sexta-feira, 24 de julho de 2015

A APARIÇÃO DE RIANJO

Em agosto de 1931, por motivo de doença, Irmã Lúcia estava passando uma temporada numa casa amiga em Rianjo/Espanha, uma pequena cidade marítima perto de Pontevedra, para descansar e se recuperar. Foi ali, na capela do lugar, que a Mensageira de Fátima veio a receber, uma vez mais, uma comunicação do Céu.

Nosso Senhor se queixou à Irmã Lúcia em relação aos seus ministros, que postergavam a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, conforme pedido de Nossa Senhora de Fátima feito em 13 de junho de 1929, dois anos e dois meses antes. A Irmã Lúcia relatou ao seu bispo a importante revelação:

'Senhor Bispo, meu confessor me manda que eu informe a V. Excia o que há pouco se deu entre mim e o Nosso Bom Deus; pedindo a conversão da Rússia, da Espanha e de Portugal, me revelou a Divina Majestade:

'Me consolas muito ao pedir a conversão para estas pobres nações. Pede isso também à Minha Mãe, dizendo muitas vezes: 'Doce Coração de Maria, sede a salvação da Rússia, da Espanha e de Portugal, da Europa e do mundo inteiro'. E em outras vezes: 'Por vossa Pura e Imaculada Conceição, ó Maria, concedei-nos a conversão da Rússia, da Espanha, de Portugal, da Europa e do mundo inteiro'. Manifesta aos meus ministros que, uma vez que seguem o exemplo do rei da França, postergando a execução do meu mandato, também haverão de segui-lo na aflição. Nunca é tarde demais para se recorrer a Jesus e à Maria'.

Em outro texto, ela escreveu: 'Mais tarde, por meio de uma comunicação íntima, Nosso Senhor me disse, reclamando: 'Não quiseram atender o meu pedido... Como o Rei da França, eles se arrependerão e a cumprirão, mas será tarde. A Rússia já terá espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras e perseguições à Igreja. O Santo Padre terá muito que sofrer!'

Nosso Senhor estava fazendo aqui uma referência explícita aos pedidos que o Sagrado Coração fez em 17 de junho de 1689 ao rei da França, por meio de Santa Margarida Maria de Alacoque. Como resultado da rejeição do rei Luís XIV - e da mesma rejeição de seu filho e do seu neto, Luís XV e Luís XVI  - de consagrar publicamente a França ao Sagrado Coração de Jesus, como havia sido pedido pelo Céu por meio de um reconhecido santo francês daquela época, os filhos da Anti-Igreja, protestantes e maçônicos, promoveram a grande revolta por meio da Revolução Francesa.

Em 17 de junho de 1789 (Festa do Sagrado Coração), exatamente cem anos depois do dia em que Santa Margarida Maria tinha escrito o grande desígnio do Céu para o Rei, impôs-e na França o Terceiro Estado e se proclamou uma Assembleia Nacional, despojando o rei Luís XVI do poder. Em 21 de janeiro de 1793, a França, ingrata e rebelde contra o seu Deus, atreveu-se a decapitar o seu rei cristão como se fôra um criminoso. 

Em Rianjo, Jesus nos adverte que este obscuro capítulo da história vai se repetir e, desta vez, os ministros de sua Igreja - os bispos e talvez até o próprio Papa - serão as infelizes vítimas. A propósito, parece que o sacrifício do papa - 'o bispo vestido de branco' - junto com outros bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, tratados como se fossem criminosos, constitui o foco da visão de Fátima revelada em 26 de junho de 2000.

('La Aparición en Rianjo', do site www.fatima.org, tradução do autor do blog)