terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ORAÇÃO PARA O ÚLTIMO DIA DO ANO

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.

Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver 
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.

Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.

Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.

Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria, 
que nos ensina no cotidiano de nossa vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção, 
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo, 
neste último dia do ano.

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.

E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo em vive em mim.
Amém.
(Arcos de Pilares)

PALAVRAS DE SALVAÇÃO



'Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?

E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!'
(Mt 12, 21-23)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

DISCURSO SOBRE O SANTO NOME DE JESUS

Vocatum est nomen ejus Jesus - Deram-lhe o nome de Jesus

O grande nome de Jesus não é de invenção humana; foi o Pai Eterno que o deu a seu divino Filho, diz São Bernardino de Sena. É um nome novo e saído dos lábios do Senhor, segundo o profeta, um nome que só Deus podia dar Àquele que destinara para Salvador do mundo. É um nome a um tempo novo e eterno porque, como a redenção foi decretada desde a eternidade, assim o nome do Redentor lhe foi assinalado desde a eternidade. 

Entretanto, na terra, o nome de Jesus só foi imposto a Nosso Senhor no dia da circuncisão: depois que se completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, foi-lhe dado o nome de JESUS, diz Lucas. Deus quis então recompensar a humildade de seu Filho, dando-lhe esse nome glorioso. Sim, enquanto Jesus se humilha sujeitando-se com a circuncisão a receber a marca dos pecadores, é justo que seu Pai o glorifique dando-lhe um nome que, como se exprime São Paulo, sobrepuja em dignidade e grandeza todos os outros nomes. E manda que esse nome seja adorado pelos anjos, pelos homens e pelos demônios ou, para nos servirmos das expressões do mesmo Apóstolo, Deus quer que ao nome de Jesus se curve todo o joelho no céu, na terra e no inferno.

Se todas as criaturas adoram esse grande nome, nós, pecadores, muito mais do que os outros, somos obrigados a adorá-lo, porque por nosso amor é que o Filho de Deus leva esse nome de Jesus, que significa Salvador; é para salvar os pecadores, como canta a Igreja, que Ele desceu do céu e se fez homem. Devemos adorá-lo, e ao mesmo tempo render graças a Deus por haver dado a Nosso Senhor, para o nosso bem, esse nome que nos consola, nos defende, e nos inflama; três pontos que vamos tratar neste discurso, depois de pedir a Jesus e Maria as luzes de que temos necessidade.

I

Em primeiro lugar, o nome de Jesus nos consola; em todas as penas basta-nos dizer: Jesus! para nos sentirmos aliviados. Quando recorremos a Jesus, Ele não pode deixar de consolar-nos; Ele quer consolar-nos porque nos ama, e Ele o pode, porque não é só homem mas também Deus todo-poderoso; do contrário, esse grande nome de SALVADOR não lhe convidaria em toda verdade. O nome de Jesus supõe um poder infinito e ao mesmo tempo uma sabedoria e um amor infinitos; se essas perfeições não se achassem reunidos em Jesus Cristo, Ele não poderia salvar-nos, como o disse São Bernardo. Esse Santo diz ainda, falando da circuncisão: 'Ele foi circuncidado como filho de Abraão; foi chamado Jesus como Filho de Deus'. Nosso Senhor está marcado, como homem, com o sinal dos pecadores, porque Ele se encarregou de satisfazer pelos pecadores, e desde o seu nascimento quer começar a expiar os pecados deles por seus sofrimentos e pela efusão de seu sangue; mas Ele é chamado Jesus, é chamado Salvador, como Filho de Deus, porque só a Deus compete salvar.

O nome de Jesus é chamado pelo Espírito Santo óleo derramado. E não sem razão, observa São Bernardo: o óleo aclara, nutre e cura; assim o nome de Jesus. Em primeiro lugar é luz: aclara quando anunciado. Com efeito, pergunta o Santo, donde veio essa luz que a fé difundiu com tanta rapidez sobre a terra ao ponto de levar em pouco tempo grande número de gentios ao conhecimento e ao serviço do verdadeiro Deus? Foi da pregação do nome de Jesus. É a esse nome que devemos a felicidade de sermos feitos filhos da verdadeira luz, isto é, filhos da Santa Igreja, tendo nascido no grêmio da Igreja Romana, em países cristãos e católicos: graça e sorte não concedidas à maior parte dos homens, que nascem entre os idólatras, maometanos ou hereges. 

Além disso, o nome de Jesus é um nutrimento que fortifica nossas almas, cada vez que nele pensamos. Enche de paz e consolação os fiéis, mesmo no meio das misérias e das perseguições que têm de sofrer sobre a terra. Sustentados pela virtude do nome de Jesus, os apóstolos exultavam de alegria no meio dos maus tratos e dos opróbrios: Eles saiam da presença do conselho, contentes por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. É, pois, uma luz e um nutrimento, e é também um remédio para os que o invocam. Damos a palavra a São Bernardo: 'Se uma alma está aflita ou atribulada, pronuncie o nome de Jesus; e logo a tempestade fugirá e voltará a paz'. Se alguém tem a desgraça de cair no pecado e desespera do perdão, invoque esse nome de vida que logo sentirá a confiança do perdão; esse nome de Jesus, o Pai eterno lho deu como Salvador precisamente para obter o perdão aos pecadores.

Se Judas, tentado de desespero, tivesse invocado o nome de Jesus, não teria sucumbido, afirma Eutímio. Ele acrescenta que um pecador, seja ele qual for, não cairá jamais no abismo do desespero, contanto que invoque esse santo nome que é nome de esperança e salvação. Infelizmente os pecadores deixam de recorrer a esse remédio salutar, porque não querem sarar de suas enfermidades. Jesus Cristo está pronto a curar todas as nossas chagas; mas se alguém gosta de suas chagas e não deseja a cura, como poderá Jesus curá-lo? A venerável Irmã Maria Crucifixa viu um dia Nosso Senhor como num hospital; as mãos cheias de remédios, ia dum doente a outro; mas, em vez de lhe testemunharem reconhecimento e de chamarem-no, esses infelizes o repeliam. Assim fazem muitos pecadores: depois de se envenenarem voluntariamente pelo pecado, recusam a saúde, isto é, a graça que Jesus lhe oferece; ficam pois na sua miséria e se perdem.

