sábado, 20 de abril de 2013

DEZ PASSOS PARA A MORTIFICAÇÃO DO CORPO

1 – Limitai-vos, tanto quanto possível, em assuntos de comida, ao simplesmente necessário. Contemplai essas palavras que Santo Agostinho dirigia a Deus: 'Vós me ensinantes, ó Deus, a só tomar alimentos como simples remédios. Oh! Senhor, quem entre às vezes não cruza o limite? Se houver alguém, declaro que este homem é grande e que ele deve glorificar muito o seu nome.' (Confissões, Livro X, capítulo 31).

2 – Rezai a Deus frequentemente, rezai a Ele todos os dias para vos impedir, por sua graça, de ultrapassar os limites da necessidade e que não vos deixeis que vos dirijais para o atrativo do prazer.

3 – Não tomai nada entre as refeições, a menos em caso de necessidade ou de razões da conveniência.

4 – Praticai a abstinência e o jejum, mas fazei-os somente sob obediência e com discrição.

5 – Não lhe é proibido experimentar alguma satisfação corporal, mas o faça com uma intenção pura e abençoando Deus.

6 – Regulai o vosso sono, evitando, aqui, toda frouxidão, toda moleza, principalmente pela manhã. Fixai uma hora, se podeis, para dormir e levantar; deveis segui-la energicamente.

7 – Em geral, repousai apenas na medida do necessário; dedicai-vos generosamente ao trabalho, não vos poupeis em vossos esforços. Tomai cuidado para não extenuar vossos corpos, mas vigie para não agradá-los; assim que o perceberdes, um pouco que seja, disposto a brincar de mestre, trate-o como escravo.

8 – Se vós sentis qualquer ligeira indisposição, evitai ser uma carga aos outros por vosso mau humor; deixai aos vossos irmãos o cuidado de se queixarem por vós; sejais pacientes e mudos como o cordeiro divino que carregou todas as nossas dores.

9 – Cuidado para não usar a menor inquietação como uma razão de dispensa ou derrogação de vosso preceito ou ordem do dia: 'Deve-se odiar como uma peste toda dispensa em matéria de regras', escrevia São João Berchmans.

10 – Recebei com docilidade, suportai com humildade, paciência e perseverança, a mortificação terrível a que chamamos de doença.


(Revista Sel de la terre, n.º 7, p. 115-116, ‘La mortification chrétienne’, pelo Cardeal Désiré Mercier)