! Graças Vos dou por me terdes feito conhecer o meu desvario e o mal que fiz, voltando as costas a quem por mim sacrificou o sangue e a vida. Em verdade que não merecíeis da minha parte ser tratado como Vos tratei. Se a morte me surpreendesse nesta hora, que haveria em mim senão pecados e remorsos de consciência, que me fariam morrer em grande inquietação? Meu Salvador, confesso que fiz mal abandonando-Vos, o supremo Bem, pelas miseráveis satisfações deste mundo. Do fundo do coração me arrependo. Ah! Por essa dor que Vos fez morrer na cruz, dai-me tão grande dor de meus pecados que me faça chorar durante o resto da minha vida os agravos que contra Vós cometi. Meu Jesus, meu Jesus, perdoai-me; prometo nunca mais desagradar-Vos e amar-Vos sempre.
Senhor, não sou mais digno de vosso amor, porque o desprezei tanto no passado; mas Vós dissestes que amais a quem Vos ama: Ego diligentes me diligo. Amo-Vos; amai-me, pois, também. Não quero mais estar na vossa desgraça. Renuncio a todas as grandezas e gozos do mundo, contanto que me ameis. Meu Deus, atendei-me por amor de Jesus Cristo. Ele Vos pede que não me repilais do vosso coração. A Vós me consagro sem reserva; sacrifico-Vos a minha vida, as minhas satisfações, os meus sentidos, a minha alma, o meu corpo, a minha vontade e liberdade. Aceitai-me; e não me desprezeis, como o merecia, por ter tantas vezes desprezado a vossa amizade. Virgem Santíssima e minha Mãe, Maria, pedi a Jesus por mim; em vossa intercessão deposito toda a minha confiança.
(Excertos da obra 'Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano', de Santo Afonso Maria de Ligório, Tomo II)
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