segunda-feira, 20 de março de 2017

PALAVRAS DE SALVAÇÃO


Desde que cometeste um pecado, por que recusas confessá-lo, alma cristã? 'Eu me envergonho', dizes. 'Ouve, desgraçada', exclama Santo Agostinho, 'pensas unicamente na vergonha e não pensas na condenação eterna que te espera se te não confessares'. Envergonhas-te, dizes. Mas por quê? 'Que loucura', continua o santo, 'não te envergonhas de ferir mortalmente a tua alma e envergonhas-te de deixá-la examinar para que seja curada? Se o médico não vê a ferida e não conhece bem o mal, não poderá curá-lo'.

Um discípulo de Sócrates entrou uma vez na casa de uma mulher de má vida. Querendo sair, avistou o mestre, que por aí passava, e tornou a entrar depressa, para não ser visto. Sócrates, porém, havia-o visto e, aproximando-se da casa, disse: 'Meu filho, é uma vergonha entrar nesta casa, não, porém, sair dela'. É também o que te digo: 'Meu filho, é uma vergonha cometer o pecado; não, porém libertar-se dele pela confissão'.

Escuta o que diz o Espírito Santo: 'Há uma vergonha que traz consigo o pecado e há uma vergonha que consigo traz a glória e a graça' (Ecli 4, 25). Devemos fugir da vergonha que nos leva ao pecado e nos torna inimigos de Deus; não, porém, da que, ligada à confissão dos pecados, nos granjeia a graça de Deus e a glória do céu.

(Santo Afonso Maria de Ligório)