quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ABERRAÇÕES LITÚRGICAS (VII)

Católicos, não sejais cúmplices de sacrilégios desta natureza, consumados num teatro litúrgico do mais puro paganismo, não violeis nem em um til a sacralidade da Santa Missa. O altar é a mesa do Senhor, o altar é o próprio Cristo! Filhos e filhas do Deus de infinita misericórdia, numa Missa, estais todo o tempo diante do Calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo! Lembrai-vos sempre disso, sempre, sempre, sempre, em cada Missa: 'estou diante de Jesus no Calvário'! Vós deveis ser portais da graça de Deus e não janelas das trevas da abominação!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

29 DE SETEMBRO - SÃO MIGUEL ARCANJO

(São Miguel com elmo e armadura medieval - Catedral de Bruxelas)

'Houve uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou, juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado e não se encontrou mais um lugar para eles no Céu.' (Apoc 12, 7-8).

'Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande Príncipe, constituído defensor dos filhos do seu povo e será tempo de angústia como jamais houve.' (Dan 12, 1).

Assim como Lúcifer é o chefe dos demônios, Miguel é o maior dentre os anjos, Príncipe das milícias celestes, protetor da Santa Igreja e da humanidade contra as forças do inferno. Assim, a designação de arcanjo (oitavo coro dos anjos) tem sentido genérico e nominativo, pois certamente São Miguel, sendo o primeiro dentre os Anjos, é o maior dos serafins. Dentre os vários santuários destinados ao Arcanjo São Miguel, Príncipe das milícias celestes, destaca-se aquele localizado no Monte Saint Michel na França, cuja foto constitui a abertura e o símbolo deste blog.

(Santuário de São Miguel - Monte Saint Michel/França)

São Miguel, rogai por nós!
Intercedei a Deus por nós!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O CARÁTER PASTORAL DO CONCÍLIO VATICANO II

Todos os concílios anteriores da história da Santa Igreja foram 'pastorais' (orientações gerais para se pregar a fé de sempre, sem incorrer em erros doutrinários) e 'dogmáticos' (postulação de cânones doutrinários que os fiéis são obrigados a crer como sendo da expressa Vontade de Deus, e cuja violação incorre automaticamente em penas de anátema e/ou excomunhão). O Concílio Vaticano II não aprovou solenemente nenhum postulado desta natureza, sendo, portanto, de caráter essencialmente pastoral (conforme explicitado claramente nos discursos de abertura e de encerramento do evento). 

Discurso de abertura do CVII, pelo Papa João XXIII, em 11 de outubro de 1962:

'A finalidade principal deste Concílio não é, portanto, a discussão de um ou outro tema da doutrina fundamental da Igreja, repetindo e proclamando o ensino dos Padres e dos Teólogos antigos e modernos, que se supõe sempre bem presente e familiar ao nosso espírito. Para isto, não havia necessidade de um Concílio. Mas da renovada, serena e tranquila adesão a todo o ensino da Igreja, na sua integridade e exatidão, como ainda brilha nas Atas Conciliares desde Trento até ao Vaticano I, o espírito cristão, católico e apostólico do mundo inteiro espera um progresso na penetração doutrinal e na formação das consciências; é necessário que esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo. Uma coisa é a substância do depositum fidei, isto é, as verdades contidas na nossa doutrina, e outra é a formulação com que são enunciadas, conservando-lhes, contudo, o mesmo sentido e o mesmo alcance. Será preciso atribuir muita importância a esta forma e, se necessário, insistir com paciência, na sua elaboração; e dever-se-á usar a maneira de apresentar as coisas que mais corresponda ao magistério, cujo caráter é prevalentemente pastoral.'

Discurso de encerramento do CVII, pelo Papa Paulo VI, em 12 de janeiro de 1966:

'Há quem se pergunte que autoridade, que qualificação teológica o Concílio quis atribuir aos seus ensinamentos, pois bem se sabe que ele evitou dar solenes definições dogmáticas envolventes da infalibilidade do Magistério Eclesiástico. A resposta é conhecida, se nos lembrarmos da declaração conciliar de 6 de Março de 1964, confirmada a 16 de Novembro desse mesmo ano: dado o caráter pastoral do Concílio, evitou este proclamar em forma extraordinária dogmas dotados da nota de infalibilidade. Todavia, conferiu a seus ensinamentos a autoridade do supremo Magistério ordinário.'

Assim sendo, o CVII não estabeleceu quaisquer imposições de preceitos católicos não passíveis de contestação por aqueles que professam a fé católica e estão unidos sob as primícias da Igreja Católica. Do ponto de vista estritamente formal, não sendo dogmático, não é infalível. Assim, assumir questionamentos e/ou posições contrárias aos ensinamentos do CVII não predispõem, de maneira nenhuma, a manifestações de interpretação herética ou cismática em relação à tradição bimilenar da Santa Igreja.

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

'Ó alma, o teu exemplo é Deus, beleza infinita, luz sem sombras, esplendor que supera aquele da lua e do sol. Eleva os olhos a Deus, em quem se encontram os arquétipos de todas as coisas e do qual, como de uma fonte de fecundidade infinita, deriva essa variedade quase infinita das coisas. Portanto, deves concluir: quem encontra a Deus, encontra tudo; quem perde a Deus, perde tudo'.

