sábado, 25 de janeiro de 2014

24 DE JANEIRO - SÃO FRANCISCO DE SALES


Patrono da ordem salesiana (fundada por São João Bosco) e doutor da Igreja, São Francisco de Sales nasceu em 21 de agosto de 1567 na Saboia (atual França), de família nobre e abastada. Abandonando uma carreira promissora, ordenou-se sacerdote e diretor espiritual de grande renome, tornando-se, mais tarde, bispo de Genebra (1602). Fundou a Ordem da Visitação com a sua orientada espiritual, Santa Joana de Chantal, em 1604. Entre as obras por ele escritas destacam-se o 'Tratado do Amor de Deus', que lhe valeu o título de Doutor da Igreja, e 'Introdução à Vida Devota - Filoteia', obra na qual descreveu que a santidade é algo não apenas possível, mas constitui o propósito de Deus para cada vida humana. Desta forma, todo homem estaria destinado à santidade na plenitude do amor a Deus: 'A medida de amar a Deus consiste em amá-Lo sem medida'. Faleceu aos 56 anos de idade, em 28 de dezembro de 1622. Foi canonizado em 1655 pelo Papa Alexandre VII e, em 1867, foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX. O seu dia é celebrado em 24 de janeiro.

Excertos da obra 'Introdução à Vida Devota - Filoteia':

Sobre a Oração:

'Começa tua oração, seja mental, seja vocal, sempre pondo-te na presença de Deus; nunca negligencies esta prática e verás em pouco tempo os seus resultados ... Não te deixes levar pela pressa infundada de fazer muitas orações, mas cuida de rezar com devoção; um só Pai Nosso, rezado com piedade e recolhimento, vale mais que muitos recitados precipitadamente.'

Sobre os Bens Temporais:

'… os bens que temos não nos pertence e Deus, que os confiou à nossa administração, quer que os façamos frutuosos; é, portanto, prestar um serviço agradável a Deus cuidar deles com diligência; mas este cuidado há de ser muito mais acurado e maior que o das pessoas do mundo, porque elas trabalham por amor delas mesmas e nós devemos trabalhar por amor de Deus. Ora, como o amor de si mesmo é um amor inquieto, turbulento e violento, o cuidado que dele procede é cheio de perturbação, pesar e inquietação; mas o cuidado que procede do amor de Deus, que enche o nosso coração de doçura, tranquilidade e paz, é necessariamente suave, tranquilo e pacífico, mesmo quanto aos bens temporais. Tenhamos sempre um espírito calmo e uma tranquilidade de vida inalterável, em conservando e aumentando os bens deste mundo segundo as verdadeiras necessidades e ocasiões justas que nos ocorrem; porque, enfim, Deus quer que nos sirvamos destas coisas por seu amor'.

Sobre a Comunhão Frequente:

'Se o mundo te perguntar porque comungas tão frequentemente, deves responder-lhe que é para aprender a amar a Deus, purificar-te de tuas imperfeições, livrar-te de tuas misérias, procurar consolo em tuas aflições e fortificar-te em tuas fraquezas. Dize ao mundo que duas espécies de pessoas devem comungar muitas vezes: os perfeitos, porque, estando bem preparados, fariam muito mal de não se chegarem muitas vezes a esta fonte de perfeição, e os imperfeitos, a fim de aspirarem à perfeição; os fortes, para não enfraquecerem, e os fracos, para se fortificarem; os sadios, para se preservarem de todo o contágio, e os doentes, para se curarem. E acrescenta que, quanto a ti, que és do número das almas imperfeitas, fracas e doentes, precisas receber muitas vezes o Autor da perfeição, o Deus da força e o Médico das almas'.