quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A FÉ EXPLICADA (XII)

OS CINCO 'NÃO' IMUTÁVEIS DA IGREJA ...

Com base nos ensinamentos e documentos doutrinários da Igreja, no Catecismo da Igreja Católica e em Encíclicas Papais, existem cinco questões que são absoluta e irrevogavelmente imorais para a Santa Igreja Católica, contempladas per si como intrinsecamente más, constituindo atos imorais por princípio e de condenação expressa e imutável. As ações intrinsecamente más são aquelas que conflitam com a lei moral, não podendo ser realizadas nunca, quaisquer que sejam as circunstâncias. Resulta, portanto, pecado grave (mortal) consentir, endossar ou promover qualquer uma dessas ações de forma consciente e deliberada, que são as seguintes:

1. Aborto

A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida (do Catecismo da Igreja Católica).

Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5). Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (Sl 139,15).

O aborto é a morte intencional e direta de um ser humano inocente, e, portanto, é uma forma de homicídio. O nascituro é sempre parte inocente, e nenhuma lei pode permitir o sacrifício de sua vida. Ainda que uma criança seja concebida por meio de estupro ou incesto, a culpa não é da criança e ela não deve sofrer a pena de morte pelos pecados terríveis de outras pessoas.

Questões correlatas (e igualmente não-negociáveis) compreendem as tecnologias de reprodução humana, incluindo os métodos de fertilização in vitro e os processos de contracepção e de esterilização.

2. Eutanásia

A eutanásia também é uma forma de homicídio. Nenhuma pessoa tem o direito de tirar sua própria vida e ninguém tem o direito de tirar a vida de qualquer pessoa inocente. Assim, uma ação ou uma omissão que, em si ou na intenção, consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas, a fim de suprimir a sua dor, constitui um ato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo no qual se pode ter caído de boa-fé não muda a natureza deste ato assassino, que sempre deve ser condenado e excluído.

3. Pesquisas com células embrionárias

Os embriões humanos são seres humanos. Uma vez que deve ser tratado como pessoa desde a concepção, o embrião terá de ser defendido na sua integridade, tratado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano. Avanços científicos recentes mostram que os tratamentos médicos que os pesquisadores esperam desenvolver, a partir de experiências com células-tronco embrionárias, podem muitas vezes ser desenvolvido usando células-tronco adultas em seu lugar. Assim, não há argumento médico válido em favor do uso de células-tronco embrionárias. E mesmo que houvesse tais benefícios, estes não podem ser justificados mediante a destruição de seres humanos embrionários inocentes.

4. Clonagem Humana

Quaisquer tentativas para a obtenção de um ser humano, dissociando o ato sexual como ato procriador, são contrárias à lei moral, uma vez que eles estão em oposição à dignidade tanto da procriação humana como da própria união conjugal. A clonagem humana envolve também o aborto porque os clones mal sucedidos ou rejeitados (que são seres humanos) são destruídos.

5. 'Casamento' homossexual


O casamento é um ato de união livre entre um homem e uma mulher e nunca entre pessoas do mesmos sexo. Por serem intrinsecamente desordenados e contrários à lei natural, os atos de homossexualidade são gravemente imorais e não podem ser aprovados em hipótese alguma pelos católicos, o que torna o chamado 'casamento' homossexual um acordo objetivamente imoral.

E OS QUE NÃO SÃO IMUTÁVEIS...

Um católico pode e deve ter posições políticas bem definidas. Um católico pode ter posições políticas diversas sobre muitos assuntos: educação dos filhos, investimentos, vida saudável, defesa do meio ambiente, políticas públicas, segurança, etc. Um católico pode ter abordagens distintas a muitos assuntos polêmicos. Assim, pode ser legitimamente a favor ou contra a pena de morte ou a favor ou contra a imposição de um estado de guerra; isso porque a Igreja não estabelece a estas questões um não definitivo e imutável, como às cinco questões apresentadas acima. Evidentemente, a Igreja exorta as autoridades civis a conviverem na paz e a exercer discrição e misericórdia ao impor punição aos criminosos, mas reconhece que a autoridade legítima tem o direito de atribuir a pena capital e o estado de guerra em circunstâncias específicas.