Diferentes ícones antigos, reproduzindo a face de Cristo, confrontados com a imagem de Jesus gravada no Sudário de Turim.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
OS ÚLTIMOS TEMPOS E A ERA DO ESPÍRITO SANTO
'Existe um tesouro escondido, uma riqueza que não foi explorada nem é apreciada pelo seu verdadeiro valor, e que é, contudo, o que tem maior valor no céu e na terra: o Espírito Santo. Nem o próprio mundo das almas o conhece devidamente. Ele é a Luz das inteligências e o fogo que abrasa os corações. Se há tibieza, se há frio ou fragilidade, e tantos outros males que afligem o mundo espiritual, e mesmo a minha Igreja, é porque não se recorre ao Espírito Santo.
A sua missão no céu, a sua Vida, o seu Ser, é o Amor. Na terra, a sua missão consiste em encaminhar as almas para esse lar do Amor que é Deus. Com Ele, possui-se tudo o que se pode desejar. Se há tristeza, é porque não se recorre a este Divino Consolador, Ele que é a alegria espiritual perfeita. Se há fragilidade, é porque não se apoiam sobre Aquele que é a Força Invencível. Se existem erros, é porque desprezam Aquele que é a Luz. A fé apaga-se por ausência do Espírito Santo.
Em cada coração e na Igreja inteira, não se rende ao Espírito Santo o culto que lhe é devido. A maior parte dos males que se deplora na Igreja e nas próprias almas vem de que não se dá ao Espírito Santo a primazia que Eu dei a esta Terceira Pessoa da Trindade, que teve uma parte tão ativa na Incarnação do Verbo e na fundação da Igreja. Amam-no com tibieza, invocam-no sem fervor e em muitos corações, mesmo entre os meus, nem mesmo dEle se lembram. Tudo isso aflige profundamente o meu coração'.
'É tempo que o Espírito Santo reine!' dizia-me o Senhor como que comovido, 'e não de um reino longínquo, como uma coisa altíssima, se bem que o seja e não haja nada Maior do que Ele, pois que é Deus, unido e consubstancial com Pai e com o Verbo. Mas é preciso que Ele reine, perto, bem perto, em cada alma e em cada coração, em todas as estruturas da minha Igreja. No dia em que o Espírito Santo ser incorporado em cada pastor, em cada padre, como sangue bem íntimo, serão então renovadas as virtudes teologais, agora lânguidas, mesmo nos ministros da minha Igreja, devido à ausência do Espírito Santo. Então o mundo mudará, pois todos os males de que se lamentam hoje têm por causa o afastamento do Espírito Santo, que é o seu único remédio.
Que os ministros da minha Igreja reajam, por intermédio do Espírito Santo e, assim, todo o mundo das almas será divinizado. Ele é o eixo à volta de quem giram as virtudes. Não há virtude verdadeira sem o Espírito Santo. O impulso decisivo para levantar a minha Igreja do estado de prostração onde jaz, está em que se ative o culto ao Espírito Santo. Que se lhe dê o seu lugar, isto é, o primeiro lugar nas inteligências e nas vontades! A ninguém lhe faltará nada com esta riqueza celeste. O Pai e o Verbo, que sou Eu, desejamos uma renovação palpitante, vivificante do seu reino na Igreja'.
- 'Senhor, mas o Espírito Santo reina na Igreja, por que te queixas?'
- 'Ai dela, se assim não fosse! O Espírito Santo é, sem dúvida, a alma desta Igreja tão amada!'
'Mas aquilo de que me queixo é não se dar conta deste dom do céu, de não lhe darem a importância devida. A devoção ao Espírito Santo nos corações tornou-se rotineira, é cada vez mais lânguida, morna e secundária. Isso arrasta consigo males sem conta tanto na Igreja como em todas as almas. Eis porque as Obras da Cruz vêm renovar a sua devoção e estendê-la a toda a terra. Que o Espírito Santo reine nas almas, e o Verbo será conhecido e honrado, tomando a Cruz um impulso novo nas almas espiritualizadas pelo Amor Divino.
À medida que reinar o Espírito Santo, o sensualismo, que hoje invade a terra, desaparecerá. Jamais a Cruz criará raízes se o terreno não tiver sido antes preparado pelo Espírito Santo. Eis por que Ele te apareceu primeiro antes mesmo da visão da Cruz. Tal é a razão porque ele está no alto da Cruz do Apostolado.'