Ao contrário, que temor pode ter um pecador que recorre a Jesus, pois que Jesus mesmo se oferece para obter de seu Pai o perdão aos culpados havendo já com a sua morte pago a pena que eles mereceram? 'O ofendido fez-se nosso intercessor, diz São Lourenço Justiniano; e Ele mesmo pagou o que lhe devíamos'. Alhures ele acrescenta: 'Quando pois vos sentirdes acabrunhados pela enfermidade, atormentados pela dor, agitados pelo temor, chamai Jesus em vosso auxílio, e Ele vos consolará'. Aliás basta que peçamos a seu Pai em seu nome, para obtermos tudo quanto lhe pedirmos: essa promessa, repetida muitas vezes pelo próprio Jesus Cristo, não pode deixar de ser cumprida: Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vo-lo dará. Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei.

II

Dissemos, em segundo lugar, que o nome de Jesus nos defende. Sim, nos protege contra as emboscadas e ataques de nossos inimigos. O Messias foi por Isaías chamado o Forte: Fortis; e o Sábio disse que o seu nome é uma torre fortíssima. Com isso nos dá a entender que quem se põe sob a proteção desse nome poderoso nada tem a temer dos assaltos do inferno.

Jesus Cristo, diz São Paulo, humilhou-se por obediência a seu Pai, ao ponto de morrer na cruz; eis por que Deus o exaltou. 'Com outras palavras, observa Santo Anselmo, Nosso Senhor humilhou-se de tal forma, que não podia humilhar-se mais; e por isso o seu divino Pai, pelo mérito dessa humildade e obediência do Filho, o exaltou o mais que pôde'. E de fato, diz o apóstolo, o Padre eterno deu a seu Filho divino um nome acima de todo outro nome, um nome tão glorioso e poderoso, que é venerado pelo céu, porque nos pode obter todas as graças; nome poderoso na terra, porque pode salvar a todos os que o invocam devotamente; nome poderoso no inferno, porque espanta todos os demônios. 

Esse nome sagrado faz tremer os anjos rebeldes, porque, ao ouvi-lo, se lembram do Forte por excelência, que destruiu o império que exerciam violentamente sobre os homens. 'Eles tremem, diz São Pedro Crisólogo, porque são forçados a adorar nesse nome toda a majestade de Deus'. Aliás nosso Salvador declarou que seus discípulos expulsariam os demônios em virtude de seu nome. E de fato, a Santa Igreja, em seus exorcismos, sempre se serve desse nome para expelir esses espíritos infernais dos possessos. E os sacerdotes que assistem aos moribundos, se servem do nome de Jesus para libertar os enfermos dos mais terríveis assaltos que o inferno faz naqueles momentos da morte.

Leia-se a vida de São Bernardino de Sena, e lá se verá quantos pecadores ele converteu, quantos abusos fez desaparecer, quantas cidades santificou, pregando aos povos a devoção ao nome de Jesus. Segundo a palavra de São Pedro, o santo nome de Jesus é o único pelo qual, pela vontade divina, podemos esperar a salvação. Jesus Cristo não nos salvou apenas uma vez; Ele nos salva continuamente por seus méritos, livrando-nos do perigo de pecar todas as vezes que o invocamos com confiança; assim cumpre a promessa: 'Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei'. Daí a animadora palavra de São Paulo que quem invocar o nome do Senhor, será salvo.

Repito, pois, com São Lourenço Justiniano: 'Em todas as vossas tentações, venham elas dos demônios ou dos homens que vos excitam ao pecado, chamai a Jesus em vosso auxílio, e triunfareis; e se as tentações continuarem a perseguir-vos, continuai a invocar Jesus, e não sucumbireis jamais'. É um fato de experiência: as almas fiéis a essa santa prática permanecem firmes no combate e conquistam infalivelmente a vitória. Ao nome de Jesus usamos sempre o de MARIA, que é igualmente terrível no inferno, e nada teremos a temer. 'Jesus! Maria!' haverá oração mais curta, mais fácil de reter? Ela não é menos poderosa para repelir todos os ataques dos inimigos da nossa salvação. Assim nos fala Tomás de Kempis.

III

O nome de Jesus não apenas nos consola, mas nos preserva de todo o mal; além disso, inflama de santo amor a todos os que O pronunciam com devoção. O nome de Jesus, ou de Salvador, é um nome que por si mesmo exprime o amor, por-que nos lembra, observa São Bernardino de Sena, tudo o que o Filho de Deus fez e sofreu para operar a nossa salvação. Daí a tocante exclamação dum piedoso autor: 'Ó meu Jesus, quanto vos custou o serdes Jesus, isto é, meu Salvador!'

São Mateus narra, falando da crucifixão de Nosso Senhor, que lhe puseram sobre a cabeça a inscrição: 'Aqui está Jesus, o Rei dos Judeus'. O Padre eterno, pois, quis que na cruz em que morreu nosso Redentor, se lesse o nome de Jesus, isto é, do Salvador do mundo. Por essa inscrição, Pilatos não pretendia declarar Jesus Cristo culpado por se arrogar o título de rei, como o acusavam os judeus, pois não se incomodou com a acusação, reconhecendo a inocência dele e protestando por não querer ter parte na sua morte: 'Eu sou inocente do sangue deste justo'. Por que então lhe dar o título de rei? Porque essa foi a vontade de Deus que nos quis com isso dizer: 'Ó homens, sabeis porque morre este inocente que é o meu Filho? Morre porque é o vosso Salvador; morre, esse divino Pastor, e morre no madeiro infame para salvar a vós suas ovelhas'.

