terça-feira, 25 de outubro de 2022

ORAÇÃO: 25 DE OUTUBRO DA DIVINA INFÂNCIA


A JESUS SOLITÁRIO

Jesus quis nascer fora da cidade, numa caverna solitária, para nos ensinar a amar a solidão e o silêncio. Com efeito, se entramos nessa gruta, não achamos senão solidão e silêncio: Jesus guarda silêncio na manjedoura; Maria e José o adoram e contemplam em silêncio. Feliz da alma que se retira à solidão de Belém para aí contemplar o amor de um Deus! 

Querido Salvador meu, vós sois o Rei do céu, o Rei dos reis, o Filho de Deus; como, pois, estais nesse estábulo e desamparado de todo mundo? Junto de vós vejo somente José e vossa santa Mãe! Ah! desejo ajuntar-me a eles para vos fazer companhia; não me recuseis esta graça. E' verdade que sou indigno dela; mas sinto que me convidais com os vossos doces atrativos. Sim, a vós venho, ó Amadíssimo Menino, deixo tudo para ficar só convosco, durante toda a minha vida, ó divino Solitário, único amor da minha alma! 

Quão insensato sou! No passado vos abandonei, ó meu Jesus, deixei-vos só, fui mendigar, junto das criaturas, prazeres miseráveis e venenosos; mas agora, iluminado pela vossa graça, não tenho outro prazer que viver só convosco, que quereis viver solitário aqui. Ah! quem me dará asas como as da pomba? (Sl 54, 7). Quem me dará a força de sair deste mundo, onde tantas vezes achei a minha ruína; fugir dele e ficar sempre convosco, alegria do paraíso e amigo verdadeiro da minha alma? 

Senhor, prendei-me ao vosso coração, a fim de que não aparte mais de vós e goze a felicidade de vos fazer indefectível companhia. Pelos merecimentos da vossa solidão na gruta de Belém, concedei-me recolhimento nunca interrompido, criai na minha alma um retiro solitário, no qual a minha única ocupação seja entreter-me convosco e submeter-vos todas as minhas ações e pensamentos, consagrar-vos todos os meus afetos, para que vos ame sempre, e suspire sem cessar pelo momento de sair da prisão do meu corpo, para vos ir amar sem véu na pátria dos santos. Amo-vos, ó Bondade infinita, e espero amar-vos sempre, no tempo e na eternidade. O' Maria, onipotente Maria, pedi a Jesus que me prenda com os laços do seu amor, e não permitais que me suceda perder novamente a sua graça. 


(A Divina Infância de Jesus, celebrada a cada dia 25 do mês, por Santo Afonso Maria de Ligório)