... 'As almas creem que o Espírito Santo está muito longe, num plano superior, em lugar inatingível. Na realidade, é a Pessoa divina que mais assiste à criatura. Acompanha-a por todo o lado, impregna-a de si mesmo, chama-a, zela por ela, cobre-a com a sua proteção, faz dela o seu templo vivo, defende-a, ajuda-a, guarda-a de todos os seus inimigos. Está mais perto da alma do que ela própria.
Todo o bem que uma alma executa, fá-lo por força da sua inspiração, da sua luz, da sua graça e do seu auxílio. E no entanto não é invocado, não é agradecido pela sua ação imediata e tão íntima em cada alma. Se invocas o Pai, se o amas, é pela ação do Espírito Santo. Se Me amas com ardor, se Me conheces, se Me serves, se Me copias, se te unes aos meus quereres e ao meu coração, é pelo Espírito Santo.
Consideram-no inacessível, e na realidade assim o é, mas também não existe nada de mais sensitivo, mais próximo e que mais socorre a criatura de que este Ser de uma transcendência suprema, este Espírito tão santo que reflete e que constitui uma mesma santidade com o Pai e o Filho. Os séculos passaram e Ele permanece sempre o Princípio de todas as coisas. Ele grava a sua marca nas almas e o caráter no sacerdote. Ele comunica a luz da fé e de todas as virtudes. Ele irriga e fecunda todo o campo da igreja. Apesar disso não o apreciam, não o conhecem, não o agradecem pela sua ação tão perpetuamente santificadora. Se acaso há ingratidão para Comigo, para com o Espírito Santo essa ingratidão é ainda maior.
Eis por que Eu quero que, no fim dos tempos, se manifeste a sua glória... Uma das dores interiores mais cruéis para o meu coração foi esta ingratidão de todos os tempos, a da idolatria, outrora dos ídolos, e hoje na adoração do homem em si mesmo, esquecendo-se do Espírito Santo. Nestes últimos tempos, a sensualidade estabeleceu o seu reinado no mundo; esta vida sensual ofusca e apaga a luz da fé nas almas. Por isso, torna-se necessário, mais do que nunca, que o Espírito Santo venha destruir e aniquilar satanás que, sob esta forma, se vai introduzindo até no seio da Igreja. '
Excertos do Diário de Conchita - Revelações feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Concepción Cabrera de Armida (1862 - 1937), vidente mexicana, fundadora das 'Obras da Cruz'.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
FELIZ E SANTO NATAL EM CRISTO!
Desejo a todos os nossos amigos visitantes um Santo e Feliz Natal.
Deseo a todos los amigos y visitantes Felices Navidades.
I wish to our friends' visitors an happy and Holy Christmas.
Je désire à tous nos amis un heureux et joyeux Noel.
Auguro a tutti gli amici uno Santo ed Felice Natale.
Ich wunshe to unsere Freude eine Wundabar und Stille Nacht.
IGREJA CATÓLICA: ALMA DO NATAL
(clicar na imagem para o vídeo)
AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NATAL
AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NATAL
(clicar na imagem para o vídeo)
NATAL
Jesus nasceu! e na pequena estrebaria
José apressa-se em fazer a manjedoura
ajunta palha e feno, mudo de alegria,
enquanto a Mãe em êxtase se entesoura
Os animais se aproximam cautelosos
inebriados diante a luz que transfigura
e os pastores de joelhos, jubilosos,
louvam o Criador agora criatura!
Há uma paz imensa nesta noite fria
todos os anjos cantam a doce melodia
que une céu e terra em amor profundo;
É Natal, a Mãe embala seu pequeno filho
e a luz que inunda a gruta tem o brilho
da salvação que libertou o mundo!
(Arcos de Pilares)
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (XI)
Era véspera de Natal. Eu havia prometido à minha esposa que, naquele ano, pelo menos naquele ano, eu estaria com ela na Missa de Natal. Nem me lembro da última vez que isso tinha acontecido. Na verdade, eu não ligava muito para as Festas e estava sempre disposto a cobrir os outros colegas nesta época para as entregas de fim de ano, para viagens de última hora, para atender os pedidos 'em cima da hora', tudo para ganhar um adicional sempre mais fácil e generoso.
Mas, nesse ano não, eu não ficaria de plantão no Natal, eu estaria fora das viagens não programadas, dos bônus polpudos. Tudo por causa da Missa de Natal em família. Era um bom propósito, não? Mas, atender aquela entrega num sítio tão próximo, tipo entrega rápida bate-e-volta, pareceu-me viável e confortável. Dava pra ganhar um troco e chegar em casa com tempo de sobra. Por que não?