Eis uma razão a mais por que nos Cânticos o nome do Senhor é chamado óleo derramado; esse nome, diz São Bernardo, significa 'a efusão da divindade'. Na obra da nossa redenção, Deus levou o seu amor por nós até dar-se e comunicar-se a nós sem reservas: Ele nos amou e entregou-se por nós. Para poder comunicar-se a nós, tomou sobre si, diz Isaías, as penas que tínhamos de sofrer. Pela inscrição afixada à cruz quis Ele, diz São Cirilo de Alexandria, apagar a sentença de morte lavrada contra nós pecadores. É precisamente isso que nos ensina o apóstolo com as palavras: Cancelou o decreto que nos era desfavorável, que era contra nós, e o aboliu inteiramente, encravando o seu nome na cruz. Enfim, nosso amoroso Redentor quis subtrair-nos à maldição que merecêramos e, por isso, atirou sobre sua cabeça as maldições divinas, carregando-se de todos os nossos pecados: Cristo remiu-nos da maldição da lei, feito ele mesmo maldição por nós.

Assim, quando uma alma fiel pronuncia o nome de Jesus e se recorda do que o Senhor fez para salvá-la, é impossível que não sinta o seu coração inflamar-se por Aquele que a amou tanto. 'Quando dizemos ‘Jesus’, afirma São Bernardo, devemos figurar-nos um homem manso, afável, compassivo, cheio de todas as virtudes; devemos ainda pensar que Ele é o nosso Deus e que, para curar-nos de nossas chagas, quis ser desprezado e maltratado até morrer de pura dor na cruz'. 'Seja-nos caro, ó cristão', exorta Santo Anselmo, 'o belo nome de Jesus; Jesus esteja sempre em vosso coração; seja o único alimento de vossa alma e a vossa única consolação'. Ah! replica São Bernardo, só quem experimentou pode compreender a doçura, as celestes delícias que se sentem, mesmo neste vale de lágrimas, quando se ama ternamente a Jesus.

Expertus potest credere
Quid sit Jesum diligere

Isso souberam por experiência tantas almas piedosas: Santa Rosa de Lima ao comungar tinha o coração de tal forma abrasado do amor divino, que seu hálito queimava a mão que lhe dava água a beber, segundo o costume, após a comunhão; Santa Maria Madalena de Pazzi, empunhando o crucifixo, andava toda inflamada gritando: 'Ó Deus de amor! ó Deus de amor! direi mesmo, louco de amor!'; São Filipe Néri, cujo peito teve de ser alargado para dar espaço às palpitações de seu coração abrasado; Santo Estanislau Kostka, ao qual às vezes era preciso banhar o peito em água fria para temperar o ardor de que se consumia por Jesus; São Francisco Xavier que, pelo mesmo motivo, se descobria o peito dizendo: 'Basta, Senhor, basta'; declarando com isso que já não podia suportar a chama que ardia em seu coração.

Procuremos, pois, também nós ter, quanto possível, o amor de Jesus em nosso coração e o seu santo nome nos nossos lábios. O Apóstolo ensina que não podemos pronunciar com devoção o nome de Jesus a não ser pela graça do Espírito Santo. Assim o Espírito Santo comunica-se a todos os que pronunciam devotamente o nome de Jesus.

Para alguns, o nome de Jesus é um nome estranho; por que? porque não amam a Jesus Cristo. Os santos tiveram sempre nos lábios esse nome de salvação e de amor. Nas epístolas de São Paulo quase não se encontra uma página em que não se leia mais vezes o nome de Jesus. São João também o repete frequentemente. Um dia, o bem-aventurado Henrique Suso, querendo imprimir-se mais fortemente no coração o amor de seu divino Mestre, tomou um ferro afiado e gravou-se no peito o nome de Jesus; depois exclamou banhado em sangue: 'Senhor, quisera gravar-vos no fundo do meu coração, mas não posso; vós que tudo podeis, gravai vosso nome adorável no meu coração, de maneira que dele não possa desaparecer nem o vosso nome nem o vosso amor'. Santa Joana de Chantal chegou a imprimir o nome de Jesus em seu coração por meio dum ferro em brasa.

De nós Jesus não pede tanto; contenta-se que o conservemos em nosso coração com um afeto sincero e que o invoquemos muitas vezes com amor. E já que tudo quanto Ele fez e disse durante sua vida, Ele fez e disse por nosso amor, é justo que façamos todas as nossas ações em nome e por amor de Jesus Cristo; São Paulo a isso nos exorta: 'Tudo o que fizerdes, em palavras ou por obra, fazei tudo em nome do Senhor Jesus Cristo'. E já que Jesus Cristo morreu por nós, devemos estar prontos a morrer pelo nome de Jesus, como o apóstolo que dizia: 'Estou pronto a sofrer não só as cadeias, mas também a morte pelo nome do Senhor Jesus'.

Concluamos este discurso. Se, pois, estivermos aflitos, invoquemos a Jesus, e Ele nos dará a força de resistir a todos os nossos inimigos; se enfim estamos áridos e frios no amor divino, invoquemos a Jesus, e Ele nos inflamará. Felizes as almas que tiverem sempre nos lábios esse nome tão santo e amável, nome de paz, nome de esperança, nome de salvação, nome de amor! Mas que felicidade, sobretudo a de morrer, pronunciando o nome de Jesus! Se desejamos exalar o derradeiro suspiro com esse doce nome nos lábios, devemos habituar-nos a repeti-lo muitas vezes durante a vida, e sempre com amor e confiança.

Ao nome de Jesus unamos sempre o belo nome de Maria, que é também um nome vindo do céu, um nome poderoso, que faz tremer o inferno e, ao mesmo tempo, um nome cheio de doçura, pois que nos recorda essa augusta Rainha que é a um tempo a Mãe de Deus e a nossa, Mãe de misericórdia, Mãe de amor.

