sábado, 14 de maio de 2022

OS MAIS BELOS LIVROS CATÓLICOS DE TODOS OS TEMPOS (7)

 13. CORNELIUS A LAPIDE TESOUROS

Cornelius a Lapide ou Cornelis Cornelissen Van den Steen (1567 – 1637) foi um jesuíta e exegeta flamengo, natural da cidade de Bocholt, na Bélgica. Ingressou na Companhia de Jesus em 15 de julho de 1592 e foi ordenado sacerdote em 24 de dezembro de 1595. Atuou por mais de 40 anos de sua vida religiosa ensinando as Sagradas Escrituras, inicialmente na Universidade de Louvain, entre 1598 e 1616 e depois no Colégio dos Jesuítas em Roma, entre 1616 e 1636, falecendo nesta cidade em 12 de março de 1637. 

Muitos dos seus comentários (como aqueles relativos às Epístolas de São Paulo, Atos dos Apóstolos, o Apocalipse ou Livro do Eclesiástico) foram compilados, revistos e publicados pelo próprio autor, mas muitos deles somente foram publicados após a sua morte. Os seus textos e comentários traduzem uma dura resposta às heresias da Reforma Protestante (principalmente às introduzidas por Lutero e Zwinglio), com ênfase em uma devoção especial à Santíssima Virgem e na defesa intransigente das doutrinas e ensinamentos da Santa Igreja. É obra de um homem profundamente apaixonado pela Igreja e dominado pela erudição bíblica das eras patrística e medieval, que fala e comenta as Sagradas Escrituras no contexto único dos ensinamentos dos Grandes Padres e da mais pura tradição da Igreja.

A coletânea dos seus volumosos comentários sobre passagens e textos de praticamente todos os livros das Sagradas Escrituras (com exceção do Livro dos Salmos e do Livro de Jó) tem sido sistematizada em uma obra de cunho geral, comumente designada com o nome de Tesouros de Cornelius a Lapide, ainda não integralmente traduzida para o português (existem versões traduzidas para o português apenas de alguns comentários isolados de sua obra monumental).

14. JEAN-BAPTISTE CHAUTARD A ALMA DE TODO APOSTOLADO

A Alma de Todo Apostolado é uma obra clássica da literatura cristã do século XX e tem como tema central a inserção e o aperfeiçoamento da vida interior, como base, sustentação e instrumento para quaisquer obras de apostolado. O seu autor foi um monge trapista francês chamado Jean-Baptiste Chautard, nascido em Briançon em 12 de março de 1858. Ingressou como noviço no mosteiro de Aiguebelle em 1877, situado numa das regiões mais ermas e agrestes da França. Revestido do hábito branco da Ordem Cisterciense, ali iniciou os seus estudos religiosos, sendo ordenado sacerdote em junho de 1884.

A obra é um grito de resistência a uma época histórica de perseguições. No início do século XX, a Igreja da França passou a ser alvo de um singular período de perseguições e a Ordem Cistercience ficou então muito ameaçada de expulsão e fechamento no país, sob a tibieza e indiferentismo do povo cristão. À época, Dom Jean-Baptiste Chautard era o prior da Abadia de Sept-Fons, função que iria exercer até a sua morte em 29 de setembro de 1935.

Escrita originalmente com o objetivo definido de manter e sustentar o ânimo dos seus confrades e demais religiosos da Ordem Cisterciense diante das perseguições do Estado, a obra tornou-se um clássico da espiritualidade católica. Nestas páginas, o autor apresenta a síntese dos princípios que devem nortear aqueles que lutam pela Igreja por meio de uma vida de piedade, mortificação e sacrifícios, na estrita compreensão de que os meios de ação naturais devem ser canais da graça de Deus, e que o apóstolo – clérigo ou leigo – precisa ser ele próprio um reservatório das graças que devem vivificar em todas as suas obras. Para prover um fecundo apostolado e ser instrumento da salvação para muitos dos seus irmãos, cada homem deve buscar na vida interior uma íntima união com Deus, impregnando-se com o verdadeiro espírito de Jesus Cristo para agir, desta forma, em tudo, com todos, todo o tempo. A tradução da obra em português encontra-se disponível por diferentes editoras.