Era uma entrega tão simples. Uma caixa. Um presente de Natal para alguém do tal sítio. Tinham me passado até um esquema do trajeto. Simples, fácil, maneiro. Mas não tinha encontrado sítio algum e estava tentando vir embora. E, agora, lá estava eu perdido no meio do mundo, sem eira nem beira, com o carro seminovo atolado no barro até o meio das rodas. Que ideia ir em um sítio por estradas de terra nesta época de chuvas colossais! Chuva, chuva, chuva... Um mar de barro, chuva sob chuva, pouco abaixo da estrada um riacho tinha virado rio e parecia que ia arrebentar por sobre as margens, que vacilo, meu Deus! E a missa?
Mas, nesse ano não, eu não ficaria de plantão no Natal, eu estaria fora das viagens não programadas, dos bônus polpudos. Tudo por causa da Missa de Natal em família. Era um bom propósito, não? Mas, atender aquela entrega num sítio tão próximo, tipo entrega rápida bate-e-volta, pareceu-me viável e confortável. Dava pra ganhar um troco e chegar em casa com tempo de sobra. Por que não?
Era uma entrega tão simples. Uma caixa. Um presente de Natal para alguém do tal sítio. Tinham me passado até um esquema do trajeto. Simples, fácil, maneiro. Mas não tinha encontrado sítio algum e estava tentando vir embora. E, agora, lá estava eu perdido no meio do mundo, sem eira nem beira, com o carro seminovo atolado no barro até o meio das rodas. Que ideia ir em um sítio por estradas de terra nesta época de chuvas colossais! Chuva, chuva, chuva... Um mar de barro, chuva sob chuva, pouco abaixo da estrada um riacho tinha virado rio e parecia que ia arrebentar por sobre as margens, que vacilo, meu Deus! E a missa?
O celular não pegava. O tempo não se consumia. O mesmo ar parado, gélido, as pancadas de chuva seguidas pela chuvinha miúda, o barulho da enchente do rio, o silêncio da passarada escondida. Não achava nenhuma pedra grande nas proximidades para servir de apoio às rodas, nenhum galho, nada. 'Como é que pode uma coisa dessas!' No riachão, devia ter muita pedra, mas... Impotente, ligava o motor apenas para fazer as rodas enlameadas deslizarem ainda mais em frenesi, fazendo meandros no barro mole e encharcado da estrada vazia.
Foi então que eu o vi. O menino franzino, mal vestido, caminhando em minha direção, com um boné meio de lado, com botas de borracha salpicando barro a cada passo. Encharcado até os ossos. Sorridente, perguntou de longe:
- Tem corrente não?
Não, eu não tinha corrente. Não tinha nada. Não tinha ideia de nada.
- Não. Você mora aqui?
- Lá - apontando para algum lugar em direção a um morrote distante - escutei o barulho do carro...
- Tem alguém lá que possa me ajudar?
- Num tem não. Meu pai e meu irmão mais velho saíram e não tem mais ninguém em casa. E ninguém mais mora por estas bandas.
Devo ter pensado 'Como alguém pode morar aqui?' num lugar tão ermo e tão distante de tudo. Pensei em chamá-lo para entrar no carro, mas ia encharcar o banco. E uma nova pancada de chuva grossa desabou sobre aquele mundo de dois personagens. Procurei dentro do carro, mais uma vez, algum pedaço de pano ou de jornal para limpar o rosto.
- Qual é o lugar mais próximo que eu posso pedir ajuda?
Na chuva pesada, ele pareceu não ouvir minha pergunta. Mas eu ouvi claramente o que ele disse:
- Você tem correntes...
- Como? Não, eu disse que não tenho correntes, nem pensei nisso.
Ele apontou para o carro. Eu não estava entendendo nada. Mas ele continuou:
- Você tem correntes...na caixa.
A caixa! Era para ele, para o pai dele? Ela era pesada mesmo. Seriam correntes para serem usadas num lugar daquele, numa chuva daquelas. Fazia sentido. Seria um belo presente de Natal... para eles e para mim também! Peguei a caixa, rasguei o papel e a abri: milagre! Eram duas correntes, mais valiosas que ouro naquela ocasião, exatamente para serem colocadas em pneus em épocas de chuvas.