'Se tens sabedoria, compreendes que foste criado para a glória de Deus e para a tua salvação eterna. É este o teu objetivo, este é o centro da tua alma, este é o tesouro do teu coração. Por isso, considera como verdadeiro bem para ti aquilo que te conduz ao teu fim, e verdadeiro mal aquilo que te priva dele. Acontecimentos favoráveis ou adversos, riquezas e pobrezas. saúde e doença, honras e ofensas, vida e morte, o sábio não deve nem procurá-los, nem rejeitá-los por si mesmo. Mas só serão bons e desejáveis se contribuírem para a glória de Deus e para a tua felicidade eterna; são maus e devem ser evitados, se a impedirem'.

(São Roberto Belarmino)

domingo, 27 de setembro de 2015

A SANTIFICAÇÃO EXIGE O ÓDIO AO PECADO

Páginas do Evangelho - Vigésimo Sexto Domingo do Tempo Comum


Naqueles dias, nos caminhos da Galileia, os discípulos de Jesus ainda se tomavam como os únicos arautos da Verdade e discutiam à qual deles esta primazia haveria de se elevar mais alto, pois viviam ainda reféns de uma perspectiva puramente humana do reino prometido por Jesus. Atento às murmurações deles, o Senhor vai condenar o pecado do orgulho ao lhes assegurar que o maior de todos é o que serve a todos (Mc 9, 35) para, em seguida, os exortar que, no caminho da santificação, o amor a Deus implica um ódio extremado ao pecado, a todo tipo de pecado.

Esta firme exortação tem origem na pergunta de João: 'Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue' (Mc 9, 38), cuja ação é imediatamente contestada por Jesus, pois não havia sido movida pela caridade, mas por meros ciúmes da concessão de dons sobrenaturais a quem não era do restrito círculo fechado dos discípulos do Senhor: 'Quem não é contra nós é a nosso favor' (Mc 9, 40). Não deve haver limites ou impedimentos para os mistérios da Graça, quando o bem é feito compartilhado com o autor da Vida: 'quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa' (Mc 9, 41).

E, de forma oposta, Jesus condena aquele que, por malícia, se conspurca na obstinação do pecado, consumindo a graça na lama do escândalo, expondo-se e expondo a muitos no caminho da ruína espiritual de suas almas, no caminho do inferno. Quanto a este, a admoestação de Jesus é severa: 'melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço' (Mc 9, 42). A gravidade do pecado do escândalo - por ações, por exemplos, por palavras - está em que, muito além de provocar a perda da inocência alheia ou propagar blasfêmias, é que, ao conduzir à perda das almas, é um pecado que simula, em sua essência, a ação do próprio demônio.

Jesus exorta, então, se cumprir, em tudo e para todos, a santificação em plenitude, traduzida na observância radical aos seus Mandamentos. Isso implica não ceder ao pecado sob concessão alguma e não afrontar a graça divina por nenhum propósito humano. A verdadeira santificação exige, portanto, vigilância extrema, oração constante e fuga da ocasião de pecado por todos os meios disponíveis, pelos mais extremos possíveis: 'Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga' (Mc 9, 43.45.47-48).

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DAS MERCÊS


Na coroa de glórias dadas à Nossa Senhora, a Virgem das Mercês é celebrada em 24 de setembro. Mercês significa 'graças', 'favores', 'bênçãos' mas, acima de tudo, 'misericórdia'. A devoção teve origem na Espanha, durante a dura perseguição e prisão imposta aos cristãos numa Europa então invadida pelos mouros.

Na noite de primeiro para 2 de agosto de 1218, Nossa Senhora se manifestou em sonho para São Pedro Nolasco, para São Raimundo de Peñaforte,  seu confessor, e para o rei Dom Jaime I de Aragão, dando-se a conhecer com o título de Mercês, e pedindo a fundação de uma ordem religiosa para o resgate dos cristãos cativos dos mouros. A ordem religiosa dos Mercedários foi, então, fundada em 10 de agosto de 1218, em Barcelona, na Espanha, tendo São Pedro Nolasco como primeiro diretor geral. A devoção logo se difundiu por toda a Europa e chegou ao Brasil, pelas mãos dos frades mercedários, dando origem a várias confrarias no país. Em 1696, o Papa Inocêncio XII estendeu a festa de Nossa Senhora das Mercês para toda a Igreja estabelecendo a data de 24 de setembro para a sua celebração.


Oração a Nossa Senhora das Mercês

Virgem Maria, Mãe das Mercês,
com humildade acorremos a Vós,
certos de que não nos abandonais
por causa de nossas limitações e faltas.
Animados pelo vosso amor de Mãe,
oferecemo-vos nosso corpo para que o purifiqueis,
nossa alma para que a santifiqueis,
o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.
Amparai, protegei, bendizei e guardai
sob a vossa maternal bondade a todos
e a cada um dos membros desta família
que se consagra totalmente a Vós.
Ó Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês,
apresentai-nos ao vosso Filho Jesus,
para que, por vosso intermédio
alcancemos, na terra, a sua Graça
e depois a vida eterna.
Amém!