Afetos e Súplicas

Ó Jesus, já que sois o meu Salvador, que destes o vosso sangue e a vossa vida para resgatar-me, gravai, peço-vos, o vosso nome adorável em meu pobre coração, a fim de que, tendo-o sempre impresso no coração pelo amor, eu o tenha também sempre nos lábios invocando-o em todas as minhas necessidades. Se o demônio me tentar, o vosso nome me dará força de resistir-lhe. Se a confiança me abandonar, o vosso nome me reanimará a esperança. Se estiver aflito, o vosso nome me fortalecerá, recordando-me o muito que sofrestes por mim. Se estiver frio no vosso amor, o vosso nome me inflamará, recordando-me o muito que sofrestes por mim. Se estiver frio no vosso amor, o vosso nome me inflamará, recordando-me o amor que me testemunhastes. No passado, caí muitas vezes no pecado, porque vos não invoquei; para o futuro, o vosso nome será a minha defesa, o meu refúgio, a minha esperança, o meu único consolo e o meu único amor. Assim espero viver, assim espero morrer, tendo sempre nos lábios o vosso santo nome.

Virgem Santíssima, obtende-me a graça de invocar sempre em minhas necessidades o nome de vosso divino Filho, Jesus, e o vosso, minha Mãe Maria; mas fazei que os invoque sempre com confiança e amor, dizendo-vos como o devoto Afonso Rodrigues: 'Ó meu dileto Jesus, ó minha querida Rainha, Maria, concedei-me a graça de sofrer e de morrer por vosso amor: já não quero ser meu, mas vosso e todo vosso, vosso na vida e vosso na morte, em que, com o vosso socorro, espero entregar a minha alma repetindo: Jesus e Maria, ajudai-me; Jesus e Maria, recomendo-me a vós; Jesus e Maria, eu vos amo, confio em vós, e eu vos dou toda a minha alma'.

(Excertos da obra 'Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo', de Santo Afonso Maria de Ligório)

domingo, 29 de dezembro de 2013

DA VIDA ESPIRITUAL (64)

Diante de uma velha fotografia de seus pais, quando jovens:





No coração, Deus também um dia olhou com profundo amor tua fotografia, muitos milênios antes de você nascer, e te escolheu como filho...

SAGRADA FAMÍLIA

Páginas do Evangelho - Festa da Sagrada Família 


Este é o Domingo da Sagrada Família. Deus veio ao mundo por meio da família; eis porque a família é a fonte primária da sociedade, síntese da vida cristã autêntica e a primeira igreja. E que modelo de família cristã Deus legou ao mundo: Jesus, Maria e José: Jesus é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; Maria, a Virgem Mãe de Deus, e São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Família sagrada que viveu em plenitude a submissão à perfeição do amor; submissão que se expressa pelos sentimentos de entrega e renúncia em tudo e não pelo servilismo complacente.

Na humilde casa de Nazaré, três pessoas eram pai, mãe e filho, em natureza sobrenatural exatamente inversa à ordem natural: São José, patriarca e pai de família devotado, com direitos naturais legítimos sobre a esposa e o filho, era o menor em perfeição; Nossa Senhora, esposa e mãe, era Mãe de Deus e de todos os homens; Jesus, a criança indefesa e submissa aos pais, é o Deus feito homem para a salvação do mundo. Portentoso mistério que revela a singular santidade da família humana, moldada sobre clara hierarquia divina, moldada por Deus para ser escola de santificação, amor, renúncia e salvação. 

Eis o legado da Sagrada Família às famílias cristãs: a oração cotidiana santifica os pais e os filhos numa obra incomensurável do amor de Deus e a fortalece contra todos as tribulações. Sim, a Sagrada Família também viveu dias de extrema angústia, perseguição, contrariedades, sacrifícios, exílio: 'Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito...porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo' (Mt 2, 14). Quantas não são as tribulações e ataques que as forças do mal promovem contra a família cristã nos dias de hoje. Mais do que nunca, é preciso o heroísmo cristão, a perseverança, a fidelidade a Cristo no ambiente familiar. Isso só é possível na oração em família. Que pais e filhos vivam juntos a plenitude do amor em família! Que construam juntos, tijolo por tijolo, a felicidade que tem Deus por plenitude! Vida de família é, antes de tudo, vida de oração em comum, em perfeita comunhão com Cristo, em perfeita comunhão com a Sagrada Família! E viver em oração não significa rezar simplesmente o tempo todo, mas transformar cada ato, trabalho e pensamento em oração. 

Amar em plenitude é cumprir à risca a santa vontade de Deus. Que bela obra de santificação se constrói a cada dia, no seio de uma família cristã, os pais e os filhos que vivem, na pequenez de suas lidas e esforços humanos, a enorme glória de servir a Deus em todos e em tudo. Em Nazaré, Deus tornou a família modelo e instrumento de santificação; que em nossas casas e em nossas famílias, a Sagrada Família seja o modelo e instrumento para a nossa vida e para nossa santificação de todos os dias!  

sábado, 28 de dezembro de 2013

FILHOS DA IGREJA E FILHOS DE LUTERO

Que os protestantes retalham e conspurcam as Santas Escrituras para atacarem e difamarem a Santa Igreja Católica, é fato conhecido e universal. Que tal se eles usassem estes mesmos critérios para interpretarem as blasfêmias que satanás grunhiu pela boca do pai deles, Martinho Lutero? Tomemos uma delas, uma única delas, como tristíssimo exemplo desse farsante demoníaco:

'Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte [do poço de Jacó] de que nos fala São João. Não se murmurava em torno dele: "Que fez, então, com ela?" Depois, com Madalena, depois, com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim, Cristo, tão piedoso, também teve que fornicar, antes de morrer' (Lutero, Tischredden, Table Talk, Weimar, Vol. II, p. 107, apud Franz Funck Brentano, Martinho Lutero, Ed Vecchi Rio de Janeiro 1956, p. 15).

Que alma, senão dominada por satanás até os vórtices mais inacessíveis, seria capaz de semelhante blasfêmia, de pecado tão mortal? Que cristãos seriam capazes de seguir o exemplo e o modelo de tal aberração? 