- Isso vai resolver, o senhor vai vê...
Mais rápido do que qualquer coisa, o menino pegou as correntes da caixa e, com uma habilidade incrível, as colocou sobre cada uma das rodas traseiras. E ordenou, em seguida:
- Vamo lá, liga o carro, que agora ele vai...
Num movimento automático, sem questionamento algum, coloquei um tapete traseiro sobre o banco do motorista, sentei de imediato e girei a chave. O carro fez menção de girar como das outras vezes mas, de repente, quase que por outro milagre, desandou a avançar em linha reta para a frente como amparado por mãos invisíveis sobre aquela montanha de barro mole.
Quando parei, o chão era duro e pedregoso. Aquele menino tinha caído do céu. A chuva agora parecia um dilúvio e uma espessa neblina branca cobria toda a paisagem e era impossível divisar coisa alguma. Tomei a iniciativa de tirar, então, as correntes dos pneus traseiros mas, para a minha estupefação geral, não havia mais corrente alguma. Elas deveriam ter caído em algum lugar lá atrás, mas, graças a Deus, me permitiram sair da barreira.
Voltei correndo até o lugar em que havia deixado o menino, procurando as correntes perdidas. E, quanto mais corria, mais percebia que a distância percorrida estava fora de qualquer lógica. 'Eu não havia andado de carro tal distância!' E mais, o caminho lamacento não mostrava nenhum sinal das rodas do meu carro... Avancei mais cem, duzentos, trezentos metros... nada das correntes, nada da marca dos pneus, nada do menino. Somente a chuva torrencial inundando o mundo.
Voltei para o carro, e fiquei tentando apreender todos aqueles estranhos acontecimentos. E, mais do que nunca, precisava me apressar para assistir a Missa de Natal. Suspirei fundo e agradeci ao menino em pensamento. Volvi os olhos para a neblina branca que me blindava daquele passado recente e gritei, o mais alto que pude:
- Feliz Natal! Obrigado, menino. Feliz Natal!
Entrei no carro e dei a partida. E recomecei uma longa viagem para um encontro comigo mesmo. A chuva cessara de vez e a paisagem exalava a quietude das horas. E, à medida que o carro avançava pela estrada agora tão límpida e segura à minha frente, eu tinha a certeza absoluta de ter descoberto algo maior, bem maior, que o meu caminho de volta...
Foi então que eu o vi. O menino franzino, mal vestido, caminhando em minha direção, com um boné meio de lado, com botas de borracha salpicando barro a cada passo. Encharcado até os ossos. Sorridente, perguntou de longe:
- Tem corrente não?
Não, eu não tinha corrente. Não tinha nada. Não tinha ideia de nada.
- Não. Você mora aqui?
- Lá - apontando para algum lugar em direção a um morrote distante - escutei o barulho do carro...
- Tem alguém lá que possa me ajudar?
- Num tem não. Meu pai e meu irmão mais velho saíram e não tem mais ninguém em casa. E ninguém mais mora por estas bandas.
Devo ter pensado 'Como alguém pode morar aqui?' num lugar tão ermo e tão distante de tudo. Pensei em chamá-lo para entrar no carro, mas ia encharcar o banco. E uma nova pancada de chuva grossa desabou sobre aquele mundo de dois personagens. Procurei dentro do carro, mais uma vez, algum pedaço de pano ou de jornal para limpar o rosto.
- Qual é o lugar mais próximo que eu posso pedir ajuda?
Na chuva pesada, ele pareceu não ouvir minha pergunta. Mas eu ouvi claramente o que ele disse:
- Você tem correntes...
- Como? Não, eu disse que não tenho correntes, nem pensei nisso.
Ele apontou para o carro. Eu não estava entendendo nada. Mas ele continuou:
- Você tem correntes...na caixa.
A caixa! Era para ele, para o pai dele? Ela era pesada mesmo. Seriam correntes para serem usadas num lugar daquele, numa chuva daquelas. Fazia sentido. Seria um belo presente de Natal... para eles e para mim também! Peguei a caixa, rasguei o papel e a abri: milagre! Eram duas correntes, mais valiosas que ouro naquela ocasião, exatamente para serem colocadas em pneus em épocas de chuvas.
- Isso vai resolver, o senhor vai vê...
Mais rápido do que qualquer coisa, o menino pegou as correntes da caixa e, com uma habilidade incrível, as colocou sobre cada uma das rodas traseiras. E ordenou, em seguida:
- Vamo lá, liga o carro, que agora ele vai...
