quarta-feira, 23 de julho de 2014

AS DORES DE MARIA POR SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ (II)

Quarta dor: Maria encontra o seu Filho a caminho do Calvário

Mal Jesus se levantou da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto do caminho por onde Ele passa. Com imenso amor, Maria olha para Jesus, e Jesus olha para a Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor. A alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo: 'Ó vós, que passais pelo caminho: olhai e vede se há dor semelhante à minha dor!' (Lam 1, 12).

Mas ninguém repara, ninguém presta atenção; apenas Jesus. Cumpriu-se a profecia de Simeão: 'uma espada trespassará a tua alma' (Lc 2, 35). Na escura solidão da Paixão, Nossa Senhora oferece ao seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade; um sim à Vontade divina. 

Pela mão de Maria, tu e eu queremos também consolar Jesus, aceitando sempre e em tudo a Vontade do Seu Pai, do nosso Pai. Só assim saborearemos a doçura da Cruz de Cristo e abraçá-la-emos com a força do Amor, levando-a em triunfo por todos os caminhos da terra (Via Sacra, IV Estação).

Quinta dor: Jesus morre na Cruz

Junto da Cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de de Cléofas, e Maria de Magdala. Ao ver sua mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse à sua Mãe: 'Mulher, eis aí o teu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí a tua mãe'. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: 'Tenho sede'. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam uma esponja no vinagre e, fixando-a a um ramo de hissopo, levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: 'Tudo está consumado'. E inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19, 25-30).

Agora, pelo contrário, no escândalo do sacrifício da Cruz, Santa Maria estava presente, ouvindo com tristeza os que passavam por ali e blasfemavam abanando a cabeça e gritando: Tu, que arrasas o templo de Deus e, em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz. Nossa Senhora escutava as palavras de seu Filho, unindo-se à sua dor: 'Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?' Que podia Ela fazer? Fundir-se com o amor Redentor de seu Filho, oferecer ao Pai a dor imensa - como uma espada afiada - que trespassava o seu Coração puro.

De novo Jesus se sente confortado com essa presença discreta e amorosa de sua Mãe. Maria não grita, não corre de um lado para outro. Stabat: está de pé, junto ao Filho. É então que Jesus olha para Ela, dirigindo depois o olhar para João. E exclama: 'Mulher, aí tens o teu filho'. Depois diz ao discípulo: 'Aí tens a tua Mãe'. Em João, Cristo confia à sua Mãe todos os homens e, especialmente, os seus discípulos, os que haviam de acreditar n'Ele.

Felix culpa, canta a Igreja, feliz culpa, porque nos fez ter tal e tão grande Redentor! Feliz culpa, podemos acrescentar também, que nos mereceu receber por Mãe, Santa Maria! Já estamos seguros, já nada nos deve preocupar, porque Nossa Senhora, coroada Rainha dos Céus e da Terra, é a onipotência suplicante diante de Deus. Jesus não pode negar nada a Maria, nem tão pouco a nós, filhos da sua própria Mãe (Amigos de Deus, 288).

(fonte: www.pt.josemariaescriva)