Infelizmente, milhares de almas, confundidas e confusas em dezenas de seitas protestantes, que se opõem e difamam a santa Igreja Católica como escarnecedores da verdade. Os errados, os condenados, os heréticos são os pobres católicos 'adoradores de imagens' que substituíram o Senhor por uma Senhora, que construíram a farsa da Tradição, quando a única verdade está contida integralmente na bíblia (evidentemente, a 'bíblia protestante', interpretada, organizada e divulgada por pastores e pastoras, pessoas certamente tão preparadas e extraordinárias quanto Lutero).

Assim, numa penada só, desaparece todo o extraordinário acervo da historiografia cristã pelos séculos antes da Reforma Protestante, tornam-se inúteis, ou pior, heréticos, os escritos de santos como Tomás de Aquino, Agostinho ou Luís Grignion de Montfort. As igrejas, as Cruzadas, as Missões, os mártires cristãos, os Concílios, a própria construção da civilização cristã, tudo é tragado nesta concepção diabólica de se negar a Verdadeira Igreja de Cristo. 

Se ela não é a Igreja de Cristo, todos os seus frutos são maus, tudo nela é condenável, e é preciso demonstrar isso aos novos seguidores para que encontrem o verdadeiro caminho da salvação (uma inconsistência, portanto, que Deus tenha permitido que Lutero nascesse apenas no século XV, para garantir-lhes, então, a salvação daí em diante). Mas isso contraria o que o próprio Cristo estabeleceu como premissa (e isso está na Bíblia Católica e na versão protestante): 'Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo' (Mt 28, 20).

Nos tempos atuais, essa ação diabólica nascida da boca de Lutero ampliou-se de tal forma e com tanta veemência que as seitas protestantes se multiplicam e se reproduzem numa demência coletiva, cuja magnitude e proporção só são passíveis de entendimento e compreensão se movidos por forças malignas de cunho universal. E se, aparentemente, é a Igreja Católica que parece vacilar e se fragilizar, não há nada a temer, pois foi o próprio Cristo que preparou a sua Igreja para estes tempos finais: 'Quando o Filho do Homem voltar, encontrará ainda a fé sobre a terra?' (Lc 18,8). Um 'pequeno resto' certamente a manterá incólume. E muitos outros, incluindo muitos que pregaram inclusive em seu Santo Nome, serão condenados, porque escolheram a porta larga dos falsos profetas e das árvores más que só dão maus frutos (Mt 12, 13 - 27):

13. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram.

14. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram.

15. Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.

16. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?

17. Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos.

18. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos.

19. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.

20. Pelos seus frutos os conhecereis.

21. Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.

22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?

23. E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!

24. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.

25. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha.

26. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia.

27. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

VÍDEOS CATÓLICOS

Diferentes ícones antigos, reproduzindo a face de Cristo, confrontados com a imagem de Jesus gravada no Sudário de Turim. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

OS ÚLTIMOS TEMPOS E A ERA DO ESPÍRITO SANTO

'Existe um tesouro escondido, uma riqueza que não foi explorada nem é apreciada pelo seu verdadeiro valor, e que é, contudo, o que tem maior valor no céu e na terra: o Espírito Santo. Nem o próprio mundo das almas o conhece devidamente. Ele é a Luz das inteligências e o fogo que abrasa os corações. Se há tibieza, se há frio ou fragilidade, e tantos outros males que afligem o mundo espiritual, e mesmo a minha Igreja, é porque não se recorre ao Espírito Santo.

A sua missão no céu, a sua Vida, o seu Ser, é o Amor. Na terra, a sua missão consiste em encaminhar as almas para esse lar do Amor que é Deus. Com Ele, possui-se tudo o que se pode desejar. Se há tristeza, é porque não se recorre a este Divino Consolador, Ele que é a alegria espiritual perfeita. Se há fragilidade, é porque não se apoiam sobre Aquele que é a Força Invencível. Se existem erros, é porque desprezam Aquele que é a Luz. A fé apaga-se por ausência do Espírito Santo. 

Em cada coração e na Igreja inteira, não se rende ao Espírito Santo o culto que lhe é devido. A maior parte dos males que se deplora na Igreja e nas próprias almas vem de que não se dá ao Espírito Santo a primazia que Eu dei a esta Terceira Pessoa da Trindade, que teve uma parte tão ativa na Incarnação do Verbo e na fundação da Igreja. Amam-no com tibieza, invocam-no sem fervor e em muitos corações, mesmo entre os meus, nem mesmo dEle se lembram. Tudo isso aflige profundamente o meu coração'.

'É tempo que o Espírito Santo reine!' dizia-me o Senhor como que comovido, 'e não de um reino longínquo, como uma coisa altíssima, se bem que o seja e não haja nada Maior do que Ele, pois que é Deus, unido e consubstancial com Pai e com o Verbo. Mas é preciso que Ele reine, perto, bem perto, em cada alma e em cada coração, em todas as estruturas da minha Igreja. No dia em que o Espírito Santo ser incorporado em cada pastor, em cada padre, como sangue bem íntimo, serão então renovadas as virtudes teologais, agora lânguidas, mesmo nos ministros da minha Igreja, devido à ausência do Espírito Santo. Então o mundo mudará, pois todos os males de que se lamentam hoje têm por causa o afastamento do Espírito Santo, que é o seu único remédio. 

Que os ministros da minha Igreja reajam, por intermédio do Espírito Santo e, assim, todo o mundo das almas será divinizado. Ele é o eixo à volta de quem giram as virtudes. Não há virtude verdadeira sem o Espírito Santo. O impulso decisivo para levantar a minha Igreja do estado de prostração onde jaz, está em que se ative o culto ao Espírito Santo. Que se lhe dê o seu lugar, isto é, o primeiro lugar nas inteligências e nas vontades! A ninguém lhe faltará nada com esta riqueza celeste. O Pai e o Verbo, que sou Eu, desejamos uma renovação palpitante, vivificante do seu reino na Igreja'.

- 'Senhor, mas o Espírito Santo reina na Igreja, por que te queixas?'

- 'Ai dela, se assim não fosse! O Espírito Santo é, sem dúvida, a alma desta Igreja tão amada!'