Num movimento automático, sem questionamento algum, coloquei um tapete traseiro sobre o banco do motorista, sentei de imediato e girei a chave. O carro fez menção de girar como das outras vezes mas, de repente, quase que por outro milagre, desandou a avançar em linha reta para a frente como amparado por mãos invisíveis sobre aquela montanha de barro mole.
Quando parei, o chão era duro e pedregoso. Aquele menino tinha caído do céu. A chuva agora parecia um dilúvio e uma espessa neblina branca cobria toda a paisagem e era impossível divisar coisa alguma. Tomei a iniciativa de tirar, então, as correntes dos pneus traseiros mas, para a minha estupefação geral, não havia mais corrente alguma. Elas deveriam ter caído em algum lugar lá atrás, mas, graças a Deus, me permitiram sair da barreira.
Voltei correndo até o lugar em que havia deixado o menino, procurando as correntes perdidas. E, quanto mais corria, mais percebia que a distância percorrida estava fora de qualquer lógica. 'Eu não havia andado de carro tal distância!' E mais, o caminho lamacento não mostrava nenhum sinal das rodas do meu carro... Avancei mais cem, duzentos, trezentos metros... nada das correntes, nada da marca dos pneus, nada do menino. Somente a chuva torrencial inundando o mundo.
Voltei para o carro, e fiquei tentando apreender todos aqueles estranhos acontecimentos. E, mais do que nunca, precisava me apressar para assistir a Missa de Natal. Suspirei fundo e agradeci ao menino em pensamento. Volvi os olhos para a neblina branca que me blindava daquele passado recente e gritei, o mais alto que pude:
- Feliz Natal! Obrigado, menino. Feliz Natal!
Entrei no carro e dei a partida. E recomecei uma longa viagem para um encontro comigo mesmo. A chuva cessara de vez e a paisagem exalava a quietude das horas. E, à medida que o carro avançava pela estrada agora tão límpida e segura à minha frente, eu tinha a certeza absoluta de ter descoberto algo maior, bem maior, que o meu caminho de volta...
('Histórias que Ouvi Contar' são crônicas do autor deste blog)
domingo, 22 de dezembro de 2013
A PROVAÇÃO DE SÃO JOSÉ
Páginas do Evangelho - Quarto Domingo do Advento
Neste Quarto Domingo do Advento, São Mateus nos revela em palavras o mistério divino da Encarnação do Verbo. Em Maria e José, criaturas humanas personalíssimas, Deus se manifesta através dos Seus anjos, no silêncio da contemplação de desígnios tão extraordinários. No Evangelho de hoje, José, o carpinteiro, será assombrado pelas dúvidas mais inclementes e inesperadas mas, na bondade do coração humano elevado às mais sublimes virtudes, vai corresponder com o seu próprio fiat à Santa Vontade de Deus.
Prometida a José, conforme os costumes judaicos da época, eis que Maria ficou grávida do Espírito Santo, antes das núpcias formais com o carpinteiro de Nazaré. Nossa Senhora guardou para si o maior mistério dos tempos. São José também fez do silêncio a sua obra de graça extremada: 'José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo' (Mt 1,19). E o evangelista vai traduzir com palavras aparentemente simples: 'Enquanto José pensava nisso...' (Mt 1, 20) o turbilhão de sentimentos, dor e humilhação que deveriam estar a afligir o esposo de Maria...
José conhecia a santidade e as graças de Maria do fundo do coração e tal certeza conflitava dramaticamente com a realidade dos fatos cada vez mais evidentes. E, muito provavelmente, José teve medo, de estar diante de algo que sublimava toda a sua dimensão humana, consubstanciado pela manifestação da Encarnação do Verbo proclamada por tantas profecias e revelações. E certamente se consumiu em pensamentos e reflexões contínuas e antagônicas naqueles dias de aflição, até que, testado e pesado no cadinho das sublimes virtudes, teve de Deus a revelação em sonho: 'José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados.Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco' (Mt 1, 20-23).