'Mas aquilo de que me queixo é não se dar conta deste dom do céu, de não lhe darem a importância devida. A devoção ao Espírito Santo nos corações tornou-se rotineira, é cada vez mais lânguida, morna e secundária. Isso arrasta consigo males sem conta tanto na Igreja como em todas as almas. Eis porque as Obras da Cruz vêm renovar a sua devoção e estendê-la a toda a terra. Que o Espírito Santo reine nas almas, e o Verbo será conhecido e honrado, tomando a Cruz um impulso novo nas almas espiritualizadas pelo Amor Divino.

À medida que reinar o Espírito Santo, o sensualismo, que hoje invade a terra, desaparecerá. Jamais a Cruz criará raízes se o terreno não tiver sido antes preparado pelo Espírito Santo. Eis por que Ele te apareceu primeiro antes mesmo da visão da Cruz. Tal é a razão porque ele está no alto da Cruz do Apostolado.'

... 'As almas creem que o Espírito Santo está muito longe, num plano superior, em lugar inatingível. Na realidade, é a Pessoa divina que mais assiste à criatura. Acompanha-a por todo o lado, impregna-a de si mesmo, chama-a, zela por ela, cobre-a com a sua proteção, faz dela o seu templo vivo, defende-a, ajuda-a, guarda-a de todos os seus inimigos. Está mais perto da alma do que ela própria. 

Todo o bem que uma alma executa, fá-lo por força da sua inspiração, da sua luz, da sua graça e do seu auxílio. E no entanto não é invocado, não é agradecido pela sua ação imediata e tão íntima em cada alma. Se invocas o Pai, se o amas, é pela ação do Espírito Santo. Se Me amas com ardor, se Me conheces, se Me serves, se Me copias, se te unes aos meus quereres e ao meu coração, é pelo Espírito Santo.

Consideram-no inacessível, e na realidade assim o é, mas também não existe nada de mais sensitivo, mais próximo e que mais socorre a criatura de que este Ser de uma transcendência suprema, este Espírito tão santo que reflete e que constitui uma mesma santidade com o Pai e o Filho. Os séculos passaram e Ele permanece sempre o Princípio de todas as coisas. Ele grava a sua marca nas almas e o caráter no sacerdote. Ele comunica a luz da fé e de todas as virtudes. Ele irriga e fecunda todo o campo da igreja. Apesar disso não o apreciam, não o conhecem, não o agradecem pela sua ação tão perpetuamente santificadora. Se acaso há ingratidão para Comigo, para com o Espírito Santo essa ingratidão é ainda maior.

Eis por que Eu quero que, no fim dos tempos, se manifeste a sua glória... Uma das dores interiores mais cruéis para o meu coração foi esta ingratidão de todos os tempos, a da idolatria, outrora dos ídolos, e hoje na adoração do homem em si mesmo, esquecendo-se do Espírito Santo. Nestes últimos tempos, a sensualidade estabeleceu o seu reinado no mundo; esta vida sensual ofusca e apaga a luz da fé nas almas. Por isso, torna-se necessário, mais do que nunca, que o Espírito Santo venha destruir e aniquilar satanás que, sob esta forma, se vai introduzindo até no seio da Igreja. '

Excertos do Diário de Conchita - Revelações feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Concepción Cabrera de Armida (1862 - 1937), vidente mexicana, fundadora das 'Obras da Cruz'.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ E SANTO NATAL EM CRISTO!


Desejo a todos os nossos amigos visitantes um Santo e Feliz Natal. 
Deseo a todos los amigos y visitantes Felices Navidades. 
I wish to our friends' visitors an happy and Holy Christmas. 
Je désire à tous nos amis un heureux et joyeux Noel. 
Auguro a tutti gli amici uno Santo ed Felice Natale. 
Ich wunshe to unsere Freude eine Wundabar und Stille Nacht.


IGREJA CATÓLICA: ALMA DO NATAL

(clicar na imagem para o vídeo)

AS MAIS BELAS CANÇÕES DE NATAL


(clicar na imagem para o vídeo)

NATAL

Jesus nasceu! e na pequena estrebaria
José apressa-se em fazer a manjedoura
ajunta palha e feno, mudo de alegria,
enquanto a Mãe em êxtase se entesoura

Os animais se aproximam cautelosos
inebriados diante a luz que transfigura
e os pastores de joelhos, jubilosos,
louvam o Criador agora criatura!

Há uma paz imensa nesta noite fria
todos os anjos cantam a doce melodia
que une céu e terra em amor profundo;

É Natal, a Mãe embala seu pequeno filho
e a luz que inunda a gruta tem o brilho
da salvação que libertou o mundo!

                                                                              (Arcos de Pilares)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (XI)

Era véspera de Natal. Eu havia prometido à minha esposa que, naquele ano, pelo menos naquele ano, eu estaria com ela na Missa de Natal. Nem me lembro da última vez que isso tinha acontecido. Na verdade, eu não ligava muito para as Festas e estava sempre disposto a cobrir os outros colegas nesta época para as entregas de fim de ano, para viagens de última hora, para atender os pedidos 'em cima da hora', tudo para ganhar um adicional sempre mais fácil e generoso. 

Mas, nesse ano não, eu não ficaria de plantão no Natal, eu estaria fora das viagens não programadas, dos bônus polpudos. Tudo por causa da Missa de Natal em família. Era um bom propósito, não? Mas, atender aquela entrega num sítio tão próximo, tipo entrega rápida bate-e-volta, pareceu-me viável e confortável. Dava pra ganhar um troco e chegar em casa com tempo de sobra. Por que não?

Era uma entrega tão simples. Uma caixa. Um presente de Natal para alguém do tal sítio. Tinham me passado até um esquema do trajeto. Simples, fácil, maneiro. Mas não tinha encontrado sítio algum e estava tentando vir embora. E, agora, lá estava eu perdido no meio do mundo, sem eira nem beira, com o carro seminovo atolado no barro até o meio das rodas. Que ideia ir em um sítio por estradas de terra nesta época de chuvas colossais! Chuva, chuva, chuva... Um mar de barro, chuva sob chuva, pouco abaixo da estrada um riacho tinha virado rio e parecia que ia arrebentar por sobre as margens, que vacilo, meu Deus! E a missa?

O celular não pegava. O tempo não se consumia. O mesmo ar parado, gélido, as pancadas de chuva seguidas pela chuvinha miúda, o barulho da enchente do rio, o silêncio da passarada escondida. Não achava nenhuma pedra grande nas proximidades para servir de apoio às rodas, nenhum galho, nada. 'Como é que pode uma coisa dessas!' No riachão, devia ter muita pedra, mas... Impotente, ligava o motor apenas para fazer as rodas enlameadas deslizarem ainda mais em frenesi, fazendo meandros no barro mole e encharcado da estrada vazia.

Foi então que eu o vi. O menino franzino, mal vestido, caminhando em minha direção, com um boné meio de lado, com botas de borracha salpicando barro a cada passo. Encharcado até os ossos. Sorridente, perguntou de longe:

- Tem corrente não?

Não, eu não tinha corrente. Não tinha nada. Não tinha ideia de nada.

- Não. Você mora aqui?

- Lá - apontando para algum lugar em direção a um morrote distante - escutei o barulho do carro...

- Tem alguém lá que possa me ajudar?

- Num tem não. Meu pai e meu irmão mais velho saíram e não tem mais ninguém em casa. E ninguém mais mora por estas bandas.

Devo ter pensado 'Como alguém pode morar aqui?' num lugar tão ermo e tão distante de tudo. Pensei em chamá-lo para entrar no carro, mas ia encharcar o banco. E uma nova pancada de chuva grossa desabou sobre aquele mundo de dois personagens. Procurei dentro do carro, mais uma vez, algum pedaço de pano ou de jornal para limpar o rosto. 

- Qual é o lugar mais próximo que eu posso pedir ajuda?

Na chuva pesada, ele pareceu não ouvir minha pergunta. Mas eu ouvi claramente o que ele disse:

- Você tem correntes...

- Como? Não, eu disse que não tenho correntes, nem pensei nisso.

Ele apontou para o carro. Eu não estava entendendo nada. Mas ele continuou:

- Você tem correntes...na caixa.

A caixa! Era para ele, para o pai dele? Ela era pesada mesmo. Seriam correntes para serem usadas num lugar daquele, numa chuva daquelas. Fazia sentido. Seria um belo presente de Natal... para eles e para mim também! Peguei a caixa, rasguei o papel e a abri: milagre! Eram duas correntes, mais valiosas que ouro naquela ocasião, exatamente para serem colocadas em pneus em épocas de chuvas. 

- Isso vai resolver, o senhor vai ...

Mais rápido do que qualquer coisa, o menino pegou as correntes da caixa e, com uma habilidade incrível, as colocou sobre cada uma das rodas traseiras. E ordenou, em seguida:

- Vamo lá, liga o carro, que agora ele vai...

Num movimento automático, sem questionamento algum, coloquei um tapete traseiro sobre o banco do motorista, sentei de imediato e girei a chave. O carro fez menção de girar como das outras vezes mas, de repente, quase que por outro milagre, desandou a avançar em linha reta para a frente como amparado por mãos invisíveis sobre aquela montanha de barro mole. 

Quando parei, o chão era duro e pedregoso. Aquele menino tinha caído do céu. A chuva agora parecia um dilúvio e uma espessa neblina branca cobria toda a paisagem e era impossível divisar coisa alguma. Tomei a iniciativa de tirar, então, as correntes dos pneus traseiros mas, para a minha estupefação geral, não havia mais corrente alguma. Elas deveriam ter caído em algum lugar lá atrás, mas, graças a Deus, me permitiram sair da barreira.

Voltei correndo até o lugar em que havia deixado o menino, procurando as correntes perdidas. E, quanto mais corria, mais percebia que a distância percorrida estava fora de qualquer lógica. 'Eu não havia andado de carro tal distância!' E mais, o caminho lamacento não mostrava nenhum sinal das rodas do meu carro... Avancei mais cem, duzentos, trezentos metros... nada das correntes, nada da marca dos pneus, nada do menino. Somente a chuva torrencial inundando o mundo.

Voltei para o carro, e fiquei tentando apreender todos aqueles estranhos acontecimentos. E, mais do que nunca, precisava me apressar para assistir a Missa de Natal. Suspirei fundo e agradeci ao menino em pensamento. Volvi os olhos para a neblina branca que me blindava daquele passado recente e gritei, o mais alto que pude:

- Feliz Natal! Obrigado, menino. Feliz Natal!

Entrei no carro e dei a partida. E recomecei uma longa viagem para um encontro comigo mesmo. A chuva cessara de vez e a paisagem exalava a quietude das horas. E, à medida que o carro avançava pela estrada agora tão límpida e segura à minha frente, eu tinha a certeza absoluta de ter descoberto algo maior, bem maior, que o meu caminho de volta...

('Histórias que Ouvi Contar' são crônicas do autor deste blog)

domingo, 22 de dezembro de 2013

A PROVAÇÃO DE SÃO JOSÉ

Páginas do Evangelho - Quarto Domingo do Advento 


Neste Quarto Domingo do Advento, São Mateus nos revela em palavras o mistério divino da Encarnação do Verbo. Em Maria e José, criaturas humanas personalíssimas, Deus se manifesta através dos Seus anjos, no silêncio da contemplação de desígnios tão extraordinários. No Evangelho de hoje, José, o carpinteiro, será assombrado pelas dúvidas mais inclementes e inesperadas mas, na bondade do coração humano elevado às mais sublimes virtudes, vai corresponder com o seu próprio fiat à Santa Vontade de Deus.