A provação de José é desfeita de imediato pela confirmação angélica da linhagem nobre de Jesus: 'José, Filho de Davi'... (Mt 1, 20), conforme as santas profecias. Desfaz-se a realidade humana e irrompe o mistério sobrenatural do nascimento do próprio Filho de Deus, 'pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados' (Mt 1, 21). Do rigor da provação humana ao êxtase da revelação dos Santos Mistérios, José obedeceu em tudo aos desígnios divinos e, assim, tornou-se o primeiro entre os homens a ser servo fiel da Virgem e do Menino.
sábado, 21 de dezembro de 2013
GALERIA DE ARTE SACRA (X)
BASÍLICA DE SÃO PAULO EXTRAMUROS
A Basílica de São Paulo Extramuros é uma das quatro basílicas patriarcais, sendo a segunda maior basílica católica de Roma (a primeira é a Basílica de São Pedro, localizada na Cidade do Vaticano). Dedicada ao apóstolo São Paulo, foi construída a mando do imperador Constantino, no século IV, no local onde, rezava a tradição, estava enterrado o santo, decapitado entre 65-67, no reinado do imperador Nero. O local estava situado na Via Ostiense, cerca de 2 km fora da Muralha Aureliana que então cercava a cidade de Roma, saindo-se pela chamada 'Porta São Paulo' (deriva daí o nome da basílica como extramuros ou 'fora dos muros').
Durante o pontificado do Papa Pio VII, na noite de 15 para 16 de julho de 1823, um incêndio destruiu a maior parte do edifício, deixando intacto apenas o claustro.
A atual basílica é uma reconstrução da estrutura original, iniciada no pontificado de Leão XII. Em 10 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX (1846-1876) fez a consagração da nova basílica, com a presença de um grande número de cardeais e bispos de Roma e de todas as partes do mundo, junto com a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria.
A construção tem 131,66 m de comprimento, 65 m de largura e 29,7 m de altura, sendo dotada de cinco naves, incluindo a grande nave central com quatro corredores definidos por uma cortina de 80 colunas de granito monolítico.
Sob as janelas da nave e dos corredores, em forma de medalhões, encontram-se os retratos de todos os papas, desde São Pedro até os dias atuais. A série de retratos foi iniciada pelo Papa Leão, o Grande (440-461). Os afrescos antigos foram destruídos no incêndio da basílica, sendo recuperados apenas 41, que se encontram atualmente no museu da Basílica. Em 1847, Pio IX deu início a uma nova série de retratos, agora na forma de medalhões, contemplando toda a sucessão apostólica de São Pedro. É tradição que, morrendo o papa, atualiza-se a série com a adição da imagem do novo pontífice e Sucessor de São Pedro.
Interior da nave central
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
SÍMBOLOS DO NATAL CRISTÃO
O presépio, como símbolo máximo do natal católico, deve ser simples, sem adereços e enfeites sofisticados; pelo contrário, a montagem deve ser a mais despojada possível, de forma a lembrar a grande simplicidade e as dificuldades materiais enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A montagem deve incluir os personagens básicos convencionais (gruta, animais, pastores, etc), mas as imagens da Virgem Maria, São José e do Menino Jesus somente devem ser inseridos no presépio na época mais próxima à Noite de Natal.
ÁRVORE DE NATAL
A árvore de Natal representa o símbolo da perseverança e da preparação cristã diante o nascimento do Menino Deus. Perseverança porque é réplica do pinheiro, única árvore que não perde as folhas no inverno e preparação porque deve ser adornada aos poucos, de forma continuada, durante todo o tempo do Advento. Assim, numa primeira etapa, o símbolo deve ficar limitado à própria árvore, sem quaisquer adereços, como expressão da perseverança cristã. Posteriormente (por exemplo, a partir de 17 de dezembro), a árvore deve ir ganhando luzes, cores, enfeites, beleza, para nos recordar a necessidade de uma preparação crescente de cada um diante o Natal em Cristo.
COROA DO ADVENTO
A coroa do Advento, comumente afixada na porta de entrada das residências, possui forma circular e deve ser feita com ramos verdes. Simboliza a unidade e a perfeição; nasce Jesus, filho do Deus vivo, Deus sem começo e sem fim, na unidade de um tempo firmado pelos homens. Em cada Domingo do Advento, acende-se uma vela em vigília pelo Natal, que vão sendo somadas nos domingos seguintes, até quatro velas acesas; eis a luz que se difunde e aumenta de intensidade gradualmente no tempo de preparação para o Natal.
Todos estes símbolos são mantidos após o Natal, para celebrar que a mensagem de Cristo avança para além dos tempos dos homens de outrora até o tempo dos homens finais. Na Data de Reis, 06 de janeiro, são, então, desmontados, dando início ao Tempo Comum da Igreja de Deus.
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