Prometida a José, conforme os costumes judaicos da época, eis que Maria ficou grávida do Espírito Santo, antes das núpcias formais com o carpinteiro de Nazaré. Nossa Senhora guardou para si o maior mistério dos tempos. São José também fez do silêncio a sua obra de graça extremada: 'José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo' (Mt 1,19). E o evangelista vai traduzir com palavras aparentemente simples: 'Enquanto José pensava nisso...' (Mt 1, 20) o turbilhão de sentimentos, dor e humilhação que deveriam estar a afligir o esposo de Maria...

José conhecia a santidade e as graças de Maria do fundo do coração e tal certeza conflitava dramaticamente com a realidade dos fatos cada vez mais evidentes. E, muito provavelmente, José teve medo, de estar diante de algo que sublimava toda a sua dimensão humana, consubstanciado pela manifestação da Encarnação do Verbo proclamada por tantas profecias e revelações. E certamente se consumiu em pensamentos e reflexões contínuas e antagônicas naqueles dias de aflição, até que, testado e pesado no cadinho das sublimes virtudes, teve de Deus a revelação em sonho: 'José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados.Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco' (Mt 1, 20-23).

A provação de José é desfeita de imediato pela confirmação angélica da linhagem nobre de Jesus: 'José, Filho de Davi'... (Mt 1, 20), conforme as santas profecias. Desfaz-se a realidade humana e irrompe o mistério sobrenatural do nascimento do próprio Filho de Deus, 'pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados' (Mt 1, 21). Do rigor da provação humana ao êxtase da revelação dos Santos Mistérios, José obedeceu em tudo aos desígnios divinos e, assim, tornou-se o primeiro entre os homens a ser servo fiel da Virgem e do Menino. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

GALERIA DE ARTE SACRA (X)

BASÍLICA DE SÃO PAULO EXTRAMUROS


A Basílica de São Paulo Extramuros é uma das quatro basílicas patriarcais, sendo a segunda maior basílica católica de Roma (a primeira é a Basílica de São Pedro, localizada na Cidade do Vaticano). Dedicada ao apóstolo São Paulo, foi construída a mando do imperador Constantino, no século IV, no local onde, rezava a tradição, estava enterrado o santo, decapitado entre 65-67, no reinado do imperador Nero. O local estava situado na Via Ostiense, cerca de 2 km fora da Muralha Aureliana que então cercava a cidade de Roma, saindo-se pela chamada 'Porta São Paulo' (deriva daí o nome da basílica como extramuros ou 'fora dos muros'). 

Durante o pontificado do Papa Pio VII, na noite de 15 para 16 de julho de 1823, um incêndio destruiu a maior parte do edifício, deixando intacto apenas o claustro. 


A atual basílica é uma reconstrução da estrutura original, iniciada no pontificado de Leão XII. Em 10 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX (1846-1876) fez a consagração da nova basílica, com a presença de um grande número de cardeais e bispos de Roma e de todas as partes do mundo, junto com a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria.

A construção tem 131,66 m de comprimento, 65 m de largura e 29,7 m de altura, sendo dotada de cinco naves, incluindo a grande nave central com quatro corredores definidos por uma cortina de 80 colunas de granito monolítico.

Sob as janelas da nave e dos corredores, em forma de medalhões, encontram-se os retratos de todos os papas, desde São Pedro até os dias atuais. A série de retratos foi iniciada pelo Papa Leão, o Grande (440-461). Os afrescos antigos foram destruídos no incêndio da basílica, sendo recuperados apenas 41, que se encontram atualmente no museu da Basílica. Em 1847, Pio IX deu início a uma nova série de retratos, agora na forma de medalhões, contemplando toda a sucessão apostólica de São Pedro. É tradição que, morrendo o papa, atualiza-se a série com a adição da imagem do novo pontífice e Sucessor de São Pedro.

Interior da nave central



São Pedro, São Lino, São Cleto, São Clemente, São Anacleto, São Evaristo...


... Estêvão VIII (IX), Marino II, Agapito II, João XII, Bento V, João XIII...


... João Paulo II, Bento XVI ...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

SÍMBOLOS DO NATAL CRISTÃO


PRESÉPIO

O presépio, como símbolo máximo do natal católico, deve ser simples, sem adereços e enfeites sofisticados; pelo contrário, a montagem deve ser a mais despojada possível, de forma a lembrar a grande simplicidade e as dificuldades materiais enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A montagem deve incluir os personagens básicos convencionais (gruta, animais, pastores, etc), mas as imagens da Virgem Maria, São José e do Menino Jesus somente devem ser inseridos no presépio na época mais próxima à Noite de Natal.

ÁRVORE DE NATAL

A árvore de Natal representa o símbolo da perseverança e da preparação cristã diante o nascimento do Menino Deus. Perseverança porque é réplica do pinheiro, única árvore que não perde as folhas no inverno e preparação porque deve ser adornada aos poucos, de forma continuada, durante todo o tempo do Advento. Assim, numa primeira etapa, o símbolo deve ficar limitado à própria árvore, sem quaisquer adereços, como expressão da perseverança cristã. Posteriormente (por exemplo, a partir de 17 de dezembro), a árvore deve ir ganhando luzes, cores, enfeites, beleza, para nos recordar a necessidade de uma preparação crescente de cada um diante o Natal em Cristo.

COROA DO ADVENTO 

A coroa do Advento, comumente afixada na porta de entrada das residências, possui forma circular e deve ser feita com ramos verdes. Simboliza a unidade e a perfeição; nasce Jesus, filho do Deus vivo, Deus sem começo e sem fim, na unidade de um tempo firmado pelos homens. Em cada Domingo do Advento, acende-se uma vela  em vigília pelo Natal, que vão sendo somadas nos domingos seguintes, até quatro velas acesas; eis a luz que se difunde e aumenta de intensidade gradualmente no tempo de preparação para o Natal.

Todos estes símbolos são mantidos após o Natal, para celebrar que a mensagem de Cristo avança para além dos tempos dos homens de outrora até o tempo dos homens finais. Na Data de Reis, 06 de janeiro, são, então, desmontados, dando início ao Tempo Comum da Igreja de Deus.